Amizade Sonserina
Amizade Sonserina
O primeiro mês de aula passou rapidamente e outubro chegou trazendo os ventos frios do outono, as folhas das arvores amarelavam e caiam na mesma medida em que a temperatura diminuía.
Era um sábado de dia claro, apesar do frio e Goyle o capitão do time de quadribol da Sonserina estava no campo selecionando novos jogadores para a equipe. Por esse motivo a sala comunal nas masmorras do castelo estava vazia, a maioria dos sonserinos estava no campo assistindo a seleção ou tentando uma vaga no time. A Equipe havia se tornado muito popular no último ano, após ganhar a taça no último jogo. Muitos alunos (nenhum da Sonserina) atribuíram à inesperada vitória, a estranha e muito suspeita gripe de dragão que acometeu Ludo Bagman o melhor jogador da Lufa-lufa e campeão nos dois anos anteriores. Agora os alunos da Sonserina estavam interessados em saber se a nova equipe seria tão boa quanto à do ano anterior, principalmente porque o capitão Rodolfo Lestrange havia resolvido deixar o time.
E nessa manhã de sábado, pouco antes do horário do almoço, era justamente Rodolfo Lestrange que estava sentado quase sozinho no salão comunal. Quase sozinho, porque Lestrange não percebera a presença de um calouro de cabelos negros e oleosos que estava sentando numa mesa próxima. Esse menino era severo Snape e não se interessava nem um pouco por quadribol, na verdade ele até teria ido assistir ao treino se houvesse alguém para ir com ele. Seus companheiros de dormitório não lhe davam muita atenção, na verdade viviam ignorando-o. Mas Severo já estava acostumado a ser solitário. Aproveitava aquela manhã calma para poder estudar fora da biblioteca. Ele até pensou em cumprimentar Lestrange, ele encontrara o rapaz algumas vezes na biblioteca e uma vez numa madrugada chuvosa na sala comunal, sempre envolto em pergaminhos. Severo esticou o pescoço para enxergar o que Lestrange fazia. Ele tinha os dois cotovelos apoiados na mesa, a cabeça baixa esfregando as mãos nos olhos como se estivesse cansado de ler.
Severo desistiu de falar com rapaz afinal eles se encontraram várias vezes sozinhos e Lestrange nunca sequer o cumprimentara.
Os dois retornaram aos seus afazeres e apenas o som da pena de Severo arranhando o pergaminho era ouvido na sala, até que uma coruja adentrou o recinto trazendo um estranho tubo de latão e um envelope.
Severo ficou atento à coruja, curioso com sua estranha carga. Ela pousou na poltrona ao lado de Rodolfo, ele soltou o envelope, abriu-o e leu o pergaminho. Severo notou um largo sorriso no rosto do rapaz.
Ele então retirou a tampa do tubo de latão, Severo achou que era o corpo de um telescópio, mas viu que se tratava de um recipiente para um rolo de pergaminhos. Lestrange Lia avidamente as folhas desenroladas e excitado deu um tapa na mesa que ecoou alto pelo salão.
Preocupado com sua própria demonstração de satisfação, Rodolfo percorreu a sala com o olhar e inevitavelmente seus olhos se encontraram com os de Severo. A expressão de Lestrange se fechou havia um quê de raiva por perceber que alguém o estava observando. Severo percebeu e baixou a cabeça escondendo o rosto sob os cabelos e voltando a escrever.
Lestrange fez menção em se levantar, mas no mesmo momento um outro rapaz entrou na sala. Rodolfo pegou os pergaminhos desajeitadamente e enfiou-os na bolsa, como severo já o havia feito fazer certa vez, durante o café da manhã.
O outro rapaz caminhava com cara de poucos amigos, vestia uniforme de quadribol e trazia uma vassoura sobre o ombro direito, sentou-se ao lado de Lestrange retirando o tubo de latão da poltrona.
“O que é isso? Você nunca gostou de Astronomia” Perguntou o garoto.
Lestrange tomou o tubo das mãos dele e disse: “Só estou tentando consertar... O que você está fazendo aqui? Porque não está na seleção com o resto do time?”.
O garoto se recostou na poltrona e cruzou os braços dizendo: “O idiota do Goyle me tirou do time.”
Lestrange o encarou e deu uma gargalhada dizendo: “Sebastian Fitzroy não é mais artilheiro da Sonserina. Até que o Goyle não é tão estúpido”.
“Ah, não acredito que você concorda com ele!”.
“Convenhamos Sebastian, você nunca foi um artilheiro genial eu só o mantinha no time por ser de minha confiança. Mas você pode tentar convencer o velho Slug a obrigar o Goyle a te colocar no time.”
“Bem... Eu não sou um queridinho do Slughorn como você meu caro.”
“Você pode tentar bajular o velho, ele adora um bom puxa-saco.”
“Não vale a pena, deixa essa droga de time pra lá afinal esse é meu último ano mesmo. Tô nem aí pra essa porcaria de torneio.” Após dizer isto Sebastian reparou em um dos pergaminhos que restavam sobre a mesa. Rodolfo percebeu que a atenção do amigo havia se desviado para seus papéis e rapidamente começou a recolhê-los. Mas Sebastian foi mais rápido e conseguiu pegar uma das folhas.
“Estudando runas? O que você anda fazendo?”
“Não se mete na minha vida. È só uma tradução particular que estou fazendo.” Respondeu Lestrange pegando o pergaminho de volta.
“O que você tanto estuda heim? Abandonou o time, só vive na biblioteca...”.
“Já disse que quero aproveitar ao máximo meu último ano aqui. Hogwarts pode nos ensinar muitas coisas, a biblioteca daqui é uma das melhores do mundo. Eu só resolvi aproveitar tudo isso porque ano que vem não vou poder voltar sempre que quiser.”
“Conta outra Lestrange, eu te conheço cara.”
“Você pensa que me conhece, mas eu mudei muito.”
“Isso eu estou vendo, só não sei o que causou essa mudança... Falando nisso o que você fez durante as férias? Te mandei uma coruja, mas você não me respondeu.”
Lestrange terminou de guardar seu material e disse: “Passei o verão com meu irmão Rabastan.”.
Sebastian percebendo o olhar frio do amigo e conhecendo-o bem, sabia que era hora de mudar de assunto.
“E o clube de duelos? Você também vai abandonar?”
Lestrange pareceu pensativo, depois respondeu: “Acho que sim, acredito que não vou ter tempo para o clube.”
“Que droga! Aquele babara do Logbotton vai ficar sem adversário a altura. Ele acabou com você ano passado com aquele feitiço incarcerous”
Lestrange pareceu irritado: Se eu pudesse utilizar todos os feitiços que aprendi durante o verão, não teria adversários a minha altura aqui nessa escola. E Longbotton deu sorte ele conhece muitos feitiços por ser filho de um auror... “Mas eu vou dar o troco”.
“Então você podia pensar em continuar no clube, afinal você merece uma revanche”.
Rodolfo disse apenas: “Talvez”.
Então uma multidão entrou na sala atrás de Goyle, parecia que muitos estavam insatisfeitos com a escolha do time.
No meio da confusão, Severo não conseguiu mas prestar atenção em Lestrange. Logo os Irmãos Flint estavam expulsando-o de sua mesa. E o grupo mais popular e perigoso da Sonserina estava reunido ali: Malfoi, Goyle, Beatriz, Os irmãos Flint, Macnair e alguns outros que circulavam ao redor deles bajulando-os entre eles Narcisa.
Severo recolhia suas coisas enquanto os outros iam se sentando e jogando o material do calouro para o lado e para o chão. Goyle deu um safanão em Severo dizendo: “Sai fora logo pirralho”.
“Hei! Pega leve com ele Goyle”. Disse Narcisa enquanto lia um pedaço de pergaminho que pertencia a Snape.
“É seu amiguinho Ciça?” Debochou Belatriz.
Narcisa encarou Severo profundamente, depois olhou novamente para o pergaminho em suas mãos e respondeu: “É meu amigo sim”.
Belatriz olhou fixamente para Severo como se o avaliasse bem.
Goyle deu uma risadinha debochada e falou enquanto agarrava Severo pelo pescoço num falso abraço: “Tão pouco tempo na escola e já arrumou um namoradinho?”
Narcisa não cedeu a provocação apenas disse calma e friamente: “Não Goyle, ele não é meu namorado só meu amigo. Severo é tão legal comigo que até vai me deixar copiar o trabalho de transfiguração dele.”
Malfoi sorriu encarando Narcisa, Ela era bem astuta para a idade. Ele retirou o papel das mãos da garota e começou a lê-lo.
Goyle Apertou ainda mais o pescoço de Severo enquanto dizia: “Você é um cara Legal, pirralho. Vai ajudar à senhorita Black, não vai?”.
Severo acenou a cabeça afirmativamente. Fazendo Goyle aliviar a pressão.
Malfoi olhou para Severo e disse: “Muito bom cara, Sua mente não é nada má. Não foi a toa que veio para a Sonserina”.
Narcisa levou Severo para a mesa ao lado, que os alunos do segundo ano que a ocupavam deixaram livre rapidamente após um sinal de Goyle. A menina pegou um pedaço de pergaminho e começou a copiar o trabalho com a sua letra.
Severo ficou contrariado e de cara feia disse: “Não podemos apresentar o mesmo trabalho”.
“Então você vai ter que fazer outro”. Respondeu ela e percebendo o olhar de contrariedade de Severo se apressou a dizer: “Snape, você é inteligente pode muito bem fazer dois trabalhos de transfiguração sem nem gastar muito tempo... Logo você vai ser um grande bruxo. Brutamontes como o Goyle e os Flint, não vão muito longe. È como diz meu pai: Magia se faz com o cérebro e não com os músculos. Por isso quero realmente ser sua amiga, aqueles idiotas só servem para intimidar os outros.” Narcisa estava acostumada a usar as pessoas desde pequena, depois de usar Goyle para obrigar Snape a deixá-la copiar o trabalho, agora ela bajulava Severo para garantir ajuda no futuro.
Severo não era ingênuo e sabia o que Narcisa queria na verdade. Mas também precisava da companhia dela para conseguir se enturmar na Sonserina, ou pelo menos conseguir que Goyle e os Flint não pegassem no pé dele. Assim ele descobriu a maneira sonserina de se fazer amizades.
***
Entre os calouros da Grifinória as coisas corriam bem, eles haviam começado a praticar magia e Tiago havia demonstrado um talento excepcional para transfiguração. Ele foi o primeiro a conseguir transformar o palito de fósforo em agulha. Enquanto Sírius, Remus e Lílian apenas tinham conseguido deixar o pálido prateado. Os outros alunos nem isso.
Sírius finalmente havia conseguido convencer Remus a ensiná-los o feitiço escudo. Sírius precisou convencê-lo de que seria uma forma de estudar a matéria mais avançada, mas Remus concordou somente se as lições também fossem teóricas, ou seja além de praticar os feitiços eles teriam que passar algum tempo na biblioteca aprendendo a teoria. Tiago não ficou muito contente com a idéia, mas a possibilidade de aprender e praticar magia mais avançada o fez concordar. Os quatro meninos chegaram a pesquisar feitiços escudo na biblioteca durante alguns períodos entre aulas, mas não chegaram a praticar pois Remus adoeceu. Ele chegou a passar algumas noites na ala hospitalar. Sírius tentou perguntar que doença ele tinha, mas Remus ficava evasivo e passou a evitar os amigos.
Numa sexta feira durante a aula de poções, Remus estava muito pálido. Ele estava dividindo a mesa com Lílian e Laura. E ao esticar o braço para depositar os ingredientes no caldeirão, Lílian percebeu um grande e profundo arranhão no antebraço do menino. Ao perceber que a menina olhava para o ferimento, Remus sacudiu o braço fazendo com que a manga da veste voltasse a cobrir o braço.
Lílian era junto com Severo era a melhor aluna em poções atraindo muitos elogios do professor. Que passou a sentir certa admiração pela garota, para desespero de Narcisa que temia perder a posição de preferida.
No final da aula Slughorn ao observar a poção perfeita que Lílian havia preparado sorriu dizendo:
“Muito bem Senhorita Evans, a melhor poção da classe, dessa vez nem o Senhor Snape conseguiu chegar tão próximo de um resultado perfeito.”
Lílian agradeceu o elogio com um sorriso radiante.
“Mas me diga minha cara, da onde vem esse incrível talento para o preparo de poções? Será que eu conheço alguém de sua família?”
“Acho que não professor, eu venho de uma família de trouxas”.
Slughorn ficou sem palavras encarando a menina espantado. Narcisa deu uma gargalhada debochada. Severo fez uma careta.
Slughorn pigarreou e disse: “Então você é um fenômeno maior do que eu pensava, vejam só uma nascida trouxa apresentar um talento tão surpreendente”.
Narcisa ficou roxa de raiva e aversão. Cochichou para Severo: “Você faz poções muito melhores do que essa sangue-ruim e esse velho ridículo não dá a mínima.”
“Pensei que você gostasse dele”. Disse Severo.
Narcisa não respondeu, apenas observou Slughorn enquanto ele observava outras poções.
“Muito bem senhorita Vance, quase chegou lá. Vejamos o senhor Lupin". Slughorn fez uma cara de nojo ao olhar a poção coalhada de Lupin, ele não levava o menor jeito para a matéria. O professor olhou para cara do menino e ficou com uma expressão preocupada, Ele estava pálido e com olheiras arroxeadas. Slughorn retirou um frasquinho do bolso do paletó e o levou até o nariz de Remus que ficou um pouco mais corado após inalar ao vapor azulado que saiu do frasco.
Lílian reparou que o professor tinha um olhar triste ao encarar Remus.
A aula acabou e os alunos foram se retirando.
Remus alcançou Sírius quando Pedro estava contando que no inicio da noite passada, pouco depois do jantar ele havia visto pela janela da torre da Grifinória, dois vultos andando em direção ao salgueiro lutador.
Ao ouvir isso Remus berrou que Pedro inventava coisas para chamar atenção e disse ainda que ninguém seria idiota o suficiente para se aproximar daquela árvore.
Todos estranharam a reação dele pois o menino era muito calmo e sereno. Remus se desculpou pela explosão e disse que se sentia mal e foi procurar madame Ponfrei. O menino não apareceu para a aula de DCAT. Após a aula Sírius e Lílian foram até a ala hospitalar, mas a enfermeira disse que Remus passaria a noite lá de novo e que não receberia visitas.
Nas aulas de DCAT Laura e Lílian eram sempre as mais interessadas, Todos os alunos gostavam das aulas que eram sempre interessantes. E a professora vivia contando sobre grandes batalhas que ela havia presenciado ou sobre estórias terríveis de vampiros e outras criaturas das trevas. Porém Lílian e Laura sentiam uma fascinação cada vez maior pela professora e a simpatia parecia ser recíproca, porque a professora dispensava um tratamento diferente para elas. Sempre pedia a participação das duas meninas que se mostravam corajosas em se aproximar da professora sem receios. Talvez por isso a vampira parecesse gostar tanto das duas, tanto quanto uma vampira pode gostar de alguém.
No sábado Remus já estava bem melhor e não foi mais para a enfermaria. E o resto do mês passou se maiores problemas.
O irônico foi que para desespero de Remus, a nova mania dos alunos da escola passou a ser tentar conseguir um ramo do salgueiro lutador, os poucos corajosos que tentaram, acabaram na ala hospitalar. E sempre que alguém anunciava que ia tentar logo se formava uma grande platéia perto do salgueiro para assistir o espetáculo, Ludo Bagman e outros alunos gaiatos chegaram a montar uma bolsa de apostas. Eles apostavam quanto tempo o desafiante da vez ia conseguir durar e apostavam até que osso ele quebraria primeiro. E para incrementar a disputa prometeram um belo premio a quem conseguisse um ramo do salgueiro lutador.
Evidente que Filch descobriu e tratou de vigiar com mais freqüência o terreno próximo à árvore mágica, mas isso não impedia que de vez em quando, um aluno tentasse conseguir um ramo. de olho no tal premio prometido por Bagman.
Evidente que Sírius e Tiago já estavam pensando em tentar, mas cada vez que um aluno era arremessado longe por um dos fortes galhos da árvore eles pensavam melhor a respeito. Remus lógico vivia tentando faze-los desistir da idéia e se recusava sempre a ir assistir as tentativas dos alunos de conseguir arrancar um ramo da árvore.
N/A
Mais um capitulo, espero que tenham gostado. Agradeço aos comentários de todos.
Nohara: Que bom que gostou do capitulo, eu sempre acabo gostando mais dos meus personagens originais e a professora Nádia já um dos meus personagens favoritos.
Lady Black: Os Marotos já estão quase formados, as amizades estão se fortalecendo... Nesse capitulo eu mostrei mais a galera da Sonserina, espero que também tenha gostado.
Nandica: Como já mostrei em outro capitulo a professora vampira tem relação com a estória, porque pode incrimenar o Voldemort no ministério.
Mauricio Weasley: Legal vvocê estar acompanhando essa fic. Ela é bem diferente da outra, que tinha um estória clara. A outra era quase um romance policial, com harry e Rony perseguindo tentando desvendar um assassinato e encontrara a cura. Essa fic é Diferente é mais sobre a formação dos marotos. Mas como em todas as minhas fics tem um mistério central na trama, que vai se desvendando aos poucos. Espero que você continue lendo e gostando.
Bazinha, Lola-Potter e Leonardo: Agradeço os comentários e espero que continuem a acompanhar minha fic.
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