O nascimento de Natalie Weasle

O nascimento de Natalie Weasle



-Capítulo 1 – O nascimento de Natalie Weasley
Há mais de cinco anos não nevava tão intensamente assim em Londres, e a última vez em que isso aconteceu tivera um motivo bem razoável: foi o fim do maior bruxo das trevas de todos os tempos – Lord Voldemort.
O inverno desse ano não trazia consigo apenas o frio insuportável e a neblina intranscindível. Naquele exato momento, em um hospital muito bem escondido – o St. Mungus – nascia Natalie Weasley. A filha de Rony e Hermione recebera esse nome porque nasceu em pleno Natal, e pode-se dizer que esse foi o maior e melhor presente que seus pais ganharam.
No quarto do hospital, Gina aguardava sentada no colo de Draco, para ver sua mais nova sobrinha, enquanto que o resto de sua família lhe olhava de um jeito bem esquisito. Rony era o único que parecia não se importar com nada disso: estava roxo, e ninguém sabia se era de frio ou de nervosismo. Na verdade o “garoto” estava preocupado com Harry, que estivera dando aula de Defesa contra as Artes das Trevas a tarde toda em Hogwarts e ainda não tinha respondido à coruja do amigo que anunciara o nascimento de sua afilhada. Aliviando a tensão de Rony, Harry adentrou o quarto número dez repentinamente. Parecia nervoso e agitado. Essa ânsia toda, porém, se esvaiu de seu rosto quando ele viu Gina no colo de Draco. Harry e Gina já não estavam mais juntos havia dois anos, mas o “garoto” ainda não havia superado por completo a separação.
- Que bom que você chegou, cara – disse Rony abraçando o amigo sem perceber nada. – a curandeira disse que logo poderá trazer a Natalie e a Mione.
- Ótimo. As duas estão bem? – perguntou Harry tentando disfarçar.
- Sim, estão ótimas. E você querido, como está? – falou a Sra. Weasley se metendo na conversa.
- E...eu? – gaguejou harry surpreso, como se temesse que a mulher a sua frente tivesse percebido alguma coisa – Eu estou bem, obrigado.
- Você me parece cansado, querido. Tem se alimentado direito? – insistiu a Sra. Weasley.
- Eu... – a fala de harry foi interrompida quando a curandeira entrou no quarto segurando nos braços a pequena Natalie.
- Aqui está Sr. Weasley. É uma bela menina. – disse ela entregando o bebê a um desconcertado e pasmo Rony.
Todos no quarto se aglomeraram em volta de Rony e sua filha. Eles na verdade se pareciam bastante: assim como Rony, e como era de se esperar, ela era ruivinha, mas no lugar dos olhos verdes do pai, trazia no rosto um lindo par de olhos castanhos e amendoados: “pelo menos nisso ela se parece com a Mione” – pensou Harry olhando a pequena Natalie nos olhos. Ao seu lado Gina comentava com Draco o quanto a sobrinha era bonitinha.
- Com licença – disse um curandeiro impaciente tentando passar pelo amontoado de pessoas para conduzir uma sonolenta Hermione à sua cama.
- Mione! – exclamaram Harry e Gina ao mesmo tempo. Eles se olharam e contiveram um sorriso.
- Hermione, querida, como se sente? – perguntou a Sra. Granger sentando-se ao lado da filha.
- Bem, mamãe, está tudo bem. Ronald, deixe-me ver a Natalie – pediu a mais nova mamãe. Rony então se dirigiu à esposa e entregou a criança. Olhando agora com mais calma, Harry podia perceber que havia muito mais gente no quarto do que ele pensara: pra começar Rony, Hermione e Natalie. O Sr.e a Sra. Granger, o Sr. e a Sra. Weasley, Percy, Laila, sua esposa, com quem ele era casado há quatro anos, Jhon e Jake, seus dois filhos e Gina e Malfoy. O pior: todas as pessoas que no quarto estavam felizes ao lado de outras pessoas. Em outras palavras, Harry era o único solteiro naquele quarto.
Após algum tempo as primeiras pessoas começaram a se retirar: o Sr. Weasley foi levar o Sr. e a Sra. Granger à saída trouxa do hospital para que eles tomassem um táxi e voltassem para casa. Depois voltou para o quarto para desaparatar junto com a Sra. Weasley.
- Harry, querido, porque não vem dormir lá em casa hoje, e amanhã viremos juntos visitar a Hermione? – sugeriu a Sra. Weasley.
- E...eu? – gaguejou Harry (de novo) – Ah, não precisa se incomodar...
- Querido, não é incômodo algum. – insistiu a Sra. Weasley mais uma vez. Ela parecia estar bastante insistente aliás, àquela noite. -
Ah, então ta bom. – respondeu o “garoto” sorrindo.
- Percy, você vem conosco?
- Não, papai. Já estou indo agora na verdade. – respondeu Percy.
- Gina, vamos. – disse a Sra. Weasley de forma grosseira.
“Gina!” – pensou Harry. Ele de repente percebeu que iria passar a noite na mesma casa que ela.
- Já estou indo, mamãe. – respondeu a garota revirando os olhos.
Todos então se despediram de Rony, Hermione e da pequena Natalie e saíram do quarto para só então desaparatarem no corredor, coisa que inclusive parecia ser muito comum e freqüente. A garota então deu um último beijo no namorado. O Sr. Weasley forçou um pigarro indicando que não estava gostando daquilo, e Harry o agradeceu em pensamento por isso, porque era realmente muito constrangedor ver a sua ex namorada se agarrando com um sujeito que já tinha sido de tudo para Harry: de inimigo a amigo e de amigo para inimigo.
Instantes antes deles desaparatarem porém, uma garota loura veio correndo em direção a Malfoy. Parecia-se muito com ele. Na verdade, era quase igual. Uma parente talvez...o “garoto” pareceu super preocupado, surpreso e constrangido ao ver a garota. Todos porém pareciam querer saber o que significava aquilo, principalmente Gina.
- O que você está fazendo aqui – murmurou o garoto entre dentes e pelo canto da boca.
- Eu precisava falar com você – respondeu a garota ofegante. Mais uma vez o Sr. Weasley pigarreou como se esperasse de Draco alguma explicação. Funcionou:
- Ah...essa aqui é minha...minha...minha prima. É. A Melissa Malfoy. Filha de meu tio...
- Do seu tio Altos Malfoy. Conheço ele. – completou o Sr. Weasley com desgosto.
- Pois é. – falou Malfoy meio sem jeito. – bom, eu vou ficar aqui mais um pouco conversando com a Mel. Parece que tem um conhecido nosso internado aqui.
- Ah sei. – disse o Sr. Weasley sem interesse – se não se importa, já estamos de saída.
- Fiquem a vontade. – respondeu Draco. Pelo visto, tudo que ele mais queria agora era se livrar de Harry e dos Weasley.
Harry e os Weasley então viraram as costas e se afastaram mais um pouco para só então desaparatarem. Chegando na Toca, Harry e Gina pararam praticamente no mesmo lugar, e um de frente pro outro. Se eles não tivessem recuado teriam se beijado sem querer. E eles podem até terem ficado constrangido, mas o Sr. e a Sra. Weasley não ficaram nem um pouco. Pelo contrário: se olharam de um jeito que parecia indicar que eles gostaram do que tinha acontecido. Sinceramente, parecia que eles estavam gostando de tudo que pudesse reaproximar Harry e Gina, ultimamente. A Sra. Weasley, por exemplo, continuava a lhe mandar cartas em que sugeria que ele passasse as férias em sua casa.
- Gina, me ajude a pôr a mesa – pediu a mãe.
- Ah mãe... – reclamou a garota.
- Se não quiser me ajudar, então que pelo menos leve o Harry até o quarto dos gêmeos, que é onde ele vai dormir hoje.
- Ele já sabe onde é! – protestou a garota.
- A Sra. Não precisa se preocupar – falou Harry.
- Ela não se incomodará de fazer um favor a você, não é Gina, querida? Então, de muita má vontade, Gina subiu as escadas a frente de Harry, que carregava um pequena malinha de roupas.
- Realmente não precisava – falou Harry tentando acompanhar a “menina” enquanto subiam as escadas.
- Não tem problema – respondeu ela desinteressada mas ainda chateada.
- Eu...acho que eu posso ir sozinho a partir de agora.
- Não se preocupe – disse Gina tomando a maleta da mão de Harry – te ajudo a desfazer a mala.
- Ótimo – respondeu ele.
Os dois então entraram no quarto que um dia tinha sido de Fred e Jorge. “Lumus” murmurou Gina apontando com a varinha para uma luminária que se acendeu instantaneamente. A “garota” então pôs a maleta de Harry em cima de uma das duas camas que haviam no quarto.
- Bom, acho que agora você já pode se virar sozinho – disse ela.
- É... – respondeu harry sem jeito. Os dois estavam sem saber muito bem o que dizer.
- Então...eu já vou indo...se não precisa mais de nada...
- É... – por um momento Harry ficou imóvel, sem saber o que fazer. Mas depois pensou melhor: não podia deixar Gina ir embora assim. Era uma chance de esclarecer tudo o que tinha acontecido. – Gina... – começou ele quando a garota já ia saindo.
- Sim?
- Eu...só queria ... agradecer – começou ele sem jeito – por ter me ajudado com ... com a mala.
- Não foi nada. – respondeu ela sem dar a menor importância à tentativa do “garoto”.
- Então...como estão as coisas?
- As coisas? – repetiu Gina confusa
- É. – confirmou Harry.
- Que coisas?
- O seu emprego de gerente da Floreios e Borrões...você e o Malfoy...
- Ah. Entendi. Harry, foi você quem acabou comigo. E ... parece que você gostava de fazer isso. – respondeu Gina.
- O que?
- É Harry. Agente só acabou porque você quis. Foi você quem me mandou ir cuidar da minha vida.
- Eu? Eu apenas vi que você não sentia mais aquele amor...aquele amor que eu ainda sentia por você.
- Você só pode estar brincando. – retorquiu a “garota” abismada.
- O que? Vai dizer agora que também me amava? – provocou Harry. - Talvez. – respondeu Gina tão provocante quanto Harry.
- Talvez? Então você não tinha certeza dos seus sentimentos? Está vendo? Você mesma admite...
- Eu não admiti nada.
- Como não? Você disse que talvez ainda sentisse algo por mim. Talvez não é o bastante para um relacionamento de quase cinco anos, Gina – falou Harry.
- Eu... – começou a “garota” que parecia não saber direito o que dizer – eu acho que isso não importa agora.
- Ah é?
- É.
- Então prova.
- Prova o que?
- Que isso não importa, que você realmente gosta do Malfoy – disse Harry já bem próximo a ela.
- O q...
Tarde demais. Harry havia se aproximado o suficiente para que ela não conseguisse escapar de um beijo. E ela nem tentou. Ficou ali beijando Harry por uns dez segundos, até que se tocou do que estava acontecendo. Ou melhor: do que não devia estar acontecendo.
- O que? Você enlouqueceu? – protestou a “garota” chorando e saindo do quarto correndo. Harry correu atrás em tempo de alcançá-la.
- Eu sei que você gostou – disse segurando o braço de Gina e dando-lhe mais um beijo. A “garota” mais uma vez o empurrou, mas não o bastante para se desvencilhar daquele abraço forte que Harry estava lhe dando. Ao invés disso deixou-se ser beijada mais uma vez.
- Eu não posso – disse por fim. – não posso. Sou comprometida. – e dizendo isso saiu correndo escada acima.
Harry sentia-se feliz e ao mesmo tempo triste. Feliz porque depois de três beijos seguidos ele podia concluir que Gina ainda gostava dele. E triste porque, considerando-se a hipótese de que ela ainda gostava dele, ela não estava disposta a acabar com Malfoy pra ficar com ele. Harry quase não conseguiu dormir de noite. Só conseguia pensar em Gina...em como e porque ele acabara com ela...tentava se lembrar de tudo que havia acontecido há dois anos atrás, buscando algum detalhe que ele tivesse deixado passar...
“- Gina, eu..
- O que foi, querido?
- É que eu tenho observado que agente...quer dizer...nós...nossos... - Harry, fala logo...tô ficando preocupada – pediu a garota aflita.
- É que nossos ideais não tem mais sido tão comuns entre si.
- O que? - É. Você...você trabalha lá na Floreios...e eu...aqui em Hogwarts...
- Harry, eu não estou te entendendo...
- O que eu quero dizer...é que...eu acho que agente devia terminar.
- Mas porque?
- Porque ... porque você merece viver mais. Nossos finais de semana tem sido sempre corridos...em Hogsmead...porque ...porque você passa a sua semana toda lá no Beco Diagonal e eu...aqui em Hogwarts, trancafiado...
- E o que isso tem demais?
- Nada. Só acho que nós não devíamos mais sustentar algo que na verdade já não existe mais há um bom tempo. Desde que eu sai de Hogwarts que nós temos que dar voltas e voltas para nos encontrarmos...além do que...você sabe...tem cinco anos que agente namora e...eu não posso te oferecer nada mais concreto...nada mais firme como um...como um casamento...
- Mas eu não quero nada mais concreto. Eu só quero ser feliz ao seu lado.
- É exatamente esse o problema. Não existe mais ao meu lado. Nós estamos seguindo caminhos distantes. E a cada escolha que fazemos nos distanciamos mais.
- Está bem, então, Harry. Se é o que você quer... – concordou a garota chorosa.
- Não. Não pense assim. Não é o que eu quero. É o que está sendo.”
“Ela não entende até hoje que quando eu acabei com ela era pro próprio bem dela. Eu não poderia casar tão cedo...eu não podia ‘prendê-la’”. De manhã bem cedo Harry levantou-se e se vestiu. Desceu pra tomar café quando percebeu que os Weasley ainda nem tinham se levantado. Sentou-se então ao lado da lareira, esperando a Sra. Weasley acordar. Não demorou muito, ouviu passos na escada. Levantou-se de um pulo só, achando que já era a pessoa que esperava. Para a sua surpresa, era Gina.
- Ah, você está ai.
- É, estou. E você? Porque acordou tão cedo? – perguntou Harry.
- Bom, talvez pelo mesmo motivo que você.
- Que?
- Insônia – respondeu a “garota”.
- Sei. Também não consegui dormir. E você sabe porque? – provocou Harry.
- Porque o que?
- Porque eu não consegui dormir – falou harry se aproximado de Gina mais uma vez em menos de 24 horas.
- Não faço idéia – disse ela sem nem ao menos tentar fugir.
- Porque eu não conseguia parar de pensar em você – respondeu Harry e já ia se quase beijando Gina quando a voz da Sra. Weasley soou do alto da escada:
- Gina, querida, é você que está aí? – perguntou ela.
- Sim, mamãe. – respondeu Gina ainda olhando para Harry ao tempo que este lhe retribuía o mesmo olhar.
- Ah. Será que você poderia ir botando a mesa do café enquanto eu acordo seu pai? – pediu a mãe
- Certo – disse a “garota” ainda sem e mexer. – bom, agora se me dá licença – disse passando por debaixo do braço de Harry, que a estava encurralando na parede – tenho mais o que fazer.

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