O fim do plano.



23 – O fim do plano.

Depois da prisão de Bellatriz todos voltaram para a Sede tarde da noite, cansados, porém satisfeitos. Deixar as forças de Voldemort mais fracas merecia comemoração, não que com essa pequena vitória já fosse possível obter a tão almejada paz, mas sem dúvida estavam um passo à frente do Lord das Trevas.

Harry estava de alma lavada, vingara a morte do padrinho e desejava com todas as suas forças que ele estivesse ali para saborear a queda de Bellatriz. Sua fisionomia mostrava alívio. Mas ainda queria mais, queria provar a inocência de Sirius. E ele conseguiria provar a inocência do padrinho, isso era uma questão de honra.

Os comentários eram os mais animados. Tudo havia sido minuciosamente planejado e a missão correu dentro do previsto. A essa dedicação de todos os envolvidos é que deviam o sucesso alcançado.

Moody, que estivera calado até então, só escutando os comentários, disse:

-Gina... Qualquer dia você mata alguém do coração com esse seu jeito de aparatar e desaparatar sem fazer um ruído sequer. Levei o maior susto da minha vida com você falando no meu ouvido lá na farmácia. Muito boa mesmo essa sua habilidade. Não teríamos como ficar sabendo que a maldita havia chegado se não fosse por sua ajuda. Com quem você aprendeu a aparatar?

-Foi Gui que me ensinou.

Ela ficou vermelha como um tomatinho cereja, mas sentiu-se envaidecida. Ajudar na guerra era muito importante para ela, apesar de a mãe não parar de dar o contra cada vez que ela saia a campo. Por causa disso as duas viviam às turras. Apesar da pouca idade Gina tinha a responsabilidade de um adulto e se aplicava cada vez mais para desempenhar suas tarefas da maneira mais satisfatória possível.

Durante a execução do plano Gina havia ficado parada, imóvel ao lado de Gui no Beco Diagonal, coberta com a capa da invisibilidade de Harry. Quando Bellatriz chegou, a menina aparatou ao lado de Moody a fim de passar a informação.

-Gui, acho que vou pedir para você ajudar os aurores a adquirirem essa habilidade. Isso seria muito bem vindo, com certeza. – Falou Alastor.

Gui sorriu à sugestão feita e completou:

-O segredo está na respiração, nada demais. Eu também não faço barulho para aparatar, descobri isso por acaso e comecei a praticar.

O Profeta Diário vendeu mais do que nunca no dia seguinte. A manchete do jornal na primeira página era uma fotografia em branco e preto, animada, mostrando Bellatriz Lestrange amarrada numa cadeira na frente da Fonte dos Irmãos Mágicos no átrio do Ministério da Magia. Ela mostrava um estranho ar avoado, os olhos fora de foco, um sorriso frouxo brincava nos lábios dela. Era óbvio que fora vítima do feitiço da alteração da memória. Em pé ao seu lado estava o Ministro Rufo Scrimgeour mostrando no sorriso todos os dentes que tinha na boca. Ele mostrava-se todo prosa como se o mérito da captura da famosa Comensal fosse dele.

No Ministério...

-Chame Quim e Tonks aqui agora. – Pediu a seu secretário com voz forte.

-Chamou, chefe?

-Sim. Quem deixou essa maldita comensal aqui?

-E como é que vou saber, chefe? Não faço a mínima idéia. Quando cheguei hoje cedo, essa porcaria já estava ali amarrada com um olhar perdido. Procurei por pistas, mas não encontrei nada. Na verdade é um mistério. Não tem como descobrir.

-E olha só o que fizeram com ela? Como vou poder interrogá-la depois do estrago que fizeram na sua mente?

-Eles tiveram muito trabalho em esconder as pistas para que não descobríssemos nada, e o senhor acredita mesmo que eles iriam deixar ela aqui boazinha? O senhor está sonhando, né?

-E como entraram no Ministério? Posso saber?

-Até poderia, se soubéssemos a resposta. – Respondeu Quim na maior calma.

-Só pode ser o pessoal do Dumbledore.

-Por que acha isso?

-Ele sempre fez o que queria e muitas vezes passou por cima das opiniões do Ministério por causa de suas idéias e com certeza passou isso a seus fanáticos seguidores.

-Chefe, ele não está mais entre nós. Acho que o senhor não está com a razão dessa vez. – Falou Tonks.

-Não estou gostando nada do que aconteceu. Acho bom nos prepararmos. Tenho a impressão que Voldemort pode mostrar suas garras contra o Ministério outra vez.

-Será? Bom... É, o senhor pode ter razão. Mas ele está sem três dos seus comensais agora. Não sei não. Mas em todo caso vou pôr os aurores de sobreaviso, pode deixar. É melhor prevenir que remediar.

-E fique de olho em Moody também. Tenho certeza que ele está por trás dessa captura. – Falou, virando as costas para o chefe dos aurores.

-Tá bom. – Depois pensou com mais vagar e disse, irritado. – Mas e se for ele mesmo? E daí? Até parece que o senhor não ficou satisfeito em ter mais um comensal da morte fora de combate! E não se esqueça que quem ajudou a intensificar os treinamentos foi Olho-Tonto, e ele não tinha por que nos ajudar. Acho que o senhor está sendo precipitado, injusto e ingrato. – Retalhou Quim, agora, com o cenho franzido, de mau humor e com as mãos na cintura.

Um silêncio pesado pairou entre os dois que ficaram se encarando.

-É... Tá. Pensando bem, acho que você pode ter razão. – Rufo acabou aceitando a situação. Afinal, que importava saber quem capturou a comensal? O fato é que as forças de Voldemort estavam enfraquecendo e a comunidade bruxa aos pouco voltando à normalidade. Com o um sorriso enviesado pensou: “Até que o pessoal do Dumbledore está agindo bem”.

O clima na Sede da Ordem da Fênix não estava dos melhores, uma estranha tensão pairava no ar. Nela só estavam os garotos, Gui com a esposa, Carlinhos e Molly.

Harry, sentado à mesa tomando café da manhã, mastigava automaticamente o que tinha na frente. Não notaria se estivesse comendo petiscos para coruja, naquela hora tudo tinha o mesmo gosto. Seus pensamentos eram confusos. Será que tinham feito uma boa coisa capturando a Dama de Voldemort? O fato é que era uma situação inusitada, o Lord poderia ter uma atitude inesperada em represália. Ele estava mais pensativo que nunca, sua testa estava plissada de tantas ruginhas que mostrava.

-Harry... Harry? – Chamou Hermione. HARRY! – Gritou.

-Hei... Tá louca, Mione? Que foi? – Respondeu assustando-se com o grito da amiga.

-Eu chamei e você não escutou. Onde você está?

-Ahhh! Pára, Hermione... Estou pensando... Ter capturado Bellatriz é só uma parte dos planos. Ainda há muito que fazer, você sabe, as Horcruxes. E quero pegar o Pedro... – Respondeu com os olhos cintilando.

-Sim, eu sei. Mas também sei que sair correndo para ir atrás das outras Horcruxes despreparado não leva a nada. Ao contrário, pode dar tudo errado. Olha... Acalme-se, vamos estruturar bem nosso próximo passo, ok? Vai dar tudo certo. – Incentivou Hermione com confiança.

-Tá. Tá bom. Cadê a Gina?

-Está preparando a poção, por quê?

-Vou lá. – Disse, levantando-se.

-Não vai, não. – Falou segurando-o pelo braço para que permanecesse sentado. – Ela está ocupada e você vai atrapalhar. Deixe-a sossegada. Vem, vamos conversar com Rony e Neville. – E saiu arrastando pela mão Harry que, de cara amarrada, derrubou a cadeira onde estava sentado.

***

Um grupo de bruxos bêbados caminhava cambaleando, trôpegos, apoiando nas paredes em direção ao final da Travessa do Tranco. Era o reduto dos pobres que viviam de pequenos golpes, tumultuando o dia-a-dia do Beco Diagonal.

No final da rua tomaram um atalho para um horrível beco sem saída. Vadios também eram encontrados por ali, um lugar sinistro... Os bruxos que normalmente transitavam pelo lugar não viam água há um bom tempo – fediam literalmente. Escondida num canto fétido, com o chão rodeado de tudo quanto é tipo de lixo, havia uma barraquinha caindo aos pedaços. Dentro dela havia várias gaiolas cheias de animais. Três mendigos se levantaram quando ouviram o grito estridente. Dois deles saíram correndo cheios de curiosidade para ver o que era e logo retornaram.

-Não é nada. Puxa, que pena... Pensei que pudesse ser uma briguinha pra gente se divertir. – Comentou um com o outro.

-Tô com fome. Aquele urubu que comemos ontem não tava lá essas coisas. – Disse o bruxo que havia ficado na barraquinha, alisando a imensa barriga em forma de bola.

-É... Hoje vamos fazer o banquete. – Disse um dos bruxos que havia retornado da corrida que dera. Virando-se para o que tinha ficado, ordenou, rude:

-Tome. – Disse, empurrando uma vasilha sem alça para o colega. – Vá buscar um pouco d’água, seu tapado... Vamos começar a preparar o rato, já que você está com tanta fome. – Vai logo e não demore.

O bruxo que pediu água levantou a gaiola na altura dos olhos, deu uma gargalhada demente, mostrando os dentes estragados e passou a língua pela boca, dando um estalo com se saboreasse a refeição que faria dali a pouco.

-É... Vamos te comer hoje. Você está bem gordinho e nós estamos com fome. Acordamos morrendo de fome hoje, sabe? – Disse dando várias cutucadas no rato com um pedaço de faca torta e enferrujada que tinha nas mãos.

Enfiou a mão dentro da gaiola e pegou o rato gordo pelos poucos pelos que tinha no cangote. O rato estava cada dia mais pelado. Mas o bruxo cometeu um erro. O rato se debateu, enfiou os dentinhos afiados na mão do seu carcereiro e acabou escapulindo por entre os dedos dele.

-Pega ele... pega ele... Não deixa ele escapar... – Gritou o bruxo alucinado, caindo de joelhos, batendo as mãos no chão tentando agarrar o rato fujão.

-Perdemos o banquete... Perdemos o banquete... – Gritava o outro bruxo que voltou com a água, inconformado. – Viu o que você fez? Deixou o nosso banquete escapar, seu burro! – E socava o braço do companheiro que havia deixado o rato escapar sem dó nem piedade.

Os três correram atrás do rato na tentativa de recapturá-lo, no caminho derrubaram umas barraquinhas, atropelaram uns quantos outros bruxos. Mas qual o que, já era tarde demais. Correndo por entre buracos das barracas, entre as pernas dos bruxos vagabundos que ali estavam, o bicho desapareceu no meio daquela confusão.

O rato passou correndo por toda a Travessa do Tranco e ligeiro como um pé de vento entrou por um buraco redondinho rente ao chão na porta da loja Borgin & Burkes. Entrou direto numa outra gaiola que tinha dentro da loja, muito bem posicionada justamente do outro lado do buraquinho.

Do lado oposto da rua um bruxo soturno sorriu para si mesmo. “Está feito”. – Pensou. Tudo certo, mas a situação não acabava ali, tinha muita coisa para fazer agora. Esperou um pouco. Lá vinham eles, os cinco companheiros bêbados ziguazagueando, sem conseguir andar em linha reta, pareciam que estavam caçando galinhas na rua em decadência.

Um bruxo alto que estava dentro da loja estuporou o rato, fechou a gaiola, meteu-a dentro de um saco e desaparatou com ele.

Os gêmeos, assim que os amigos entraram, baixaram a porta da loja tão rápido que um ou dois fregueses que queriam entrar se assustaram.

-Desculpe... Aconteceu uma desgraça. Temos que fechar a loja agora.

Escondidos atrás da porta os amigos riam de não poder mais. Era só um olhar para a cara do outro e caiam na gargalhada.

-Pedro realmente ficou apavorado. Vocês viram o jeito como ele escapou? Gente, que era aquilo?!

-Era pavor. – Respondeu Harry, que apesar de não ter participado da ação ficara próximo junto com Lino, o suficiente para ver a encenação que os amigos aprontaram para o animago das trevas.

-Nunca vi um rato correr tanto. – Falou Lino, que obediente assistiu a tudo de longe.

Lino prestava atenção em tudo que acontecia, juntava os pedacinhos de conversas e das atividades para poder entender o que a Ordem andava fazendo. Ninguém o havia colocado a par das atividades e missões que estava desenvolvendo. Mas ele preferia não fazer perguntas, apenas se mantinha discreto e atencioso. Sabia que seria devidamente informado quando chegasse o momento certo.

-Quem mais estava com vocês lá? – Perguntou Harry a Fred e Jorge.

-Era o Quim. Nós três fizemos plantão hoje à noite, atormentando o ratinho. – Disse Fred com um grande bocejo. – Nossa, estou tonto de sono. – E chacoalhou a cabeça para espantar o sono. – Coitado do Quim, tem uma missão difícil agora, contar para o Ministro as falcatruas de Borgin.

-Lupin não chegou ainda? – Perguntou Carlinhos.

-Não. Mas não deve demorar. Ele ia dar umas “voltas” antes de vir para cá para confundir o rato. Vai que o maldito acorde antes do tempo. É melhor eu transfigurar vocês, não quero que Rabicho saiba que vocês estão envolvidos nisso, pode ser perigoso, principalmente para você, Harry. Lembre-se do que prometeu, fique calado. – Disse Gui, que estava no comando da operação junto com Lupin.

Harry concordou com a cabeça. Ele tinha feito um trato com Gui para poder participar da finalização do plano e não seria honesto faltar com a palavra dada.

***
Flashback

Quando Harry entrou no quarto encontrou os amigos se arrumando de maneira muito estranha.

“--Porquê você está vestido assim? Aonde vocês vão? - Quis saber Harry.

Rony, com uma barriga imensa, estava terminando de se arrumar, vestia umas vestes pobres, sujas e rasgadas muito grandes para ele. Neville já estava pronto. Parecia um mendigo, rosto e mãos sujas, roupas esfarrapadas e remendadas.

-Temos que sair.

-Posso ir junto?

-Não, Harry, não vai dar. Depois te conto tudo, ok?

-Por que não? - Harry não gostou muito da resposta e amarrou a cara para o amigo. – Isso não é justo, Rony. Estamos todos juntos ou não?

-Harry... Não é nada disso. É que quando nós fizemos os planos você estava inconsciente e não participou da organização das estratégias. Está tudo bem traçado. Não pode ter erros. Isso não é uma brincadeira. A situação é muito delicada. Nem Gina nem Hermione vão e aceitaram a situação numa boa. Entende, tá?

-Não, não entendo. Oras... Sempre fizemos tudo juntos...

Gui entrou no quarto já vestido para sair e ouviu a conversa, sentindo que Harry ficou muito chateado com a negativa de Rony.

-Olha... Harry, você até pode ir junto, mas tem que ficar de longe só olhando. Não quero saber de nenhuma falha. O que você acha, tenho a sua palavra?

-Tem. – Respondeu sério. Ele queria participar, não queria ficar só ouvindo os acontecimentos. – Já perdi muito tempo desacordado por conta da maldição do medalhão.

-Veste isso. – Gui jogou para ele roupas piores do que as que estava vestindo. Vai... Anda logo, não temos tempo a perder.

-Que é isso? Sua mãe andou limpando o chão com isso? – Comentou, olhando as condições das vestes que tinha nas mãos.

-É. Mais ou menos isso... – Respondeu com um sorriso, por causa da aparência das roupas que ele o obrigava a vestir.

-E eu? – Perguntou Lino, sentindo que seria deixado para trás.

Por algum motivo que não lhe foi explicado, Lino foi obrigado a passar a noite na Sede. Os gêmeos não dormiriam na loja e Moody não deixou que ele ficasse sozinho.

-Você escutou o que falei para Harry?

-Escutei. – Respondeu sério.

-Então não preciso repetir. Veste isso. – Disse, atirando na direção do garoto roupas tão ou mais rotas que as de Harry.

-Olha... Se eu fosse vocês obedeceria Gui direitinho se não quiserem que ele lhes arranque as calças pela cabeça. – Disse Neville muito sério e baixinho.

Gui ouviu o que Neville dizia aos amigos e sorriu consigo mesmo.

Harry se arrumou o mais depressa que pôde, lambuzou a cara e as mãos com uma pasta de cor de sujeira que Carlinhos lhe deu e desceu para a cozinha ao mesmo tempo em que Gina entrava carregando uma sacola cheia.

-Por que você está vestido assim? – Perguntou, quando viu o que Harry estava vestindo.

-Vou junto ver o que eles vão fazer.

-Mas... Mas você não pode! Não estou gostando disso... Será que você uma vez na vida não pode ficar quieto dentro de casa?

-Já fiquei quieto demais em cima da cama quando estava doente. Chega! Quero participar de tudo e vou participar. – Disse firme. - Gui me deixou ir junto desde que eu fique só olhando. Vou ficar quieto num canto.

-Sei... E você vai obedecer? Tá bom! – Disse descrente.

-Gina! Dei minha palavra. – Disse indignado.


***

-Vamos subir. O quartinho lá de cima já esta preparado, não tem como ele perceber onde está. – Informou Jorge.

O quarto onde os gêmeos costumavam dormir estava todo forrado de preto, com janelas e porta artisticamente disfarçadas. Não tinha como saber se era dia ou noite, uma única vela ardia no aposento flutuando acima da cabeça de todos; sua chama tremulante deixava suas feições distorcidas.

Com um estalido Lupin apareceu, acenou com a cabeça para todos e calmamente descobriu a gaiola, o rato estava com os olhinhos bem abertos. Rapidamente Gui e Carlinhos desfizeram o feitiço do animago, Pedro em sua forma original apareceu na frente deles.

-Quero todos quietos. Vocês vão presenciar o interrogatório em silêncio.

Pedro Pettigrew estava sentado num banquinho pouco confortável, Gui com a varinha colada no pescoço nele. Ele, Rabicho, suava e tremia de medo, sabia que aquela hora não seria nada agradável e que dali ele só sairia para Azkaban. Sua vida tinha acabado, ele tinha certeza.

Como um flash, o filme de sua vida se descortinou em sua mente. Viu o que fez e o que deixou de fazer por pura covardia e ganância. Mas agora de mais nada adiantava se arrepender e lamentar, ninguém teria clemência com ele. Sabia que estava numa situação fim. Se voltasse para perto de Lord Voldemort seria morto, e ali seria interrogado e vomitaria todas as suas maldades e as do Mestre também. Sua vida tinha literalmente terminado. Ele estava na mão de ninguém menos que Remo J. Lupin, seu ex-amigo a quem de uma maneira, mesmo que indireta, também havia traído e sabia que ele seria implacável.

Era da natureza de Remo ser gentil e cortês com todos que dele se cercavam, porém não aceitava nenhum tipo de traição. Em muitas ocasiões, quando eram jovens, olhava para Pedro com desconforto quando esse emitia alguma mentira ou mostrava sinais de insegurança e covardia. Remo, depois que descobriu todas as falsidades do então amigo Pedro Pettigrew, passou noites e noites em claro se questionando e se recriminando: “Como não percebi que Pedro havia se bandeado para o lado das Trevas?”. Ele sempre fora fraco e vivia se escondendo atrás das calças dos amigos.

-Oi Pedro, faz tempo que não conversamos, então vamos colocar nosso papo em dia agora. Nossa... Você está gasto e tão velho como um pergaminho amassado, sabe? – Nisso se abaixou com um gesto brusco e ficou cara a cara com o animago covarde. – Primeiro: Onde está o seu maldito Mestre, me conte o local onde ele se esconde.

-Não posso, Remo. Ele vai me matar se eu contar. – Choramingou o desprezível rato.

-Estou pouco me lixando com o que ele fará com você. Você não se importou com Thiago e Lílian. - Conte agora! – Gritou.

Pedro estremeceu com o grito e respondeu sem pensar.

-Está num castelo na fronteira mais distante da Floresta Negra de Hogwarts, a nordeste.

-Ótimo. E como se chega lá?

-Por uma chave do Portal que está na loja "Borgin & Burkes". – Contou, de cabeça baixa.

-Bem pensado. Hum... Nada mal uma chave do portal bem no centro do maior ponto de encontro bruxo de Londres. Seu Lord é inteligente, mas nós somos mais.

É claro que Lupin não contaria que eles já sabiam dessa chave. O que ele estava buscando era a confirmação se Pedro falava ou não a verdade.

-Já chega, Remo. Pela nossa amizade, me deixe ir embora. Pooorrr favoooorrrr! – Gemia.

-Quieto! Que amizade, Pedro? Que amizade? – Gritou Gui, que já estava a ponto de estourar por causa da cena de fraqueza que observava. – Chega dessa covardia, seu rato ordinário e ignóbil. Me diga como foi possível Voldemort voltar a ter um corpo!

-Eu não seeeiii. – Pedro estava lívido de pavor, não esperava por essa pergunta, sua voz tremia.

-Sabe sim, você que fez aquela poção, Harry viu e contou para Dumbledore!

-Quem são vocês?

-São meus novos amigos, Pedro, todos são lobisomens e com muita vontade de te morder. E aviso, eles não são nada gentis. Ahhh! Disso você já sabe, né?

-Lo... Lobis... Lobisomens? Eles não queriam me morder, Remo, eles queriam era me comer!!! – Gritou apavorado, se encolhendo de medo de Gui.

-Eles estavam com fome. Chega, Pedro. Conte de uma vez o que sabe. Vai ser melhor para você. – Disse Lupin.

-Foi uma poção inventada não sei por quem. Eu não sei como é feita essa poção. Mas eu tinha que colocar um osso do pai do Lord tirado do túmulo sem consentimento, carne do servo fiel dada de bom grado, que foi minha mão, e sangue do inimigo tirado à força, o sangue de Harry. Antes de tudo isso, coloquei o Mestre dentro do caldeirão. Foi só isso que eu fiz.

-Mas você mente mal, não, Pedro? Como você mente! A poção é feita com sangue de unicórnio e com o veneno de Nagini.

E assim foram tirando de Rabicho tudo o que ele sabia. Demorou horas até terem todas as respostas que precisavam, pois Pedro mais gemia e chorava que falava. Suplicava por clemência. Quando terminaram, estavam todos bastante cansados e com o maldito fracote do comensal da morte largado na cadeira, exaurido de suas forças.

Harry, calado, sentado no chão, assistia ao interrogatório sem emitir um som. Lupin, sempre tão calmo e gentil, mostrou uma faceta que ele não conhecia. Gritava, argumentava e espremia Pedro, sem um pingo de piedade.

-Muito bem, Pedro, você foi muito útil. Acho que já podemos deixar você ir.

-O quê? – Perguntou olhando bem fundo nos olhos de Lupin. – Você vai me deixar ir embora? Não vão me mandar para Azkaban?

-Não, claro que não. Você será solto e que seu Mestre se vire com você. – Tirem umas fotografias dele. – Pediu Lupin para Jorge, que atendeu calado.

Jorge bateu várias fotos, inclusive das mãos bem abertas abaixo do rosto de forma a mostrar claramente a falta do dedo.

-Ótimo. Mande as fotos para o Profeta Diário e para o Ministério, junte a elas um bilhete contando toda a situação desse traidor, enfatize que ele é um Comensal da Morte e saliente a inocência de Sirius, entendeu?

-Sim. – Foi a única palavra que Pedro ouviu, de uma voz que não reconheceu. Aliás, ele não estava em condições de reconhecer nada.

-Ah! Mas como fui me esquecer! Pedro, você está em dívida com Harry, afinal ele te salvou a vida quando eu e Sirius estávamos prontos para te matar, lembra?

-Sinto muito Remo, não posso fazer nada, Remo, nada... O Lord vai acabar comigo se eu fizer alguma coisa.

-Bom. Você sabe como funciona a dívida de vida bruxa não? Você vai ter que pagar. Depois te aviso como, quando eu te chamar você largue tudo que estiver fazendo e venha me encontrar. Mais uma perguntinha para terminar essa nossa tão agradável conversinha. Diga-me, onde se encontra o senhor Olivaras?

-Só sei que está com o Mestre, onde não sei, nem fazendo o quê. Não está no quartel. Tenho certeza.

Lupin fez uns movimentos de cabala com a varinha, murmurou um encantamento nas costas de Rabicho, estendeu a mão e Carlinhos colocou nela um frasco.

-Beba. – Mandou.

Pedro, sem reclamar, bebeu tudo, não emitiu um único som.

-Estupefaça! – Gritou Gui nas costas do animago.

-Vamos gente, me ajudem a deixar este “monte de massa disforme” no meio da rua para que seja recolhido pelo seu pessoal.

Desceram para a loja dos gêmeos e viajaram por pó de flu, sumiram nas chamas verdes vivas da lareira. Chegando à Sede encontraram uma platéia à espera. Divertiram-se contando a façanha para todos. Molly, que até então andava muito preocupada com o desfecho do plano, deu boas risadas, ela estava precisando demais de um pouco de distração. O divertimento continuou pelo resto do dia. Conforme os integrantes da Ordem iam chegando, a história toda era contada e re-contada. Héstia ficou brava por não ter sido chamada para ajudar. Já Emelina gostou demais da idéia que eles tiveram e disse que a senhora Figg teria gostado imensamente de ter emprestado uns gatinhos para ajudar na tortura.

Alastor Moody ouviu atentamente tudo sobre o interrogatório de Pedro.

-Então temos um espião dentro das Trevas agora? É isso?

-Mais ou menos, não sei quanto tempo o feitiço e a poção vão durar e se o Lord não vai descobrir. Estamos jogando com a sorte, Moody.

-Mesmo assim. Antes que o Lord descubra, temos uma chance de saber qual será o próximo passo. Além disso, ele bebeu sem reclamar a poção do esquecimento, não foi? Se ele tivesse reclamado a poção perderia um pouco de seu efeito.

-Ele não sabia o que estava tomando, estava apavorado... – Comentou Lupin, fazendo um gesto de desprezo com a mão.

-Como é? – Quis saber Harry.

-A poção do esquecimento deve ser tomada sem resistência. Se houver algum tipo de oposição ela perde mais metade de seu efeito e dura pouco tempo. É simples.

-Neville, você trabalhou bem para caramba, cara, parabéns. Que risada mais insana aquela... Me diverti ouvindo. Foi muito engraçado! – Falou Harry, com um largo sorriso nos lábios.

-É... Tinha que parecer ser tudo verdade. Já imaginou se ele desconfiasse de alguma coisa? Você precisava ter visto a Gina quando teve que ficar umas horas lá comigo e com Carlinhos. Ela arrumou um graveto e cutucava o Pedro sempre que ele se enroscava para dormir. Acho que ele não ficou nada feliz. Gui foi muito enfático quando nos treinou e bravo do jeito que ele é ia nos dar uns safanões se errássemos.

-Eu não sou bravo. Só quero tudo muito bem feito. – Retalhou Gui, rindo da colocação de Neville.

-Até você, Gina?! Puxa, você nem me contou! – Olhou-a sorrindo.

-Ah, Harry! Foi uma emergência, sabe? Eu não estava escalada para participar da ação, mas Gui e Fleur tiveram que resolver um problema em Gringotes, então fui cobrir o plantão deles naquele dia. Hermione também o torturou um pouco no dia depois da reunião; ela e Fleur ficaram lá junto com Quim porque os gêmeos estavam cansados demais. – Disse rindo.

-Ué? Tinha que ser bem real, né? Nós não estávamos fazendo papel de demente, então... – Hermione corou enquanto falava.

Molly, Emelina e Héstia preparam um jantar dos deuses, que foi saboreado por todos os amigos da Ordem de Fênix, regado a deliciosas risadas. Eram raras as oportunidades em que todos podiam estar reunidos. As ações e os planos não deixavam tempo para reuniões comemorativas.

Mais tarde, quando cada um já havia se recolhido para dormir, Harry, no quarto que dividia com os amigos, olhou para Rony e perguntou:

-Foi você, né, que arquitetou tudo isso?

-É... foi, quer dizer, mais ou menos. Sozinho eu não conseguiria nada. Então expliquei o que estava pensando para todos e organizamos tudo para não ter erros. Foi como um jogo de xadrez, mas a execução foi de todos. Você que foi à farmácia, não foi?

-É. Eu não deixaria ninguém mais correr perigo no meu lugar. Mas como você...

-Bom... Eu já tinha te dito que era necessário pegar Bellatriz de uma vez, lembra? Então, naquele dia em Hogwarts, eu percebi que Bellatriz estava com ódio mortal do Pedro. Fiquei pensando um bocado de tempo, juntei umas pecinhas aqui, outras ali; aí conversei com meu pai, Lupin e Moody e pedimos a ajuda de mais amigos. Aberforth Dumbledore, Gui e Carlinhos ficaram dias de campana na Travessa do Tranco e descobriram a chave do portal na loja do Borgin. Papai, Lupin e Dédalo Diggle foram à loja com a desculpa de comprar a Mão da Glória, só não estava nos planos os dois carrancudos que apareceram para ajudar o Borgin, ninguém sabe de onde eles apareceram. O professor Lupin acha que são comensais da morte. Tinha mais gente ajudando também, mas não sabemos quem são. Gui disse que não havia necessidade de conhecê-los. E o Dunga ajudou também, foi ele quem indicou aquele lugar para a gente ficar escondido com o Pedro. A gente não tinha idéia de onde esconder o safado rato. Cara, ele conhece tudo quanto é buraco do Beco Diagonal e da Travessa do Tranco.

-Então era por isso que de vez em quando sumiam todos da Sede me deixando sozinho? Cara, você foi genial. – Elogiou Harry. – Sabia que podia confiar em você. Obrigado. Mas porque não me contaram nada?

Rony sorriu satisfeito. Era bom saber que podia ajudar e que tinha feito algo realmente considerado importante e que fazia diferença. Com a ajuda de Neville, contou para Harry todos os passos, desde ficar de tocaia em frente à loja até capturar Pedro e através dele chegar até Bellatriz.

-Caramba... Vocês não pararam um minuto. Puxa, queria ter participado.

***

Lord Voldemort estava sentado numa cadeira de espaldar alto, rodeado por seus antigos amigos. Amigos? Faltavam três adeptos. Um desfalque nas suas forças que, na atual conjuntura, era muito sério. Estava preocupado. Apenas ficava ali olhando para todos. Suas idéias fervilhando.

O velho caduco havia morrido, mas estava presente em tudo que estava lhe acontecendo, ele tinha certeza. Seu pessoal continuava mais audacioso que nunca e ousavam contra suas forças.

Calado, ele ouvia toda a história de Pedro. De uma de suas esqueléticas mãos apoiada num dos braços do trono, pendia um jornal rasgado na primeira página, a notícia era: “Bellatriz Lestrange, famosa Comensal da Morte de Você-Sabe-Quem, presa em Azkaban”. A atitude dele era estranha, não gritava, não xingava... Não era essa a natureza de Voldemort. Havia algumas coisas preocupantes acontecendo que fugiam de suas mãos. Até a loja de Borgin estava fechada e o dono simplesmente sumira.

-Você é realmente um idiota! Como foi se deixar pegar por bruxos vadios? Não sabe que eles comem qualquer tipo de animal que passa na frente deles?

-Mas não tive culpa Mestre. Eu fui vítima... – Gemeu Pedro, encolhido.

-Porém não acho que você tenha sido vítima do destino, e sim vítima dos nossos inimigos. Isso está cheirando a uma cilada muito bem planejada. Primeiro você some e fica dias sem dar notícias, depois Bellatriz aparece amarrada no Ministério... Aí tem dedo do auror louco Olho-Tonto.

-Acho que não, meu Mestre. Eram três bruxos loucos que queriam me comer. Eram bruxos esquisitos, vivam mastigando qualquer coisa e davam umas risadas de arrepiar os cabelos do cangote. Até comeram um sapo na minha frente e me jogaram os restos. Tenho certeza.

Voldemort estava pensativo.

-Chamem Snape aqui agora. – Mandou Voldemort rispidamente.

-Pois não, Mestre.

-Quero que você investigue o que aconteceu com Rabicho.

Severo muito a contragosto conduziu um Pedro trêmulo para uma sala reservada onde ele podia fazer os exames necessários para tentar descobrir o porquê do estranho lapso de memória. Severo tentou de tudo, usou encantamentos, poções, legilimância para restabelecimento, mas tudo que fazia em nada resultava. Ele praticamente virou Pedro do avesso. Durante dois dias Snape ficou em companhia de Pedro, que sofreu horrores nas mãos do maldoso ex-professor de Hogwarts.

-Severo, quero respostas. – Mandou Voldemort.

Severo entrou com o rosto mais branco que a neve que começava a cair fora das paredes da fortaleza. Ele não havia conseguido quase nada, a única coisa que vira na mente de Pedro foram sussurros, porem tão baixo que não foi possível entender as palavras pronunciadas. Mas tinha certeza que era um encantamento.

-E então, Severo, o que foi que aconteceu com Rabicho?

-Realmente não sei, Mestre. Posso afirmar que a memória não foi apagada nem tampouco alterada. Ele não tem lembrança do que aconteceu, a única coisa que vejo são sussurros não compreensíveis.

-Mas como? Isso é impossível! – Gritou Voldemort, insatisfeito com o resultado que Snape apresentava.

-Sinto muito, Mestre. Mas é o que realmente acontece. – Respondeu de cabeça baixa.

Draco se tornara um jovem muito bonito, mas o que tinha de beleza tinha o dobro de covardia e despeito, principalmente por Harry Potter. Passou a odiar Snape por ter assassinado o professor Dumbledore em seu lugar, aí ele se deu conta que não serviria para nada que o Mestre o mandasse executar. Nos poucos ataques que os comensais da morte fizeram à comunidade bruxa, ele participara de todos, mas tremia mais que agia, chegava a atrapalhar os comensais. “O Lord mandou assustar esses trouxas. Obedeça!” Era o aviso que recebia dos companheiros das trevas sempre que tentava se esquivar. Por ele não seria escalado para os tais ataques, preferia ficar no quartel-general fazendo o que quer que fosse desde que não precisasse sair. A cada ataque ele temia que o Ministério aparecesse no local e que caíssem nas mãos dos aurores e ficar preso em Azkaban era seu maior medo. Até que ele atacava, mas sua mão às vezes mais tremia que ficava firme. Por sorte, quando participou da invasão em Hogwarts junto com a tia, ela não notou o quanto ele era fraco, e até agora ele estava conseguindo esconder muito bem sua covardia. Empostava a voz de forma firme e sempre respondia convenientemente para agradar a Voldemort.

-Ora, ora, ora... O famoso professor de poção não descobriu o que foi feito com Pedro ou não quer contar? – Dizia o covarde Draco, sarcástico. – É claro que lhe deram para beber a poção do esquecimento feita com sangue de dragão. E para isso não tem antídoto, não tem poção ou contra-feitiço capaz de reverter o esquecimento.

Agora, ao lado do Lord Voldemort, Draco sentia-se protegido e estava destilando todo veneno e desprezo que tinha contra o ex-professor. Nas várias seções de treinamento em que estivera com Severo simplesmente absorvia o que era necessário para sua sobrevivência e para se manter o mais longe possível de Azkaban. Saia da sala como havia entrando - frio.

-Como sabe disso, Draco? – Perguntou o Mestre. – Você é muito novo para saber dessas coisas.

O sangue de Draco sumiu do rosto já naturalmente pálido, sentiu que cometeu um grande erro ao acusar Severo. Ele não medira as conseqüências em sua ânsia por demonstrar o ódio que sentia. Precisava tomar muito cuidado de agora em diante. “Tenho que mostrar serviço”, - pensou agoniado.

-Eu ouvi quando Severo perguntou a Dumbledore sobre o antídoto. Eles estavam no pé da escadaria que leva à sala da diretoria. Me escondi, queria ouvir o que diziam. E foi Snape que sumiu com todos os livros que falavam do sangue de dragão que estavam na biblioteca da escola. Sei disso por que o vi dando fim nos livros.

-Cale a boca, seu fedelho! – Gritou Snape para Draco. – Não se atreva a me...

-É verdade, Severo, que não tem uma poção que possa reverter o esquecimento? – Perguntou o Lord, fuzilando Snape com o olhar.

-É verdade. Se existe alguma poção para reverter esse processo só Dumbledore conhecia e o segredo morreu com ele. Quando fiquei sabendo dessa peculiaridade importante perguntei para Dumbledore o que era necessário fazer para reverter o esquecimento, e ele apenas sorriu e disse: “Isso, Severo, ficará talvez para uma outra conversa”.

-E por que você deu fim nos livros, em algum deles poderia haver alguma pista. Você não pensou nisso, não é mesmo, incompetente?

-Eu os destruí de raiva. Estava revoltado por não ter a resposta necessária. Não me controlei. – Gritou Severo com o Mestre das Trevas, sem pensar no que fazia.

-Pois errou, Severo. Você está me decepcionando cada vez mais, não é a primeira vez que isso acontece. – E dessa vez foi Severo que agüentou a ira do Mestre das Trevas, recebeu a maldição cruciatus que o Lord lhe lançou. – Me enganei, pensei que você fosse útil, mas as circunstâncias estão me mostrando que você não é o que aparentava ser.

Severo Snape conseguiu a custo recuperar um pouco de fôlego, tentando se recuperar da humilhação recebida.

***

28/10/2006

17h13m

Prontinho... Editado o cap. 23. Espero que vcs gostem.

Estou conseguindo manter a regularidade em publicar um cap a cada 15 dias no máximo, isso é muito bom, pois parece que minha imaginação está funcionando legal.

Como sempre não posso deixar de agradecer aos usuais leitores que deixam registrado sua passagem pela fic, são eles:
Vivi Black, Eduardo Alberto, GuiL_PotteR, Viviane Ferreira Miranda, Eline Garcia, Sô, Andressa Domingues, Lili Coutinho, MarciaM, Manu Riddle.

Meus agradecimentos também, aos leitores anonimos, que agora não são mais tão anonimos assim, não é mesmo?

Bjosss a todos com carinho.

McGonagall.

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