Tradição Lestrange
Tradição Lestrange
- Black, Narcisa – anunciou solenemente o Professor Slughorn.
Cisa seria a primeira a ser selecionada, e diferentemente da maioria dos alunos ela caminhou decida até o banquinho, nariz empinado e olhar certeiro. Seus cabelos loiros e incrivelmente brilhantes refletiam as luzes das velas do Salão Comunal, olhei para o lado direito e percebi que Lúcio Malfoy parecia hipnotizado pela sua figura.
”Idiota” - esse pensamento me ocorreu sem que eu sequer me desse conta. Mas era verdade, Lúcio Malfoy era um completo imbecil. Um imbecil por ter criado falsas esperanças na minha irmãzinha, e um imbecil por imaginar que ela voltaria a pensar nele da mesma maneira que dois anos atrás.
- Sonserina. – disse pouco depois de ser colocado na sua cabeça. Não poderia ser diferente, todos os Black iam para a Sonserina.
A mesa explodiu em vivas, Malfoy abriu um sorriso desagradável e olhou de soslaio para Rabastan antes de aplaudir entusiasticamente.
Rabastan não era idiota. Não mais... quando eu era criança, costumava acha-lo um obtuso, um... um completo idiota, exatamente como Malfoy.
”Não mais...” - pensei e senti meu rosto corar somente pela imagem dele.
- Você viu? Quase nem demorou... – sorriu ela. Estava tão feliz que me via refletida nos seus olhos azuis.
- Diferente da Andrômeda. – rebateu Bellatrix com um sorriso enviesado.
Ela estava muito diferente, cresceu muito no verão, seu corpo finalmente atingira as dimensões de mulher, estava com quase 16 anos e começava seu quinto ano em Hogwarts. Seus cabelos sempre longos e pretos como nanquim caiam-lhe pelo rosto, ombros até chegar á cintura. Seus dedos finos traziam alguns anéis, coisa que ela se negara a usar até a época, e um especialmente no dedo médio com o brasão dos Black. Feito em prata e rubis ela exibia como se fosse um título de nobreza, reconheci-o como o presente que ela ganhou ao fazer quinze anos. Oficialmente ele servia para selar as cartas, mas não era só isso, ele demonstrava poder e a autoridade dos Black.
Senti uma pedra cair no meu estômago ao escutar sua voz fria, fazia tempo que eu não pensava naquele dia.
- Demorou pra você? – perguntou Cisa baixinho, como se fosse um segredo perigoso se divulgado.
- Só um pouco Narcisa, Bellatrix está exagerando com sempre. – respondi rapidamente, uma sensação esquisita e incomoda fez com que sentisse um leve calafrio na espinha.
Narcisa sorriu como se estivesse aliviada e continuou a prestar atenção na seleção, não que realmente ligasse, mas por pura educação, uma educação fingida, mas ainda assim educação.
1968, o ano letivo acabara de começar.
Foi com grande, imensa e indescritível alegria que recebi o novo calendário escolar no outro dia pela manhã. Não dividíamos mais Astronomia e Trato com Criaturas Mágicas com os corvinais, a primeira matéria eu realmente não fazia questão de deixar de compartilhar com eles, afinal Astronomia (assim como Runas Antigas) era o meu forte, mas Trato com Criaturas Mágicas costumava ser uma aula desagradável onde Ted Tonks se tornara o queridinho do professor. Ver Ted Tonks agora? Só três vezes por semana... Runas Antigas, Transfiguração e Clube de Duelos.
Cumprimentei Joey de longe, ela estava mais bronzeada, os cabelos castanhos mais compridos e embora levemente armados, ela trazia um sorriso indisfarçável. Tinha me mandado algumas cartas durante o verão, dizia que precisava me contar uma coisa importantíssima, mas que tinha que ser pessoalmente. Julgando o seu sorriso deveria ser alguma coisa ótima.
Passei os olhos pela mesa e encontrei o Sr. Tonks concentrado no seu mingau, sentada ao seu lado estava a Srta. Turpin com que eu tive uma discussão a cerca de dois anos, ela também parecia séria, mas isso até dar uma cotovelada nas costelas de Ted e ele sorrir para ela.
Um sorriso brotou inconscientemente nos meus lábios.
Ele estava bem diferente, havia deixado definitivamente a carcaça de criança, estava mais alto e com os cabelos um pouco mais compridos, mas com um ar displicente deixava-os arrepiados e ao mesmo tempo ajeitados.
- A quanto tempo isto vem acontecendo? – perguntou Narcisa baixinho do meu lado.
- Isso? – retorqui engasgando-me involuntariamente com um pedaço graúdo de maçã.
- Rabastan. A quanto tempo ele tenta chamar a sua atenção e você não lhe dirige sequer um olhar. – respondeu risonha.
- Rabastan? – meus olhos buscaram a sua figura pela mesa, encontrei-o sentado ao lado de Lúcio, ele rapidamente desviou o olhar e começou a falar rapidamente com Malfoy.
- Não olha agora Andrômeda! – advertiu-me dando um chute leve na minha canela. – Por Deus, Andy seja discreta!
- Ele estava olhando para mim? – perguntei olhando fixamente para o meu prato, como se ele estivesse prestes a me responder.
- Desde ontem. – assentiu dando uma garfada certeira no último pedaço de pêra do seu prato.
Não era novidade para mim que Narcisa tivesse certa facilidade com essas coisas, portanto não duvidei nem por um minuto da sua afirmação. Ela havia sido rigorosamente treinada pela mamãe para perceber qualquer sinal de aproximação masculina.
De repente o salão tornara-se o melhor lugar do mundo, demorei o maior tempo possível no café antes de sair para a aula de Feitiços. Quando finalmente me levantei, Rabastan passou ao meu lado e roçou seu braço no meu antes de sorrir e acompanhar seus colegas.
- Minha nossa, como você demorou. Pensei que não ia dar tempo de te encontrar antes da primeira aula. – reclamou Joey quando topamos no fim do corredor do segundo andar.
- Desculpe, eu me... esqueci.
- Bom... como foram suas férias? – perguntou impaciente. Em resposta dei um sorriso complacente, tinha certeza que ela não estava nem um pouco interessada nas minhas férias.
Joey estava nervosa, olhava para os lados compulsivamente acompanhando o trânsito constante de alunos. Mexia no cabelo o tempo todo e não parava de olhar o relógio.
- Você vai me contar ou...
- Estou saindo com Amos! – respondeu antes mesmo que eu terminasse minha pergunta. Arregalou os olhos e mordeu os lábios aflita enquanto me contava os detalhes.
Eles haviam se encontrado durante as férias, ela como de costume fora para a casa da irmã mais velha e partiram para a Espanha, numa feliz coincidência os pais de Amos tiveram a mesma idéia. Pelos poucos fragmentos que consegui entender em virtude da sua empolgação, o cenário era uma praia ao pôr-do-sol, alguns coquetéis, e beijos ao anoitecer. Meu atraso na primeira aula do ano foi inevitável.
Não demorou muito para a escola inteira saber do novo casal, Josephine Collins e Amos Diggory. A felicidade dela já era contagiante normalmente, mas parece que Amos dera nova vida aos seus olhos. Eram um casal perfeito. Sorrisos, mãos dadas, carinhos discretos.
Distanciamo-nos, claro. Era óbvio que isto aconteceria, mas eu estava muito feliz por ela para ficar chateada, e Narcisa precisava da minha ajuda para praticamente tudo, não que ela não entendesse a matéria, mas era preguiçosa demais para estudar.
O grupo de estudos definitivamente fora dissolvido, Frank e os outros se negavam a “perder tempo com crianças”, como Joey me confessou uma tarde que gastamos na biblioteca estudando para História da Magia. Dei de ombros, a opinião de Frank Longbottom definitivamente era dispensável.
Infelizmente as noites no Clube de Duelos estavam sendo difíceis para mim, com Joey e Amos juntos eu não tinha mais uma pessoa com quem treinar e Bellatrix e Rodolfo queriam cada vez menos minha companhia. Era o último ano dele em Hogwarts, mas a conduta dos dois era reprovável, mamãe provavelmente entraria em colapso se soubesse que sua filha mais velha passava o dia se agarrando com o namorado por todo o castelo.
- Sem parceiro? – aquela conhecia voz de Rabastan Lestrange fez-me sorrir por dentro.
- Parece que sim. – respondi dando de ombros enquanto ele soltava um risinho educado.
- Importa-se em fazer par comigo? – perguntou depois de um silêncio constrangedor. Ele olhava para os lados esquadrinhando o salão enquanto falava comigo, percebi que estava nervoso porque evitava me encarar, sua voz tremia ligeiramente ao terminar a pergunta.
Eu não respondi, apenas sorri torcendo minhas mãos e desviando o olhar, na linguagem dos sinais isso é mais que o suficiente como dizia Narcisa.
Segundo ela cerca de 90% do que dizemos não sai da boca, e sim dos nossos gestos. Quando ela percebeu as intenções de Rabastan procurou-me de imediato e começou a me alertar sobre as coisas que, segundo ela, eu já deveria saber. Como se vestir, como andar, como jogar meu cabelo levemente para a direita quando conversava com ele.
”- Andy, prenda seu cabelo no alto. E se você mexer as vezes a atenção dele vai para sua nuca, que... que... que é um lugar importante. – disse constrangida enquanto me ajudava a arrumar meu cabelo.”
Tornamo-nos mais próximos e finalmente arrumei alguém para me ajudar em Transfiguração. Passávamos as noites na Sala Comunal juntos, mas meu desempenho na matéria não havia melhorado muito, Rabastan era um professor muito impaciente, e como eu também não conseguia me concentrar não poderia culpá-lo pelo total fracasso.
- Não entendo porque você tem obsessão por essa matéria. – reclamou ele uma noite chuvosa, ficamos a tarde toda estudando, ou tentando estudar, o que na verdade servia de desculpa para ficarmos juntos.
- Não é obsessão, minhas notas não estão como deveriam. – respondi tentando mais uma vez transfigurar uma almofada em um coelho branco.
Um flash passou pela minha memória. Ted Tonks conseguiu fazer isso no ano anterior, enquanto a minha almofada adquiriu apenas algumas orelhas grandes.
- Sua média é aceitável, por que se incomoda tanto? – continuou. Ele estava mexendo no seu livro de Feitiços, mas não lia, seus olhos não se moviam.
- Porque... porque sim oras! Transfiguração é uma matéria importante.
- Não vai precisar ser no seu futuro. Você não quer casar? – retorquiu óbvio.
- Claro.
- Então, deveria deixar que seu futuro marido se preocupasse com Transfiguração. – aquele sorriso que eu vi cerca de dois anos atrás, e que fora capaz de me deixar uma noite sem dormir. – Vamos, você está fazendo errado, é uma estocada... – disse tomando sua mão por cima da minha para guiar o movimento.
Sentir sua mão fria entrar em contato com a minha pele foi quase como um choque, onde quase todas as partículas permaneceram ligadas por mais tempo que deveriam. Olhei diretamente para o fundo dos seus olhos, não consegui desviar, e ele não parecia se importar. Estava chegando cada vez mais perto do meu rosto, meu cérebro parecia ter sido congelado, pois eu não esboçava o mínimo de reação, estava perto, tão perto que eu conseguia ver que seus olhos tinham duas tonalidades, próximo a íris era bem escuro, mas a medida que ia se afastando tornava-se mais claro.
- Eu... acho que está... ficando tarde. – disse ele pausadamente, pude sentir o seu hálito quente pouco antes dele desvia o caminho dos seus lábios para minhas bochechas e pressiona-los levemente. – Posso contar com a sua companhia amanhã em Hogsmeade?
Não consegui responder, balancei a cabeça afirmativamente.
- Não, não vista este casaco. É amarelo, e amarelo não é uma boa cor. – disse Annabel jogando minhas roupas pelo quarto inteiro.
Pela primeira vez em quatro anos eu aceitei a ajuda das irmãs Yaxley, fiquei surpresa ao perceber que elas sabiam mais sobre roupas do que eu sobre Astronomia. Narcisa apareceu minutos depois com Bellatrix em seu encalço.
- Prenda o cabelo no alto, como eu já disse antes. – começou Narcisa quando pegou uma escova para arrumar meu cabelo ainda molhado.
- Não Cisa, ele tem que deixar o cabelo solto. Ele tem um movimento bonito não tem motivo para prendê-los. – retorquiu Bella tediosamente. Ela não parecia muito animada, nem disposta a me ajudar, não duvidei que estava fazendo isso simplesmente porque Narcisa pediu.
- Precisa sim. Eu já expliquei pra ela porque, e não vou repetir. – declarou Cisa categoricamente. Bellatrix deu de ombros e sentou-se na minha cama.
Demorou cerca de duas horas para que eu ficasse pronta, o saldo foi: três brigas sobre meus sapatos, um vestido rasgado e uma escovada na minha cabeça. Mas o resultado foi bom, pelo menos Rabastan pareceu gostar quando cheguei à Sala Comunal.
Vinte e três minutos de atraso, contados. Segundo Narcisa e as gêmeas isto era muito importante, homens sabem que mulheres se atrasam, seria um insulto à masculinidade de Rabastan se eu chegasse no horário combinado, significava que ele não era importante o bastante para que eu gastasse mais tempo para me arrumar que o de costume.
Aparentemente eu era a única que não sabia disso, ele não se mostrou nem um pouco surpreso com o meu atraso... e até satisfeito, de certo modo.
”Homens”
Conversamos sobre amenidades durante todo o caminho até Hogsmeade e não mencionamos da noite anterior. O dia estava muito bonito para a chuva que o precedera no dia, o cheiro de terra molhada invadia meus pulmões, e embora ventasse um pouco o tempo estava muito agradável.
Andamos por cerca de quinze minutos pelo povo povoado, eu perdi o controle sobre minhas palavras, repetia assuntos e não conseguia prestar atenção em nada que ele falava.
- Aonde vamos agora? – perguntou, e eu senti um toque de ansiedade na última palavra.
- Dervixes e Bangues, pode ser?
Ele sorriu... ah, o sorriso de Rabastan Lestrange era incomparável.
”Deixe que ele pense que você não sabe o que esta acontecendo, homens gostam disso, não gostam de mulheres decididas, gostam de pensar que tem o controle de tudo. A chave é realmente deixar que eles pensem assim, demonstre um pouco da fragilidade feminina e ele vai gostar.”
A voz de Narcisa invadia meus pensamentos constantemente, ela não parecia minha irmã mais nova, e sim uma mulher com vinte poucos anos de idade.
Sentia-me desconfortável, parecia que todos os assuntos existentes na face da Terra haviam evaporado como a chuva da noite anterior. Andamos em silêncio até chegarmos à vitrine. Parei e fingi-me interessada em qualquer coisa que estava exposta, não estava olha pela vidraça, e sim para vidraça. Nossas imagens refletidas para ser mais específica.
Soltei minhas mãos ao lado do corpo, exatamente como Annabeth havia me alertado. Senti-me extremamente idiota por aceitar esse conselho, parecia ridículo, “deixe suas mãos ao lado do corpo... sempre, não cruze os braços... isto é terrível. Cruzar os braços é abominável...”
Vi pela vidraça que ele, que estava um pouco atrás de mim, não tirava os olhos da minha nuca. Narcisa era MUITO mais inteligente do que as pessoas pensavam...
- Você quer... hum, entrar?
- Não, não... estava só... olhando. – respondi desconfortável.
Ele aproximou-se mais e ficou do meu lado, largou os braços ao lado do corpo (da mesma maneira que eu), de modo que sua mão direita tocasse inocentemente na minha. Só os dedos mindinhos se encostando casualmente até que um vento particularmente forte fez com que nossas mãos se encostassem por mais tempo.
Meu pulso disparou quando ele segurou-a fortemente, percebi que o seu também. Enlaçou seus dedos nos meus. Eu já não conseguia fingi que estava tudo normal, minha respiração acelerou e em contraponto o meu cérebro havia parado. Suas mãos eram frias e delicadas, macias... era só nisso que eu pensava. Nas mãos de Rabastan Lestrange.
Gentilmente ele puxou as minhas indicando que deveríamos continuar a andar, minha boca ficou seca quando fitei seus olhos e vi que ele indicava um lugar mais afastado dos inúmeros curiosos. Caminhamos até chegar quase ao fim da rua principal quando ele estancou de repente e ficou na minha frente.
- Você é uma garota muito bonita, Andrômeda. – disse aproximando seu rosto do meu.
Não respondi, não consegui nem ao menos agradecer. Corei, tenho certeza disso porque, apesar do vento gelado, sentia um calor assombroso e a velha sensação dos olhos afundando. Ele sorriu. Fechei os olhos com força a tempo de ver nossos narizes se encostarem.
Foi estranho, e levemente desajeitado. Tentei não parecer tão totalmente inexperiente, mas era impossível, no entanto ele não pareceu se importar muito.
Quando finalmente nos afastamos e abrimos os olhos ele sussurrou ao meu ouvido:
- Parece que está se tornando tradição os Lestrange namorarem as garotas Black. – corei um pouco mais, mas não era importante.
O Três Vassouras estava lotado, como sempre, mas não foi difícil arrumar uma mesa mais afastada para nós dois. Parecia que estava tudo planejado, quando chegamos só tinha uma que estava vaga, e ninguém parecia querer sentar-se lá.
- Eu já volto. Vou buscar cervejas amanteigadas. – disse antes de beijar-me demoradamente e seguir para o balcão.
Tentava, mas não conseguia esconder o sorriso. Estava num estado de felicidade tão extasiante que quase não notei quando dois estudantes barulhentos entraram no bar.
Quase.
Não, nem Ted Tonks era capaz de estragar meu dia.
Ele e sua amiga, Dapnhe Turpin, entraram rindo alto e espalhafatosamente, olharam e perceberam que não havia mesas excedentes, ela sussurrou algo no seu ouvido e saiu em direção ao banheiro. Lá estava ele, parado esquadrinhando o bar para encontrar algo com que se ocupar enquanto esperava que sobrassem lugares.
Involuntariamente nossos olhos se encontraram, sustentei por um segundo e depois desviei na direção do balcão. Rabastan estava conversando com alguém enquanto esperava para ser atendido, ele não parecia muito feliz, decididamente não estava acostumado a esperar. Tentei não demonstrar nenhuma reação quando Tonks cruzou o salão e puxou a cadeira que estava na minha frente.
- Tonks, eu acho melhor você sair...
- Sei, sei... seu namoradinho pode não gostar. – disse com deboche, sentou-se e me encarou.
- Extato. Estou surpresa que sua capacidade de deduzir o óbvio tenha melhorado significativamente. – um sorriso vitorioso surgiu nos meus lábios, e para minha surpresa nos dele também.
- Sou inteligente.
- Tonks, eu não estou brincando.
Acho que meu tom de urgência teve o efeito contrário, ele ajeitou-se na cadeira tentado se acomodar.
- Relaxe, Lestrange ainda está no balcão e, caso você não tenha notado, o Três Vassouras esta lotado. Não me admiraria se ele ficasse mais uns 15 minutos plantado, esperando pra ser atendido.
- O que exatamente você quer?
- Pedir desculpas. – Ted Tonks era uma pessoa imprevisível, acho que ele percebeu que este foi meu pensamento porque continuou divertido. – Você sabe, pelo ano passado...
- Oh, sim... você quer dizer... – não pude resistir ao tomar novamente um tom sarcástico.
- Por ter rido da sua cara...
- ... e me chamado de “burguesinha mimada”...
- É, bem... não que seja exatamente mentira, mas... bem... é por isso mesmo.
Arqueei as sobrancelhas. Um pedido de desculpas que não era um pedido de desculpas, típico de Ted "Eu-sou-superior-e-um-insuportável" Tonks...
- Ok, Tonks, desculpas aceitas. Agora, se você não se importa... – e fiz um sinal educado para que se retirasse. E ele riu.
- Eu acho que você está se esquecendo de alguma coisa. – respondeu estralando os dedos.
- Eu?
- Sim, eu te chamei de “burguesinha mimada” e você me insultou, não foi uma coisa educada, sutil ou criativa como você costuma fazer... deixe ver se me lembro bem... ah, claro... “sangue-ruim”.
- Foi um reflexo. Você começou...
- E já pedi desculpas, agora é a sua vez. – interrompeu-me.
Desviei o olhar para o balcão. Rabastan parecia estar a ponto de ter um ataque, havia alguns alunos indecisos na sua frente que não tinham a capacidade de escolher seus pedidos.
- Você disse que não se ofendeu. – retorqui friamente.
- E não me ofendi, mas isto não significa que tenha esquecido que foi uma coisa muito, muito, insensível da sua parte. – ele esboçou uma fingida preocupação que serviu para irritar-me ainda mais.
- Não que seja mentira... Olha, Tonks, eu não vou pedir desculpas por um reflexo que foi causado unicamente por uma atitude sua. Portanto não espere que eu vá, deliberadamente, me ajoelhando pedir perdão.
- Ok... eu sou paciente.
Ele cruzou os braços e continuou a fitar-me de uma maneira, insuportavelmente, superior. E continuou... e continuou...
- Tonks...
- Eu tenho o dia inteiro.
- Tonks, vai embora. – repeti com urgência.
- Talvez seu namorado deva saber que você tem uma boca suja. – respondeu em tom de desafio.
- Ele me premiaria se soubesse...
-... que você me chamou assim porque passou dois anos em atitude subversiva, estudando com traidores do próprio sangue e sangues-ruins... é, acho que ele vai ficar maravilhado.
Ele sublinhou bem a última palavra. Seu sorriso vencedor saboreou minha derrota.
- Tonks... ele está sendo atendido. Eu estou falando sério, vai embora!
- Eu não tenho a menor pressa... – replicou inclinando a cadeira para trás.
- Ok, Tonks... me desculpe... agora vai! – sentia que meu coração poderia sair pela boca a qualquer momento. Seria um desastre se Rabastan chegasse e encontrasse-me conversando com Tonks...
- Eu não senti sinceridade nas suas palavras.
- Me desculpe - um sorriso amarelo... era só isso que ele ia conseguir. Nada mais do que um falso sorriso amarelo por trás de uma expressão homicida.
- Ah... agora sim! Boa menina... Acho que é só isso mesmo. Veja, vagou uma mesa do outro lado... até mais, Black!
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N/a: clap, clap, clap.
Parabéns pra você que conseguiu ler todo o capítulo. Ele está enoooorme... 8 paginas do word.
eu tentei diminuir... mas isso foi tudo o q consegui fazer.
bom... depois deste eu estou esperando mtos AVADAS KEDAVRAS...
=D
XD
não me matem... sigam o exemplo da Alex e espeeerem (sim sim.. e do Ted também).. seja pacientes... eu juuuro que voces o proximo vai ser melhor.
quer dizer.. eu acho q vai... tudo depende do angulo em que se ve...
pra liberar um poquinho a tensao d vcs, oia só o que eu achei escondido em algum canto obscuro do meu pc...
\o/
por um momento, imaginem que o cabelo da Liz Hurley é preto... só isso que eu peço...
pra mim ela é a Bellatrix, desculpem-me aos fans da Liv Tyler mas, pra mim (vou frisar bem esse "pra mim") ela parece muio boazinha pra ser a Bella...
enfim...
ahhh... mais uma coisinha... vcs devem ter percebido o novo recurso da Floreios. Um denunciador de mudinhos...
bom... eu nao quero obrigar ninguem a comentar na minha fic... nao vou ficar fuçando que entra e nao deixa comentario...
mas eu adoraria... ADORARIA... q deixassem...
mas... a vida eh de vcs e eu nao obrigo ninguem a nada...
bjuuus
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