Capítulo 15
Cap. 15
Ginny acordou tarde naquele dia, sua garganta ardia e ela viu manchas de sangue no lençol branco que ela usava, sinal de que o sangramento não era mas só quando ela tossia. E teve sua confirmação ao escovar os dentes, a pasta saiu vermelha. Ela então olhou para as marcas na sua perna, e percebeu que elas tinham se estendido para cima na região da barriga já começavam a aparecer algumas daquelas pequenas varizes roxo intenso. Ela suspirou, ansiando por um antídoto, e rápido, para poder tirar aquelas coisas da sua perna e barriga, não foi uma boa escolha, assim desencadeou uma crise de tosse muito violenta, ela se sacudia toda, e suas costelas pareciam que iriam rachar se quebrar ao meio, tamanha era a pressão nelas. Ela instantaneamente ficou sem ar, a dificuldade para respirar era óbvia, suas costas arqueavam com os pulmões procurando oxigênio. Ela andou até a cama e se apoiou lá, se não poderia ter caído no chão, o sangue que saia da sua boca ao tossir espirrou nas suas roupas e nas mãos que ela usava para cobrir a boca e evitar a tosse. Quando tudo terminou, ela estava trêmula, e sem cor nenhuma na cara, ela parecia novamente doente, como ela poderia encontrar sua mãe e seu pai assim? Então uma luz veio a sua mente: Maquiagem! Ela abusou do blush para poder dar vida ao rosto que adquirira uma cor cadavérica, algumas olheiras também despontavam, ela tentou disfarçá-las, no fim de tudo conseguiu alguns resultados, mas ainda dava para perceber algumas coisas. Mesmo assim não havia jeito, então ela desceu para tomar café, Harry ainda não havia descido, nem ele nem Satiniee, então ela sentou-se à mesa com Hermione, Mark, Rony, sr Weasley e a Sra. Weasley, ela comeu rápido, não queria dar tempo para que analisassem sua aparência, principalmente Hermione que perceberia quase imediatamente, então logo que acabou de comer levantou-se e foi para as poltronas perto da lareira que agora jazia apagada. Não tinha a mínima idéia do que fazer, só não podia ficar em casa, quanto mais tempo ali, maiores as chances de ela se denunciar. Não conseguiria esconder seus acessos de tosses. Mas ela também teria que anunciar que iria embora no sábado, já podia até ver a cara que sua mãe faria quando ela dissesse, iria perguntar se não tinha como adiar a volta, perguntaria que tipos de problemas eram aqueles, e insistiria ao máximo para que ela ficasse, mas no fim vendo a filha irredutível, iria se contentar em fazer uma cara de saudades. O Pai iria dizer que ela tinha passado muito pouco tempo com a família, que ela nem tinham tido tempo para realizar tudo que queriam, mas que ela voltasse assim que pudesse. Rony faria uma cara de assustado, surpreso com a viagem de imediato, e perguntaria porque, e com toda a cara-de-pau e irresponsabilidade que lhe fora dada, simplesmente diria para ela ficar, e não, dizer que não iria. Mark, diria que ficaria com saudade e perguntaria se poderia visitá-la, já a mãe do garoto... Esta; Ginny não sabia como iria responder, certamente seria de algum modo responsável, e serio, característico de Hermione, mas com certeza ela iria perceber tudo, ela não tinha caído nesta história de gripe, e ela já vinha com o olhar atento em suas tosses. Ginny teria que explicar tudo e a amiga a forçaria a contar para a família. Ela teria que fazer isto agora, ou quanto mais sedo saísse melhor, então voltou a mesa onde todos ainda estavam sentados, com exceção de Harry e Satiniee.
- Gente eu tenho que dar uma noticia.
- Diga querida.-disse seu pai com ternura.
- Minha licença esta chegando ao fim.- e foi igualzinho ela tinha previsto.
- Mas já?-perguntou a Mãe.
- Sua licença é muito curta!-protestou Rony.
- Você volta Tia? Volta não é?
- Mas Ginny você passou tão pouco tempo aqui conosco!-disse a mãe novamente.
- Reclame com seu chefe! Diga que isso não é justo que você quer ficar mais um pouco.-disse Rony
- È, Tia, faça o que o papai esta dizendo!
- Quando você terá que ir?-perguntou Hermione séria.
- Calma! Deixem-na falar!-disse o Sr. Weasley, interrompendo a balburdia.
- È gente, vocês sabem que eu gostaria muito de poder ficar mais um pouco, mas realmente não dá, meu chefe mandou uma coruja ontem para mim. E não Rony.-ela acrescentou vendo o irmão abrir a boca para falar.- eu simplesmente não posso dizer que não vou, é meu chefe, e eles precisam de mim lá.
- Mas querida se você pedisse mais um tempo...
- Argumente com ele Ginny!-insistiu Rony.
- Não posso pedir mais um tempo mamãe, eles realmente precisam de mim lá, não me chamariam com tanta urgência se não precisassem realmente.-ela disse ficando com um certo peso na consciência em vê-los assim.
- Quando é sua viagem de volta para lá?-perguntou novamente Hermione.
- Neste sábado.
- Nossa, parece realmente urgente, marcaram para este sábado.-a amiga comentou
- Sim.
- Mas nem dá tempo de preparar tudo! Esta muito em cima!- protestou a Sra. Weasley.
- Certamente não fará mal em se atrasar um dia ou dois.-disse Rony
- Rony todos sabemos que Ginny não e irresponsável!-ralhou sua esposa.
- Filha foi pouco tempo, nós tínhamos muitas saudades, eu entendo que precise ir, mas volte assim que puder tudo bem?
- Claro papai.-Ginny respondeu.- E Mark eu não sei quando eu devo voltar, creio que vá demorar um pouco.-ela completou gentilmente ao sobrinho.
- Não se preocupem, eu tenho certeza que ela vai mandar notícias, não Ginny.
- Claro Mione!-ela disse sorrindo, depois disto ela não conseguiu sair de casa, todos queriam ficar com ela para aproveitar os últimos dias de Ginny perto da família. Ela congelou o riacho atrás da casa, e brincou com Mark uma ultima vez, brigou com a implicância de Rony com suas roupas uma ultima vez, e conversou com o pai sobre trouxas uma ultima vez, e sua mãe tentou engordar ela em curto prazo pela ultima vez, ela aproveitou cada minuto que tinha com eles, pois iria levar muito tempo até que ela os visse novamente. Eles eram sua família e ela sentiria muita falta deles, durante o tempo que permanecera longe, ela perdeu o nascimento do sobrinho, e não o viu crescer até a idade que tem agora, perderá o casamento da amiga, a felicidade do pai de da mãe, a prosperidade da loja dos gêmeos... Em fim, durante estes anos que ela esteve fora, ela perdera muitas cosias que a faria feliz, e teve que se contentar em acompanhar tudo por cartas, mas ela também tinha pessoas que ela amava lá, esperando por ela. Claro que ela sentiria muita saudade da família novamente, mas era seu trabalho, junto com seus amigos, ela tinha que ir, afinal ela também já sentia saudades da sua Rússia. Mas, como não pode escapar da família, os ataques de tosse tornavam-se cada vez mais visíveis para eles, e o lenço vermelho não parecia estar ajudando muito. Já a noite quando todos jantavam, mas ela e Mark tinham sido os primeiros na mesa, já haviam acabado há muito tempo, os dois jogavam uma partida de Snap Explosivo sentados em frente à lareira apagada. Hermione tinha se levantado da mesa e se encaminhava na sua direção, Ginny já sabia o que ela queria, ela tinha percebido os olhares atentos de Hermione toda vez que ela tossia. Por várias vezes ela perguntara o que acontecia, mas Ginny sempre se esquivava dizendo ter se engasgado.
- Mark deixe-me conversar um pouco com sua tia sim?
- Na melhor parte do jogo?- menino argumentou.
- È Hermione depois nós conversamos.
- Ginny, Snap Explosivo pode esperar. Sim Mark, por favor, querido é Urgente.
- Se é para o bem de todos...-o garoto começou
- E para felicidade geral da nação. Sim é sim, querido.
- Tudo bem mãe.-e dizendo isso ele saiu deixando as duas.
- Ginny vamos para o seu quarto.-e Ginny não teve escolha foi direto para o seu quarto, com a amiga em seu encalço. Quando chegaram lá Hermione trancou a porta e foi direta:
- Pode despejar tudo.
- Tudo o que?- ela tentou mentir, estava indo tudo muito bem.
- Não, se faça de boba.
- Ta, tudo bem, o que você quer saber?-ela cedeu, não iria adiantar nada continuar.
- Você não esta curada não é?
- Não.
- Isto não é só uma gripe, e você sabe disto! Esta tosse! Você esta tossindo sangue Ginny!
- Tudo bem eu admito, não é uma gripe.
- O que é então?
- Hermione, eu...-mas não foi possível completar a sua tentativa de enrolar a amiga, Mione cortou a fala dela pelo meio.
- Nem tente. Isso, não é uma gripe, é uma coisa grave Ginny, isso parece... Veneno.
- É veneno.
- Oh meu Merlin! È por isso que você vai embora não é? Não houve nenhum chamado urgente.
- Houve sim, eu realmente tenho que voltar, até porque o antídoto para este veneno está lá.
- Explique isto direito, como isso ocorreu, você está correndo risco de vida? Isso é sério, portanto não finja que está tudo bem, porque eu sei que não está.-Hermione despejou toda a sua preocupação armazenada para a amiga neste momento e foi falando aos borbotões.
- Eu estava perto das imediações do Parque, este que tem aqui perto, o qual eu já fui, até com o Harry, sabe?
- Sim eu sei qual é.
- Era noite e estava chovendo. Quando eu resolvi voltar para casa eu senti uma picada na perna e não dei importância, mas quando eu realmente olhei, era um dardo. Eu o arranquei da minha perna e procurei pelo atirador, mas nenhum sinal. Eu voltei para casa e quando estava no banheiro eu desmaiei. E a partir dai, foi quando o Harry me achou.- ela se sentiu satisfeita por ter conseguido esconder a parte sobre ser um animago.
- Qual é o veneno?
- È uma infusão de Erva do Diabo.
- Este tipo é muito raro.-comentou Hermione.
- È justamente esta a dificuldade de achá-lo aqui.-então ninguém falou por um bom tempo, Ginny encarou o chão como se ali tivesse algo maravilhosamente interessante, sem desviar os olhos um instante sequer. Então Hermione quebrou o silencio:
- Ginny seus pais não sabem não é?-a amiga perguntou já em tom de censura.
- Não.
- Você tem que contar a eles!- Hermione protestou prontamente.
- Não tenho não senhor.
- Como não tem? Eles são seus pais!
- Por isso mesmo.
- Ginny eles se preocupam com você! Merecem saber disto.
- Justamente por isso Mione, porque eles se preocupam comigo. Contar que a filha caçula que passou vários anos fora, e resolveu tirar férias para reencontrá-los foi envenenada do nada, iria preocupá-los e isto não é nem um pouco necessário.
- Como não é necessário! Céus, você foi envenenada, não encare a coisa como se fosse um fato normal!
- Hermione, você consegue imaginar o estado da minha mãe se eu dissesse para ela que eu fui envenenada por um veneno letal?-ela perguntou para a morena nervosa ali na sua frente.
- Mesmo assim você devia...
- Ela enfartaria com certeza!
- Isso é serio!
- Eu estou falando sério! Ela entraria em desespero e não deixaria eu voltar, não me deixaria sair de perto dela, quando na verdade eu preciso ir, é meu trabalho...- Hermione ficou algum tempo em silêncio sem falar nada analisando os argumentos da amiga.- Você também não vai contar a eles! Prometa.- Ginny exigiu.
- Ginny...
- Prometa.
- Tudo bem - Mione cedeu.- mas se você piorar eu vou ter que fazer alguma coisa!
- Certo, não se preocupe, eu vou lhe escrever dizendo se está tudo bem.
- Quem em garante que você não estará mentindo?
- No estado em que as coisas estão indo, se eu ainda não tiver tomado o antídoto, daqui a dois dias eu não consigo nem escrever.
- Tudo bem.-Hermione aceitou o acordo, e mudou o foco do assunto.-Harry sabe?
- Sobre o veneno?
- E sobre a viagem?
- Sabe.-respondeu Ginny.
- Então, ele já tomou alguma providencia com relação á...
- Bom eu comuniquei a ele, e disse que ele tinha até sábado pela manhã para fazer isto, mas eu não sei com as coisas estão andando.
- Hum...
- Mione eu estou com tanto medo.-ela confessou o que vinha escondido dentro do peito o dia inteiro.
- De que?
- De nada dar certo.
- Calma, Harry não disse que iria fazer? Então é só esperar, quanto ao resto vai dar tudo certo sim; com certeza.-e as duas se abraçaram Ginny era muito agradecida pelo que a amiga tentava fazer por ela, mas alguma coisa lhe dizia, o contrário, ela sentia um frio na barriga incomum toda vez que pensava neste assunto.
***
A sexta feira passou correndo, Fred e Jorge vieram visitá-la e se despedir, ela já tinha tudo pronto para a viagem, suas malas estavam encostadas na parede do seu quarto. Tinha deixado apenas algumas roupas para ela trocar e a roupa com a qual ela iria chegar lá na Rússia. Harry não lhe falou nada, na verdade ela não trocou uma palavra sequer o dia inteiro com ele. Ela começou a se preocupar, com a situação, seus acessos de tosses, estavam cada vez piores, e agora ela já adquirira uma palidez, facilmente notável. Sentia constantemente sonolência, vertigem e tossia sangue com mais intensidade do que nunca, Hermione estava preocupada, como sempre, e Ginny tentou tranqüilizá-la, mas não adiantou em nada, a amiga era totalmente a favor de Ginny contar aos seus pais o que estava acontecendo. Mas Ginny não contou, embora sua mãe tivesse notado ela tossir uma ou duas vezes. Pela tarde ela foi após o almoço ela foi ao Beco Diagonal e passeou um pouco, aproveitando para tirar o turbilhão de idéias que açoitavam a sua mente, ela comprou, mais cinco pacotes de biscoitos, do tipo que Artemis gostava e mais dois potes de sorvete para o Tigre, se ela bem conhecia, os dois o último que ela havia levado já deveria ter acabado a muito tempo. Comprou mais alguns docinhos, os quais não teve coragem de comer, receosa de que fizesse mal, ou apressasse o efeito do veneno no seu organismo, as marcas na sua pele já tinham alcançado a altura do umbigo, e já se expandiam para o tornozelo. O que a impedia de usar shorts, saias e vestidos curtos. No fim do dia, já de noite ela foi se deitar ansiosa, muitas coisas iriam ser decididas na manhã seguinte.
***
Ginny acordou cedo, mais cedo do que todos na casa, ela sabia que ele estaria de pé. Ela desceu as escadas para a cozinha, mas no caminho tossiu várias vezes, e chegou a achar que teria acordado alguém, tamanho foi o barulho. Trêmula e sentindo constante falta de ar ela conseguiu chegar até uma poltrona na sala, sentou-se ali, e esperou um pouco, a vertigem passou depois de cinco minutos, e sua respiração foi gradualmente voltando ao normal. Quando já se sentia razoavelmente bem, Ginny foi até o fogão e preparou panquecas, logo Harry iria aparecer, ela sabia que quando ele ficava nervoso, não dormia direito e ficava andando pela casa, até os outros acordarem. E por alguma razão ela tinha um pressentimento que lhe dizia que hoje era um daqueles dias de nervosismo do menino que sobreviveu. Depois de comer, ela escovou os dentes, lavou o rosto pálido, agora já tinha o rosto totalmente sem cor, e estava consideravelmente mais leve. E foi para o riacho atrás da casa, ele saberia que ela estaria ali, de alguma forma aquele já tinha se tornado um lugar deles, ali e a Gruta. Ela colou os pés na água fresca que corria ali, e deixou seus pensamentos fluírem junto com a fraca correnteza, pedia ver as pedras e plantas no fundo do riacho. Ficou ali cerca de meia hora sentindo o sol da manhã acariciar sua pele branca, aquecer seus sentidos, e o céu se abrir de um azul muito bonito e quase sem nuvens, realmente o inverno já havia ido embora completamente. Então ela ouviu a voz a suas costas:
- Você está ai, eu te procurei por toda a casa.
- Sim.-foi tudo que ela conseguiu falar, sem encará-lo, com medo do que poderia ver nos seus olhos.
- Nós precisamos conversar.-ele disse, e Ginny se levantou e foi andando em direção a Gruta. Já lá dentro e depois de dar alguns passos, inseguros Harry disse com cuidado, mas seus olhos já demonstravam tudo que ele queria dizer:
- Ginny...-ele começou, mas Ginny não agüentou.
- Por favor, diga que o que eu estou vendo nos seus olhos, não é verdade.
- Eu não tive chance.-ele tentou.
- O que!- ela não conseguia acreditar no que ele estava lhe dizendo!- Como assim não teve chance?
- Eu tentei, mas nunca dava certo, sempre fugia o assunto ou sei lá o que...- Ginny olhava para ele incrédula.
- Eu simplesmente não consigo acreditar que você fez isto.-ela disse em um sussurro, quase inaudível, ela olhava para o chão tentando entender, mas aquilo não fazia sentindo para ela. Como não tivera chance?!- Harry você teve um mês! Como você pode me dizer que não teve chance!
- È que...-ele não conseguiu escolher que tipo de palavras para usar.- Eu apenas não queria que ninguém se machucasse com toda esta história.
- O que você está dizendo?- ela não conseguia mais assimilar nada, ele falava em não magoar, machucar ninguém, mas o que ele estava fazendo agora?
- Mesmo assim eu não quero te perder.
- È simplesmente impossível, não deixar ressentimento em ninguém. Você simplesmente tinha que dizer, que ser sincero.
- Eu sei, mas...
- Você não quer machucar ninguém; mas o que acha que está fazendo exatamente agora?
- Desculpe. Eu não tive chance de fazer no modo certo.
- Qual é o seu modo certo! Enrolar, e não dizer nada nunca?
- Não!
- Como você pode ao menos pensar em me dizer isto e não me perder?- ela perguntou para ele, mas não ouve resposta.- mas eu já entendi, este é apenas um modo de desistir não é? Eu lhe avisei, eu lhe dei a chance de desistir a algum tempo atrás e você não o fez! Por que?-ela agora sentia a raiva palpitar junto com o veneno em suas veias.
- Não! Você não está entendendo, eu apenas... Preciso de mais tempo... É isto!- Harry disse, e ela pôde ver em seus olhos, desespero, que lhe ocorria naquele momento, mas de nada adiantou, aquilo não abrandou nem um pouco o que ela sentia.
- Não, não é isso! Eu lhe dei tempo o suficiente, fui paciente ao extremo. Mais do que isto, eu lhe dei a chance de desistir honestamente, sem mentiras, mas você preferiu brincar mais um pouco? Me enganar.- Ginny gritava tentando expulsar aquela sensação de ódio, e angustia de dentro dela. Ela sentia nojo de Harry, e um ódio imenso, por ele ter se sentindo no direito de enganá-la.
- Eu não brinquei com nada.
- Escuta, eu estou indo embora ok? Ai você vai ficar livre, para ficar com quem você quiser!
- Eu quero você!-Harry gritou, tentando fazê-la entender.
- Muito engraçado o SEU jeito de demonstrar isto!-ela gritou com toda sua raiva.
- Perdão, não era isto que eu queria...
- Não, não, não! EU não perdôo nada, porque em cada beijo, cada abraço, cada frase, você teve sua chance de me dizer, de desistir!
- Eu nunca vou desistir de você.- Os olhos dela, estavam marejados, mas ela não iria se permitir derramar todas aquelas lagrimas ali, não, Harry não merecia isto.
- Chega Potter! Eu vou embora daqui a pouco e espero nunca mais olhar você, nem depois que eu morrer.
- Não, está tudo errado!-ele tenta segurar no braço dela, mas ela se solta, fala numa voz, baixa que era puro ódio e raiva.
- Não me toque nunca mais!- mas quando ela acabou a frase ela começou a tossir e instantaneamente ficou sem ar e se curvou com as mãos no abdômen a tosse violenta rasgava sua garganta fazendo lanhos profundos de onde saia o sangue, juntamente com o do seu organismo debilitado por causa do veneno. O chão abaixo de seu rosto ficou coberto por respingos de sangue, Harry olhou, e tentou ajudá-la a ficar de pé novamente, mas ela se afastou cambaleante de perto dele.- Qual parte do “não me toque” você não entendeu?
- Desculpe, eu...-mas ela o interrompeu.
- Potter, se você algum dia me encontrar novamente não espere mais do que hostilidade, e indiferença de uma inimiga.-ela disse se erguendo.
- Você realmente acha que eu mereço isto?-ele perguntou num fiapo de voz, e o semblante triste.
- Eu tenho certeza que é pouco, você me feriu mais fundo do que qualquer outro inimigo que eu tenha enfrentado. Eu gostaria de poder fazer você sentir tudo que eu estou sentindo, mas ainda não inventaram um método de tortura doloroso o suficiente! De mim você não terá mais nada.-e com isso foi embora, trêmula de raiva e dor. Foi direto para o seu quarto ninguém tinha acórdado ainda, Harry não lhe seguiu, e ela nem queria isto, não sabia do que seria capaz de fazer com ele. Ela subiu até o seu quarto, seus olhos transbordando de tantas lágrimas, como ele pudera ser tão... Desonesto? Aquele não era o Harry que ela conheceu há muito tempo atrás. As lágrimas queriam cair, então ela as libertou e elas rolaram abertamente pelo seu rosto, fosse o que fosse, tinha horas que nem a pessoa mais forte do mundo conseguia agüentar, e aquela era uma destas horas. Uma pessoa não deixa de ser forte quando chora, ela deixa de ser forte quando ela deixa os outros perceberem que ela está triste. Era assim que ela via as coisas, fique triste, mas jamais compartilhe isso com os outros, os seus problemas são apenas seus, não atrapalhe os outros com eles, tente não revelar os seus motivos. O problema é que nem sempre dá pra segurar, às vezes são tantas coisas juntas,que temos que dividir com alguém até mesmo para organizar a mente, geralmente a pessoa com que ela dividia era o Tigre... Se o Tigre soubesse o que ele tinha feito... Então o esboço de um sorriso fixou-se sobre seu rosto ao imaginar o que o amigo faria com Harry. Nada bom... Mas ela então lavou o rosto, tinha que estar impecável, para a despedida hoje, mas era difícil, com a sua atual aparência: pálida e magra. Ela tossiu algumas vezes e limpou o sangue da boca, e se vestiu adequadamente, fez milagre com maquiagem, colocou a sua roupa e desceu, com o melhor sorriso que pôde.
- Bom dia.-ela disse radiante. Todos olharam para ela e começaram a falar ao mesmo tempo, sua mãe estava a beira de lágrimas, Mark vinha correndo abraçá-la, os gêmeos trouxeram alguns dos logros da sua loja para ela levar.
- Tem certeza que não pode ficar mais um pouco querida?-perguntou a mãe.
- Tenho mamãe. Mas não fique assim eu volto assim que puder.-disse ela não se sentindo nem um pouco culpada por mentir, ela não queria voltar lá tão cedo. Claro que ela sentiria saudades, mas não, ver Harry era um motivo de força maior.
- Posse lhe visitar tia?- perguntou o pequeno Mark. Ela pensou durante um momento, como seria ótimo poder levar o sobrinho para conhecer todo aquele país maravilhoso que ela já considerava seu.
- Claro que pode!-disse rindo. Harry a fitava sem entender, com uma visível confusão, alguns minutos antes ela estivera a ponto de chorar e bater nele, e agora ela estava parecendo até... Feliz! E ela se virou para Fred, Jorge e Angelina e disse.- Me desculpem por não estar aqui quando meu afilhado nascer, eu prometo que eu volto para o batismo. Certo?
- Tudo bem não se preocupe.-disse Angelina com um sorriso meigo.
- Vocês já decidiram o nome?
- Ainda estamos na duvida.-disse Fred.
- Não, não estamos.
- Estamos sim, não preste atenção nele.-disse ela, e Ginny sorriu, iria sentir muita saudade deles todos, cada um tinha um espaço especial no coração dela. Ela se virou para Hermione e a abraçou.
- Vou sentir saudades.-ela disse.
- Eu também, e não se esqueça de me escrever, sim?-ela disse, e Ginny sorriu internamente pelo modo esperto que a amiga tinha achado para lembrá-la do acordo. E ainda abraçando a outra ela disse, baixinho:- Não esqueça do nosso trato.-e logo depois mais alto.-Não irei esquecer.
- Tudo bem então.- falou Hermione de volta. Depois ela abraçou o pai e ele disse:
- Gostaria que você pudesse ficar mais um pouco.
- Eu também papai. Mas eu realmente tenho que ir.- agora ela já estava começando a se sentir culpada.
- Tudo bem querida, eu entendo, apenas volte.
- Gente o que é isso? Eu não já disse que volto! Ninguém precisa ficar triste! Eu volto gente.-ela disse para todos, e foi falar com Rony, depois de abraçá-lo ele ainda disse.
- Você ao menos tentou negociar mais alguns dias?
- Rony! Eu já disse que era urgente!-ela ralhou com ele, mas mesmo assim lhe deu um beijinho estalado no rosto. A próxima seria Satiniee, claro que iria falar com ela, afinal, ela não tinha culpa de nada, e tinha sido bastante é... Amistosa este tempo todo.
- Foi um enorme prazer conhece-la.- Ginny falou.
- O prazer foi todo meu, espero vê-la mais vezes.-disse a morena gentil.
- Claro.- elas se afastaram e o último era Harry, ela daria tudo para não ter que abraçá-lo naquele momento, ela sentia que se encostasse a mão no pescoço dele ela poderia “acidentalmente” quebrá-lo, ou enforca-lo ou... quando abraçou-o ela senti o calor do corpo dele, antes aconchegante, e o toque suave e delicado das mãos fortes, que antes tanto lhe agradavam...Por um momento ali nos braços dele, ela achou que nada tinha mudado, que Satiniee, não havia chegado e que eles continuavam felizes, mas ela logo foi puxada da realidade, quando ele sussurrou ao seu ouvido “Volta, volta para mim...” ela não respondeu de imediato, mas logo sussurrou de volta sendo sincera “Você me machucou muito Potter”. E sentiu ele apertar mais o abraço, como se se recusasse a deixa-la ir embora, então ela percebeu como aquilo doía, se dar conta de que aquelas mãos e aquele calor, e aquele abraço tão aconchegantes não eram verdade, que tudo tinha acabado daquela forma. Ela sentiu tudo rachar dentro de si, doía muito, muito mesmo, saber que ela tinha perdido uma coisa que ela nunca tinha tido de verdade. Apesar de tudo, sinceramente ela o amava, e no fundo do seu coração envolta em muita raiva estava aquela dor lancinante que a dilacerava por dentro ao saber que sua ilusão tinha acabado. Ela sentiu os olhos se encherem novamente, mas passou a mão pelo rosto e disfarçou abrindo o grande sorriso novamente. E com um último adeus para todos; ela saiu pela porta de casa, o vento no seu rosto aliviava em parte a sua dor interna, ela o odiava, odiava Harry por fazê-la sentir aquilo tudo, por fazê-la passar pelo que ela passou. Mas ela jurou para si mesma que aquilo tudo ficaria para trás, e se restasse alguma coisa seria raiva. Mas por enquanto ela deixou as lágrimas correrem pelo seu rosto pálido, andou alguns passos e aparatou. Quando ela sentiu a neve sobre os seus pés, sentiu alívio, alívio por não estar mais lá, ela reconhecia aquele chão frio, o vento cortante e gelado. Ela tinha aparatado bem longe do apartamento, um erro, mas do jeito que a sua cabeça estava, era mais do que compreensível. Ela olhou ao redor e viu a caverna onde ela sempre descansava depois de correr um pouco, a que ela tinha ficado lá com o Tigre. Ela sentou-se ali, e ficou apenas olhando para o seu branco, nublado que ela amava tanto.
It starts with
One thing, I don't know why
It doesn't even matter how hard you try
Keep that in mind
Ela tinha tentado tanto, tentou fingir que tudo daria certo, mesmo sabendo que tinha uma grande barreira entre os dois. Ela tivera esperanças, ele dera esperanças a ela, mas em parte a culpa era dela também: aceitou começar algo come ele, mesmo sabendo de tudo! E agora tudo terminava daquele jeito, tanta mentira! Tudo estava se partindo dentro dela, literalmente.
I designed this rhyme to explain in due time
All I know is that
Time is a valuable thing
Watch it fly by as the pendulum swings
Watch it count down to the end of the day
The clock ticks life away
O tempo que eles tiveram, juntos tinha sido tão perfeito! Mas tinha sido tudo uma ilusão, de coisas boas, no fim nada daquilo importava. Agora aquilo tudo tinha virado as uma memória, que ela pretendia esquecer. Era tão irreal!
It's so unreal
Didn't look out below
Watch the time go right out the window
Trying to hold on, but didn't even know
I wasted it all
just to watch you go
I kept everything inside
And even though I tried
It all fell apart
What it meant to me will eventually be a
memory of a time when
No fim ela apenas tinha assistido ele ir embora com uma desculpa esfarrapada, de que não queria machucar ninguém. E ela estava com raiva de si mesma por ainda assim amar ele, amar ele incondicionalmente e inexplicavelmente, chegava a rasgar lentamente sua alma, assim como as lágrimas dela escorriam pelo seu rosto e molhavam sua roupa, outras caiam no chão gelado.
I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter
Ginny tinha tentado, tentado não deixar aquilo atingí-la, mas era simplesmente impossível, ela se sentia acabada por dentro, tola, e apaixonada. Tinha realmente acreditado que podia um dia vir a dar certo, mas no fim aquilo tudo não importava, ela teve que cair e perder... Mas no fim aquilo nem importava tanto, tudo tinha se despedaçado. Ela fechou os olhos, como se assim pudesse concertar, tudo aquilo.
One thing, I don't know why
It doesn't even matter how hard you try
Keep that in mind I designed this rhyme to remind myself how
I tried so hard
In spite of the way you were mocking me
Acting like I was part of your property
Remembering all the times you fought with me
I'm surprised it got so [far]
Things aren't the way they were before
You wouldn't even recognize me anymore
Not that you knew me back then
But it all comes back to me in the end
As coisas não eram mais como era antes, tudo tinha mudado agora, ela estava sofrendo, mas esta seria a última vez, que ela deixava ele fazer aquilo com ela, não, nunca mais. Ela tinha confiado nele, e na realidade ele nunca tinha amado a Ginny verdadeira, era uma brincadeira, e aquilo doía dentro dela.
I kept everything inside
And even though I tried
It all fell apart
What it meant to me will eventually be a
memory of a time when
Ela se levantou, do chão, limpou a neve dali, e passou a mão pelo rosto molhado. Expulsou as lagrimas insistentes do rosto, se recompôs, aquela dor infeliz ainda continuava martelando no seu peito dolorido, era como se ali tivesse uma faca, invisível. Ela sabia quem tinha cravado aquela faca ali, e nunca o perdoaria.
I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter
I put my trust in you
Pushed as far as I can go
And for all this
There's only one thing you should know
Tudo que ela tinha passado por ele, suportado, e encarado, mesmo sabendo que poderia se machucar, ela tinha arriscado tudo porque amava ele. Finalmente ela acabou se machucando mesmo.
I've put my trust in you
Pushed as far as I can go
For all this
There's only one thing you should know
Ginny reuniu coragem, e aparatou, desta vez ela sabia para onde estava indo, e não era para o seu apartamento. Ela abriu os olhos e viu aquela poltrona conhecida, aquela mesa conhecida, e então uma voz soou as suas costas, trazendo um sorriso à tona, no seu rosto marcado, de lágrimas.
- Raposa graças a Deus você está aqui.-ela se virou e pôde encarar Jack sorrindo levemente, aliviado, por ela estar ali. Então a ruiva falou algo que ela desejara falar a tanto tempo.
- Eu estou de vota Tigre, mas desta vez é verdade.-ela sorriu e a faca no seu peito pareceu, não doer mais tanto assim. Ela abraçou o amigo, aliviada em saber que ele estava ali, esperando ela, e estaria sempre.
I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter
N/A: oie, bom eu errei em dar o palpite que este seria o ultimo capitulo...;p Ainda terá mais, um, ou talvez dois, mas só talvez... Eu finalmente encontrei a música perfeita para esta parte. Acho que talvez tenha ficado repetitiva demais, mas sei lá... Acho que ta boa. Espero que vocês gostem! Minha intenção era passar o sentimento, tudo que ela sente no momento, espera que eu tenha cumprido a minha missão. Bom a musica é IN THE END Linkin Park beijos
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