A visita de Dumbledore
A visita de Dumbledore.
Era uma linda manhã de verão o céu azul, límpido e com pouquíssimas nuvens. Um dia perfeito para as crianças se divertirem e era o que estavam fazendo um grupo de meninos nesse exato momento.
Eles desciam velozes a longa ladeira, que ligava o pequeno povoado de Godirc’s Holow à outra vila próxima. As rodas e correntes das bicicletas chiavam e gemiam com a velocidade, os garotos em cima delas sacolejavam com o solo irregular do caminho.
Gargalhando e gritando eles faziam uma grande algazarra pela rua. Todos tinham entre dez e quinze anos, Eram oito no controle das bicicletas e mais três de garupa em algumas delas.
No meio do caminho um senhor de avançada idade se viu em situação difícil. As bicicletas avançavam cada vez mais velozes em sua direção. Ele sabia que não seria rápido o suficiente para sair do caminho delas. Ficou parado torcendo para que os garotos diminuíssem a velocidade. Mas isso não aconteceu, eles estavam cada vez mais perto e sem dar sinal de que iam desviar. O velho se encolheu esperando a trombada, fechou os olhos. Sentiu o vento forte e o zunido das bicicletas cortando o ar ao seu redor ouviu os gritos e assobios e gargalhadas da molecada.
“Olha a frente velhote!” “Sai da reta!”, era o que ele ouvia. Quando abriu os olhos os meninos já estavam longe olhou pata trás e praguejou: “Malditos moleques”.
Os garotos continuavam velozes rindo cada um jurando que tinha sido ele o que tinha passado mais perto do velho, o que tinha tirado a menor “fina” do coroa.
O sol refletia nos aros cromados das bicicletas, as arvores dos dois lados da estrada passavam velozes quase como um borrão, aquele trecho do caminho era quase deserto. Então subitamente eles pisaram nos freios. Todos sem combinação prévia resolveram parar.
A poeira subiu com atrito dos pneus no solo, o chiado dos freios foi diminuindo e logo todos foram parando a poucos metros de uma casa.
Não foi a visão do estranho casarão do lado direito da rua que os fez parar... O plano era justamente o contrário: Passar o mais rápido possível na frente daquela casa. Ela era estranha, aparentemente era uma casa comum, bem maior que as construções comuns no local. O estranho era uma casa daquelas tão longe do centro do povoado, ali no meio do caminho sem vizinhos por perto. Era uma casa de dois andares com um grande jardim na frente a fachada era cheias de janelas, alguns viam cinco janelas no andar de cima outros juravam ver seis. Fora essa estranha ilusão de ótica a casa parecia uma construção normal. Porém ciosas normais não aconteciam por lá. Muitas pessoas viram fumaças e luzes estranhas quando passavam por ali, Existiam relatos de que pessoas estranhas frequentavam aquela casa. A História mais conhecida é a de uma senhora que jura que viu um homem aparecer do nada no jardim... Existem muitas outras mais, mas não cabe relata-las agora.
Como foi dito não foi por causa da casa que os meninos pararam derrepente, O motivo foi um garoto sentado sobre a cerca viva que separava o jardim da casa da rua.
Fora uma ou outra excentricidade os habitantes de Godric’s Holow nunca tiveram do que se queixar dos habitantes daquela casa, Era um casal muito reservado poucas vezes eram vistos na vila e quando eram avistados sempre faziam questão de cumprimentar quem encontrassem. O problema era justamente o filho, aquele menino era estranho, se já não bastasse o fato da mãe dele ter aparecido grávida quando já estava com seus quarenta e oito anos, Sempre acontecia uma encrenca quando o garoto aparecia na vila e felizmente foram poucas às vezes. Na feira anual que os habitantes fazem para comemorar a colheita foi só os pais aparecerem com ele e foi um deus nos acuda, sem explicação nenhuma os porcos que estavam num cercado enlouqueceram e saíram derrubando todas as barracas, e o pestinha se divertia muito com o desespero do povo.
Em outra ocasião por conta do aniversário do habitante mais velho do povoado, (que por acaso vem a ser aquele velho com quem os meninos das bicicletas cruzaram no caminho) ele apareceu com mãe e logo depois todos passaram mal com o bolo. Felizmente a própria mãe dele preparou um chá que aliviou as dores de barriga das pessoas.
Logo o menino ficou com fama de azarado, pé frio. As crianças da vila não gostam dele, elas dizem que ele é bruxo, que todos naquela casa são, mas os adultos acham que são coisas de criança, sempre vivem a inventar fantasias para deixar a vida mais interessante.
Voltemos então ao impasse dos ciclistas amadores parados como já foi dita a alguns metros da casa. De cima da cerca o menino os encara com um sorriso no rosto.
“Bom dia“ Disse ele.
Sem se aproximar Fred o mais velho e líder dos garotos disse: “o que você quer Potter?”
“Eu não quero nada, estou só apreciando a paisagem”
“Nós só queremos passar, não queremos confusão”
“Então passem, estão com medo de mim? Até você Fred tão valentão, que ontem mesmo deu soco no próprio coitado do Ernesto Banks”
“Eu não tenho medo de você, è só um coitado que não tem nem bicicleta para nos alcançar” Fred disse na intenção de provocar o garoto, de lhe causar inveja, mas Thiago Potter apenas riu e disse: “Eu tenho coisa melhor que bicicleta”
Que respondeu não foi Fred mas Lingüiça um garoto alto e magricela “É lógico que tem, você anda de vassoura, não é esse o transporte dos bruxos?” e todos os garotos agora riram, do que achavam uma boa piada.
Thiago ria da ignorância daqueles meninos trouxas, se eles soubessem que ele tinha mesmo uma vassoura e que era muito bom com ela. Seriam eles a sentir inveja.
“Bom se vocês não têm medo porque não passam, mas vou logo avisando: o que dizem sobre esse pedaço da estrada é verdade ele é assombrado”
“O tem aí atrás nas mãos?” desconfiou Fred. Que sendo tão peste como Thiago, sabia muito bem que o outro estava armando alguma coisa, só não queria demonstrar fraqueza e covardia na frente dos amigos.
Thiago tratou logo de esconder a varinha entre a folhagem da cerca viva e mostrou as mãos vazias.
“Vocês são uns covardes” disse o menino bruxo por fim saltou da cerca para o jardim, pegando a varinha com um movimento discreto e começou a caminhar na direção da casa.
Se sentindo seguro com a distancia do outro, Fred começou novamente a pedalar e os outros meninos o acompanharam quando tinham acabado de passar em frente a casa, Thiago se virou rapidamente e apontou a varinha para as árvores do ouro lado da estrada, lá no alto delas ele tinha colocado lençóis brancos e sacos cheios de uma tinta fedorenta que achou no barracão atrás de sua casa. ele disse uma única palavra e os lençóis começaram a perseguir os garotos que achavam que eram fantasmas, quando passaram em baixo da árvore com os sacos de tinta, Thiago os fez cair todos em Fred, guardou um para o Lingüiça também, pela piadinha sem graça das vassouras. Os garotos entraram em pânico pedalando desesperados alguns caiam e abandonavam a bicicletas, saindo correndo.
Tiago rolava de rir segurando a barriga, quando ouviu o som que fez gelar sua alma:
“Thiago Potter!”.
Era sua mãe que o tinha pegado em flagrante.
“ entre já para casa e espere seu pai chegar, para ver o castigo que vai receber, ora onde já se viu pegar minha varinha para aprontar mais uma das suas. Você não sabe que é proibido menores de idade executarem magia?”
Ele fez sinal afirmativo com a cabeça, mas respondeu em voz baixa: “Você me emprestou, não lembra?”
“Não se faça de tonto rapazinho! Você sabe muito bem que deixei você praticar alguns feitiços e levitação, não era para você usa-la contra os garotos da Vila”
“Esse ano você vai para Hogwarts, tomara que Dumbledore consiga colocar algum juízo nessa sua cabeça, porque parece que eu não consegui”
Thiago teve que passar a tarde descascando batatas e ele tinha certeza que sua mão havia enfeitiçado as batatas porque ele não acabava o serviço nunca.
Quando seu pai chegou por volta das quatro da tarde Thiago já tinha os dedos doloridos de utilizar as facas.
“Thiago meu filho... que idéia foi essa? Você ainda vai me complicar no ministério se eles descobrem o que você fez... será que você não tem juízo?” Disse o pai.
“Eu acho injusto não poder usar magia” Respondeu o garoto.
“Thiago, você parou para pensar no que você fez? Você utilizou magia contra pessoas indefesas, trouxas não têm como se defender de magia. Por isso não é correto utiliza-la contra eles.”
“Mas alguns deles bem que merecem” Disse o filho.
“Pode até ser que mereçam, mas não devemos fazer. existem bruxos que fazem isso, atacam trouxas por eles serem mais fracos, alguns deles até gostariam de mata-los. Esse são bruxos das trevas e parecem estar na moda agora. Você quer se tornar um bruxo das trevas?” O pai perguntava tentando manter a calma.
O garoto rapidamente respondeu que não, achava que o pai estava exagerando ao compara-lo com bruxos das trevas só tinha pregado uma peça. Mas começou a sentir remorso.
“Thiago, talvez você não saiba, mas esses são tempos difíceis, há um grupo de bruxos das trevas cometendo muitas atrocidades... piadas como as suas podem deixar as pessoas nervosas e dar a elas uma impressão errada sobre você.”
Thiago ficou calado ouvindo de cabeça baixa o sermão do pai.
“Esse ano você vai para Hogwarts estará longe de nós é preciso se comportar melhor, lá também pode haver pessoas querendo te levar para as artes das trevas, não se deixe seduzir, lembrem-se do que lhe ensinamos”
Thiago viu a oportunidade de mudar e assunto e não a perdeu: “Vocês dizem que eu vou para Hogwarts, mas minha carta de matricula ainda na chegou, Pedro Pettigrew, recebeu a dele ontem e já me mandou uma coruja essa manhã para contar.”
“Dumbledore vem aqui hoje trazer a sua carta.”
“Jura pai? Ele vem pessoalmente só para isso?”
“Sim.” Respondeu o pai já cansado. “Agora suba para o seu quarto está de castigo só descerá quando Dumbledore chegar para o jantar”
Thiago obedeceu ao pai e subiu a escadaria de madeira.
“Esse garoto me cansa, Suzie... Acho que estou velho para ser pai”
“Quando ele for para Hogwarts você vai sentir muita falta. Mas uma coisa me deixou curiosa... Porque Dumbledore vem pessoalmente trazer a carta?”
“Ele diz que quer nos visitar que gostaria de provar mais uma vez do pato com batatas que você prepara tão bem. Mas isso é desculpa, Dumbledore quer algo mais e sabendo o que anda acontecendo por aí eu acho que sei o que ele vem fazer aqui.”
Umas três horas depois a lareira na sala dos Potter se acendeu com uma chama verde e de dentro dela siu um bruxo com vestes azuis celeste barba branca comprida e óculos de meia lua sobre o nariz torto.
O Sr. E a Sra. Potter, já o Esperavam em frente a lareira:
“Boa noite Alvo, que prazer recebe-lo em nossa casa”
“O Prazer é todo meu Jonathan. Obrigado por me permitir usar a lareira, as vezes não poder aparatar nos terrenos da escola é um transtorno. E você Suzanna, como vai? Ah... já sinto o cheiro maravilhoso do jantar, mas onde está o motivo da minha visita o nosso pequeno Thiago“
Thiago que já estava esperando na porta do quarto desceu correndo.
“Como vai senhor?”
“Muito bem” respondeu o velho com um sorriso, e estendeu a carta para Thiago.
Ele a abriu com ansiedade e começou a ler:
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts
Diretor: Alvo Dumbledore
Prezado Sr. Potter,
Temos o praze de informar que V. As. Tem uma vaga em nossa escola, Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em dois de setembro.
Atenciosamente
Alvo Dumbledore.
Diretor.
Thiago tinha um sorriso nos lábios e agradeceu:
“Obrigado senhor”
“Agora você pode me chamar de professor ou se preferir Diretor, mas eu devo confessar que prefiro que me chamem pela primeira opção.”
“Você não sabe o que está levando para sua escola” disse Jonathan Potter em tom de bricadeira. Todos riram menos Thiago.
Jantaram devagar se demorando à mesa... Depois começaram a tomar um vinho dos Elfos.
“Já está na hora de ir para cama rapazinho” Disse Suzanna Potter para o filho.
Contrariado o rapaz deu boa noite para o visitante e para os pais e foi subindo lentamente desanimado para o quarto. Jonathan Potter então disse: “Muito bem Alvo, qual é realmente o motivo da visita?” Ao ouvir essas palavras Thiago parou no último degrau da escada, se sentou e apurou os ouvidos para ouvir a conversa do pai com o diretor.
“Muito bem Jonathan, você não é tolo e sabe que tenho ouros motivos para visita-lo, não que eu despreze a sua companhia, você sabe muito bem como gosto de conversar com e você e como gosto mais ainda da comida da sua esposa.” Dumbledore sorriu para a Mulher que trazia mais uma garrafa de vinho.
Jonathan Potter fez sinal para ele continuar.
“Vim aqui para falarmos sobre as recentes ações de Tom Ridlle”
“Quem?”
Dumbledore suspirou e disse: “Lord Voldemort”
“Ah... Esse sujeito?” Potter tentou fazer um tom de voz indiferente, displicente. Mas seus olhos demonstraram preocupação e Dumbledore agora o encarava muito sério.
Jonathan Potter tomou mais um gole do vinho e disse; “O que me dizer sobre esse terrorista?”
“Jonathan, estou organizando uma frente de resitencia à ele, estou recrutando bruxos dispostos a colaborar para derrotarmos definitivamente Tom Ridlle.”
“E você veio aqui me recrutar para essa sua milícia?”
“Vim te convidar a participar de reuniões onde discutiremos estratégias para combate-lo e depois claro se necessário passaremos a ação”
“O Ministério pediu para você organizar esse grupo?” Jonathan já sabia a resposta, conhecia Dumbledore e também conhecia o Ministério.
“Não, o Ministério tem me ignorado, eles tem sua maneira de agir que eu acho equivocada”
“Ah... Alvo você tem tão pouca fé nos nosso governates, sinto muito mas não participarei do seu grupo”
“Posso saber por que?”
“Alvo não acredito que se possa combater um fora da lei, com um grupo também fora da lei, para isso temos um governo, um ministério, que possui um esquadrão de aurores treinados para pegar bruxos das trevas... Além do mais acho que vocês estão dando muito importância a esse Volemort”
Dumbledore pareceu contrariado: “Ele já pode ter gente infiltrada no ministério. A burocracia e a política do ministério podem atrapalhar quando for necessário agir com rapidez. Acredite Jonathan, eu fui professor de Ridlle, ele é excepcional, mas totalmente voltado para as trevas é capaz de atos terríveis, Ele sabe das fraquezas do ministério, tanto que não quis uma carreira lá.”
“Dumbledore acho que devemos dar uma carta e confiança ao ministério... se as coisas piorarem eu mesmo procurarei você.”
“O problema meu amigo é que pode ser tarde demais, eu preciso das melhores cabeças e das melhores varinhas do nosso lado, agindo em conjunto e com objetividade, é preciso ataca-lo agora, porque se ele se fortalecer pode ser impossível derrota-lo. Digo isso porque até mesmo em Hogwarts sob me nariz existem jovens alunos com simpatia pelos métodos dele. Ele pode recrutar esse garotos para espionar a escola. Acredit0o que ele está fazendo isso nesse momento.”
“Não duviddo que ele consiga um punhado de Sonserinos”
“Não é hora para preconceitos Jonathan e sim e união”
“Minha resposta ainda é não, devemos dar tempo ao ministério... Duvido que o Ministro veja esse seu grupo com simpatia”
“E desde quando você tem pretensões políticas? Pra que querer agradar o Ministro?”
“Eu não quero agradar ninguém!” Jonathan subiu um pouco o tom de voz. “Dumbledore, meu amigo, É uma questão de princípios. A ordem deve ser mantida, as leis obedecidas senão vira baderna, não vou apoiar um grupo de vigilantes que querem fazer justiça com as próprias mãos...Ainda não é tempo de medidas tão desesperadas”
“Receio que esse tempo não vai tardar a chegar” e dizendo isso Dumbledore se levantou e se despediu do casal, quando se dirigiu para a lareira ainda disse:
“Espero que isso não atrapalhe a nossa amizade”
“Diferenças ideológicas a parte, você é o maior bruxo que conheço e um dos mais corajosos”
“Eu sei que não é por falta de coragem que você não se junta a mim”
Dumbeldore sorriu e mergulhou nas chamas verdes.
Para Thiago que ainda ouvia do alto da escada pareceu realmente falta de Coragem, em sua cabeça de garoto afoito por aventuras o grupo de Dumbledore pareceu extremamente sedutor. E nessa noite ele dormiu sonhando que enfrentava bruxos das trevas ao lado do Diretor.
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