O livro, borboleta e lágrimas

O livro, borboleta e lágrimas



21 - O livro, borboleta e lágrimas Sentados numa mesa colada a parede no Caldeirão Furado, quatro amigos conversavam no bar com pouco movimento, era atualmente um bom lugar para conversar sem levantar suspeitas e sem correr o risco de ser ouvido por pessoas com interesses suspeitos. Eles tomavam todo cuidado em não pronunciar o nome – Voldemort - se referiam a ele apenas como Tom Riddle. -Cinco ataques. Cinco! Tom Riddle está desesperado para pegar Harry. – Comentou Lupin. -É. Mas só dois deles foram para pegar Harry. Os outros três não. – Completou Moody. -Eu sei, mas não importa, não é mesmo? O fato é que foram cinco ataques e isso me preocupa muito... – Disse Arthur. -Veja bem. O primeiro ataque, n’A Toca, foi para atingir Harry. O segundo foi um golpe de sorte quando Harry estava na antiga residência dos Potter. O de Hogwarts foi realmente para pegá-lo, pois tinham certeza que ele estava na escola, Rabicho o informou. O outro foi em represália a nós, aurores. – Explicou Quim. – O último, do hospital, foi com a intenção de capturá-lo também, pois Bella o sabia doente. Agora há dias não fazem nada. Esse não fazer nada me deixa nervoso. – Finalizou com calma. -Que você acha de tudo isso, Quim? -Não dá para achar nada. – Respondeu com sua voz profunda. – Só esperar. Mas essa quietude... -Será que temos traidores na Ordem? – Perguntou Arthur preocupado. -Não. Claro que não. – Rosnou Moody. – O problema é que Tom Riddle está simplesmente com medo. Morrer pelas mãos de Harry, um garoto, não lhe agrada nada, nada. Ele sabe da besteira que fez anos atrás e agora quer consertar o feito de qualquer jeito. Medo. É isso que o Tom demonstra com suas ações. Medo. Olha... – Disse passando as mãos pela vasta cabeleira grisalha. – Nunca sonhei que um dia fosse dizer isso. Mas é isso que todas as suas atitudes nos sinalizam. Bom... Tenho que ir embora. Vejo vocês na Sede logo mais à noite. -Bom... Graças a Merlin, estamos aos poucos desbaratando as forças de Tom Riddle e isso é muito bom. E quanto mais trabalharmos em segredo, melhor será para nós. Ele é astuto, com certeza sabe que estamos agindo. Acho bom que de agora em diante vocês andem sempre acompanhados, não quero saber de nenhum de nós andando sozinho em circunstância alguma, entendido? - Recomendou Quim, cauteloso. -Já imaginaram se Tom Riddle conhecesse a profecia toda? Aí sim é que não teríamos sossego. Sem saber ele já fez o que fez, imagina se soubesse. – Comentou Arthur. -É. Mas ele bem que tentou. Fico aqui pensando... Será que o Snape sabe do final da profecia, e se sabe, será que já não contou para Voldemort? – Questionou Quim. -Acho que ele não conhece o final dela, não. Tenho impressão, ou melhor, quase certeza, que Dumbledore não contou a ninguém a não ser para Harry, e Harry a mostrou para nós. Não, Tom Riddle não tem conhecimento dela inteira, não. – Afirmou com segurança Lupin. *** Os garotos estavam todos enrolados como charutos em grossos cobertores dormindo como crianças recém-nascidas. Remo entrou no quarto silenciosamente e, puxando as pesadas cobertas, acordou a todos muito cedo, na verdade eram cinco e pouco da manhã. No momento em que sentiram o choque do frio da manhã no corpo quente, houve uma avalanche de reclamações revoltadas. Mas ele nem ligou para as palavras que, com certeza, fariam a senhora Weasley lhes esfregar sabão na boca e língua de cada um deles caso ouvisse. -Vamos... De pé. – Mandou Remo. – Venham todos, vamos treinar. -Ah! Remo... É muito cedo. – Reclamou Harry ainda dormindo, puxando as cobertas para cima do corpo novamente. -Não Harry, sinto muito, levante-se agora... Vamos, seu molóide! -Quê? – Perguntou Rony alegre, sentando na cama, o sono sumiu como se Lupin o tivesse enfeitiçado. -Treinar, Rony. Treinar. Desçam para tomar café. Vamos logo... Todos para a cozinha. Quanto mais cedo começarmos, melhor. -Eu também? – Perguntou Neville. -Claro, menino. Anda logo, gente... Que pergunta mais sem propósito. – Reclamou baixinho. – Espero vocês na cozinha em cinco minutos. Para Remo estava tudo muito claro, Neville agora fazia parte da família assim como Harry. Na cabeça de Lupin não existia os Weasley, Harry, ele e os demais separadamente. Todos faziam parte de uma só família, unidos por laços de amizade incondicional e por um objetivo: obter paz. Lupin, enquanto esperava tranqüilamente que os meninos terminassem o café, lia o Profeta Diário. -Alguma novidade no jornal, Remo? – Perguntou Harry, interessado. -O de sempre. Ataques aqui e ali, “coisinhas” que os malditos entendem por diversão, porém nada de grave, graças a Merlin. Estou estranhando essa quietude do Lord. -Ele está planejando alguma, pode ter certeza do que digo. Posso sentir isso... Remo Lupin não levantou os olhos do jornal, mas focalizou a atenção nas palavras de Harry. Que será que ele queria dizer com a observação feita? -Venham... Aqui na sala onde fizemos reunião. Ela está preparada. Moody, em pé, esperava tranqüilo dentro da sala lendo um pedaço de pergaminho que guardou dentro do bolso quando os garotos chegaram. A sala que usaram para a reunião estava totalmente modificada, não tinha mais as cadeiras desparelhadas nem a mesa velha e muito usada, desgastada com pelo tempo. Agora se apresentava totalmente vazia de móveis. O aspecto era o mais austero possível. Numa das paredes havia vários modelos de corpo humano feito de pergaminho resistente, claro, enfeitiçado. Num deles, havia marcas em determinados lugares do corpo: coração, estômago, olhos, e destinava-se para que Neville treinasse a mira, o restante era para os demais garotos. Lupin e Alastor pegaram pesado com o menino. Neville suava, mas não reclamava. Até ele, coitado, tinha consciência da necessidade de melhorar a bendita pontaria. A briga em que estavam engajados era muito séria. Depois de reforçarem a técnica já utilizada por Harry para ensinar a pontaria, Lupin só sossegou quando o garoto acertou mais de 50 vezes seguidas no alvo improvisado. Neville sorriu satisfeito, enquanto massageava braço doendo. -Será que vou acertar sempre assim, professor? – Perguntou ansioso. -Você terá que treinar mais, é claro, mas sim, agora você só tende a melhorar. Porém não se esqueça, o braço deve sempre ficar bem firme. Dedicaram um bom tempo aos feitiços já conhecidos pelos garotos e que dominavam muito bem, estavam todos entediados, pois já sabiam fazer de maneira perfeita. -Até quando vamos treinar o que já sabemos, professor? Já estou cansado de fazer isso, os pergaminhos não revidam! – Reclamou Harry, desanimado. -Certo. Vocês sabem como fazer esses feitiços, e os fazem com perfeição. Até você, Neville, foi bem. Mas vocês têm mais o que aprender. É simples. Quando chamamos um Protego, por exemplo, se chamar Protego Plenus, ele se torna muito mais potente. – Entenderam? – Cabeças confirmaram. – Harry, tome posição, me Estupore. Harry não questionou. Energicamente ergueu a varinha e com toda vontade que tinha gritou o feitiço em direção ao professor Moody. -Estupore! -Protego Plenus. – Gritou Moody no mesmo instante que o feitiço foi lançado contra ele. Uma luz vermelha intensa que aparentava ser sólida formou o escudo de proteção em volta de Moody e refletiu o feitiço devolvendo-o para o garoto que foi jogado metros para trás. -Uau! Legal, professor, muito legal. – Admirou-se Harry, esfregando a parte de trás da cabeça que tinha batido forte na parede. -Agora você... – Disse Moody já apontando a varinha para Harry não dando tempo de ele pensar. Moody atacou com violência. Não aliviou nem um pouco por Harry ser apenas um jovem de 17 anos que tinha se recuperado de uma grave doença há apenas alguns dias. O professor sabia que quando chegasse o momento “D”, Lord Voldemort não teria clemência. -Bom, Harry! Você conseguiu de primeira. Mas isso não é tudo. Vai ter que fazer o Protego Plenus não verbal, ele se torna mais forte e aumenta suas oportunidades no ataque. – Vamos de novo. Depois de Harry foi à vez de Rony e Neville, que também sofreram nas mãos do professor. Os feitiços lançados coloriam a seção de treinamento e tanto professores como alunos voavam pela sala chocando-se contra as paredes e caiam esparramados no chão. Gritos e gemidos eram ouvidos durante boa parte da manhã. Cotovelos, braços, joelhos e até bochechas apresentavam marcas arroxeadas, conseqüências dos ensinamentos. Quando chegou a hora do almoço, tudo o que os garotos mais queriam era uma cadeira para encostar o esqueleto e esperar o cansaço ir embora por conta própria. Estavam exaustos. Os professores, porém, sentiam-se muito bem. -Que foi? Estão cansados? Ora essa! – Gozava Lupin, enquanto observava o suor escorrer pelos rostos corados dos pequenos amigos. – Nem pensem em descansar, tão logo o almoço termine voltaremos com carga maior. -Lembrem-se: Vigilância constante! – Lembrou Moody as palavras que virava e mexia pronunciava. Vocês precisam estar mais que preparados e não quero ninguém fazendo corpo mole. Os gêmeos chegaram animados para o almoço, contando aos altos brados que o movimento no Beco Diagonal parecia estar aos poucos voltando ao normal, com fregueses por tudo quanto é canto. As lojas estavam trabalhando como antigamente e há dias nada de anormal acontecia. -Não podemos nos demorar, mamãe. Temos que voltar logo para a loja. Tempo são galeões! Pobres gêmeos, nem desconfiavam que não sairiam da Sede tão cedo. Depois do almoço, quando estavam se arrumando para voltarem para o Beco Diagonal foram impedidos de partir por Lupin, que alegou com propriedade que eles deveriam participar dos treinamentos tanto quantos os demais. -Vocês ficam. Vão treinar também. Nada de voltar para o Beco hoje. E se não aprenderem direito nem amanhã e nem depois. – Concluiu o rabugento Moody. O jeito era mandar um recado para Vera, a ajudante, e para o amigo Lino Jordan, o gerente da loja, como eles costumavam dizer, através do espelho de duas faces, que não poderiam voltar para o trabalho à tarde. Alastor lamentou um bocado por Carlinhos, Gui e Fleur não estarem na Sede para participarem do treinamento. Mas os pegaria outro dia. -Professor, não podemos chamar o nosso amigo Lino Jordan para treinar também? O cara é bom em feitiços, já nos ajudou com aquela tal Dolores Umbridge. – Falou Jorge, fazendo um trejeito com a cabeça. - Ele já é maior e terminou os estudos, é corajoso pra caramba. – Concluiu, dando a ficha completa do amigo de travessuras da época de Hogwarts. Será que seria viável ter mais um garoto na Ordem? Se bem que quanto mais gente engajada na batalha e conhecendo os feitiços melhor seria para a frente do bem. Lupin e Moody se entreolharam e obtiveram silenciosamente a aprovação de Minerva. -É, professor, ele é bom de verdade. – Apoiou Harry a indicação de Fred e Jorge. -Vou buscá-lo. – Informou Alastor sem acabar de almoçar. – É melhor então fechar a loja. -Que nada. Vera dá conta sozinha do recado. – Falou Fred, entre uma garfada e outra. – É esperta aquela menina. Alem do mais, tem feitiços anti-roubo pela loja toda. Logo Moody chegou trazendo o garoto a tiracolo. Lino estava todo orgulhoso por ser convocado para participar da Ordem da Fênix. -Puxa! Nunca imaginei que seria convidado a fazer parte dessa Ordem. Caramba... – Exclamava feliz, distribuindo abraços apertados em Rony, Harry, Neville e os demais. – Eu vou ficar aqui? – Perguntou, dirigindo-se a Lupin. -Quando for necessário. Terá que avisar seus pais. -Costumo ficar na loja com os meninos; não é muito agradável morar sozinho, sabe. Meus pais não estão em Londres, estão na França a trabalho. Mas eles não se importariam. Que aquele-que–você-sabe-quem desapareça é o que eles mais querem. – Respondeu para Lupin. Mal terminaram de almoçar, os professores fizeram Lino mostrar tudo o que sabia em relação a feitiços e azarações. Foi testado de tudo quanto é forma. Enfrentou um pequeno duelo contra os dois professores e findou levitando Lupin com um Vingardium Leviosa muito bem mandado. O professor se viu encostado com a barriga no teto preso pela força da varinha do garoto. Alastor se deu por satisfeito com os resultados que o garoto demonstrou. Lino, tal como os amigos, mostrava algumas partes do corpo esfoladas, porém não se incomodava muito com isso. -Como você conseguiu isso, garoto? – Questionou Moody. – Esse feitiço não tem muita eficácia quando utilizado em pessoas. -Ah! Professor, eu treinei bastante para atazanar a Umbridge, sabe. – Respondeu rindo com os amigos. Recomeçaram com a seção de feitiços novamente, dessa vez os dois professores atacavam e os garotos se defendiam. Fizeram uma pequena seção de simulação de combate. E assim passaram boa parte da tarde treinando como aperfeiçoar os feitiços Protego Plenus, Estupore Totalus, Estupefaça Totalus, até que ficaram exaustos. Os modelos antes fixados na parede agora eram só pedaços de pergaminhos rasgados e queimados espalhados pelo chão. Os garotos passavam as mangas das camisas na testa para enxugar o suor. Gina, que não tinha coisa nenhuma para fazer, resolveu xeretar na velha estante cheia de livros empoeirados que ficava encostada numa das paredes da confortável sala de estar. Um grito estridente de Gina ecoa por toda a Sede. -Achei, Mione. Achei! Olhe, estava bem aqui o tempo todo. Como não tivemos idéia de procurar justo aqui? – Batia na testa. – Como somos duas bruxas burras. – Gina pulava no mesmo lugar com um livro enorme nas mãos. Minerva, que estava sentada lendo um livro de Transfiguração, quase caiu da poltrona. Ficou branca, tamanho o susto que levou com o berro de Gina. -Que você achou, Gina? – Perguntou Hermione calmamente. -O livro Os Doze Usos do Sangue de Dragão. Veja! -Não acredito! – Hermione pegou o livro excitada. Alastor, acompanhado por todos que estavam em treinamento, quase puseram a porta da sala de estar abaixo, tal a violência com que entraram, varinhas em punho, prontos para azarar quem quer que fosse. -Que aconteceu? Que aconteceu? – Perguntava, com o olho azul elétrico rodando como um louco em todas as direções. -Achamos o livro do estudo do Professor Dumbledore. – Responderam juntas as meninas, sorridentes. -E isso é motivo pra tanto escândalo? Quase Estuporamos vocês! Sejam mais cautelosas. – Finalizou o rabugento. – Voltemos aos nossos estudos, garotos. Vamos. -Que estudos, Moody? -Aqueles treinamentos, Minerva. -Ahhh! Sim. – Foi a resposta de Minerva, a par dos planos do professor. -Heiii! Peraí! Que negócio é esse de treino? Nós também queremos treinar, sabe? – Disse uma Gina petulante com as mãos na cintura, indignada por estar excluída de uma atividade da maior importância. -E vão. Mas depois. – Disse, dando as costas para as meninas, puxando os meninos pelas costas das vestes e empurrando-os novamente para dentro da sala improvisada. -Voltamos do ponto onde havíamos parado pela manhã. – Começou Alastor, passando as mãos nos cabelos. – Como sabemos, o senhor Olivaras desapareceu e ele é o melhor fabricante de varinhas de toda Londres. Não temos a menor idéia como foi que ele sumiu e nem por quê. Mas e se ele estiver preso com Lord Voldemort? O que esse maldito está planejando? Ter varinhas mais potentes? Pois bem, foi com esse pensamento em mente que eu e Lupin desenvolvemos esses novos feitiços. A partir de hoje, todos vocês e os aurores vão aprender a usá-los. Quim está nesse momento passando os feitiços para eles. -Bom. – Continuou ele. – Agora quero toda e total atenção de vocês. O que vão aprender são feitiços novos, foram feitos para humilhar e desmoralizar Lord Voldemort, um deles é: PERPETUAM PAPILIO - Perpétuas Borboletas. – Houve uma risada geral na sala. – Moody não gostou da reação dos garotos e continuou, mais sério que o normal. – Vocês estão achando graça, mas saibam que são feitiços permanentes. – Agora os risos sumiram como por encanto dos rostos alegres, dando lugar à curiosidade. – Não é um feitiço infantil como os senhores devem estar pensando quando deram as gostosas gargalhadas ainda há pouco. Agora tenho a atenção de vocês, né? – Salientou com seu olho azul elétrico checando as reações dos garotos. – Esse feitiço quando lançado contra o agressor faz que da varinha que ele esteja usando, ouçam bem, qualquer varinha, só saiam borboletas, sempre, só borboletas. Ou seja, vocês inutilizarão a MÃO que empunhar qualquer varinha que ele possa vir a usar. Qualquer que seja o feitiço que ele queira usar, só sairão borboletas da varinha, nenhuma outra coisa. Enfim, é um feitiço definitivo. Quando o feitiço é lançado corretamente sua cor é amarela brilhante. Rony junto com os gêmeos e Lino escorregaram pela parede abaixo de tanto rir. -Cara, imagina os Comensais da Morte soltando borboletinhas por tudo quanto é canto. Ahhh! Mas o Lord vai ficar imensamente “feliz” com isso. É tudo que ele queria para o atual momento da vida dele. -Essa é a idéia, Rony. Não somos assassinos, como sabiamente costuma dizer sua namorada. Então temos que desmoralizá-lo definitivamente. Harry se manteve quieto, não expressou uma só palavra, estava estático olhando ora para Moody ora para Lupin. -Espera... Mas isso não é um feitiço, isso é uma maldição! – Exclamou Harry perplexo, em alto e bom som. -É, Harry. É uma maldição, não imperdoável, mas uma maldição. Tanto é que o Ministério já tem conhecimento das novas fórmulas e aprovou seu uso, do contrário poderíamos ter sérios problemas. Estamos trabalhando com eles já há algum tempo. -Treinem com as varinhas só a palavra Papilion. Você não, Harry, só se concentre na palavra Papilion, sem a varinha. Lupin havia comentado com Moody a capacidade de Harry de se proteger sem a varinha, habilidade que observou na oportunidade em que foram atacados em Hogwarts. Na verdade, Harry nem tinha percebido que essa capacidade estava ficando cada vez mais evidente. Era instintivo nele. -Professor, sem a varinha não está acontecendo nada. Posso treinar com a varinha? -Pode. “Tenho que observar as ocasiões em que Harry usa suas habilidades sem a varinha”. – Pensou Lupin, olhando para Moody com um olhar interrogativo. Gritaram todos juntos: PAPILION – Uma luz cor amarela brilhante iluminou o ambiente na mesma hora que uma quantidade imensa de borboletas multicoloridas encheu a sala, mas logo se desfizeram. -O outro é AETERNUS FLERE- Chorar Eternamente. O agressor começa a chorar no momento em começar a pronunciar qualquer feitiço. Também é definitivo. Uma luz azul clara e brilhante deverá aparecer. Mas prestem atenção. Vocês não vão poder treinar o feitiço total, pois ele, assim como o primeiro, é definitivo, entendem? Volto a dizer – não há contra-feitiço que possa reverter a situação. Pelo amor de Merlin... Se tiverem alguma dúvida perguntem agora. – Ele não obteve nenhuma resposta, então se deu por satisfeito. -Então treinem apenas a segunda palavra. Logo, logo, teremos uma oportunidade ímpar de testar esses feitiços. Esperem para ver. – Disse Moody com um sorriso muito, mas muito suspeito no rosto deformado pelas cicatrizes. -Mas lembre-se, esse último feitiço ou maldição, com Harry diz, tem uma falha. Ele não bloqueia o ataque não verbal. Que faremos então? -Simples... – Disse Rony imediatamente. – Lançamos a maldição das borboletinhas primeiro. -É. – Confirmou Harry. – Atingimos primeiro a mão que segura a varinha. De qualquer forma, para lançar qualquer feitiço há a necessidade da varinha. -Isso meninos, isso mesmo. – Confirmou Lupin, contente com a perspicácia dos jovens bruxos. - Mas prestem atenção no que fizerem, habituem-se a pronunciar Perpetuam Papilio e Aeternus Flere sempre nessa ordem, caso contrário não vai resolver muita coisa, certo? E assim a tarde passou com os garotos treinando e desenvolvendo habilidades que ainda não possuíam. Tanto Lupin quanto Moody se revezavam para dar atenção especial a Harry, treinando-o para usar os feitiços não verbais. Moody se deu por satisfeito. A carga maior do grande momento seria do famoso Harry Potter. Neville até que tinha se saído relativamente bem, mas foi proibido terminantemente de usar os novos feitiços. Ele podia acidentalmente errar o alvo e inutilizar os amigos de maneira irreversível... Não existia um contra-feitiço. Às vezes Neville era um perigo para si próprio. Moody até pensou se não seria viável lançar um feitiço impedindo que o garoto usasse as novas fórmulas, mas achou melhor não chegar a tanto. Depois dos treinos reuniram-se na sala de estar para lerem Os Doze Usos de Sangue de Dragão. -Está aqui... Ouçam... – Começou Hermione. Os Doze Usos do Sangue de Dragão, por Pedro Braga – O Arteiro. – Uau! Esse bruxo é muito conhecido! Puxa! Não sabia que ele tinha escrito sobre o assunto. – E continuou: O sangue de dragão serve para: “Fazer visível o invisível”. “Amenizar a dor”. “Cicatrização de grandes ferimentos”. “Poderoso ingrediente da Pedra Filosofal”. “Ingrediente importante para poção do esquecimento”. “Ingrediente para a poção da Verdade”. “O sangue de dragão serve para qualquer tipo de pessoa, no caso de transfusão”. “Serve de alimento para fênix e como bebida pura”. “Purifica o corpo de doenças incuráveis”. “Traz um animal mágico de volta à vida” . “Cura deficiências como cegueira, surdez, mudez, etc.”. “Sim, sim. Onze foram os usos que para o sangue de dragão encontrei. Mas nenhum deles é mais interessante que o que chamo de o último Uso. Esse último é o mais poderoso e mais fascinante de todos. O sangue de dragão, cujos usos estão envolvidos com cura e benevolência, tem como último uso a destruição. Décimo Segundo Uso: Destruir o Indestrutível. Sim, sim, meus caros. O sangue de dragão cura, dá elixir, reanima, revive, cicatriza. Mas também destrói! Foram quase dez anos descobrindo os onze usos, para esse último precisei só de uma semana. Uma semana para descobrir que não são necessárias mais de dez gotas de sangue de dragão para destruir qualquer coisa que se diga indestrutível. Seja ela uma proteção mágica. Ou um objeto mágico. Qualquer coisa! Destruam o indestrutível com apenas dez gotas de sangue de dragão! É impressionante ver como as dez gotas juntas começam a borbulhar e derreter tudo que estiver embaixo dela. É como um ácido. Um ácido tão poderoso que deteriora com facilidade uma pedra de diamante!” Alvo Dumbledore. -Olhem... Aqui no último capítulo do livro tem várias receitas de poções. Hum. Seria bom, Gina, termos algumas delas prontas, o que você acha? -Deixe-me ver. – E pegou o livro. – Olha esta aqui: Poção do Esquecimento, acho que seria útil. Vou prepará-la. Essa outra também – Ameniza a dor. -Caramba! – Exclamou Rony. – Não me lembrava de tudo isso. Então foi por isso que Harry ficou curado rápido. – Nisso, Rony começou a rir e não conseguia parar, lágrimas escorriam de seus olhos. -Que foi? – Quis saber Harry. -Ahhh! Não, cara... Essa eu não vou te contar. Você vai ficar bravo. -Conta, vai? Quero saber. – Pediu, já começando a ficar invocado. -Tá. Eu conto. – Levantou-se da cadeira onde estava sentado e foi para perto da porta de saída da sala com um pé fora e outro dentro. – É que nós vimos a Madame Pomfrey querendo te dar banho. – Disse gargalhando. -QUÊ? Vocês estavam me espiando! Harry arrancou o tênis do pé e saiu correndo atrás de Rony por toda Sede gritando – “Eu te pego Rony Weasley, eu te pego”. Quando os adultos ficaram sabendo do por quê de tanta confusão e correria pela casa, se divertiram muito e não faltou gozação por parte de Remo e dos gêmeos. No final das contas até Harry acabou achando a cena hilária. Imaginou-se pelado e ainda por cima cego na frente da curandeira. Ora, qualquer um acharia engraçado ou, para dizer o mínimo, ridículo. O jantar e final da noite foram descontraídos e deram risadas gostosas e verdadeiras. Estavam realmente precisando de alguns momentos de descontração. No dia seguinte foi a vez de as meninas aprenderem os novos feitiços. Elas se divertiram com as borboletas e soltaram várias por toda a Sede. Molly, que também participou, ficou espantada de ver como era fácil aprender com os professores. Hermione, como era de se esperar, dominou os novos feitiços bem rápido. Gina não ficou para trás, a garota era boa em feitiços. As garotas, depois de se cansarem das borboletas, voltaram para a sala de estar. Harry, Rony e Neville as acompanharam. Moody, enquanto vestia a capa para ir embora, se voltou para Harry. -Harry, esteja pronto amanhã no final da tarde. Venho te buscar para sairmos. – Avisou Moody muito sério. – E continuou. – Gina, alguma dúvida? -Não senhor. – Respondeu sentindo um estremecimento percorrer todo seu corpo. Todos se calaram imediatamente. Molly levou as mãos ao peito. Tinha chegado o dia, ela se sentia apreensiva. Lupin, percebendo o receio da matriarca dos Weasley, disse: -Molly... Tudo vai dar certo. -Assim espero, Remo. Assim espero... -O que vai acontecer? – Perguntou Lino, curioso. -Converse com os gêmeos e siga exatamente o que eles disserem. E Lino, seja obediente. – Alertou Lupin muito sério. Lino já sabia que tinha que ser extremamente obediente. Até os gêmeos, que virava e mexia aprontavam alguma gracinha, se mantinham quietos e obedientes em muitas situações. *** NA Obrigada ao grande bruxo – Arteiro – Pedro Braga, que gentilmente me deixou citar o “Os doze usos do Sangue de Dragão”. Pedro é autor da Fic fantástica que adorei ler, - Harry Potter e o Elo da Rosa Branca. http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=7956 Arteiro – Boa sorte no vestibular...Estou torcendo por ti. Bjosss McGonagall. *** 26/09/2006 - 17h33m Bom...consegui mais um cap. rapidinho. Só espero que a inspiração continue assim - a todo vapor. Sei que não é um cap. de ação, porem espero que vcs gostem mesmo assim. É claro que haverá mais ação na fic. Obrigada como sempre aos meus fiés leitores. Vcs são são realmente uns amorecos. A fic já está com quase 3.000 leitores! Gente...que coisa boa!!! {}s e []s para: Molly, Samara Ribeiro, Gina_Waesley, Adi Potter, MarciaM, Lili Coutinho, Eline Garcia, Manu Riddle, Isaias Black, Luiza, Patricia e Paula. Puxa!!! Vcs são realmente legais. Até a próxima...

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