Atitudes imediatas
2 – Atitudes imediatas
Voldemort estava sentado em sua cadeira de espaldar alto, que mais parecia um trono. Nagini, sua cobra de estimação, estava rastejando aos seus pés. Ele ostentava nos lábios – quer dizer – naquela fenda que tinha nos lugar onde costuma fica a boca, um sorriso sarcástico. Saboreava satisfeito a morte de Alvo Dumbledore. Agora o menino que sobreviveu não tinha mais a ajuda daquele velho caduco que sempre ousava enfrentá-lo. “Velho intrometido”.
“Harrrryyy Potttteeeer está sozinho”. – “Finalmente vou poder acabar com ele e fazer cumprir a profecia, eu sobreviverei!”.
Severo Snape, em pé, postado ao seu lado; branco por natureza, ele estava agora cadavérico, sem nenhuma expressão facial. Tom Riddle estava bravo com Malfoy, o garoto não tinha cumprido sua missão. Ao invés dele, fora Severo quem havia matado Alvo Dumbledore. Garoto fraco... Mas ele estava realmente satisfeito com Snape, ele tinha mostrado seu valor, que sempre estivera ao seu lado, do lado do poder das trevas. Agora ele era o preferido, e isso causava ciúmes nos demais Comensais da Morte. Bellatriz se mordia de ciúmes, a especialista na maldição Cruciatus se achava a preferida do Mestre das Trevas.
Olhava para seus Comensais, todos reunidos e com olhares cuidadosos por baixo dos capuzes que cobriam suas testas.
- RABICHO. - gritou Voldemort em seu tom sibilante. - Quero que você vá até a casa dos trouxas onde Harry Potter mora, e fique de olho em tudo que acontecer. Não deixe passar nada. QUERO SABER DE TUDO, VOCÊ ENTENDEU? E não falhe dessa vez. Senão... – Avisou Voldemort em tom muito ameaçador.
Rabicho sai em disparada do quartel-general, morto de medo em sua forma animaga.
Chegando à Rua dos Alfeneiros, o “rato” se esconde numas folhagens bem de frente para a casa dos
Dursley e fica de espreita. Não podia se aproximar, a casa era protegida. Dumbledore pensara em tudo, desde que os Potter haviam morrido nas mãos do Lord das Trevas.
***
PAI, PAPAI – gritava Rony na porta d’A Toca, com a voz anormalmente aumentada.
- Que foi Rony, porque essa gritaria toda? – Você ainda não pode fazer magia. Enlouqueceu? – O Senhor Weasley estava ofegante de correr.
- Olha... Olha só o que Harry mandou! – mostrou o pergaminho.
Ansioso, Arthur pegou o pergaminho das mãos de Rony.
- PELAS BARBAS DE MERLIN, O QUE É ISSO? Exclamou, em alto e bom som. – E continuou – Até onde vai essa arrogância desmedida de você-sabe-quem?
- Senhor Weasley, que faremos, que faremos? Precisamos tirar Harry de lá agora, não podemos esperar mais. – Falava Hermione, esfregando as mãos, visivelmente angustiada.
Rony olhava para o pai, esperando alguma ação que pudesse solucionar a situação.
- Anda logo, pai! Que vamos fazer? Vamos até lá com pó de flu, pegamos o Harry e o trazemos para cá!
- Calma menino... Nem tudo é tão simples assim. As atitudes têm ser muito bem pensadas. Do contrário podemos piorar a situação e ainda colocarmos Harry em perigo maior.
Só de ouvir isso, Gina entrou em pânico. Mais branca que algodão, chorava copiosamente abraçada a Hermione, que tentava sem sucesso acalmá-la.
- Vamos lá agora pai! Vamos tirá-lo de lá. – Pedia Gina em desespero, pronta para ir ao encontro de Harry.
- Calma, minha filha. Já falei que temos que ter calma. Temos que nos organizar e não temos muito tempo. Precisamos de ajuda. Venham, vamos chamar Lupin e Moody pela lareira.
Entraram correndo n’A Toca.
Molly, que estava tranqüilamente na cozinha preparando o almoço, se assustou com a entrada intempestiva dos quatro. Alarmada, perguntou:
- Que foi agora? Comensais estão nos atacando?
- Não Molly, é o Harry, está em perigo. Veja a carta que Rony recebeu dele.
- Que você vai fazer? – perguntou, mesmo sem ler a carta.
- Vamos chamar Lupin e Olho-Tonto pela lareira. – Repetiu Arthur.
- LUPIN, Ôôô LUPIN. Gritava a cabeça de Arthur, suspensa no ar dentro da lareira com chamas verdes.
- Que foi, pra quê essa gritaria toda? Quem morreu? - perguntou Remo Lupin, entrando correndo na sala de estar.
- Fique quieto e ouça. - Disse o Senhor Weasley. - E leu para o amigo e membro da Ordem de Fênix a carta que Rony tinha recebido de Harry.
- MEU MERLIN! Temos que fazer alguma coisa e agora, não temos tempo a perder.
Nisso, Alastor entrou na sala manquitolando e, de pronto, desconfiado por natureza e esperto como uma raposa velha, entendeu tudo o que estava acontecendo.
- Estava demorando para esse desqualificado do Voldemort aprontar uma das suas. Harry fará 17 anos daqui a dois dias. E ele deve estar de tocaia esperando o dia do aniversário chegar e pegar o garoto sem nenhuma proteção. Está com toda sede do mundo. Tem certeza que vai conseguir acabar com Harry agora que Dumbledore morreu. Vamos começar a agir, Lupin chame o pessoal da guarda da Ordem; temos que tirar o garoto de lá sem perda de tempo. – Continuou. – Arthur, fique atento...
- Mas que vamos fazer?
- Depois explico, Arthur, agora não tenho tempo. Apenas fique dentro de casa. Gui esta aí?
- Está deitado, por quê?
- Apenas mostre a ele a carta de Harry. Ele saberá o que tem de fazer.
- Lupin, entre em contato com os membros da Ordem, explique o que está acontecendo. – Chame... – mas foi interrompido por Lupin.
- Não! Vou para junto de Harry agora mesmo. Preciso protegê-lo. – Disse, vestindo a capa, pronto para sair da mansão e aparatar.
- Não, Lupin. – Gritou Moody - E não é só você que tem que protegê-lo, eu e a Ordem temos essa incumbência também. E não se esqueça mais disso. Vamos agir agora. Ainda temos algumas alternativas. Dumbledore deixou algumas instruções. Vamos!
- Que instruções?
- Ainda não sei. Vamos ver juntos.
- Mas por que ele fez isso? Ele estava desconfiado de alguma coisa? Fala, Moody! Que mania de ficar calado!
- Remo, seu desespero não leva a nada. Sei que você se sente responsável pelo garoto agora que não temos mais nem Sirius nem Dumbledore.
- Ele é filho do meu melhor amigo, você não entende? Ele não tem mais ninguém, só a mim!
- Tem a todos nós. Mas a hora não é para conversar, é para ação, e vê se pára de querer explicação em hora errada. Não tá vendo que temos pouco tempo para tirar Harry da maldita casa dos trouxas tios dele?
Olho-Tonto falou alto - “Fawkes – caixa de Dumbledore!”
Imediatamente apareceu uma caixa flutuando na frente dos dois amigos. Dentro da caixa havia vários pergaminhos lacrados e caligrafados pelo professor Dumbledore. Pegou um qualquer e leu as instruções, silencioso. Não podia ler alto. Olhou para Lupin e disse – “Sim, tem muita lógica. É. É muito possível que dê certo”.
- Mas o que é isso? - perguntou Lupin.
- Depois, Remo, agora é arriscado.
- Chame o pessoal da Ordem, principalmente Emelina Vance, agora. Eu vou buscar o que precisaremos. Vai logo, Lupin, rápido. Não temos tanto tempo!
Lupin jogou pó de flu e chamou por todos os integrantes da Ordem que estavam disponíveis no momento.
Imediatamente a campainha tocou e entraram apenas Tonks, Quim, e Héstia. Mas Moody falou que estava tudo bem, que com eles poderiam pôr o plano em execução.
As instruções dadas por Olho-Tonto foram claras:
- Tonks, na casa dos Dursley imediatamente, sem estardalhaço e em silêncio use o feitiço da desilusão. Ninguém pode desconfiar do que estamos fazendo. Leve as coisas de Harry direto para A Toca, pois ele não poderá carregar nada, não deixe nada para trás.
- Quim, para a esquina da casa de Harry e tente descobrir tudo que for possível sobre esse estranho que está na esquina vigiando Harry. Você não pode ser visto, portanto use a capa da invisibilidade sobressalente.
Ambos tomaram o caminho da porta da rua rapidamente.
Tonks era mesmo meio desastrada. Derrubou Emelina na porta da Mansão, que caiu sentada no chão, enquanto uma tentava entrar e a outra queria sair do Largo Grimmauld.
Héstia deveria aparatar para a casa dos Weasley, contar para todos o que estava acontecendo e montar guarda junto a Arthur.
- Vamos, Lupin e Emelina, está na hora. – chamou Moody.
- Aonde vamos? – Lupin e Emelina perguntaram juntos.
- Para a casa da Arabela. Faremos o seguinte...
***
Arabela estava tratando dos gatos, aliás, eram muitos. Estava observando Seu Patinhas que estava inquieto e arisco, ela olhava para ele desconfiada. “Gatos são desconfiados” – pensou.
Olhou inquieta para os lados, sentia-se estranha, algo não estava bem. “Que será que está acontecendo?” Afinal, era um aborto e não sabia distinguir muito bem suas intuições.
Foi até a porta da sala, abriu e esticou o pescoço para ver a rua toda. Nada, tudo estava quieto – nada acontecia naquela rua. Entrou, mas continuou sentindo algo que não sabia definir o que era.
Voltou para seus gatos. Quanto trabalho eles davam! Mas gostava deles mesmo assim.
Escutou um estalido. Já ouvirá isso antes, mas o que era mesmo? Era o som de pessoas aparatando. Quando olhou na direção da cozinha viu Olho-Tonto Moody, Lupin e uma mulher, nenhum com cara de bons amigos.
- Senhor Moody, Senhor Lupin? Que aconteceu, porque estão aqui? – Conhecia Emelina. Cumprimentou-a com um acenar de cabeça.
- Arabela, precisamos de você, Harry está em perigo novamente. Pode nos ajudar?
- Claro, o que tenho que fazer? Você sabe que sou um aborto e não sirvo para muita coisa. Dumbledore não está mais aqui para me orientar. Estou sem orientação pa...
Alastor levantou a mão, pedindo que se calasse.
- Mesmo assim precisamos de você. Vai ou não nos ajudar?
- Já disse que vou, oras! – Ela era meio malcriada.
- Certo. Prestem muita atenção: você e Emelina, - as duas se entreolharam - vão agora mesmo até a casa dos Dursley. Toquem a campainha, e quando Petúnia atender, a desculpa é...
Alastor Olho-Tonto Moody se deu ao luxo de perder mais de 15 minutos explicando o plano para Arabella detalhadamente. Não podia dar nada errado. Só sossegou quando a Senhora Figg explicou os procedimentos para ele com os mínimos detalhes.
- Você entendeu tudo claramente, Arabela?
- Entendi, Moody! Sou um aborto, mas não sou burra, ouviu? – Ela não levava desaforos para casa. Respondia na lata. Era muito orgulhosa de ter ajudado a cuidar de Harry durante todos os anos em que ele ficara com os Dursley. Dumbledore sempre confiara nela e ela sempre fizera tudo certinho. Dumbledore não precisava chamar sua atenção.
- Tá. – Disse, de mau humor.
É, ela havia entendido tudo certinho. Dumbledore a tinha treinado bem. Havia uma grande possibilidade de tudo dar certo. – Pensou.
Estava contando que Harry, irritado e impulsivo do jeito que era, aceitasse tudo sem pedir explicações. Era contar com a sorte em se tratando das reações do garoto.
- Pois bem, podem ir. Estaremos esperando vocês aqui.
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