Primeiro ato: Mudanças
Primeiro ato: Mudanças
Era um dia como qualquer outro na Rua dos Alfeneiros, havia uma leve neblina pelas ruas apesar de já ser dez da manhã, mas isso era só mais um efeito dos dementadores que agora atacavam os trouxas habitualmente, no entanto, por alguma razão, não se aproximavam daquele lugar. Havia algum barulho pela rua, as crianças, filhos ou parentes do moradores, brincavam em meio a leve neblina.
Mas algo estava estranho no Nº4, estava um pouco barulhento, o que era difícil, pois o Dursley’s era uma família que gostavam de ficar na deles, ou melhor, de aparentar serem normais. O barulho era causado por Duda Dursley que estava trancado em seu quarto ouvindo Havy Metal no último volume sem ligar para os gritos de sua mãe ou com qualquer outra coisa.
Harry não ligava muito pra isso, pois só faltavam dois dias pra ele sair definitivamente daquele lugar. Ele convencera seus amigos a irem ficar com suas famílias em quanto podiam, pois logo após o casamento de Gui, eles iriam embora e talvez não voltassem vivos. Seus amigos consideraram aquele argumento e foram ficar com suas famílias por mais algumas semanas, mas mesmo assim enviavam cartas quase que diariamente para o moreno que respondia sem muito entusiasmo.
O moreno havia se isolado um pouco, não que ele se culpasse pela morte de Dumbledore, ele não se culpava, pois sabia quem era o culpado e o caçaria pra sempre, nem que tivesse de persegui-lo no inferno. Harry estava isolado, pois seus pensamentos estavam longe, várias vezes naquele mês sentira Voldemort tentar invadir sua mente, mas não conseguira, já que treinava Oclumência com tanto afinco que já superara até mesmo as expectativas de Voldemort. Harry não queria que o bruxo das trevas soubesse o que ele e seus amigos estavam prestes a fazer, por isso também recomendou que Rony, Gina e Hermione treinassem Oclumência, mandara a sua ex-namorada treinar mais por precaução do que por outra coisa, já que ela não sabia de nada.
Uma coisa o moreno estranhava naquele verão mais do que as tentativas frustradas de Voldemort invadir sua mente, toda vez que ele fechava os olhos para imaginar o que ele e Gina estariam fazendo se ele não tivesse que procurar os Horcruxes, a imagem da ruiva era substituída pela imagem de Hermione, sua melhor amiga. Ele pensava que aquilo podia ser só preocupação, pois ela era uma nascida trouxa e corria mais risco do que qualquer outro, afinal os Weasley’s eram bruxos. No entanto ele não pôde conter um certo aperto no peito quando Rony lhe escreveu na primeira semana, dizendo que ia falar com Hermione para lhe contar que gostava dela, mas ficou aliviado, mesmo se culpando por isso, ao receber uma carta de Hermione contando tudo o que Rony lhe tinha falado e dizendo que ela não aceitara o pedido de namoro do ruivo.
Harry havia percebido nas cartas de Rony, duas semanas após a conversa com Hermione, que o ruivo estava aborrecido, mas de certa forma na terceira semana ele parecia ter se conformado com a decisão da amiga e contara que estava com outra garota, não que fosse namoro, mas pelo menos ele estava junto dela. Um leve estalo é ouvido no térreo, tirando o moreno dos seus pensamentos e fazendo-o perceber que a música alta havia sido desligada e que já passava do meio dia, logo depois ouviu uma exclamação de terror vindo da sala de estar e então pegou a varinha do bolso da calça e saiu correndo para o térreo.
Ao chegar lá o moreno não soube como, mas seu coração parou por alguns segundos e depois voltou a bater rapidamente, seus olhos brilharam como se admirasse algo bonito o que de fato estava errado, pois o que ele admirava era o que julgou ser a visão mais bela que já vira. Lá estava Hermione Granger, sorrindo para ele com seus cabelos ligeiramente mais lisos e com um vestido azul claro de tecido leve, como os que são usados em época de calor, que desciam até um palmo dos joelhos. Pelo vestido ser fino dava pra ver, mesmo que ele se culpasse por reparar isso, as curvas de sua amiga. Reparou muito nas pernas dela, mas logo tratou de sair desse estado de observação, ao perceber um olhar de esguelha de Tia Petúnia e um olhar cobiçoso de Duda, direcionado a amiga.
_Harry! -Gritou a garota assim que o moreno desceu o último degrau da escada e do nada pulou no pescoço dele, o abraçando fortemente, o que Harry achou algo perigoso, pois aparentemente ele não estava em seu estado normal, mas mesmo assim retribuiu o abraço, passando as mãos pela cintura da garota que pareceu tremer um pouco, o que achou que devia ser só impressão dele.
_Estava com saudades. -Falou Harry a abraçando mais forte, dessa vez tendo quase certeza de que a amiga tremera levemente com isso. -Mas por que você está aqui? -Perguntou Harry se separando, meio que a contra gosto, de Hermione sem ligar para as caras surpresas de sua Tia e de Duda, que além de surpreso estava espumando de ciúmes.
_Bom... -Começou a amiga olhando de esguelha para a tia e o primo do moreno.
_Venha, vamos ao meu quarto. -Falou Harry percebendo a preocupação da amiga, em falar na frente de seus parentes.
_Esperem aí. -Falou Petúnia assim que os dois pisaram na escada, os fazendo parar e se voltarem pra ela. -Seu moleque anormal, você não vai levar nenhuma garota pro seu quarto para fazer não sei o que. -Hermione cora levemente ao ouvir isso, pois sabia o que a mulher estava pensando.
_Olhe aqui, senhora Dursley. -Falou Harry num tom tão seco e frio que surpreendeu a amiga e fez os dois Dursley’s presentes sentirem um arrepio na espinha. _Não é da sua conta o que eu e minha NAMORADA fazemos no meu quarto, mas tenha certeza que esse seu porco de peruca, que você chama de filho, NUNCA fez e nuca vai fazer à mesma coisa. -Hermione olhou encabulada para o moreno que não corara ao dizer isso, muito pelo contrário, simplesmente pegou a mão dela e ia começar a subir as escadas quando Petúnia os interrompeu novamente.
_Mesmo assim você está em baixo do meu teto e não admito que faça isso. -Falou Petúnia com determinação na voz, o que fez Harry rir sinistramente como se não se importasse com o que à tia pensasse ou deixasse de pensar.
_Muito bem. -Falou Harry fazendo sinal pra Hermione descer, e ambos foram para onde sua tia estava na sala de visitas. Harry se sentou na poltrona que geralmente tio Valter sentava e fez sinal pra Hermione se sentar no sofá à frente dele, deu graças a deus por ter sentado um pouco longe dela, pois assim que a garota se sentou o vestido subiu um pouco, revelando mais das pernas dela e com certeza Harry achava que ficar perto da garota seria um tanto perigoso, mais pra ela do que pra ele, principalmente quando ela cruzou as pernas. –Agora, que cumprimos sua vontade, daria pra sair daqui? A conversa é particular. -Não foi um pedido, somente um comentário, mas por ele Hermione lançou um olhar de reprovação ao amigo que fingiu não ver.
_E como eu saberia que vocês não vão fazer nada de anormal? -Perguntou Petúnia desconfiada e injuriada com a atitude do sobrinho.
_Olha aqui Srª Dursley... -Começou a dizer Hermione, que já estava desconfortável com aquilo, mas foi interrompida por Petúnia.
_Fique quieta garota, pois não estou falando com você. -Falou a mulher olhando com nojo pra Hermione, o que fez o sangue de Harry ferver, principalmente quando a amiga baixou a cabeça numa tentativa de esconder sua raiva.
_Sua Dursley nojenta. -Falou Harry se levantando surpreendendo Hermione e fazendo os dois Dursley’s se encolherem com medo daquela reação fria do garoto. -Tampe essa boca imunda antes que eu faça você ficar sem nenhuma, e acredite, só basta um aceno da varinha pra isso. -Diz pegando a varinha no bolso da calça e a rodando nos dedos.
_Você não se atreveria. -Falou Petúnia, pálida.
_Acho melhor você ficar quieta. -Falou Harry, seus olhos verdes escureceram levemente e Duda já tampava a boca com a mão, com medo de ver sua língua crescer. –Bom, acho incrível, a Srª. que se preocupa tanto com seu status social agir dessa maneira perante Hermione Granger, filha de John Granger, que é de uma das famílias mais tradicionais e ricas da comunidade inglesa. -Hermione olhou surpresa pra Harry tentando saber como ele conseguira descobrir aquilo, e ao mesmo tempo com um olhar divertido para a Srª Dursley, que empalideceu mais ainda olhando firmemente para a garota, e depois de alguns segundos levou a mão à boca reprimindo uma exclamação de surpresa.
_Uma Granger. -Falou baixinho, com medo de que a garota falasse com os pais sobre sua imprudência e aí sim a família Dursley estaria fora dos altos círculos. -É verdade. -Falou analisando mais uma vez Hermione e se lembrando de uma matéria há uns dois anos, onde uma garota muito parecida com a garota a sua frente, aparecia ao lado do Casal Granger numa coluna social.
_Sim, é. -Falou Harry, sua irritação ainda era presente. -Agora imagine só se ela resolver falar para os pais dela TUDO o que vocês fizeram para o namorado dela, desde que ele era um bebe até hoje, ou se ela resolver contar o modo como fora tratada aqui, e creio eu, que mesmo ela sendo uma bruxa, diga-se de passagem uma das MELHORES e mais poderosas que eu já vi, você não vai querer que isso aconteça, pois com certeza não seria bom para seu status social, principalmente se o chefe de Tio Valter souber disso. -Harry ficou satisfeito ao ver o resto da cor sumir do rosto de sua tia, mas Duda estava indignado com o tom de voz do primo ao falar com sua mãe e indiretamente com ele.
_Olha aqui sua aberração. -Falou Duda fingindo não ligar para a varinha de Harry, que ainda estava rodopiando entre os dedos do rapaz. -Não ouse tratar minha mãe assim ou senão você vai pagar.
_Acho melhor você ficar quieto filhote de elefante. -Falou Hermione se levantando, sua raiva era igual à de Harry, e o moreno sabia que ela só xingava alguém que ela realmente não gostasse. -Fique sabendo que se Harry quisesse, uma centena de bruxos apareceriam aqui, apontando a varinha para vocês e os transformariam nas coisas mais bizarras que sua mente pequena e suja pode pensar, isto é, claro, antes dele mesmo transformar vocês em meros vermes.
_Venha, Duda, vamos sair. -Falou Petúnia se recuperando do choque ao ver a garota nervosa e seu filho tremendo de medo. -Esperava mais de alguém da alta sociedade. -Falava baixinho saindo pela porta com um Duda medroso logo atrás.
Depois que os dois Dursley’s saíram, um silêncio constrangedor invadiu a sala, os dois jovens não sabiam o que falar. Harry estava envergonhado pelo jeito que seus parentes haviam tratado Hermione, e só naquele momento pensou que disse ser namorado de Hermione, e que eles faziam o que queriam. -“Não que eu não queira” -Pensava o garoto logo se recriminando, mas isso parou quando Hermione voltou a se sentar e a cruzar a pernas, fazendo Harry as ver melhor, e, definitivamente, aquilo não era bom, pelo menos para ela, pois para ele....
_Me desculpe. -Falou Harry depois de alguns minutos. -Meus parentes não deviam tê-la tratado assim.
_Não se preocupe. -Falou Hermione sorrindo levemente. -Já esperava por isso. -Falou mais uma vez só que agora havia baixado o rosto. -Por que você disse que éramos namorados? -Essa pergunta foi num sussurro, que Harry desejou não ter ouvido.
_Bem. -Começou o garoto, mas não encontrava a resposta, a não ser uma pequena voz em sua mente que insistia em dizer: “por que eu queria isso”. Ele ficou pensando por alguns segundos, olhando para a amiga que ainda não o encarava. -Vontade é o que não me falta. -De onde ele tirara aquilo? Ele não queria responder aquilo. Ou será que queria? Sim ele queria há algum tempo, desde que a vira sofrer por causa de Rony, lembrava o quão triste ficava ao ver a amiga abalada ou prestes a chorar quando Rony ficava com Lilá na frente dela. Também se lembrara que ela fora à única que ficara no lado dele nos longos anos de Hogwarts, a não ser no sexto, quando ela duvidou da teoria dele e aquilo o magoara mais do que saber que Rony também não acreditava, mas por que era sempre ela a primeira a apoiá-lo e ajudá-lo para resolver esses mistérios. –Você, mais do que todos que eu conheço, fica do meu lado, acredita nas minhas teorias, me consola, me entende. -Falou Harry se levantando rapidamente e sentando ao lado de Hermione no sofá.
_Nem sempre. -Falou Hermione, seus olhos estavam vidrados nos olhos verdes de Harry. -Ano passado eu duvidei de você, achei que você só queria correr atrás de mistérios e implicar com Snape, e não acreditei nas suas suspeitas. Depois disso, ela desviou o olhar e passou a encarar os próprios joelhos. -E você também tem a Gina. -Ela mordeu o lábio inferior ao dize isso. -Ela gosta de você, e está disposta a tudo! Ela quer ficar ao seu lado.
_Você diz que não acreditou em mim. -Começou o moreno com calma. -Mas Gina não ligava pras minhas dúvidas, não me dava os seus conselhos, e não participou de minha vida por um grande período. Foi você quem me ajudou por cinco anos.
_Sim. -Falou Hermione o interrompendo. -Mas no sexto ano eu duvidei e isso causou grandes problemas.
_Problemas que não podem ser revertidos. -Falou Harry. -Nada no mundo vai fazer o tempo voltar, claro talvez um vira tempo fizesse, mas nada disso me faria mudar de idéia, ou o que eu disse. -O moreno fez Hermione o encarar com um gesto. -Ano passado você tinha outras preocupações, você ficou perturbada com o que o Rony estava fazendo. -A garota pareceu se sentir vulnerável ao ouvir aquelas palavras. -Eu entendo que você gostava ou ainda goste dele.
_Eu não gosto mais do Rony. -Falou Hermione em tom baixo. -Ele me decepcionou profundamente, fez com que me desligasse de outras coisas, e só no final eu pude enxergar e perceber que eu tinha perdido para sempre. -Os dois se encaravam com intensidade e então, sem aviso, Harry a beijou. Um beijo lento que logo foi correspondido e em segundos passou a ser mais ardente, demonstrando um desejo que ambos não sabiam de onde vinham.
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Um grito de dor ecoou pela imponente mansão em que Harry Potter morava, o fazendo acordar de um sonho muito bom. Ele estava sonhando com o seu passado, algo que o alegrava, pois lhe trazia boas lembranças de antes do grande ataque. Ele tentou se levantar, mas sentiu um peso em seu peito, sorriu ao ver sua amada adormecida calmamente, aninhada sobre ele como se esquecesse de tudo de ruim que eles passaram. Não pôde pensar muito nisso, pois o mesmo grito de dor ecoou mais uma vez pela mansão, fazendo a mulher que estava dormindo com a cabeça em seu peito se mexer incomodada e alguns segundos depois abrir os olhos, sorrindo ao vê-lo a encarando com um olhar malicioso.
_Tava tendo bons sonhos? -Perguntou Harry com um sorriso malicioso, olhando por debaixo do lençol que cobria os dois, e vendo o corpo nu da mulher, que apenas sorri com o gesto e retribui o olhar malicioso.
_Sonhei com nossos filhos, ou melhor, nossos futuros filhos. -Falou a mulher se sentando na cama, o que fez o lençol cair até seu colo, deixando amostra seus seios fartos, e na opinião de Harry, muito convidativos.
_Quanto tempo você está atrasada? -Perguntou Harry ainda deitado, só admirando o corpo de Hermione que já estava de pé no quarto, procurando suas roupas no armário que dividia com Harry.
_Umas duas semanas. -Respondeu se vestindo. -Vou consultar um medi-bruxo hoje.
_Que bom. -Falou Harry também se levantando e começando a se trocar lentamente. -Mas ainda não entendo por que de nós não nos casarmos. -Falou ele ainda que distraidamente, a vendo colocar uma calça jeans preta e bem justa, logo depois uma camisa também justa de cor vermelha que ia até um pouco abaixo do umbigo, deixando parte de sua barriga amostra.
_Não acho bom fazer isso antes dessa guerra terminar. -Falou Hermione com um tom cansado, como se já houvesse tido aquela discussão várias e várias vezes, logo depois ficaram em silêncio.
Harry Potter tinha se tornado alguém realmente importante no mundo, tanto bruxo quanto trouxa, um ano depois do grande Massacre. O moreno em conjunto com vários bruxos de vários escalões do ministério, havia conseguido unificar as seções de Aurores com a dos Inomináveis, Execução de leis Mágicas e Pesquisa e Desenvolvimento Mágicos, criando o Departamento de Defesa Mágico. Era um departamento muito poderoso, sendo Harry o “Ministro da Defesa”, um dos cargos mais altos do ministério. A criação de tal departamento causou grande baque no mundo mágico, sendo seguido de perto por várias nações mágicas, em pouco tempo o Ministério da Magia da Grã Bretanha havia simplesmente diminuído e muito os ataques e avanços dos comensais e do próprio Voldemort, mas isso não significava que a luta estava menos sangrenta, muito pelo contrário, os partidários de Voldemort avançavam com mais fúria e mais poder, com uma lealdade quase que insana. Mas graças a Hermione que chefiava o Departamento de Controle e Regulamentação de Criaturas mágicas, que também era um novo departamento, conseguia deter o avanço das criaturas que apoiavam Voldemort nos ataques e juntamente com Rony Weasley, que se tornou o estrategista mor do ministério, os três conseguiam causar grande impacto ao exército de Voldemort, mas que mesmo assim continuava crescendo.
_Será que a Luna está bem? -Perguntou Hermione quebrando o silêncio e fazendo Harry sair de seus pensamentos sobre os últimos anos.
_Ela foi recolher informações sobre nossos projetos. -Falou Harry com um sorriso sinistro nos lábios. -O Rony deve estar cuidando muito bem dela. -Falou mais uma vez em tom malicioso.
_Mas mesmo assim deve ser perigoso. -Falou Hermione com simplicidade, sob o olhar confuso de Harry. -Ela pode ser a melhor Repórter Investigadora que tem no mundo, e para nós a melhor espiã que temos, mas corre certos riscos e não quero que nada aconteça a ela antes que nossos planos estejam finalmente em ação.
_Querida você sabe que ela é extremamente poderosa, ainda mais com o Rony do lado dela. Juntos eles se tornam invencíveis. -Falou já vestido com uma calça jeans preta e com uma camisa de linho também preta assim como os sapatos, ele estava colocando um sobretudo da mesma cor do resto da roupa. -Mas eles voltam hoje, então... -Harry foi interrompido por mais um grito de agonia.
_Acho melhor nós vermos logo o que ela está fazendo com o nosso “hóspede”, antes que ele morra. -Falou Hermione se olhando num espelho que tinha na porta do armário, acertando o cabelo e logo depois entrando numa porta a direita do armário, onde ficava o banheiro, seguida de perto por Harry, depois de alguns minutos eles saíram. -Vamos? -Perguntou colocando um sobretudo vermelho sangue que ia até os pés e olhando para o moreno.
_Vamos. -Disse ele dando um breve beijo na mulher, logo depois ambos saíram do quarto e andaram por corredores majestosos e ricamente decorados. -Ainda não sei por que eu comprei essa casa. -Falou Harry em quanto caminhava olhando todo aquele luxo, coisa que ele nunca fez questão.
_Ela tem vários feitiços de segurança e um dia pertenceu a sua família. -Falou Hermione como se aquilo fosse óbvio. -Além do que, é um ótimo lugar como base.
_Mas mesmo assim acho que ela é muito grande. -Falou o moreno olhando para o teto alto do corredor, mas depois ficando em silêncio. Os dois caminham por mais alguns corredores e descem alguns lances de escada, quando ouvem mais um grito de dor. -Acha que ela ta usando a cruciatus?
_Não sei. -Falou Hermione, seus olhos estavam meio vagos. -Talvez sim, você sabe como ela gosta de se divertir com os novos brinquedos.
_É, mas nós ainda não o interrogamos, além do que não o quero morto ainda. -Falou Harry com um tom sério. -Se tudo correr bem, hoje mesmo começamos o nosso plano.
_Sim, poderemos finalmente nos vingar daqueles malditos que nos traíram e destruíram nossas vidas. -Falou Hermione, seus olhos castanhos escureceram de tal forma que quase ficaram negros. -Por causa deles, nós perdemos quase tudo.
_Eles pagarão. -Falou Harry parando em frente a uma porta dupla de madeira rústica, que em cada lado tinha um homem, ambos estavam vestidos de preto com sobretudos também pretos, a única diferença deles para Harry, era que eles usavam máscaras muito parecidas com as usadas no teatro grego, representando a tragédia. -Estão esperando o que? -Perguntou o moreno em tom seco, fazendo os dois guardas tremerem e abrirem a porta.
_Inúteis. -Falou Hermione ao passar junto com Harry pela porta, sem nem olhar para o lado. -Por que você os mantém aqui?
_São nossos inimigos e estão sobre um feitiço mais poderoso do que o da Maldição Imperius. -Falou Harry como se fosse óbvio. -Qualquer coisa, que eles morram pelas mãos de seus próprios companheiros. -Fala mais uma vez, fazendo Hermione assentir com um aceno e depois ambos ficaram quietos por alguns minutos, ouvindo mais dois berros de dor.
_Poxa, ela podia ter colocado o feitiço silenciador na sala. -Falou Hermione levemente contrariada, fazendo Harry rir e num movimento rápido a prensar contra a parece, a beijando com desejo e passando as mãos pelo corpo da mulher, que correspondia. Alguns minutos depois eles se soltaram.
_Você fica linda quando está contrariada. -Fala Harry se recompondo, assim como a mulher que apenas sorri marotamente para ele.
_Depois terminamos essa conversa. -Falou Hermione num tom malicioso, passando a mão pelo peito de Harry, mesmo sobre a camisa. -Mas primeiro vamos resolver isso, e depois teremos de ir “trabalhar” para manter as aparências.
_Hoje à noite você não me escapa. -Falou Harry voltando a caminhar lado a lado com Hermione.
_Quem disse que eu vou esperar até a noite? -Perguntou Hermione sorrindo ainda mais.
_Infelizmente teremos de resolver outros assuntos. -Falou Harry deixando claro que também não estava gostando da idéia de esperar tanto tempo. -Mas quem sabe entre um compromisso e outro nós não nos distraímos. -Falou ao parar mais uma vez, só que agora diante de uma porta de ferro meio enferrujada. Não fez cerimônia, simplesmente adentrou no aposento que para muitos seria o mais parecido com uma sala de tortura medieval, do que qualquer coisa. Havia um forte cheiro de sangue e inúmeros murmúrios e gemidos de dor de muitos prisioneiros que ali haviam.
Ambos não se importaram com aqueles gemidos de dor, nem com pedidos de piedade, apenas começaram a caminhar para o ponto mais sombrio do aposento, de onde vinha mais um grito de dor. Não demorou muito e eles viram alguém se contorcendo no chão de pedra fria, e uma figura de estatura mediana e longos cabelos loiros que brilhavam na pouca luz que lá havia.
_Ei, pequena. -Chamou Harry fazendo a figura de cabelos loiros se virar e mostrar o lindo rosto de uma garota, que já entrara na adolescência.
_Arry. Falou à garota, que mesmo depois de anos, não perdera o costume de pronunciar o nome do homem daquele jeito. -Tava com saudades! -Diz ela se pendurando no pescoço de Harry, que apenas a abraça como se não a visse há muito tempo.
_E eu? -Falou Hermione encarando aquela cena como se fosse à coisa mais normal do mundo.
_Mione. -Falou a garota loira também abraçando a mulher com força.
_É, garota, não faz nem um mês que você entrou de férias e já está aprontando. -Falou Harry olhando para o monte de trapos que ainda estava tremendo no chão. -Você sabe que ainda não terminei com ele. -Falou mais uma vez olhando para a garota com um tom repressor, a fazendo baixar a cabeça.
_É, Gabrielle. -Falou Hermione no mesmo tom repressor. -Você não devia fazer isso, pois ele pode morrer.
_Mas eu não o deixarei morrer, muito menos o deixei enlouquecer. -Falou Gabrielle Delacour num tom infantil, que fez Harry rir alto assim como Hermione.
_Sabemos que você é uma boa garota. -Falou Harry passando a mão na cabeça de Gabrielle, que pareceu uma criança que recebeu um grande presente, pois abriu um sorriso muito bonito e grande. -Como estava Hogwarts?
_Um saco. -Falou Gabrielle com sinceridade. -Muitos ficam me olhando como se eu fosse uma espécie de aberração, e tem aqueles malditos aurores que me vigiam o tempo todo por eu ser sua protegida, sem contar os filhotes de comensais que tentam se aproximar de mim.
_Não se preocupe. -Falou Hermione com um sorriso franco no rosto. -Logo isso terminará.
_Já que você o amaciou para nós, vamos direto ao ponto. -Falou Harry apontando a varinha para o monte de trapos que tremia no chão, e do nada levitou, mostrando o rosto pálido de Severo Snape. Seus olhos estavam vidrados em Harry, demonstrando surpresa, medo e fúria. -Vejo que ainda tem essa cicatriz que bicuço fez em você. -Falou Harry olhando para uma cicatriz fina, que ia desde a face esquerda do bruxo até o ombro, descendo pelo braço.
_Maldito. -Falou Snape com um tom de nojo. -O que quer de mim?
_Muitas coisas. -Quem respondeu foi Hermione, seu tom de voz não estava menos frio do que o de Harry. -Uma delas é que você morra lentamente e da pior forma possível. -Hermione parecia deliciada com essas palavras. -Mas o mais importante. -Ela fez uma pausa.
_É que nos diga onde ele está. -Quem completou foi Gabrielle, demonstrando um tom quase que ensandecido de voz.
_Nunca direi onde meu mestre está. -Falou Snape suando frio e tremendo diante daqueles três pares de olhos, que demonstravam frieza.
_Não estamos falando de Voldemort. -Falou Hermione, fazendo Snape tremer, mas ainda imaginando o que eles queriam ou se eles sabiam de algo.
_Não sei do que vocês estão falando. -Snape falou fechando sua mente ao perceber que um deles tentara invadi-la. -Mas o que está acontecendo? O que vocês estão fazendo?
_Sabe. -Falou Harry sem tirar os olhos de Snape. -Talvez eu deva te contar, talvez não, tudo depende de sua resposta.
_Onde ele está? -Perguntou Hermione, seu tom de voz ficou mais frio.
_NUNCA direi. -Berrou Snape.
_Você quer que Gabrielle volte a se divertir? -Perguntou Harry fazendo o seu antigo professor tremer com aquilo e Gabrielle quase dar pulinhos de alegria. -Eu sei que você sabe, pois vi em sua mente há três anos, quando você baixou sua guarda.
_Do que você está falando? -Perguntou Snape com seu tom habitualmente frio.
_Deixa eu brincar com ele? -Pediu Gabrielle com entusiasmo, fazendo Harry rir um pouco.
_Depois ele será seu, como prometido. -Falou Harry olhando para a garota que ficou emburrada.
_Vai ser rápido, querida. -Falou Hermione abraçando Gabrielle pelo ombro como a uma irmã. –Sabe, nós poderíamos ter extraído a informação de você quando quiséssemos, mas preferimos te dar a chance de nos falar.
_Do que vocês estão falando? Quem são vocês? -Perguntou Snape já não disfarçando seu tom de temor.
_Seu bastardo, está me irritando. -Falou Harry e uma aura negra carregada de ódio o circundou. -ONDE ESTÁ ALBUS DUMBLEDORE.
_Hora, Potter, ele está morto. -Falou Snape voltando ao seu antigo tom de voz, ao perceber o descontrole do bruxo a sua frente.
_Nós dois sabemos que não. -Falou Harry, seu tom de voz ficou perigosamente baixo. -Há três anos enquanto você se deliciava no Grande Massacre, eu vi em sua mente que você realmente tentou matar Dumbledore, mas provavelmente aquele velho estúpido sabia que isso podia vir a acontecer e forjou sua morte, três dias depois ele te encontrou e você falou uma história sobre voto perpétuo ou coisa parecida, e que o velho retardado confiou em você.
_Mas como você... -Snape não terminou a pergunta, pois foi arremessado para o alto, onde bateu no teto com força e logo depois voltou a sua posição original.
_Sua mente não me esconde mais nada. -Falou Harry. -Não adianta você tentar fechá-la, pois eu conseguirei entra nela. -Gabrielle. -Falou mais uma vez olhando para a garota, que simplesmente apontou a varinha para Snape, e murmurou alguma coisa fazendo o velho professor de poções começar a gritar de dor e desespero. Harry o soltou fazendo-o cair com um baque surdo no chão, mas mesmo assim ele continuava a gritar e a se debater, tanto que já estava machucando seus braços por se debater na pedra fria.
_Piedade. -Gritou Snape.
_Você não teve piedade quando eu lhe pedi. -Falou Gabrielle chegando mais perto de Snape. -Nem quando minha irmã lhe implorou para não fazer nada contra mim. -Falou demonstrando ódio, e por alguma razão a dor de Snape parecia aumentar ainda mais.
_Chega. -Falou Harry que logo foi atendido por Gabrielle, fazendo os gritos de Snape pararem.
_Coopere conosco e você terá o seu descanso. -Falou Gabrielle se agachando e levantando a cabeça de Snape pelos cabelos. -Onde ele está?
_Hogwarts. -Falou Snape num tom fraco e medroso, não querendo nunca mais sentir aquela dor, que era pior do que a da Maldição Cruciatus lançada por Voldemort. -Ele está em Hogwarts, na Câmera secreta. -Depois de dizer isso, Snape desmaiou, adquirindo uma paz que ele pensou nunca mais sentir.
_Ele esteve lá todo esse tempo. -Falou Hermione com ódio. -Mas é claro, seria o último lugar no qual o procuraríamos.
_Sim, ele deve comandar a Ordem da Fênix de lá. -Falou Harry, seu ódio era sentido fazendo todos naquela sala de tortura ficarem quietos. -Ele traiu aqueles que confiavam nele, ele me traiu achando que sua suposta morte me faria mais forte, o que de certo modo deu certo, mas que criou algo pior do que o demônio.
_Ele pagará. -Falou Gabriele, soltando a cabeça de Snape que ainda estava inconsciente.
_Gabrielle, minha querida. -Falou Harry abrindo os braços para abraçar a garota, que logo foi até ele. -Tenho uma tarefa para você, mas ouça bem, cumpra ela e volte pra cá, não fique se divertindo por aí.
_Sim! -Falou a garota sorrindo como se ganhasse um presente.
_É chegada a Hora. -Falou Harry. -Nós criamos nossas famas individuais no mundo das trevas, todos pensaram que trabalhávamos separadamente e isso foi bom. -Falou Harry com um sorriso sombrio nos lábios. -Você estava destinada a me dar um nome, e enquanto você não encontrava esse nome, eu fiquei conhecido como Andarilho da Noite.
_Em breve seu novo nome aparecerá. -Falou Gabrielle. -Quando o dia de todos os santos marcar a lua vermelha, eu direi o seu nome.
_Fico contente em saber disso. -Falou Harry olhando para Hermione que também sorria. -Mas agora quero que você vá entregar um presente para nosso amigo cara de cobra, e aproveite pra espalhar entre os comensais e entre as sombras do submundo dos bruxos e trouxas, que eles terão uma surpresa, revelada hoje.
_Sim. -Disse Gabrielle se soltando de Harry.
_Vamos. -Falou Hermione para Gabrielle. -Antes de ir trabalhar, eu vou preparar você.
_Sim. -Disse Gabrielle. -Você não vem?
_Tenho de ir mais cedo. -Falou Harry. -Tchau. -Falou desaparecendo com um estalo seco.
_Eu ainda não sei como ele consegue aparatar em lugares, onde é impossível fazer isso. -Falou Gabrielle olhando para Hermione na esperança que ela a dissesse.
_Com o tempo você irá aprender. -Falou Hermione. –Venha, lhe direi o que você deverá fazer. -Hermione fez um aceno com a varinha e o corpo de Snape foi envolto por cordas mágicas. Logo depois ela e Gabrielle saíram da sala de torturas.
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