Inconsciente (Final - Final)
Capítulo 23: Inconsciente (Final - Final)
...
- Basta dizer Finiti.
- O quê? Só isso? – Hermione espantou-se. Era difícil de acreditar que uma poção tão complexa quanto só o feitiço poderia ser, poderia ser interrompida apenas com um encantamento tão fácil.
- É evidente que não. – Snape negou com a cabeça enquanto enchia uma taça de prata com a poção preparada no caldeirão maior. – Além de pronunciar o encantamento de forma correta, você precisa estar atenta a tudo que estiver acontecendo. A pessoa que... realiza esse tipo de feitiço, pode, por si só, encerrá-lo quando bem desejar. – continuou com a voz arrastada enquanto enchia outra traça, mas da poção que havia no caldeirão menor. – Eu mesmo dispensaria a sua ajuda - desdenhou – se não fosse necessária, pois não sabemos quais barreiras o Potter irá usar para se defender. – Snape virou-se para Hermione com as duas taças na mão. – Esse feitiço, Srta. Granger, pode lhe fazer lembrar da Arte de ler mentes, digamos assim, o que não deixa de conter uma superficial relação.
Hermione apenas concordou com a cabeça enquanto ouvia Snape falar. O antigo professor lhe estendeu as duas taças que ela não hesitou em pegá-las, por fim descobriria qual a consistência daquela poção e qual não foi a sua surpresa ao notar que ela não era nem inteiramente líquida e muito menos nem gasosa, era, na verdade, uma junção das duas. Mas pareciam lembranças para serem usadas em penseiras, se não fosse pela cor, que era de um negro assustador.
Voltou à atenção para Snape pedindo secretamente para que ele não tivesse continuado com a explicação sobre o que deveria fazer, já que se deixou levar pela curiosidade, mas, pelo o que parecia Snape estava tão absorto quanto ela enquanto levitava a poltrona até chegar, mais próxima ainda, à cabeceira da cama de Harry. Sentou-se na poltrona para, logo em seguida, levantar, dirigiu um olhar de dúvida para o garoto e logo tirou o sobretudo e o terno.
- Esta quente? – perguntou sem se segurar. Snape retribuiu com um olhar raivoso
- O que você lembra sobre a Legilimência? – perguntou Snape fitando a ex-aluna.
- Hum... é a capacidade de extrair sentimentos e lembranças da memória de outra pessoa. – respondeu sem hesitar.
- Sucinto e correto, como que extraído palavra por palavra de um livro. – confirmou com desdém, dando ênfase com um aceno de cabeça. – No entanto, o que sabe sobre Profunde a mintii? – Snape encarou Hermione com um sorriso crispado no rosto, diante o visível desconhecimento da moça, que estava estampado em seu rosto. – Ora, ora, ora. Uma coisa que você desconhece Srta. Granger. Interessante.
- Eu não venero as Artes das Trevas, Snape, como bem sabe.
- Mas para alguém que luta com tanto afinco contra esse ramo da bruxaria é inaceitável que desconheça.
- Não passo meus valiosos dias deslumbrando as Artes das Trevas, como certas pessoas. – alfinetou empinando o nariz. – E continue, estamos perdendo tempo. – completou quando percebeu que a boca do ex-professor havia se transformado em uma linha rígida. A sua paciência já estava esgotando.
- Esse tipo de Feitiço, Srta. Granger, digamos que seja mais funcional que a Legilimência. – começou após alguns segundos de controle. - Esse mostra tudo que uma pessoa viveu, desde os primórdios de sua vida até o último momento dela antes da Profunde a mintii ser usada. E o mais interessante é, nem mesmo o maior mestre em Oclumência é capaz de refreá-la. Um bom oclumente pode ocultar, transformar, manipular uma lembrança que não queira compartilhar com os outros, mas é apenas válido se alguém usar da Legilimencia para descobrir os segredos. Com a Profunde a mintii, não funciona. No entanto, assim com a ajuda da Legilimência, podemos conhecer tudo da pessoa, seus medos, anseios, desejos, repulsas. E pára por ai. Conhecimento de personalidades ocultas? Não, a Legilimência não chega até esse ponto, como a senhorita bem disse: apenas sentimentos e lembranças. E eu ousaria atribuir mais outras características como necessitar de contato visual para tanto e causar dor quando necessário a pessoa que está sendo invadida à mente. – Snape respirou profundamente deixando seus olhos pousarem em Harry, as lágrimas que outrora o garoto derramava haviam cessado. – No entanto, se usarmos da Profunde a mintii possuímos a capacidade de manipular a mente do individuo, criar fatos, personalidades, transtornos. Tudo isso apenas pronunciando as palavras corretas e desejadas, não é necessário o contato visual, no entanto é preciso está perto da pessoa. A vítima não terá como se defender, pois, possivelmente estará desacordada, momento esse considerado mais vulnerável da mente humana.
- Se é tão fácil, por que Voldemort não usou desse feitiço das Trevas para conseguir o que queria? – perguntou Hermione bestificada consigo mesmo por nunca ter ouvido falar desse tipo de magia. Considerava a Legilimencia a maior magia para adentrar a obscuridade que a mente humana oferecia.
- Você pode achar fácil manipular a magia, mas o processo de preparo dessa poção – indicou as taças de prata que ela segurava. – é complicadíssimo. O Lord das Trevas não gostava de perder seu valioso tempo preparando poções para serem usadas com seres insignificantes como funcionários do Ministério ou com aqueles a qual a Legilimencia seria de boa serventia. Além de uma diversão. – os cantos de seus lábios tremeram. - Grandes encantamentos para grandes bruxos. Talvez consiga imaginar alguém que seria digno de tal magia, de acordo com os parâmetros do Lord das Trevas – Terminou Snape fitando Hermione enquanto crispava os lábios.
De imediato, Hermione dirigiu seu olhar para Harry, mas por alguma razão não encontrou a resposta no amigo. Segundos depois arfou lembrando da única pessoa que Voldemort temia: - Dumbledore. – falou em um fio de voz. Snape confirmou com a cabeça.
- Agora, Srta. Granger, espero que tenha percebido em qual taça eu coloquei a poção do caldeirão maior e do menor.
Foi impossível, mas Hermione não conseguiu esconder um olhar de surpresa ao ouvir aquele detalhe. Olhou para as duas taças em suas mãos, eram idênticas, assim como o conteúdo das mesmas. Snape parecia tê-las medido milimetricamente antes de colocá-las nas taças.
- Tsc. Tsc. Tsc. Como eu havia imaginado. – negou com a cabeça se divertido com o deslize da moça. - Se deseja ajudar, Srta. Granger, então, pelo menos, preste atenção em tudo que está acontecendo. Ou deseja que seu amigo morra por um deslize seu?
- Não! – respondeu rapidamente jurando internamente que prestaria bem mais atenção em tudo.
- Que ótimo. – continuou – Na sua mão esquerda está a poção do caldeirão maior, ou seja, aquela que deverá despejar no Potter quando eu mandar e, claro, na direita a do menor, aquela que usará em mim. – explicou com a voz arrastada. – Entendeu ou precisa que eu escreva?
- Entendi.
- Exijo que tenha o máximo de atenção agora. Ouviu bem? – Hermione confirmou com a cabeça, tentando deixar sua respiração mais leve para poder ouvir melhor – Você irá repetir as palavras que disser, sem nenhum erro Granger. Errar esse encantamento será o mesmo que dar fim no seu amigo.
Ela já estava nervosa com todo aquele processo, ouvir que com algum erro seu poderia desencadear a morte de seu amigo foi como se jogasse para o ar qualquer vestígio de sanidade que ainda estivesse presente em seu corpo. Mas, todos dependiam dela, então não poderia errar. Respirou profundamente enquanto fechava os olhos, permitindo que os rostos de Rony e Harry, em momentos descontraídos vividos por eles, lhe viessem à mente. Talvez aquela não fosse a melhor forma para relaxar, pois aquilo mais era um desejo do que um processo de relaxamento, no entanto, ela precisava de força e o amigo juntamente com o namorado eram as melhores fontes que ela possuía. Abriu os olhos encarando Snape.
- Dincolo de intuneric, dezvaluie necunoscut, pentru a aduce la suprafaţă adâncime de vedere.[1]
- O quê? – só podia ser brincadeira. Ela nunca aprenderia aquelas palavras.
- Ridículo! – Snape vociferou e se pudesse acabar com a vida de Hermione naquele momento ele o faria e faria feliz. Uma veia pulsava em sua garganta
- Você poderia ao menos falar mais devagar? – pediu igualmente irritada.
Mas Snape fingiu não ouvi-la enquanto massageava as têmporas. Não imaginava que seria tão difícil cuidar do Potter infeliz. Maldito o dia que jurou a Dumbledore o mais difícil dos feitos. Mais maldito ainda fora o dia que escutou atrás daquela porta. Controlou-se rapidamente e ergueu a varinha, com um floreio surgiram, em cima da mesa de rodinhas, um pedaço de pergaminho, tinta e uma pena. Molhou a pena no tinteiro e escreveu no pergaminho.
- Aqui está o que deverá falar. Decore essas palavras com rapidez. Você tem um minuto. – falou rispidamente olhando para um relógio de parede em cima da cabeceira da cama de Harry.
*
Aquilo era mais complicado do que poderia imaginar, mas logo que decorara as palavras e refletira sobre o significado delas percebeu que não seria tão difícil pronunciá-las, porém, Snape não estava ajudando muito em exigir que ela falasse com a maior perfeição possível, principalmente na inflexão das palavras.
- Dincolo de intuneric, dezvaluie necunoscut, pentru a aduce la suprafaţă adâncime de vedere. – repetiu, pelo o que parecia, pela décima vez.
- Atenção, Granger, você não está lendo um livro, está recitando um encantamento, então, poderia ao menos deixar a voz monótona de lado e pronunciar da maneira correta? – Uma veia parecia que ia estourar em sua têmpora.
- Pelo amor de Deus, Snape, estou fazendo exatamente com está dizendo. – falou entre dentes. Pois era a mais pura verdade. – Estamos perdendo um valioso tempo enquanto você está exigindo mais do que a perfeição.
- O feitiço exige a perfeição! – ele quase berrou ficando a um passo de Hermione. – É necessário pronunciar corretamente...
- E o que você acha que estou fazendo?
- Reproduzindo o que está no papel. É importante que você saiba pronunciar tudo corretamente. Ou deseja que algo der errado?
- Você sabe que não, Snape!
- Então faça o que eu digo!
- Não estou fazendo mais nada além disso – foi à vez dela de chegar mais perto do antigo professor. – Minha pronuncia está tão correta quanto a sua e você sabe disso! Então vamos ao que interessa. Não temos tempo e você sabe disso também!
- Só estou pretendendo fazer a coisa correta...
- Ou está com medo de que eu acabe com a sua vida, também. – A boca de Snape se transformou em uma linha rígida. – Eu sei que se acontecer algo de errado com Harry, também, acontecera com você e, por mais difícil que eu possa aceitar isso também me preocupa. – Hermione parou de falar ofegante. Era muito estresse para uma pessoa só.
- Tudo pelo seu amigo, não é Granger? – perguntou Snape com a voz arrastada e uma sobrancelha erguida.
- Tudo! Até zelar pelo seu bem estar.
- Então... Tudo bem... Como você mesmo disse: vamos ao que interessa.
Snape ainda fitou Hermione com o cenho franzido antes de dar-lhe as costas e se acomodar na poltrona ao lado de Harry. Hermione engoliu em seco sem saber o que fazer e passou a pronunciar intimamente o encantamento. Não havia dúvidas, aquelas palavras já estavam gravadas em sua mente e ela nunca esqueceria mesmo se quisesse.
- Como já observado, você não sentira dificuldades em relação ao odor da poção, já que és imune a ela assim com eu. – ele começou fitando, pelo canto de olho, Harry, ao seu lado. – No entanto, possivelmente, a sua visão ficará um pouco turva e, até mesmo, irritadiça quando despejar a poção, então, você tentará fechar os olhos, mas não o faça. É imprescindível que você esteja o mais atenta possível em tudo que estiver acontecendo. Talvez não emitamos som algum, porém, nossas expressões mostrarão o que está acontecendo e será nisso que você prestará atenção. Ao menor sinal de dor, de mim ou do Potter, você cortará a ligação com o feitiço de rompimento. Mas não da maneira normal, sua varinha terá que transpassar a conexão das poções.
- Como saberei onde está a conexão?
- Você verá.
- Não poderia explicar melhor? – perguntou contando mentalmente até dez.
- Ela estará visível, basta saber disso. – respondeu entre dentes. – As poções... – continuou depois de respirar profundamente. – Devem ser despejadas ao mesmo tempo, na parte frontal de nossas cabeças. Enquanto estiver despejando as poções você irá aproximar uma taça da outra. – Snape fez o movimento que Hermione deveria fazer. - No momento em que acabar as soluções você saberá que foi bem sucedida quando ocorrer à conexão, caso contrário...
Snape não precisou continuar para Hermione saber do que se tratava: caso contrário, estria tudo acabado. Seria o fim de ambos e possivelmente, dela também. Engoliu em seco mais uma vez, com medo que Snape percebesse a sua hesitação, principalmente quando pensava nesse momento de que tudo dependia inteiramente dela.
- Após isso, você pronunciará o encantamento com as palmas das mãos sobre nossas frontes. – posicionou as mãos como ela deveria fazer. – Nesse momento, será necessário o máximo de sua concentração. Não falará rapidamente, não ousará pensar em outra coisa, a não ser na importância das palavras. Suas mãos ficarão quentes, trêmulas, mas não ouse mexê-las. Feche os olhos, se, achar conveniente. E, principalmente, não erre. – Hermione meramente consentiu enquanto absorvia aquelas ordens. – Terminado encantamento, abra os olhos e você saberá que deu certo assim que terminar de pronunciar.
- Como?
- Apenas saberá. – ele crispou os lábios. – Atenção. Quando eu mandar.
Hermione percebeu que Snape terminara as explicações assim que ele fechou os olhos e se acomodou melhor na poltrona, com a cabeça deitada sobre o topo das costas da mesma, de modo que ficou na mesma posição e altura da de Harry. Enquanto isso ela se posicionou entre a poltrona e a cama de Harry, sentindo um calor desconfortante ao lado do amigo. Fechou os olhos, rolou a cabeça e mexeu com os ombros de maneira que aquilo pudesse acalmá-la, mas não foi bem sucedida. Concentrou-se nas palavras do encantamento assim como nos significados daquelas palavras.
- Atenção. – disse Snape com a voz relaxada e ainda de olhos fechados. Hermione sentiu inveja da frieza dele. – Agora.
Hermione abriu os olhos e expirou enquanto começava a despejar a poção nos dois homens a sua frente.
Era bem verdade que as suas mãos tremiam enquanto ela despeja a porção, mas, de qualquer forma, era ela que deveria fazer aquilo. Como Snape havia falado: Tudo pelo seu amigo. Sim! Tudo por ele e por quem mais necessitasse, pois, verdade seja dita, ela não estava fazendo um bem apenas a Harry e a todos que o garoto causava preocupação, mas principalmente a ela, Rony e Gina. Nisso ela não deveria discordar. E, se dependesse dela, aquela magia, mesmo sendo das trevas ou não, daria certo. Tinha que dar certo.
Fez como Snape havia falado esperando fervorosamente que estivesse fazendo tudo corretamente. As taças estavam quase juntas quando a porção parecia estar no fim, até que, por fim, acabou. Aquela solução pairava ao redor das cabeças de Harry e Snape, como uma nevoa negra, enquanto que Hermione ansiosa para que houvesse a cisão, como Snape falara que aconteceria, fervorosamente. Mas os segundos se passavam e nada da tal cisão, Hermione já estava entrando em estado de desespero quando, vagarosamente, um fio, da mesma grossura que o seu dedo mindinho talvez, de nevoa negra começou a se forma saindo de Snape até chegar a Harry. Era indiscutivelmente a ligação que ele falara. Então a primeira etapa dera certo, mas agora viria a mais difícil.
Hermione respirou fundo soltando o ar devagar quando pairou as mãos sobre as cabeças de Harry e Snape. Nesse momento considerou que aquilo seria mais complicado do que imaginara, pois, em todos os primeiros experimentos que já fizera na vida, sempre havia alguém ao seu lado para lhe dar as informações corretas caso ela fizesse algo errado, mas, naquele momento, não havia ninguém para guiá-la. Só ela dependendo dela mesma. Aquilo era, indiscutivelmente, estranho e assustador. Mas ela daria conta. Mas parecia ter nascido para sobreviver a coisas estranhas e assustadoras do que para ser somente mais uma aluna de Hogwarts ou mais uma bruxa no mundo da magia. Por fim, Se enchendo de coragem, citou o encantamento que havia sido gravado em sua mente com feitiço permanente.
Em nenhum momento ela ousou fechar os olhos, mesmo que eles estivessem gritando para que ela fizesse isso, mas ela não faria, principalmente por saber que o encantamento teria dado certo se ela estivesse com eles bem abertos. Pronunciou o mais vagarosamente possível, dando ênfase nas palavras que havia considerado importante apenas pelas entonações na voz de Snape. Parecia um mantra ou uma canção que na voz de Snape tomou um ar assombroso, mas na voz dela mais parecia um encantamento pronunciado pelas deusas gregas da antiguidade.
A nevoa negra envolveu as suas mãos sutilmente, nunca quebrando a ligação que havia feito da cabeça de Snape para a de Harry e, quase que instantaneamente, suas mãos começaram a formigar de forma desconfortável, mas aquilo não era nada comparado à sensação de queimação que passou a sentir. Snape falara que suas mãos ficariam quentes, mas aquilo era insuportável. Teve a necessidade de retirá-las dali, mas lembrou-se que era necessário que ficassem abertas e imóveis. Mal terminava o encantamento quando suas mãos começaram a tremer violentamente quebrando toda a concentração que arranjara outrora, no entanto, pelo menos, terminou o encantamento antes que a concentração, realmente, se esvaísse, dando ênfase a última palavra.
Demorou o tempo de segundos enquanto a nevoa negra deixava as suas mãos concentrado-se nas cabeças de Harry e Snape, ficando cada vez mais condensadas, até que não dava para ver o rosto de nenhum dos dois. Será que aquilo poderia sufocá-los? Pensou enquanto limpava algumas lágrimas que haviam se alojado nos cantos de seus olhos.
Notou que algo estava acontecendo, os rostos dos homens estavam começando a ficar visíveis, mas não por que a porção estava voltando ao seu estado anterior, mas por que ela ficava cada vez mais fina na medida em que se infiltrava nos orifícios que havia nas cabeças deles: olhos, narizes, ouvidos e bocas que estavam levemente abertas. Ate que por fim, a nevoa havia a todo se infiltrado nos homens, de maneira que ficou apenas visível àquela que saia da testa de Snape ate chegar à Harry, a tal ligação.
Então havia dado certo? Era dessa maneira que aconteceria? Ela ainda esperou alguns segundos atenta a qualquer coisa que pudesse acontecer aos dois, mas nada parecia estar por vim, pelo menos ainda não. E foi com o coração angustiado por não poder fazer mais nada que se posicionou um pouco mais distante dos homens para que pudesse visualizá-los quase que totalmente. Agora, era só esperar.
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Sentiu um pequeno tremor abaixo de si, mas não era algo com que ele pudesse se alarmar, seu consciente lhe informava isso. Parecia que era natural que aquilo acontecesse. Mas como saber se ele nunca havia passado por aquilo e nem conhecia alguma pessoa que passara? Claro. Ele já deveria ter se acostumado com isso. Tudo parecia só acontecer com ele. Poderia ser cômico se não fosse quase real, mas o universo parecia conspirar contra ele.
Mais um tremor, seguido de uma sensação de que parecia estar sendo suspenso no ar, pensou em abrir os olhos para confirmar o que quer que estivesse acontecendo, mas o seu consciente também lhe informou que não era necessário e mais uma vez aquela sensação de que tudo tinha que ser daquela maneira para ele poder voltar, tomou conta de si. Mas voltar para onde se ele não sabia nem onde estava? Não descartava a idéia de estar vivendo um pesadelo, mas seria bem mais fácil voltar para qualquer lugar se ele soubesse de onde estava saindo. Isso era um fato.
No entanto, algo diferente estava acontecendo, algo que seu consciente não sabia dizer o que era. A sensação de ser erguido no ar ainda estava lá, mas ele tinha certeza que alguma coisa fora do comum estava acontecendo, ou mais fora do comum do que todo aquele pesadelo.
De repente sentiu seu estomago despencar para o fundo de sua barriga em menos de segundos e o ar ao seu redor se deslocava rapidamente. Ele estava girando no mesmo lugar. Sabia que se tivesse algo na estomago colocaria para fora naquele mesmo instante, pois o vento comprimia seus cabelos na cabeça de tão rápido que ele parecia girar.
Aquilo era errado, ele sabia. Não deveria ter pensado para onde voltaria, tinha apenas que ter deixado seu corpo ser levado para onde quisesse. Hesitar parecia não ser uma coisa boa a se fazer, ele deveria estar a todo o momento daquele regresso convicto de que estava deixando aquele pesadelo. Ele não podia ter hesitado, com certeza, era por esse fato tudo parecer estar acontecendo de forma errada.
Com uma necessidade absurda, por não saber de onde vinha, ele abriu os olhos e qual não foi seu espanto por perceber que toda aquela nuvem verde que se dissolveu junto com a Câmara Secreta tinha adquirido uma tonalidade negra. Para todos os pontos que olhava estava escuro. Um véu escuro lhe cobria os olhos, que ficava cada vez pior em conseqüência dos giros que seu corpo estava descrevendo no ar. Ele não sentia a superfície dura e fria do chão da Câmara abaixo de si, o que justificava que estava ainda suspenso no ar. Não saber para que lado ficava o chão não era uma sensação muito agradável. E se ele caísse e batesse com a cabeça direto no chão? Era uma de tantas suposições que enchiam a sua cabeça.
Aquilo, definitivamente, não significava mais que ele estivesse voltando. E não haveria convicção alguma que lhe fizesse pensar ao contrario, pois ele sabia, tinha quase certeza de que aquele pesadelo não havia acabado.
Nem bem formulava essa realidade quando o som de alguém lhe chamando invadiu os seus ouvidos. Mais parecia um zunido em função daquela tempestade de vento em que estava dentro, mas ele havia ouvido o seu nome. Indiscutivelmente era o seu nome que estavam chamando cada vez mais perto, mas ainda era impossível ver a quem pertencia aquela voz, pois a nuvem negra impossibilitava seus olhos de enxergar qualquer coisa. E a voz estava cada vez mais perto, como se a pessoa estivesse a poucos passos de si e sempre andando em sua direção. Ele queria saber quem era, por que aquela voz era diferente, não era ofídica que nem a de Voldermot, nem cheia de rancor e ódio que nem a de Gina, parecia estar somente o chamando. Ele tinha que saber de quem era.
Ele parou de girar com um solavanco e mais uma vez seu estomago despencou em sua barriga para voltar ao lugar em menos de segundos. A nuvem negra dissipava vagarosamente ao seu redor, deixando, da mesma forma, tudo um pouco mais nítido. Ele passou a discernir estantes com muitos fracos de substancias coloridas dentro. O lugar era um pouco escuro e ele sabia que não se devia a nuvem negra que estava quase que totalmente dissipada.
Ele ainda se encontrava suspenso no ar e com a pouca luz que havia ali, além de já poder enxergar os detalhes que antes a nuvem negra não lhe permitia, ele sentiu que já estivesse naquele lugar. Era familiar. Ele já havia passado por ali. Ele já havia tido aulas ali. Era impossível. Ele não podia acreditar que estivesse naquela sala. Será que era para lá que ele deveria retornar? Mas ele não sentia que havia ido para qualquer outro lugar além daquele que o pesadelo permitia. Ele não deveria ter se deixado envolver por aquela incerteza. Deveria ter ficado firme na perspectiva de regressar para qualquer lugar que fosse. E principalmente, não deveria ter cedido a curiosidade de saber de quem era aquela voz.
- Potter!
Ouviu mais uma vez a voz. E seu corpo despencou do ar, caindo com violência no chão frio da sala de Snape. Se não fosse real que aquilo estivesse acontecendo, ele não deveria ter sentido dor alguma, mas não foi o que aconteceu. Ele sentia o lado direito do corpo todo dolorido em função da queda, enquanto arfava dolorosamente.
- Potter, como você se sente? – perguntou a voz que ele não queria acreditar que estivesse ali.
- Dolorido. – respondeu em um arfar.
- Consegue ficar de pé?
- Acho... que sim. – respondeu sentido o contrário.
- Então, levante-se. – era impossível não notar o tom de ordem naquela voz.
- O quê... você esta fazendo... aqui? – perguntou enquanto se colocava de pé com a ajuda de uma das estantes que cobria a parede da sala de Snape.
- Eu vim lhe ajudar a sair desse lugar. – respondeu com a típica voz arrastada.
- Ajudar? Humf! – impossível, pensou.
- Acredite, não estou mais feliz que você com isso.
- Com certeza não. – agora Harry estava de pé e fitou o antigo Professor de Porções. Era inacreditável, mas Snape estava realmente ali.
- Não estou para brincadeiras Potter. – falou impaciente enquanto olhava ao redor. – Interessante. Por que voltou a minha antiga sala?
- Não faço a mínima idéia. – respondeu também olhando ao redor.
- Tem certeza? – havia descrença na voz dele. Harry não gostou disso.
- Acredite, esse não é o meu lugar preferido de Hogwarts.
- Claro que não. – Harry percebeu que Snape comprimia os lábios, obviamente contento um sorriso. - Mas isso não interessa. Não estou aqui para conversar. Estou aqui para lhe levar de volta.
- Claro. Mas voltar para onde se mal sei onde estou e como vim para aqui? – ao menos se ele tivesse algumas respostas. – Co-como você esta aqui? Por que esta aqui? Quem lhe mandou...?
- Não há tempo suficiente para perguntas, Potter, apenas faça o que eu mandar. Com alguma sorte voltaremos ilesos. – respondeu Snape, olhando mais uma vez ao redor.
- Pelo menos responda quem lhe mandou. – perguntou contendo ao máximo a irritação que ameaçava explodir. Quem quer que tenha mando Snape naquela missão não o conhecia o suficiente para saber da animosidade entre ele o antigo Professor.
- A sua amiga sabe-tudo. – respondeu Snape depois de segundos.
- Hermione?
- E você teria outra? – desdenhou.
- Mas... Como...
- Respondi a sua pergunta Potter. – Snape fitou Harry, uma veia pulsava em sua têmpora. – Agora faça o que disser.
- Não vou fazer nada que você venha a falar!
- Potter, não estou aqui para suas infantilidades, exijo apenas que faça o que eu disser. – a voz de Snape estava deveras controlada, mas era possível notar um pouco de irritação nela.
- Como vou saber que não se trata de nenhum outro truque? Hermione nunca mandaria você para buscar-me. – pelo menos era o que ele imaginava que a amiga faria.
- Sinto muito Potter, mas você terá que considerar as minhas palavras.
- Confiei em alguém mil vezes melhor que você, Snape, e o resultado não foi o esperado. – respondeu lembrando-se da mãe que pediu para que morresse, quando, na verdade, era Voldemort se passando por ela. – Como posso confiar em alguém como você?
- Por que, aparentemente, sou a única pessoa que poderá lhe ajudar. – falou olhando para os lados como se estivesse procurando por outra pessoa na pequena sala. – Ou você esta vendo outra pessoa aqui? – Harry não respondeu, apenas continuou fitando o antigo Professor como se estivesse esperando que ele se transformasse em Voldemort. – Então, Potter, tente relaxar e desbloquear a sua mente.
- VOCÊ não vai invadir a minha mente de novo!
- Potter! Essa não é mais uma aula de Oclumência, magia que você deveria ter aprendido, pois, com certeza, não estaria passando por isso. – Snape falava com os lábios crispados. - Exijo apenas que você me obedeça e faça o que eu disser. Com certeza não deve ter tido a capacidade de pensar nisso, mas pense Potter, eu posso estar na sua mente, mas não sou eu que a comando. É você! E só você é capaz de fazer com que tudo isso pare. Então faça o que eu digo e se salve!
- Você? Salvar-me? Nunca quis isso, Snape, por que deseja isso agora? Com certeza não é por que Hermione pediu ou outra pessoa.
- Não interessa o meu desejo Potter. – Snape falava como se estivesse cuspindo as palavras. – Apenas seja obediente e adulto e faça o que eu disser. Pelo menos uma vez na vida mostre uma maturidade que nunca teve!
- Vá embora! Eu não preciso de sua ajuda! – pediu Harry controlando a irritação. Ele tinha que se concentrar na perspectiva de regressar, e a presença de Snape não estava ajudando muito.
- Você pode não lembrar Potter, mas não foi o que o Lupim veio fazer em minha porta. Você pediu a minha ajuda. – falou Snape olhando atentamente para o garoto.
- Eu? – perguntou com o cenho franzido.
E então Harry se lembrou, na verdade mais pareciam flashs de luz do que realmente lembranças: ele, deitado em uma cama, conversando com Remo Lupim em um quarto, ele, bastante aborrecido, escrevendo algo em um papel e entregando-o para Remo, Tonks, a mulher grávida do antigo professor, olhando para outro lugar e Remo queimando o papel com a ajuda de uma varinha. Mesmo não tendo tempo para analisar as imagens que vinham a sua cabeça, ele sentia que elas eram reais.
- Lembra-se? – perguntou Snape analisando o semblante do rapaz.
- Por favor, Snape, me responda, onde eu estou? Onde estamos? Ou sei lá! – a preocupação fervilhava dentro de si ao mesmo tempo em que tentava se lembrar de momentos de sua vida, como ele e os amigos em qualquer lugar, e só vinha a sua mente flashs e mais flashs borrados.
- Se eu responder você se compromete a fazer o que eu mandar?
- Talvez. – respondeu e percebeu que o professor parecia que teria uma sincope a qualquer momento. – Isso é bem melhor que um não.
- Se assim deseja, apenas não me culpe se algo errado acontecer. – Snape cruzou os braços na frente do corpo. – Saiba que você esta perdendo um tempo valioso Potter...
- Snape, por favor, se você diz que estou perdendo tempo então uma parte se deve aos seus rodeios! – Harry não sabia quanto tempo mais poderia segurar a irritação que ameaçava explodir. – Fale de uma vez!
Snape ainda respirou varias vezes, aparentemente fazendo o mesmo que Harry.
- Serei sucinto. Você está preso em seu subconsciente Potter, posso assim dizer, não sabemos em que nível dele, mas o suficiente para fazer com que você repele tudo ao seu redor. Nesse exato momento você está em uma cama de hospital e uma camada de fogo cobre o seu corpo. – Snape percebeu que Harry abrira a boca levemente. - Ninguém consegue chegar perto de você. Não sabemos como você chegou a esse estado. Quando o Sr. Stuart adentrou seu quarto você já estava assim.
Snape andava de um lado para o outro enquanto Harry o acompanhava absorto na possível imagem que era nesse exato momento. Olhou para o próprio corpo e não havia nada de diferente ali, nem sentia nada de diferente que pudesse justificar o que Snape dizia. O que tornava toda a situação muito mais estranha. E se o antigo professor estiver certo, aquilo mostrava que o pesadelo que imaginava estar dentro era muito maior.
- Especulamos que seu subconsciente estivesse agindo dessa forma para impedir que algo atrapalhe o que quer que estivesse acontecendo em sua cabeça. Mas, é estranho perceber que mais nada além do obvio esta acontecendo. – Snape parou a frente de Harry com visível interesse. – Você sempre esteve aqui? – Harry ainda estava absorto nas palavras de Snape. – Responda Potter!
- Desculpe, eu não...
- Você sempre esteve aqui? – perguntou balançando a cabeça negativamente.
- Como?
- Nesta sala, Potter, você sempre esteve nela?
- Não.
- Explique!
- Estive na Câmara Secreta...
- E o que fazia lá? – aos poucos Snape se aproximava de Harry. Aquilo era muito mais interessante do que ele poderia ter imaginado.
- Eu... eu estava lá com... – Harry não queria pensar no que havia acontecido na Câmara, por medo de que ele voltasse para a presença de Voldemort e Gina. Ele não queria aquilo, era doloroso demais. - Para que você quer saber?
- Com quem Potter? – perguntou Snape
- Para que você quer saber?
- Apenas responda garoto! Com quem você estava lá?
- Não vou dizer. – Harry falou entre dentes. – Por que é isso que você quer!
- É uma informação que pode nos ajudar.
- Mentira!
- Lembre-se Potter, estamos perdendo tempo. Apenas fale quem estava com você na Câmara Secreta. – mesmo exigindo que Harry falasse Snape já sabia muito bem quem eram as pessoas.
- PÁRA! Eu... NÂO... vou... DIZER!
O controle que antes Harry possuía não existia mais. Ele segurava a cabeça com as mãos, às comprimindo nos ouvidos. Ele não falaria por nada no mundo. Ele não queria voltar a ouvir que Gina o odiava e as gargalhadas em jubilo de Voldemort por isso. Principalmente, não queria que Voldemort se materializasse diante de si no lugar de Snape. Aquilo traria Gina também e ele não sabia quanto mais agüentaria do ódio da moça. E já havia bastado a sua mãe. Ele não cairia naquele truque de novo.
– Não vou dizer! Como posso saber que VOCÊ não se transformara NELE?
- Não sou fruto de seu subconsciente Potter. – Snape agarrou os braços de Harry – Eu entrei em sua mente para lhe ajudar, com o auxilio da Srta. Granger...
- É MENTIRA!
- Não é, garoto! – Snape apertou ainda mais as mãos ao redor dos braços de Harry enquanto que Harry se debatia. – Apenas me diga o que aconteceu na Câmara!
- NÂO vou! Solte-Me! Eu NÂO vou dizer! ELES NÃO vão retornar! NÃO posso suportar! De novo NÃO! – Harry comprimia cada vez mais as mãos na cabeça esperando que as correntes de choque, as mesmas que Voldemort usou quando era a sua mãe, passassem por seu corpo, enquanto Snape lhe segurava com mãos de ferro.
- De novo o que Potter?
- Não vai acontecer de novo!
- Do que você está falando?
- Minha mãe! Eu não quero!
Como se tivesse recebido um choque, Snape soltou os braços de Harry, fazendo com que o garoto fosse ao chão no mesmo momento. Ele teria ouvido bem? Como a mãe do garoto poderia ter sido envolvida nisso? Lílian Evans estava ali? Mas onde?
- O que você quer dizer sobre sua mãe Potter? – perguntou controlando a perplexidade.
- Eu não quero voltar pra lá... Ele não vai se transformar de novo... em mais ninguém. – Harry estava encolhido no chão.
- Se transformar? Em quem ele se transformou? – perguntou já sabendo a resposta.
- Em minha mãe.
- Lílian? O lorde das Trevas se transformou em Lílian Evans? – Harry ergueu a cabeça do chão olhando ao redor alarmado que com a simples menção de qualquer adjetivo de Voldemort pudesse trazê-lo de volta.
- Sim.
- Levante-se Potter. – ordenou Snape
- Por quê?
- Agora. Você está deplorável nesse chão.
Harry olhou ao redor, parecia que somente naquele momento ele percebeu onde estava. Lentamente ficou de pé a frente do antigo professor e uma dor de cabeça absurda começou, o fazendo massagear o lugar onde ficava a cicatriz em formato de raio.
- Está sentindo dores?
- Na cabeça.
- Estamos perdendo tempo. – Snape sussurrou enquanto olhava ao redor esperando que algo mais acontecesse. – Mas não é o mais importante nesse momento. – Snape soltou o ar vagarosamente antes de continuar. - Você precisa, deve, confiar em mim Potter. Sua vida depende disso.
- Não é tão fácil Snape.
- Ok! – ele não acreditava que estava a ponto de fazer isso, mas, aparentemente, nada mais faria com que o garoto facilitasse as coisas para ambos os lados, pois Snape bem sabia que a sua própria vida estava nas mãos de duas pessoas que ele nunca simpatizou, mas situações bruscas necessitavam de medidas igualmente bruscas. – Talvez, agora Potter, seja o momento que você precise saber mais do que o conveniente.
- Do que você esta falando? – perguntou Harry desconfiado.
- Você precisa saber da minha historia ou parte dela.
- Por quê?
- Eu acredito que depois disso você confiará em mim.
- Eu não quero e nem preciso saber de seu passado obscuro.
- Ele não é tão obscuro assim, como você diz.
- Eu não acredito.
- Então confira você mesmo.
E Snape fechou os olhos deixando que muitas lembranças que apenas havia divido com Alvo Dumbledore aflorassem em sua mente. Se ele estivesse certo como tinha certeza que estava, não seria difícil para Harry conhecer a verdadeira história do Príncipe Mestiço.
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Hermione já havia tirado o casaco que estava vestindo, desabotoado os dois primeiros botões de sua blusa e a tirado de dentro da calça. Já não estava mais com os sapatos que tirou com o auxilio dos pés, agora só a meia fina que usava os cobria.O rabo de cavalo que antes usava já estava com algumas mexas soltas. Ela se descompôs sem tirar os olhos que variavam de Harry e Snape em nenhum momento, mas ainda sim ela parecia estar fervendo. O suor escorria por sua testa assim como nas costas, uma camada fina cobria o nariz e o buço e a sua varinha revezava nas mãos quando uma começava a ficar escorregadia demais a fazendo enxugá-la na calça que já estava ficando manchada no lugar. Mas nada daquilo era tão arrasador quanto a sede que sentia deixando sua boca completamente seca.
Pensou em conjurar um ventilador, um leque ou qualquer outra coisa que fizesse controlar a temperatura naquele quarto, pensou até em um aparelho de ar condicionado, não que fosse funcionar corretamente em um lugar cheio de magia como aquele, mas estava ficando insuportável o calor. No entanto, nada a faria desviar os olhos dos dois homens a sua frente.
Olhou mais uma vez para o relógio de parede acima da cama de Harry e nem três minutos haviam se passado desde a última vez que averiguara as horas, além disso, mais nada fazia. Seus pés já estavam doloridos de ficar tanto tempo em pé, seus braços estavam ficando rígidos em função da posição de ataque em que segurava a varinha. Mas nada faria mudar de posição, nem a dor no corpo ou o calor, nem as batidas e chamadas de ora Remo e ora o Sr. Stuart, até mesmo Tonks tentou fazer com que ela abrisse a porta, mas nada respondia além de um simples “Está tudo bem”.
E como ela queria acreditar nas próprias palavras. As únicas coisas que ainda a mantinha firme e forte onde estava era a promessa de ajudar Harry, ela disse que até optaria a magia das trevas para isso, e a certeza de que havia feito tudo exatamente como Snape falara, por que a ligação entre as mentes do antigo Professor e a de Harry ainda estava lá, bruxuleando vagarosamente.
Ela percebeu que hora e outra a ligação variava de Snape para Harry e desse para o Professor, demorando um pouco mais de um enquanto que do outro saia mais rapidamente. Algumas vezes ela tremia e ficava com uma aparência viscosa, outras vezes fraca e diminuía até a espessura de um fio de cabelo, quase impossível de se enxergar e era nesse momento que Hermione se aproximava bastante dos dois olhando analiticamente nos rosto deles e no fio que os ligava, empunhando a varinha, pronta para cortar a ligação. Porém, assim como iniciava aquele momento, ele voltava ao normal. Hermione deduziu que eles estivessem estabelecendo algum tipo de comunicação e estava temerosa com o que Snape diria para Harry. Mas se o feitiço dera certo até ali então ela poderia confiar um pouco mais em Snape, caso contrario ela havia prometido que iria até o inferno atrás dele e ela faria de tudo para cumprir essa promessa.
Trocou o apoio do pé assim como a varinha de mão, enxugando, mecanicamente, a outra na calça. Passou a mão livre pela testa a limpando na calça depois rapidamente passou pelo rosto, afastando os cabelos revoltos do lugar. Olhou para Harry que continuava na mesma posição, no entanto, o rosto que antes mostrava uma máscara de sofrimento não estava mais ali, apenas havia um vinco, possivelmente de preocupação, no meio da testa. Passou o olhar para Snape, o rosto do professor estava normal, sem nenhuma emoção como sempre foi, ele estava suando ainda mais que ela, o suor escorria por seu rosto em bicas, o cabelo estava mais úmido do que aparentava ser, sua camisa meio amarelada estava molhada como se tivesse sido tirada naquele momento de uma bacia com água.
No entanto, nada, além disso, parecia estar fora do lugar a não ser o fluxo constante que estava saindo da mente de Snape para a de Harry. Isso e a aparência que a ligação havia tomado: não era mais negra e sim meio acinzentada. Hermione chegou mais perto para verificar o que estava acontecendo e percebeu que alguns fios esbranquiçados, como os de cabelos de uma pessoa idosa, estavam saindo da mente de Snape, juntamente com a ligação. Ela ergueu um dedo a fim de verificar qual seria a textura, mas o abaixou rapidamente ao perceber que não havia tempo para ser curiosa, ela tinha outra função ali.
Ergueu-se dando um pequeno passo para trás o mais atenta que já estivera naquele momento, se aquilo era possível, esperando que algo acontecesse. Sua varinha pairava a alguns centímetros acima da ligação. Ela deveria estar preparada para o que pudesse acontecer. Mas os minutos foram passando com que nada acontecesse, além daquele fluxo constante acinzentado que a ligação adquirira. Seus dedos já estavam quase que inteiramente esbranquiçados em função da forma que segurava a varinha para que ela não escorregasse de sua mão molhada, nem trocar a varinha de mão ela se atreveu a fazer.
Estava quase que insuportável ficar ao lado de Harry, o calor que o amigo emanava era exaustivo. Sua camisa já estava grudada ao corpo e ela suava igual à Snape. Pensou mais uma vez na possibilidade de desidratar considerando que já estava quase nesse estado e que não seria nada conveniente se ela desmaiasse naquele momento. Mas ela poderia suportar, pelo menos um pouco mais, talvez ate fosse o necessário para que conseguisse quebrar a ligação na hora certa ou até mesmo, e como ela ansiava por isso, poder ver o amigo regressando do seu subconsciente. Talvez. Ela não sabia até onde seu corpo suportaria.
Tentou engolir mais não havia nada em sua boca, nem mesmo saliva. De repente sentiu as pernas ficarem ligeiramente fracas, no entanto, não era algo que a fizesse ir ao chão. Porém, quase no mesmo momento, uma fraca vertigem lhe atingiu a fazendo fechar os olhos rapidamente, mas, aparentemente, aquele foi tempo suficiente para notar que o fluxo não saia mais de Snape, apenas estava bruxuleando entre os dois homens, parecia que o possível monólogo que Snape apresentava havia acabado e Harry não se manifestou novamente.
O que significava? O que Snape havia feito? Hermione olhou Harry dos pés a cabeça, mas não havia nada de errado com o amigo, sua expressão continuava a mesma e então dirigiu seu olhar atento a Snape e percebeu que ele mexia a boca levemente. Seus lábios finos e meio pálidos abriam e fechavam vagarosamente, ela se esticou um pouco para Snape, ainda com os olhos em Harry, aproximando o ouvido a boca do antigo professor, mas não havia som algum. Era muito estranho. Estranho mesmo era o fato de que Harry também estava mexendo os lábios. Aquela era uma reação mais convincente de que ele estava vivo. E por que faziam aquilo? O que estava acontecendo? Provavelmente havia perdido algum novo sinal enquanto avaliava a Harry. Um segundo de descontração foi o suficiente para fazê-la perder o pouco que estava entendendo.
Hermione voltou à posição anterior olhando de um para o outro com assombro, percebendo que eles mexiam os lábios em sincronia. Esticou o braço com a varinha o deixando a poucos centímetros da ligação, pronta para quebrá-la a qualquer momento caso fosse necessário. Sentiu a vertigem mais uma vez, no entanto, um pouco mais forte que anterior, mas que a fez se segurar no espaldar da poltrona de Snape. “Agüenta, garota, só mais um pouco!” pensou, sentindo as pernas fraquejarem e a mão tremer.
Contudo, só uma de suas mão tremia e era justamente aquela que segurava a poltrona de Snape. Olhou para Snape certificando-se que ele, realmente, estava tremendo enquanto apertava com força os braços da poltrona, mas ainda sim mexia os lábios. Mudou o olhar para Harry e, assim como Snape, ele também tremia enquanto segurava os lados do colchão.
Aquilo era o máximo que ela podia suportar, já havia deixado passar muitas reações, pequenas claro, mas Snape lhe mandara quebrar a ligação caso notasse qualquer reação de dor e aquela, definitivamente, era uma reação de dor. Mesmo que as expressões deles não denunciassem nada além de uma branda, coisas estranhas aconteceram a todo o momento, e tremor pelo corpo nunca foi uma sensação boa para ninguém, principalmente, por perceber que eles pareciam se controlar apenas pelo fato das suas mãos já estarem esbranquiçadas pela força que cada um fazia.
Ela quebraria aquela ligação naquele momento, depois se resolveria muito bem com Snape. E foi olhando para Harry, pedindo a Deus que não fizesse nada de errado contra o amigo, que abriu a boca para falar o encantamento que encerraria aquele pesadelo.
- Ah! – um arfar duplo.
Assustou-se quando viu o corpo dos dois homens se erguerem dos lugares onde estavam como se estivessem aspirando ao oxigênio pela primeira vez depois de imersos muito tempo na água, depois, igualmente, os corpos de Harry e Snape se chocaram contra as superfícies que estavam acomodados. A cabeça de Snape tombou para o lado e Hermione juraria que ele estivesse morto se não fosse o fato de seu peito subir e descer rapidamente. E então girou o corpo para Harry, um filete de sangue escorria pelo nariz dele, mas não foi isso que chamou a atenção dela, na verdade, foi a camada de fogo que diminuía gradualmente até estar quase que totalmente azulada.
- Harry! – as lágrimas estavam começando a se misturar ao suor que cobria o seu rosto
- Hermi... – ele disse em um arfar com os olhos semi-abertos e então eles se fecharam novamente.
Hermione esticou a mão a colocando em cima do peito de Harry que subia e descia vagarosamente. Esticou a outra mão, que estava com a varinha, para a porta que abriu, quase que no mesmo instante uma nova onda de vertigem a atingiu e dessa vez ela não lutou contra.
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- Nossa! Bunitão, heim!
- Hei! Você não tem casa não garota? – falou para a irmã que entrava na casa pela porta da cozinha. – Mãe, pra que ela tem aquele apartamento? – perguntou para a mãe apontando para Gina.
- Mas, Gina tem razão: você está mesmo lindo, querido. – Falou a Sra. Weasley, sem ligar para as reclamações e ajeitando a gravata que Rony usava. – Lindo!
- Mãe, eu falei bonitão, não Lindo.
- Gina, vá para...
- Ronald Weasley, ouse terminar essa frase e corto a sua língua! – ralhou a mãe deixando Rony com as orelhas vermelhas de raiva, enquanto Gina se contorcia para esconder o riso. – Agora vá! – continuou enquanto empurrava Rony em direção à porta que Gina entrara. – Oh, Mérlim! Nunca pensei que estaria viva no dia em que meu Roniquinho ficaria noivo.
- Mamãe, Roniquinho não, neh! – Disse Rony por entre dentes e, dessa vez, foi impossível de Gina conter o riso. – Sou adulto já.
- Oh, grande justificativa Roniquinho. – brincou Gina colocando sua bolsa e pastas em cima da mesa.
- Você sempre será meu roniquinho, querido, sempre será. – disse a mãe afagando as bochechas vermelhas de Rony. – E você, mocinha, tira essas coisas já de cima da mesa e as leve para o seu quarto. - Rony mandou língua para a irmã que girou os olhos nas órbitas, mas tirou as coisas de cima da mesa. – Agora vá, querido, que já está na hora.
- Claro. – deu um beijo na bochecha da mãe. – Valeu mãe. Até mais tarde.
- Tchau Querido.
- Gina, me acompanhe até lá fora. – Pediu Rony já a porta.
- Pra quê? – perguntou surpresa.
- Por favor? – pediu com olhos suplicantes, antes de sair para o jardim.
Gina ainda encarou as costas do irmão alguns segundos antes de segui-lo até o jardim mal cuidado d’A toca. Rony já estava parado perto da mureta que cercava os terrenos da casa, com isso, Gina percebeu que o quer que fosse seria sério o suficiente para não cair nos ouvidos atentos da Sra. Weasley e, ela, até já sabia do que se tratava.
- Alguma noticia? – perguntou Rony quando sentiu a irmã próxima a si.
- Não. – respondeu Gina com um suspiro.
- Hum. – fitou o chão. – Você acha que aconteceu algo?
- Não sei, mas com certeza não deve ser grande o suficiente para que ela não desse conta sozinha. – havia um pouco de amargura na voz de Gina.
- Você tem razão, Hermione é forte, mas nem tanto. – concordou ainda fitando o chão.
- Nem tanto. – mas Gina não acreditava tanto em suas palavra, se havia uma coisa que Hermione era, era isso, ser forte. Ela considerava a amiga uma das mulheres mais fortes que conhecia, no entanto, assim como todos os outros, assim como Harry, ela tinha um ponto fraco, na verdade eram dois e eles tinham dois nomes e sobrenomes: Harry Potter e Rony Weasley.
- Acha que devo ir? – agora Rony fitava a irmã com olhar de preocupação.
- Lógico que sim!
- E se ela não for?
- É um risco que você terá que correr Rony. – Rony apenas meneou a cabeça. Mesmo a pouca luz que atravessava as janelas Gina podia jurar que o irmão estava adquirindo uma tonalidade esverdeada. – Mas, por favor, não pense que ela não foi apenas por que não queira casar com você. Não deixe que sua mente ensandecida chegue a essas conclusões. A Mione te ama. Ela é louca por você e você sabe disso. Até hoje não consigo acreditar que ela usou um feitiço do Príncipe contra alguém. E isso, por si só, já é bastante, ok. – Sorriram, na verdade da parte de Rony foi mais um engasgar. – Se ela não for, deixe para uma outra vez e permita que ela lhe explique o porquê de não ter ido. Hermione sempre vai ser a Hermione casando agora ou depois com você. Ela tem coisas demais em sua cabeça, você sabe disso.
- Unhum. Sempre a mesma. – Rony falou tão baixo como se fosse apenas para si.
- Agora vai e você vai ver que vai da tudo certo. – colocando ação as palavras, Gina deu um empurrãozinho no irmão. – Está com as alianças? – perguntou em tom de gracejo e Rony apenas bateu no paletó que usava. – Ótimo. Ta esperando o que Rony? Vai! Vai ser feliz! – dessa vez foi impossível Rony não dar um sorriso de verdade.
- É nessas horas que você parece uma irmã de verdade.
- Eu também sei fazer isso. – piscou para ele.
- Er... obrigado, Gina, por tudo mesmo.
- As ordens.
- Boa noite.
- Ótima noite, Rony.
- Claro.
- Er... você está mesmo lindo, Roniquinho. – falou antes de ver o irmão sumindo em um estampido. Rony sorria com o comentário.
*
“Só posso estar maluco mesmo”, pensou enquanto tirava a aliança de Hermione de dentro da taça. “É bem capaz que ela engasgue com isso!” Colocou a aliança ao lado da sua na caixinha.
Olhou mais uma vez ao redor, muitas pessoas já estavam jantando, alguns casais saiam outros entravam. Todos acompanhados em suas mesas, ninguém estava sozinho esperando por alguém, além dele. Mexeu-se desconfortável na cadeira estofada que havia posicionado de frente para a entrada para que pudesse ver a chegada dela, momento esse que deixava seu coração a mil por hora.
Olhou para um relógio que ficava próximo a recepção certificando que faltavam cinco minutos para a hora que havia dito a ela. Hermione nunca se atrasada, não quando era algo tão importante. Mas ela não sabia que era importante. Ele teria dito alguma coisa em relação a isso? Sinceramente não lembrava, mas esperta como só a namorada conseguia ser, ela deduziria que algo grande estava para acontecer. Pois eles mal saiam para jantar fora, preferiam comer a comida caseira da Sra. Weasley ou fazer um lanchinho em algum parque pouco movimentado nos arredores de Londres. Então ela deveria saber que algo de especial ele tinha preparado para aquela noite, mas ainda sim, ele deveria ter dito isso.
- Desejar olhar o cardápio agora, senhor? – perguntou um homem, aparentemente, alguns anos mais velho que ele.
- Não, obrigado. Eu espero por uma pessoa, então só vou pedir quando ela chegar. – falou olhando orgulhoso para a caixinha vermelha em cima da mesa. O garçom entendeu.
- Claro! Com licença então. – saiu sorrindo.
- Isso se ela vier. – falou baixo para que ninguém ouvisse.
A noite poderia ser brilhante, especial, poderia ser tudo, assim como Hermione, na vida dele, mas seria apenas se ela entrasse por aquela porta, coisa que ele começava a desconfiar que acontecesse assim que o restaurante, escolhido a dedo, começou a esvaziar.
Ainda chamou o garçom, que demonstrou felicidade ao perceber a grande noite que ele preparara, três vezes. A primeira para pedir água, a segunda para pedir outra e terceira para pedir uma dose dupla de qualquer bebida, o garçom trouxe uma que parecia ter o mesmo som de um espirro.
A bebida era forte, queimava em sua garganta, mas em menos de minutos ele já havia entornado tudo que havia no copo. Pensou em pedir outra enquanto brincava com o dedo com o gelo que havia sobrado, mas não tinha a pretensão de pegar um porre. Talvez não seria fácil chegar em casa se fizesse isso. Porém, a verdade mesmo era que ele ainda esperava que ela surgisse pela porta e não ligaria se ela viesse com o jaleco do St.Mungus, não importaria a roupa que ela estivesse usando, mesmo ele estando de paletó e gravata, nada mais importaria se ela aparecesse.
Levantou a cabeça olhando para a recepção, a recepcionista não estava mais ali. Olhou para o relógio, era quase meia-noite. Abaixou novamente a cabeça para o copo sentindo a frustração gritar de todos os seus poros, de forma que o fez apertar o copo com força na mão.
- Pode até se sentir melhor fazendo isso, mas se o copo quebrar vai causar um estrago grande. – falou alguém perto de si. Rony levantou a cabeça. – Desculpe, senhor, mas já estamos na hora de fechar. – Rony olhou para os lados percebendo que só ele, o garçom ao seu lado e mais três funcionários estavam no restaurante, observando a situação.
- Claro. – Rony levantou-se devagar, os músculos de suas pernas estavam doloridos por ter ficado tanto tempo sentado. – Quanto eu devo?
- Nada senhor. Fica por conta da casa.
- Claro. – Rony olhou ao redor. – Qual seu nome?
- Juan, senhor.
- Você é casado Juan?
- Sim. Quase um ano. – aquilo foi como um soco no estomago para Rony.
- Você a ama?
- Com todas as minhas forças.
- Claro. – Rony tirou a carteira do bolso interno do paletó, abriu tirando algumas notas de lá, oferecendo para Juan.
- Oh! – o homem ficou surpreso. – Não, senhor, muito obrigado!
- Aceite.
- Eu...
- Entenda como uma gorjeta ou algo assim e compre um presente para sua esposa.
- Não, posso aceitar.
- Por favor, Juan? – Rony olhou para homem que o olhava surpreso. Seus olhos começaram a arder. – Torne a noite dela o quão especial eu planejei para a minha... namorada.
Percebendo que Juan não pegaria o dinheiro, Rony o depositou em cima da mesa. Pegou a caixinha com as alianças e saio pela porta, deixando uma noite especial para trás.
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“Dincolo de intuneric, dezvaluie necunoscut, pentru a aduce la suprafaţă adâncime de vedere”. [1] - Transcenda a obscuridade, desvende o desconhecido, traga a superfície o profundo da mente. (Latim/Português)
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(N/A)BOm Galera!
Então esta ai o tão aguardado capitulo 31...
Dando continuidade a minha história...
"Por que escrever é uma necessidade"
Como eu li em uma outra fic, e que assino embaixo...
Espero mesmo que tenham gostado do cap que foi divido em dois apenas para não ficar cansativo para vocês... Foi um trabalha e tanto escrever tudo isso, mas acho que valeu a pena...
Coisa que só vou saber quando ler os coments de vocês... Então comentem, por favor (fazendo a carinha do gato do Sherek)
Agora os pedidos de desculpas...
1º - Eu falei que postaria o cap 31 na sexta (31/07) ou no sabado (01/08) afirmando para vocês que já estava quase pronto e que estava sendo uma questão de honra postar em um desses dias. Mas, na quinta (30/07) eu perdi uma pessoa especial do meu pequeno circulo de amizade, na verdade era quase uma irmã para mim. Com isso eu não fiquei com cabeça nenhuma para concluir o que quer que fosse.
Ta ai uma coisa que não desejaria nem para os meus inimigos se eu os tivesse...
2º - Por não ter postado ontem... na verdade eu cheguei meio cansadinha em casa e so pensei em comer e dormir...
Enfim... mais um cap... menos maldições imperdoaveis... e continuando com a história...
Vou escrever melhor agora ja que meu pc resurgiu das cinzas como Fawkes e agora ele é todinho meus... só meu!!! \o/
B-jusss povo!!! Até o proximo... E PeloamordeDeus... COMENTEM!!!! Acho que mereço! xD
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