III



Tive cada pesadelo enquanto dormia... Parecia o inferno, quer dizer, era o inferno!
Tava todo em fogo e tinha um monte de gente sem perna, braço e tal, gritavam gemiam de dor... eu quis vomitar quando um vi um cérebro despedaçado ali perto de mim... o Demo (Figura importantíssima e indispensável no Inferno) estava lá, claro, toda hora parecia com uma imagem diferente.
Primeiro apareceu como Hitler, ou talvez era o próprio Hitler...

Ele olhou pra mim, atrás dele tava cheio de soldados, e gritou bem alto: “Matar Judia, matar judia!!!”.
Eu queria dizer que não!
Eu não sou judia!
Mas meus lábios não se mexiam, então foi o jeito pegar o beco dali.
Sai correndo, mas quem disse que consegui?
Minha perna tava pesadona, era como se eu tentasse correr numa piscina de lama.
Cara, fiquei apavorada!

Aí no meio da corrida, do nada, o cara se transformou em Voldemort.
Eu parei de correr.
Os soldados tinham se transformado em comensais da morte.
Voldemort disse no mesmo tom que o Hitler tinha dito: “Matar Harry Potter, matar Harry Potter” Disse isso apontando pra mim o desgraçado.
Eu tentei gritar: “Não sou Harry Potter seu sequelado!” mas nem saiu a voz.

Um monte de feitiços começaram a me atingir e eu fui procurar minha varinha.
Agora olha a coisa sem noção... eu lá sendo alva de feitiços e procurando minha varinha desesperada enquanto lançavam maldições em mim sem parar.
Não sei bem... acho que elas estavam me atravessando já que eu não sentia dor.

Mas o desespero era demais. Eu achei que ia ter um treco ali mesmo.
Aí, do nada de novo quando tava aquele bando de homens-monstro, aquela coisa toda atrás de mim... eu correndo na maior velocidade que se pode correr numa poça de lama até a cintura...
Nossa, eu já sentia meu cabelo derreter naquele calor todo, foi quando eu percebi que estava derretendo mesmo, parei de tentar correr e comecei a gritar.


Aí... aí... eu acordei.



O que foi um alívio, já não tava gostando daquele pesadelo.

Olhei no relógio e adivinha?

Isso mesmo, estou atrasada por culpa do Hitler e Voldemort, ficaram me amolando naquele inferno. Lugar merecido para os dois...

Se bem que eles pareciam estar se divertindo lá...

Bem, agora tenho que correr.

Pulei da cama e fui direto pro banheiro fazer minha higiene matinal.

Depois daquele calor todo no inferno encarei feliz a chuveirada fria, que me despertou quase que instantaneamente. Demorei sem perceber aproveitando para relaxar enquanto a água caía em meu rosto.

Penteei longamente o meu cabelo, desembaraçando-o cuidadosamente.
Fiz o feitiço que sempre faço de manhã para que eles fiquem lisos e presos delicadamente. Cada fio em seu respectivo lugar.

Fiz meu café descafeinado e sem açúcar (sem reclamações) e sai de casa. Aparatei me certificando de que nenhum trouxa estava por perto.

Cheguei no escritório na mesma hora que Draco começava a estudar os processos em andamento.

- Bom dia. – Ele levantou os olhos da leitura quando me cumprimentou sorrindo.

- dia... – Resmunguei fechando a porta e indo até minha mesa.

- Dormiu bem? – Ele ainda olhava pra mim.

Será que ele não sabe fechar a matraca?

- Não é da sua conta. – Resmunguei abrindo minha gaveta e tirando de lá meu tinteiro e uma pena.

Ele deve ter voltado a ler, por que não sinto aquela sensação estranha de quando ele está me observando. Agradeci por isso. Deus é pai.

- Sabe, eu queria que você fizesse ao menos um esforço para acreditar em mim. – Comentou ele com os olhos ainda no pergaminho.

Olhei pra ele.

- Não preciso fazer nenhum esforço, minha opinião sobre você está formada a muito tempo e não escondo isso de ninguém.

- Eu sei que não esconde isso, mas não parou pra pensar que você está cometendo uma injustiça me tratando desse jeito? – Agora ele olhou pra mim novamente.

- Não é nenhuma injustiça, não banque o engraçadinho pro meu lado.

- Isso realmente me entristece.

- Por quê? Por que algo simples assim iria te entristecer? – Perguntei sarcasticamente.

- Por que aí você desconfia de mim.

- Não devia te incomodar já que é a mais pura verdade.

- Não é verdade, eu não sou um traidor! – A voz dele estava mais firme agora.

- Draco, eu não venho todos os dias pra cá para discutir com você. Não vou discutir no trabalho.

- Ótimo, então vamos discutir no jantar.

- Não vai ter jantar!!!

- Por que não?

- Por que eu não quero jantar com você!

- Por quê?

- Por que eu não gosto de você!!

- Por quê?

- Pára de perguntar “por quê?”. Vai perturbar outro Draco!!! Me deixa em paz! Eu quero trabalhar! – Eu levantei quando disse isso, senti meu rosto arder de raiva. Como ele podia ser tão odioso?

Ele olhou surpreso para mim.
Dava pra ver nos olhos dele que lá no fundo ele estava querendo isso.
Estava se divertindo em ficar me azucrinando.

Tentei me acalmar e sentei.
Abaixei os olhos para os documentos que me esperavam para serem analisados.
Li quinze vezes a primeira linha, mas não conseguia me concentrar.
Ele tinha conseguido arruinar meu dia mais uma vez.


No fim do dia, enfim tinha cumprido boa parte do meu dever.
Coloquei cuidadosamente todo o material dentro da minha gaveta e tranquei magicamente. Pequei minha bolsa já decidindo sair. Olhei e apertei a minha bolsa três vezes para me certificar que era ela mesmo e que não ia esquecer.

Draco se levantou quando eu levantei.
Olhava pra mim disfarçando um sorriso.

Depois da bronca que eu tinha dado nele de manhã ele parecia ter se mancado.
Parecia... só parecia.
Nem falou muito comigo durante o dia.
Só coisas sobre o trabalho.
Melhor assim.
Mas eu sabia que ele já devia estar se coçando de vontade de jogar alguma pra cima de mim.

Sem ligar muito para o olhar dele caminhei para porta rezando um pai nosso, não adiantou, ele veio e abriu ela pra mim.

- Reservei um ótimo restaurante. – Ele me informou.

Eu olhei para ele incrédula e respirei fundo.

Minha mãe sempre me disse, o melhor a fazer nessas horas, quando se está nervosa é contar até 10, se estiver muito nervosa, até 15; e se tiver furiosa, até 25. Mas nunca passe dos 25 senão você pode ficar muito calma e a pressão cai.

Fiz minha escolha...

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Incrível. Me sinto realmente mais disposta a falar do que gritar depois disso.
Vou começar a usar mais essa técnica. Nunca pensei que pudesse dar realmente certo. Mas voltando ao Draco...

- Draco, eu não acredito que depois de todo o estresse que passei hoje você ainda vem com toda essa cara de pau falar em jantar. – Disse com uma voz calma que quase me fez duvidar que tinha saído de mim.

- Mas desde ontem eu disse que íamos jantar.

- E desde ontem eu digo que não vou jantar com você!

- hmmm, eu tinha decidido não ouvir essa parte.

- Problema seu.

- Mas eu fiz a reserva!!!

- Não tenho nada aver com isso. Sai da minha frente. – Empurrei ele para o lado e sai da sala.

Aparatei assim que pus os dois pés fora. Ele não ia me alcançar dessa vez.








Oi meus amigos! Obrigado pelos comentários, nada poderia me fazer mais feliz do que a participação de vocês. Está aqui mais um capítulo, espero que gostem.

Continuem deixando sua opinião.

O próximo capítulo sai rapidinho.

Obrigado.

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