Lições a bordo do Expresso



Lições a bordo do Expresso

- Andrômeda, aproxime-se. – mandou a voz fria de papai depois que bati na porta da biblioteca. Ele e mamãe me aguardavam para A conversa. Ele estava sentado na cadeira olhando pela imensa janela que dava para o jardim, mamãe ao seu lado, mas em pé.

- Sente-se – ela indicou a cadeira mais próxima da escrivaninha.
Eu acompanhava tudo apreensiva, nem respirava direito de tanta ansiedade. Bella tinha me contado mais ou menos como era essa tal conversa, mais ainda assim me sentia insegura.

- Amanhã você irá para Hogwarts, e eu imagino que saiba que esperamos uma conduta digna de uma Black enquanto permanecer lá. – continuou papai – Bellatrix pode ter sido um tanto... inconseqüente, mas ainda assim fundou relações sólidas e importantes.

Não consegui conter um sorriso discreto. Mamãe tinha ficado furiosa com algumas corujas que chegaram durante o ano, Bella já tinha tido umas 2 ou 3 detenções, mas a chegada das suas notas aliviaram o clima. Inacreditavelmente ela tinha conseguido as melhores notas da turma, além de conquistar o respeito de dos professores.

- Ser uma Black implica em certas responsabilidades que acreditamos que você está pronta para assumir. Não nos decepcione.

- Não quero ouvir falar do seu envolvimento com sangues-ruins ou qualquer tipo de ralé – complementou mamãe.

- Sangues-ruins?

- Nascido trouxas... – respondeu papai irritado finalmente olhando para mim. Senti um calafrio percorrer minha espinha, mas é claro que eu não me envolveria com esse tipo de gente...

- Trouxas têm permissão para freqüentar Hogwarts? – perguntei sem conseguir me conter. O assunto “trouxas” era extremamente proibido entre nós, somente os adultos podiam falar deles.

- Dumbledore – disse com dificuldade, como se cuspisse – acredita que sim. Mas isso não vem ao caso, sei muito bem que você não vai se misturar com aquilo. Acho que podemos finalizar por aqui. Tenho a sua palavra que não irá deixar-se levar por falsas idéias e nem se misturar com gente que não seja a sua altura?

- Sim papai. – assenti entusiasmada. Toda aquela história estava me deixando cada vez mais eufórica, mal podia esperar para ver Hogwarts com meus próprios olhos. Sei que iria sentir saudades das tardes ao piano com Cisa recitando poemas alegremente, do anoitecer à beira do riacho quando o céu vai mudando de cor, passando do azul intenso para o rosa e depois para o púrpura, das estufas de flores onde mamãe cultivava as espécies mais bonitas de plantas... até do Oliver rabugento!


Mais uma vez dormimos todas juntas, mas no quarto de Narcisa. Surpreendemos ela quando estava se aprontando para ir ao meu quarto. Dessa vez fomos muito mais cuidadosas, não esperamos mamãe nos acordar aos berros, pouco antes de amanhecer deixamos o quarto de Cisa e rumamos para os nossos.

Tudo pronto e arrumado, os milhões de pacotes e embrulhos já estavam na carruagem, mamãe e as meninas estavam me esperando na escada. Despedi-me silenciosamente do castelo tentando guardar ao máximo guardar a imagem dele rodeado pela floresta, os jardins, o céu límpido.
Mais uma vez na Plataforma 9 3/4 nos encontramos com alguns conhecidos de papai – que novamente não estava presente.

- Mais uma Black... seja muito bem-vinda Srta. – cumprimentou-me Lúcio. Estendi a mão mais por hábito que por vontade. Aquele garoto, tinha alguma coisa nele que não me agradava.

- Narcisa... – disse ele abrangendo o gesto.

Ela corou, não entendi o porquê na hora, achei até ridículo da parte dela, mas depois de rever a cena mentalmente algumas vezes, tive a desagradável sensação que teria que conviver mais tempo com Malfoy que gostaria.

- Até o Natal meninas. Bellatrix, cuide bem de Andrômeda, ela está sob sua responsabilidade, e juízo este ano... não quero receber nenhuma carta do Professor Slughorn dizendo que pegou mais uma detenção, não importa o motivo. – disse mamãe. Não pude esconder a minha cara de desgosto, eu sob a responsabilidade de Bellatrix, até parece... era mais fácil eu cuidar dela do que o contrário. Ela deu-nos um abraço discreto.

Mais uma vez Cisa não se conteve e tímidas lágrimas começaram a escorrer dos seus olhinhos, no que Malfoy – por uma estranhíssima razão – tratou de enxugá-las com um lenço que tirou do bolso, e se não estou enganada ele tinha o brasão de sua família.

Não fui a única que desaprovou o ato, o rosto pálido de Bella refletia censura, seus lábios estavam exangues e seu olhar cintilava. Parecia que ela estava dividida entre pular no pescoço de Malfoy e sofrer as conseqüências de mamãe.

- Até a vista. – disse ele ainda galante. Percebi, mas acho que novamente somente eu, que ele esquecera o lenço. Pude jurar que era isso que Cisa estava escondendo nos bolsos.

- Vamos – puxou Bella ranzinza. Um último aceno e já estávamos sendo engolidas pelos inúmeros estudantes.

Entramos no trem e nos pusemos a procurar uma cabine vaga. Parecia impossível, parecia que todos os alunos de Hogwarts estavam querendo viajar sozinhos. Eu que já estava cansada de tanto puxar o malão de um lado para o outro reclamei.

- Bella, por que não vamos na cabine de um dos seus amigos?

Ela negou e resmungou uma desculpa qualquer, fiquei confusa, não consegui entender o motivo de ela não querer ver seus amigos. Bellatrix havia recebido algumas cartas nas férias, mas a menos que eu esteja muito enganada, não respondeu nenhuma.

- Esta... – disse apontando para uma cabine com dois aluninhos. Deveriam ser calouros como eu.

- Mas ela esta ocupada. – retorqui cansada. Eles não eram tão pequenos para ela não poder vê-los.

- Não por muito tempo. – respondeu-me tirando a varinha do bolso e abrindo a porta. Fiquei estática, sem reação. – Vocês dois, saiam! – ordenou apontando a varinha para o peito deles que a olharam assustados, na certa esperando que ela dissesse “Primeiro de Abril”.

Quando ela arqueou levemente a sobrancelha, numa clara ameaça, os dois quase que imediatamente puxaram suas bagagens e saíram o mais rápido possível.

- Por que você fez isso? – perguntei abobalhada.

- Isso o que? – repetiu ingênua.

- Expulsou os garotos! – exclamei irritada. Não era possível, simplesmente não era possível que ela tivesse feito aquilo pela primeira vez. O modo como falou com eles, a certeza que eles não contestariam sua autoridade e o ar de que havia previsto tudo depois que eles saíram.

- Precisávamos de uma cabine não?

- Mas... mas eles chegaram antes, não foi justo!

- Andy, isso de justiça é relativo. Eles são sangues-ruins, nós merecemos muito mais essa cabine do que eles, na verdade deveríamos ter uma cabine privativa nessa pocilga. Se amedrontarem com uma leve ameaça, e isso mostra que são fracos de espíritos, coisa de sua espécie mesmo.

Nossa... ela estava muito diferente mesmo, mas ainda assim persisti.

- Poderíamos ter ficado com seus amigos. Papai vive dizendo que você fez amizades importantes ano passado!

- Amizade não é a palavra certa... aliança seria mais apropriado. Eles não exercem uma importância direta na minha vida. E você, como minha irmã, também não pode depender deles.

Me senti extremamente desconfortável, não estava gostando de receber ordens dela, já era o bastante ter que fazer tudo o que mamãe mandava. Se Bellatrix pensava que eu iria aceitar tudo o que ela dizia de cabeça baixa, ela estava redondamente enganada!

- Daqui a pouco Malfoy virá com alguns outros. Mais tarde Slughorn vai nos convidar para tomar chá...

- Por quê?

- Somos ricas, bonitas e temos pais influentes, nossos sobrenomes valem muito. Agora quanto a Slughorn, bem... ele é um gordo inútil e decadente, mas gosta de puxar o saco de gente importante. O segredo é sempre dizer, com a carinha mais angelical possível, que papai fala muito bem dele...

Ela passou o resto do tempo me passando as “fichas” dos professores, até que, como previu, Lúcio apareceu com alguns companheiros para falar do tal chá.

Encontramos muitos conhecidos lá, e eu até achei Slughorn bem agradável. Me recebeu muito bem, mas se desfez em elogios para Bella. Depois que voltamos, ficamos na cabine conversando com alguns colegas dela, papai estava mesmo certo, ela conheceu muita gente e fez “ligações” muito importantes. Reconheci alguns como o filho do Ministro, o sobrinho do chefe do “Departamento do Uso Indevido da Magia” e até mesmo o bisneto do fabricante das vassouras “Cleanswep”.

Poderia ter sido apenas uma impressão, mas pareceu que eles meio que paparicavam Bella e ela agia como se fosse a “líder” do grupo. Muito embora eu não duvidasse de que eles fariam o que quer que ela pedisse,
Quando o trem parou na Estação de Hogsmeade, Bella e os outros seguiram para as carruagens enquanto que eu e os primeiranistas fomos para o lago.

- Oi, podemos dividir o barco com você? – perguntou-me uma menina negra com os olhos verdes acompanhada de um clone (literal) ao seu lado. Fiz que sim com a cabeça.

- Meu nome é Annabeth Yaxley e essa é minha irmã Annabel.

“Que falta de criatividade” pensei. Dois nomes praticamente iguais só porque eram gêmeas...

- Andrômeda Black... – apresentei-me sem muito entusiasmo.

- Ahh... sua mãe não foi Miss Magia em 1950?

- Sim... ela mesma. Como é que você...

- Saiu uma matéria sobre ela no “Semanário das Bruxas” mês passado. Você não leu? – perguntou a outra me interrompendo.

Fiz que não, elas me olharam assombradas, mas era a mais pura verdade. Papai nunca nos deixava comprar essas revistas, dizia que era desperdício de energia.

As duas continuaram o resto do caminho falando da tal reportagem. “Como seu eu não conhecesse minha própria mãe!”, irritada não seria a palavra mais correta para o que eu estava sentindo! Mas ainda em nome da boa educação permaneci comportada.

Elas só pararam de tagarelar quando chegamos às portas do castelo, fomos recebidos pelo Professor Slughorn (que acenou de maneira nem um pouco discreta para mim). Meus ouvidos agradeceram imensamente quando ele nos levou a uma saleta para nos preparar para a seleção.


- Humm... o que temos aqui? Mais uma Black! Seu sobrenome pesa imensamente sabia? Claro... claro que você sabe. Mas você é mais do que só isso, vejo justiça, lealdade e inteligência... você se daria muito bem na Grifinória e até mesmo na Corvinal. Entretanto você tem muito medo de desapontar não é?... O melhor é que seja mesmo a... SONSERINA!

Senti um enorme alívio quando Slughorn tirou o chapéu da minha cabeça, escutei a mesa da Sonserina explodir em vivas, mas eu estava incomodada. Isso era uma coisa que eu não poderia, nem no meu mais louco sonho, contar para alguém.

Bella dizia que a Sonserina era a única casa de respeito. A Lufa-Lufa era infestada de perdedores e idiotas, já os corvinais eram inteligentes, mas aceitavam a ralé, grifinórios eram metidos a bonzinhos e gostavam de se intrometer nos assuntos alheios. E pensar que eu poderia ter ido para qualquer uma dessas casas.

- Demorou um pouco não é? – perguntou-me Bella quando sentei do seu lado. Olhei-a assustada, mas tentei disfarçar com um sorrisinho.

Não falei mais nada pelo resto da noite, quando fui dormir as palavras do Chapéu Seletor ainda ecoavam na minha cabeça.
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N/A:.
1° - Desculpem a demora.. mtos trabalhos da faculdade pra fazer, etc
2° - eh a terceira vez que eu tento postar e da erro ¬¬'
3° - Não me matem, por favor... achei q a Andromeda deveria mesmo ir para a sonserina... serviria para abrir os olhos dela e tal...
e antes que digam q ela era boazinha q nem o Sirius tenho 2 pequenas objeções:
* Ninguem eh bonzinho bonzinho... muito menos o Sirius.. e ainda assim eu acho q os dois não era taaaaaaaaum identicos a ponto d terem ido par a mesma casa!
*Lembrem-se sempre q o Pettegrew era um grifinório!
=D
Bjus especiais pras 2 UNICAS PESSOAS q comentaraum no cap passado...
Morgana (siiim, vai ter ceninha deles dois) e Srta. Dashwood (Gomalina?! O.O... minha mae dizia isso!)

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