Inconsciente (Final - Parte 1)
(N/A): Bom galera, ja que ninguem se manifestou, vou postar o cap 31 em duas partes.
O inteiro ficou com 32 pags de word... Então para não ficar tão cansativo...
Esta ai a 1º parte
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Capítulo 31: Inconsciente (Final - parte 1)
- Repete isso!
- Não vou repetir nada, Rony. – disse Gina irritada, encostada no balcão da loja de Rony.
- Ela não disse pra onde ia? – perguntou mais uma vez.
- Não! – Gina respondeu rolando os olhos nas órbitas.
- E nem de quem era o bilhete?
- Não.
- E nem que horas voltava?
- Eu já disse que não! Ela só me disse que voltava antes do jantar de vocês.
- Menos mal. – Rony relaxou os ombros levando uma mão ao bolso direito, passando a mexer em algo que estava ali dentro. Gina percebeu.
- Não acredito que você esta andando com a aliança da Mione pra onde vai! – disse Gina olhando o irmão com um ar entre perplexo e divertido. As orelhas de Rony ficaram vermelhas e ele desviou o olhar. – Meu Deus, você está! – continuou Gina, soltando uma gargalhada logo em seguida.
- Não seja ridícula, Gina, é claro que não! – disse ele tirando rapidamente a mão do bolso. Ela apenas arqueou as sobrancelhas ainda sorrindo. – Isso não vem ao caso agora. – Rony continuou olhando a irmã pelo canto dos olhos. Gina reprimiu mais uma gargalhada. - Se Hermione disse que chegaria para o jantar, é por que ela vai cumprir. Ela cumpre com sua palavra. É! Ela vai chegar a tempo. – Rony tentou lançar um sorriso confiante para a irmã, mas não conseguiu. – Eu confio nela.
- É... eu também. – o sorriso no rosto de Gina sumiu, enquanto olhava para um ponto no assoalho de madeira lustrosa. – Rony? – Chamou sem fitar o irmão.
- Fala. – disse Rony enquanto empilhava umas caixas a um canto.
- Er... posso fazer uma pergunta?
- Já fez. – respondeu sorrindo. Gina lhe lançou um olhar cortante. – Faz logo, Gi e sem enrrolação, eu odeio quando você enrrolada pra pedir.
- Tudo bem. – falou e respirou fundo logo em seguida. – Se... estivesse acontecendo alguma coisa... – começou passando a mexer em vários chaveiros de pomos de ouro, balaços e aros pendurados em um suporte em cima do balcão.
- Gina. – chamou Rony, girando os olhos nas órbitas enquanto cruzava os braços longos na frente do corpo.
- Esta bem! – falou parando de mexer nos objetos e encarando o irmão. – O que eu quero saber é: se estivesse acontecendo alguma coisa estranha, errada, uma coisas dessas, se você me contaria? – terminou de falar encarando o irmão seriamente.
Rony, mesmo achando nem um pouco prudente, pois quando a irmã mais nova fazia isso sempre conseguia arrancar o que quer que fosse dos irmãos mais velhos, coisa que de alguma forma herdou da mãe deles, sustentou o olhar de Gina. – A que está se referindo?
Um meio sorriso surgiu no rosto de Gina, ela estava conseguindo, como ele havia pensado.
- Bem... ao quê mais poderia ser senão ao Harry. – respondeu com um pouco de ironia na voz.
Rony meneou a cabeça em concordância. Ele já sabia a que se referia antes mesmo de Gina fazer a pergunta. Na verdade já tinha se transformado em uma espécie de rotina, a irmã fazer alguma pergunta relacionada à Harry quando estava perto dele e de Hermione juntos ou separados, como agora. E Rony se perguntava ate quando suportaria isso e ate quando Gina lembraria de Harry constantemente, pois ele mesmo, em algumas vezes esquecia ate mesmo do som da voz do amigo. Era lamentável, mas estava acontecendo.
- O que eu sei do Harry é o mesmo que você Gi, ou seja, nada.
- Tem certeza Ron? – perguntou a garota com ceticismo na voz.
- Absoluta Gi. – ele tentou evidenciar as palavras lembrando-se da noite passada e do choro repentino de Hermione. Mas a expressão no rosto de Gina continuava sendo a mesma. – Você não acha que se eu soubesse algo do Harry não iria contar a vocês?
- É... não!
- Côe, Gina! Você me conhece, sabe que se eu estivesse escondendo algo de vocês, não demoraria muito o guardando, não tendo você, mamãe e a Mione me azucrinando.
- Tem razão, você não sabe guardar segredo. – ela confirmou olhando o assoalho mais uma vez. Rony entortou a boca para a irmã. – Mas... e a Mione? Ela também não sabe nada? – continuou com a mesma determinação anterior, dessa vez Rony não conseguiu sustentar o olhar da irmã e desviou os olhos para o lado de fora da loja. – Ela sabe?
- Não. Pelo menos eu acho que não. – respondeu, querendo acreditar nas próprias palavras.
- Então... você acha que aquele pergaminho que ela recebeu...
- Não era do Harry, Gina!
- Mas como você pode ter certeza? Você mesmo falou que acha que a Mione não sabe de nada.
- Sim, eu falei...
- Então como pode ter certeza?
- Por que não era! – Gina soltou um urro exasperado batendo no balcão com as mãos. – Gina, escute. Não! Escute, por favor? – pediu irritado quando percebeu que Gina estava abrindo a boca para falar. – Eu não tenho idéia do que esta acontecendo, mas estou sentindo que tem alguma coisa errada.
- Por quê? – perguntou Gina com os olhos alarmados.
Rony calou enquanto analisava a expressão da irmã. Se ele estivesse certo mesmo, algo de ruim acontecia com Harry e não sabia se Gina agüentaria as suas suspeitas calada ou se partiria para cima de Hermione em busca de provas sobre as desconfianças dele. Então a buscar por informações sobre Harry não estaria só entre ele e Hermione, uma outra pessoa entraria e seria ela, na verdade não haveria outra pessoa, e mais uma vez eles seriam um trio, um novo trio para tentar solucionar outro problema. No entanto a conversa e a briga que tivera com Hermione na noite passada, pareciam indicar que ela estava escondendo algo e, por isso, Rony não sabia se ainda podia contar com ela, então Gina era o mais próximo de um aliado que ele teria.
- Você tem que prometer uma coisa. – começou ainda analisando a irmã.
- O que for? – fosse o que fosse ela estava disposta a ceder.
- Não abre o bico pra ninguém.
- Então é sério! – Gina levou as mãos ao peito.
- Promete? – indagou.
- Sim.
- Nem mesmo pra Hermione? - Gina hesitou. Esconder de Hermione qualquer coisa era muito complicado. – Gina?
- Claro, claro! Não conto nada! Nem se Mérlim vier perguntar. – fosse o que fosse, valeria a pena mentir para Deus e o mundo. Rony sorriu.
- Ontem eu fui ate a casa de Snape...
- Snape!? – Gina arregalou os olhos de surpresa.
- Shiiiii! – Rony levou um dedo ate os lábios olhando para os lados, mas não havia ninguém na loja, ela estava fechada já fazia um tempo. Rony deu a volta no balcão se dirigindo ate a porta olhou o lado de fora para, logo em seguida, fechar as persianas da porta e das duas vitrines que a ladeavam. – Me deixe terminar ou vou me arrepender do que estou fazendo. – falou pegando Gina pelo braço e a arrastando para os fundos da loja.
- Ok. Desculpe. Pode continuar.
Mas Rony não voltou a falar ate entrarem em um deposito que havia no final da loja. Gina revirou os olhos.
- Harry é o fiel do segredo onde mora Snape e confidenciou isso a mim e a Hermione para que nos três pudéssemos vigiá-lo. – Gina confirmou com a cabeça, sentindo uma pontada de injustiça por Harry não ter contado nada a ela. Ficar em segundo plano sempre a frustrava. – Enfim, fazia algum tempo que não fazíamos uma visitinha ao seboso e, bem, ontem eu senti uma necessidade de fazer isso. – Rony estufou um pouco o peito se vangloriando. – E adivinha quem eu encontrei lá? – Rony parou com suspense.
- Rony, por favor, não quero brincar desse tipo de jogo agora. Você quer que eu tenha um enfarto aqui? – a voz de Gina estava esganiçada.
- Ok! Ok! – Rony rolou os olhos nas órbitas. - Vi Remo à porta da casa de Snape.
- Remo?
- Sim. Claro que eles não me viram, por que eu me escondi atrás da casa de frente da de Snape. Infelizmente não pude ouvir nada do que eles conversavam, pois não demorou muito Remo entrou na casa de Snape. Nem tentei as orelhas extensíveis, fiquei com medo de que algum feitiço de proteção do Snape me deixasse sem orelhas. – Rony entortou a cara, evidentemente imaginando o desastre. – Mas, de qualquer forma, só a presença de Remo já indica que tem alguma coisa acontecendo. E se Harry não estivesse mentindo quando disse a mim e a Mione que nos éramos os únicos que sabíamos onde Snape está...
- Harry só pode ter dito a Remo onde encontrar Snape.
- Exatamente.
- Mas por que Harry faria isso se ele mesmo poderia ir atrás do seboso? – se perguntou Gina olhando para o irmão sem realmente vê-lo.
- E é essa a pergunta de cem mil galeões. – brincou Rony. – Muitas teorias passaram pela minha cabeça. Desde que eles estivessem recrutando Snape para uma festinha ate que estivessem necessitando de Snape e, de alguma forma, Harry não era capaz de fazer a devida chamada e por isso mandou alguém.
- Mas por que Harry chamaria Snape se ele o odeia, com certeza não foi para tomarem uma cerveja amanteigada enquanto conversam sobre quadribol. – disse Gina meio exasperada.
- Com certeza não foi. – Rony confirmou negando com a cabeça.
- E o que a Hermione tem haver com isso? – perguntou Gina mais para dar continuidade a conversar do que por real curiosidade. O fato de estar acontecendo algo a Harry varreu todos os outros pensamentos de sua cabeça.
- Não sei, mas para mim ela sabe de alguma coisa que não quer contar.
- Explica, Rony. – Gina pediu
E então, Rony começou a relatar tudo que interessava na conversar que tivera com Hermione para Gina, desde o momento que invadiu o hospital e contou para a namorada sobre Remo e Snape, ate o momento que reencontrou com Hermione à noite, na varanda da casa dela. Gina arregalou os olhos e deu uma tapa no braço do irmão por ele ter tido a idéia de aproveitar o momento maternal de Tonks para extrair o que fosse. Rony achou que Gina não ficou realmente com raiva, pois um tapa seria o mínimo que ela iria fazer se fosse em outra caso. Parou quando não achou necessário contar a irmã a briga que tivera com Hermione, poucos antes de aparatar em casa.
- Hermione chorando do nada? Isso é muito estranho. – concluiu Gina com uma mão no queixo.
- Também achei. Hermione sempre foi a mais sensata e controlada de nos três, mesmo nos momentos de crise. – Rony falou sem fitar a irmã.
- Tem certeza que você fez de tudo para saber o motivo do choro? – perguntou Gina arqueando uma sobrancelha para o irmão.
- Claro Gina. Por que você acha que nos brigamos ontem?
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Não sabia quanto, mas tinha a vaga impressão que muitos minutos haviam passados desde que Snape lhes fizera aquela pergunta. Até que ponto? Até magia das trevas ela respondeu. Balançou a cabeça negativamente chegando à conclusão de que com certeza, estava enlouquecendo. Primeiro havia permitido que Snape usasse a legilimência com Harry, depois permitiu o uso da Magia das Trevas que tanto odiou como a única salvação para o amigo. Tudo culpa do desespero.
Voltou a olhar para Snape que estava olhando pela janela do quarto de Harry, pensativo e aquilo a estava irritando cada vez mais. Mesmo que Snape tivesse dado a sua palavra de que nada aconteceria a Harry quando penetrasse a sua mente por meio das Artes das Trevas, não conseguia acreditar que a inimizade dos dois seria colocada de lado apenas para o bem de Harry. Mesmo que odiasse admitir, não confiava em nenhuma palavra vinda de quem idolatrava as Artes das Trevas.
Levantou-se da poltrona em que estava sentada no mesmo momento em que um dos assistentes do Sr. Stuart adentrava a sala, empurrando uma mesa com rodinhas nos pés, dois caldeirões de tamanhos diferentes e vários frascos de cores e substancias diferentes estavam expostos em cima da mesa que logo parou no meio da sala.
- Aqui está, Sr. Stuart. – disse o rapaz secando o suor da testa com as costas das mãos.
- Obrigado Scott. – disse o Sr. Stuart ao rapaz que rapidamente saiu da sala. – Pronto Sr. Snape, acredito que tudo que tenha pedido está aqui. Faça bom uso, algumas coisas foram difíceis de serem encontradas. Então, pode começar. – dirigiu-se a Snape que parecia alheio ao que aconteciam às suas costas.
- Snape? – chamou Remo cauteloso.
- Graças a Deus, Lupim, sou dotado de ótima audição e escutei o que o Sr. Stuart falou, contudo, parece-me que vocês não entenderam o que eu falei ainda há pouco. – Snape virou-se de frente e sua aparência negra ficou emoldurada pela claridade que entrava pela janela, dando-lhe um aspecto sinistramente angelical ou o mais perto que aquela imagem poderia chegar. – Mas, não me obstenho a repetir: se retirem.
- O quê? Você não está falando serio! – falou Hermione com a voz esganiçada.
- Não sou de brincadeiras Srta. Granger e você ouviu bem: Saiam. – Snape falou a última palavra devagar.
- Não vou deixar você aqui sozinho!
- Obrigado pela preocupação Granger, mas ficarei bem. – Snape falou com um sorriso de deboche.
- Você sabe muito bem que não estou me referindo a você. Não o deixarei sozinho com o Harry. – Hermione falou entre dentes.
- Oh! Que comovente. – zombou mais uma vez. – Saia Srta. Granger!
- Não vou sair! – mesmo que sua atitude parecesse infantil, Hermione sentou-se na poltrona cruzando os braços na frente do corpo e lançou a Snape um olhar fulminante.
- VOCÊ esta sendo patética Srta. Granger. Não percebe que quanto mais faz birra mais tempo perdemos em tentar salvar o seu amigo.
- Tudo bem Hermione, venha. – Remo falou tocando no ombro da garota.
- Já disse, não vou sair! – colocou repelindo o toque de Remo.
- Tudo bem, Srta Granger. – disse Snape irritado, virando-se mais uma vez para encarar os outros. – Ela fica. Os outros saiam!
Hermione lançou um olhar vitorioso a Snape que crispou ainda mais os lábios.
- Petulante! – exclamou, virando-se de costas mais uma vez.
Remo Lupim e o Sr. Stuart saíram do quarto sem antes aconselhar Hermione a chamá-los caso algo desse errado e de ouvir da garota a promessa de que não faria nada sozinha contra Snape. Após ouvir o barulho da porta se fechando, Snape virou e percebeu que somente Hermione e Harry estavam no quarto, andou em direção a mesa postando-se na frente do caldeirão menor.
- Apenas um pio Srta. Granger e eu a expulso daqui. – disse batendo com a varinha na base do caldeirão. Surgiu fogo ali.
Hermione confirmou com a cabeça, mas encolheu alguns centímetros na poltrona, após o olhar homicida de Snape. Ele começou a verificar os frascos.
*
Não agüentando mais ficar tanto tempo sentada, Hermione havia se levantado e, pensando que não seria nada bom se chegasse perto de Snape para verificar o que o antigo professor estava fazendo, decidiu ir ate a janela. Ficou parada com os braços cruzados na frente do corpo, olhando, de longe, o que Snape estava fazendo. Mesmo não querendo admitir, mas Hermione estava admirada pela forma como Snape estava fazendo o seu trabalho.
O professor pronunciava feitiços em uma língua estranha, mas ainda sim ela conseguiu entender um pouco do latim que vezes escutava, para logo em seguida indicar que já não entendia nada por que a língua estranha tinha voltado. Em algumas vezes ele fez movimentos com a varinha, movimentos pequenos, mas um tanto agressivos, pronunciando feitiços estranhos, de olhos fechados, nesses momentos ela ficava amedrontada por que parecia que Snape estava entrando em uma espécie de transe e segurava a varinha com força dentro da bolsa, caso fosse necessário usá-la. Mas da mesma forma que Snape entrava em transe ele saia para voltar a colocar mais tantos ingredientes na poção que agora estava dividida nos dois caldeirões.
Hermione já não sabia há quanto tempo estava ali próximo a janela olhando Snape preparar a poção que faria com que seu amigo, seu melhor amigo, voltasse do mundo em que estava preso, mas ainda sim ela sentia que muito tempo estava perdendo e que poderia ser tarde demais. Por que não havia perguntado a Snape se a tal ajuda demoraria tanto? Era obvia a resposta: não importava o tempo, mas sim se aquilo resolveria. Mais um sinal de desespero. Mas agora o tempo era muito importante, principalmente pelo fato de que sons de gemidos de dor poderiam ser ouvidos de onde Harry estava. Agora era fato de que ele estava sofrendo com o que estivesse acontecendo. Fosse o que fosse era doloroso.
Hermione trocou de apoio de pé desconfortável, olhando mais uma vez para Snape com a intenção de interrogar o motivo da demora, talvez se ela pudesse ajudar eles poderiam adiantar o trabalho, mas no momento em que as idéias apareceram na sua cabeça elas foram logos trocadas pela surpresa e pelo susto ao se deparar com a figura de Snape. Se em todas às vezes Hermione ficou estarrecida com a imagem em transe que o antigo professor adquiria, agora ela estava totalmente perplexa: Snape estava, como em todo o momento do preparo das poções, diante a mesa com todos os objetos, mas agora, cada uma de suas mãos estava posicionada, com a palma para baixo, a pouca distancia das bocas dos caldeirões e elas tremiam. Hermione olhou para o rosto do professor e seu queixo caiu, pelo o que percebeu, mais uma vez ele estava em transe, mas agora seu rosto estava virado para cima e no lugar das pupilas negras, só aparecia o globo ocular.
Respirar já não era tão importante e talvez deve ter sido por isso que as paredes do quarto começaram a rodar, ou poderia ser em decorrência dos vapores que começaram a sair dos caldeirões. Vapores negros como as roupas que Snape usava, mas que ao se dissipar no ar elas mudavam para brancas. Não demorou muito e o quarto começou a se encher daquele vapor, mas, que graças a Deus, não tinha nenhum odor, nem podre e nem bom. Talvez o quarto estivesse rodando por que ela, realmente, parara de respirar.
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A gargalhada de Voldemort ainda ecoava em sua cabeça, vez e outra sendo interrompida pelas palavras de Gina. Palavras que destroçavam seu coração. Que o faziam querer morrer se fosse possível. Talvez morresse se pedisse para Voldemort matá-lo, mas nem isso conseguia fazer, de qualquer forma já estava morto. Morreu ao ouvir aquelas palavras da mulher que ama.
Encolheu-se mais uma vez no canto em que estava sentado, suas costas apoiadas em uma das muitas colunas de serpentes que sustentavam aquele lugar. Aquele maldito lugar em que quase perdera a mulher da sua vida quando ainda era uma criança, uma indefessa criança. Mas ele nem mesmo sabia da importância que depositaria em Gina anos depois, naquele momento, a única coisa que queria fazer era salvar a irmã do melhor amigo. Mas agora, sabendo dos sentimentos que nutriu todo esse tempo distante da mulher, que agora o olhava com ódio, ela já não o queria mais, já não o amava mais.
- Não pode ser... – sua voz saiu em um sopro.
- A realidade é dura não é Potter? – perguntou uma voz as suas costas.
Harry rapidamente virou-se no ponto em que estava, tentando, mesmo naquele breu que começava a se forma, identificar a quem pertencia à voz que lhe falou ao ouvido. Mas não viu ninguém. Apenas lhe faziam companhia Voldemort, sentado em uma grande cadeira de espaldar alto confeccionada de ossos enquanto acariciava a cabeça chata de Nagini, e Gina, não muito distante de Voldemort, sua doce e adorada Gina que agora não o amava mais.
- Quem foi que disse que o mundo seria fácil?
Mais uma vez a voz. Harry percebeu que agora ela vinha de um ponto acima de sua cabeça. Levantando a vista, mas ainda encostado na coluna, deparou-se com olhos cor de esmeralda brilhando para ele, olhos que se moviam de um lado para o outro. Por alguma razão aquele brilho o estava fascinando, fazendo com que a câmara secreta começasse a ficar totalmente escura, mas Harry não estava nem um pouco se importando com aquilo, por que olhos verdes o estavam encarando, olhos tão verdes quanto os seus, mas de alguma forma eram diferentes, pareciam não pertencer a ele, mas sim a outra pessoa. E então de repente um rosto começava a ser formar a partir daqueles olhos verdes e Harry percebeu que conhecia aquele rosto. Não que um dia tivesse visto tão claramente nos seus sonhos, mas ainda sim, sabia que o reconheceria em meio a tantos outros. Seu coração começou a bater descompassado ao vislumbrar o rosto de sua mãe.
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Fazia um tempo que estava escorado na porta de saída da loja. Na verdade estava lá desde o momento em que Gina fora embora lembrando-os que ele teria um jantar importante logo mais a noite. E só pela menção do jantar, o clima pesado, cheio de suspeitas e temores, que se instaurara naquele pequeno depósito, no decorrer da conversar entre ele e Gina, havia mudado. Rony começou a sentir uma felicidade que se misturava a ansiedade ante o momento de pedir a mulher da sua vida que fosse dele para sempre e oficialmente.
Sorriu com a imagem que criou dele ajoelhado em frente à Hermione no restaurante que ele havia escolhido meticulosamente para fazer o pedido. Seu sorriso se alargou quando imaginou ela aceitando com um sorriso de orelha a orelha e os olhos cheios de lagrimas de emoção. Como ele amava aquela mulher e como demorou a entender o incomodo que sentia por ela quando estudavam em Hogwarts. Bons tempos. Era tudo tão difícil e de certa maneira tão fácil, fácil por que eles estavam juntos. Ele, Hermione e... Harry.
Rony se mexeu incomodado ao lembrar o amigo e conseqüentemente das suspeitas que estava sentindo quanto ao fato da namorada, e futura mulher, saber de algo que ele não devia saber ou ela não queria ou não poderia contar. Afastou-se da porta pondo-se a andar ate o balcão para se afastar do mesmo e se dirigir a porta. O que ele estava fazendo? Como poderia suspeitar da mulher que ama? De Hermione? Mas por que tudo indicava que ele deveria sim suspeitar dela?
- Que droga, Rony! Pare de pensar besteiras e vá para casa se arrumar, seu idiota! – falou abrindo a porta. Passou por ela e a trancou.
Fosse o que fosse Hermione teria os seus motivos para fazer o que quer que esteja fazendo. Ela nunca errou, na verdade errou sim, mas poucas vezes, no entanto, de qualquer forma, ela nunca deu motivos para que eles desconfiassem dela ou do que estivesse fazendo. Então dessa vez não seria diferente. Hermione merecia todos os créditos do mundo e ele daria isso a ela como amigo, namorado e marido. Foi pensando nisso que Rony aparatou em casa com um sorriso enorme no rosto.
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Aquilo era desconfortável para não falar em frio. O lado direito do seu corpo estava dolorido e a sua cabeça parecia ser a parte que mais doía, pois ela também estava latejando. Não tinha idéia do que acontecera, mas pelo estado que sentia seu corpo está não deveria ser nada bom. Pensou um pouco na posição que estava e na superfície fria que se encontrava e pelo jeito ela tinha caído ali, ou melhor, desmaiado. Era essa a resposta: ela havia desmaiado. Continuou quieta, para desvendar o porquê do desmaio, definitivamente não era normal e então, como uma enxurrada, todos os acontecimentos do dia inundaram seus pensamentos e quase que instantaneamente um odor acre chegou as suas narinas a fazendo despertar ainda mais rápido. Mesmo com a vista embaçada ela ainda conseguiu identificar a forma negra de Severo Snape ajoelhado perto de sim. Ou fosse por reflexo ou susto, ela rapidamente sentou-se se arrastando para a parede ou o mais longe possível que conseguiria ficar do antigo professor.
- Levante-se. – Snape ordenou enquanto se levantava ao mesmo tempo em que fazia movimentos negativos com a cabeça e guardava um frasco de alguma coisa em seu bolso.
- O que aconteceu? – perguntou ainda no chão e um pouco zonza, além de sentir o nariz irritado.
- Algo que eu já sabia. – respondeu o professor com um puxar nos cantos da boca, era um sorriso. Hermione franziu o cenho sem entender. – Fraqueza. Você desmaiou Srta. Granger. – então ela estava certa e Snape parecia jubilar diante uma normalidade entre as pessoas normais. – O cheiro para você foi tão forte assim?
- Que cheiro? – Hermione perguntou já de pé enquanto massageava o lado da cabeça que havia batido.
Mas Snape não respondeu imediatamente e um silêncio, apenas interrompido pelos gemidos fracos de Harry, tomou conta do quarto. Hermione levantou a vista para encarar o professor e percebeu uma coisa que nunca havia notado: ele a olhava com uma perplexidade controlada. Snape parecendo perceber ate onde suas poucas emoções o haviam levado, desviou, pela primeira vez na vida do olhar de sua ex-aluna, passando a fitar com estudada atenção os conteúdos dos dois caldeirões.
Quando o silencio estava se tornando pesado demais e com certeza Hermione abriria a boca para perguntar o motivo da pergunta anterior, Snape falou:
- Devo admitir Srta. Granger, que estou impressionado.
- Igualmente. – falou Hermione com um pouco de ironia na voz. Snape crispou os lábios. – Devo saber o por quê?
- São poucas as pessoas que não sentem nenhum odor vindo dessa poção. – Snape pareceu ponderar sobre a resposta. – Na verdade, conheci apenas duas pessoas a quem essa poção é imune: Dumbledore e o Lord das Trevas; além de mim, é claro, e agora você.
- Como assim? – Hermione deixou a curiosidade lhe invadir.
- Profunde a mintii. – Hermione franziu o cenho mais uma vez. – O que significa Srta. Granger? – Snape perguntou com a voz aborrecida.
- Ah... O profundo da mente? – Hermione respondeu meio hesitante.
- Correto. – não sabia se por mania ou apenas pelo fato de querer colocar um pouco de suspensa em suas explicações, mas Hermione odiava quando Snape hesitava em suas falas mais importantes. – Como bem sabemos Srta. Granger, a mente humana é algo profundo e obscuro. Tomamos conhecimento apenas no que se passa na superfície de um todo que não sabemos onde começa e nem onde termina e, por isso, principalmente no que se refere à magia, nossa mente é capaz de se manifestar de varias formas, como no caso do Potter. – Snape apontou para o lugar onde Harry estava. – Ou como no caso de Voldemort, que não estava nem vivo e nem morto quando se apossou do corpo de Quirrel, mas ainda sim, sua mente estava intacta. Mesmo se o corpo humano estiver na pior das enfermidades a sua mente estará funcionando, mas ainda sim ela não poderá, digamos, “viver” se o corpo estiver sem vida. Totalmente dependente da vitalidade humana.
- E essa poção... Profunde a mintii... vai fazer com que nos saibamos o que está acontecendo no mais profundo da mente de Harry? – perguntou Hermione sentindo um pouco da esperança que outrora se dissipara voltando a seu corpo como algo quente e bom. Foi impossível não reprimir um sorriso.
- É o que pretendo.
- E o que o cheiro que eu não senti tem haver com isso? – Hermione não estava conseguindo ligar os fatos.
- Apenas que se você estivesse no lugar do Potter à poção não faria efeito. – Snape respondeu de forma displicente. – A nossa mente, tanto a minha quanto a sua, possui algo que inibe o efeito que a poção tem em outras pessoas.
- Algo como?
- Pesquise. – a sua voz ainda possuía uma displicência angustiante. Hermione respirou fundo.
- E como você sabe que irá funcionar com o Harry? – o calor da esperança começava a deixar o seu corpo.
- Não sei...
- Como é que é? – Hermione avançou para cima do antigo professor esquecendo momentaneamente que a sua varinha estava dentro de sua bolsa. Snape ergueu a dele rapidamente, apontando para o peito de Hermione que sequer reparou na ameaça – Seu canalha! Como é que você fala isso agora? Eu bem sabia que não iria se esforçar para ajudar o Harry!
- O quê está acontecendo? – a porta foi escancarada e rapidamente a sala foi invadida por Remo, Sr. Stuart e mais dois auxiliares que, visualizando a cena, sacaram rapidamente suas varinhas em direção a Snape.
- Que cheiro é esse? – perguntou um dos auxiliares segundos depois.
Mas sua pergunta não foi respondida de imediato, por que o outro auxiliar saiu rapidamente do quarto tampando a boca com a mão, para logo em seguida todos ouvirem alguém vomitando do lado de fora do quarto. O primeiro auxiliar, parecendo sentir ficar impossível naquele lugar que mais fedia do que quilos de carne em putrefação, também se retirou. O Sr. Stuart puxou um lenço de dentro do jaleco o levando ate o nariz enquanto que Remo colocava o braço em cima do seu nariz.
- Profunde a mintii, Snape? – perguntou Remo com os olhos franzidos e a voz abafada pelo braço.
- O... o quê? – Sr. Stuart pareceu atordoado. - Dentro do meu hospital? – ele correu rapidamente em direção a porta e a fechou com um baque. – O senhor tem idéia do que isso pode provocar em meus outros pacientes?
- Não mandei abrir a porta. – falou Snape com a boca crispada ainda apontando a varinha para Hermione que bufava.
- Mas Hermione gritou nos pensávamos...
- Não sou burro de atentar contra a vida da Srta. Granger aqui, não com um bando de seguranças do lado de fora e nem em um lugar que eu não consiga fugir.
- Como se isso fosse lhe impedir de conseguir o que quisesse Snape! – disse Remo entre dentes.
- Bem observado.
- Ora seu...
- Tudo bem Remo. – Hermione falou cortando Remo antes que os dois começassem um duelo no meio do quarto. Remo a olhou incrédulo. – Tudo bem. – repetiu agora fazendo um gesto para que Remo e o Sr. Stuart abaixassem suas varinhas enquanto se distanciava de Snape.
- O que aconteceu Hermione? – perguntou Remo olhando de Hermione para Snape, que abaixava a sua varinha devagar.
- Esperamos todo esse tempo para não termos certeza de que a poção de Snape ira funcionar com Harry. – respondeu com uma fúria no olhar que se pudesse matar Snape naquele momento ela faria.
- Por que essa poção Snape? – começou Remo. – Harry precisa ter reação à poção para que ela funcionasse...
- Eu sei. – disse Snape friamente.
- Então por que justamente essa poção se ela poderá não resultar em nada? – agora foi a vez do Sr. Stuart indagar.
Mas uma vez aquele silêncio que irritava Hermione ate os ossos, mas dessa vez ela não iria esperar pela boa vontade do antigo professor para acabar com aquele colapso nervoso.
- Fale de uma vez Snape!
- Por que essa é a única que não causara nenhum dano maior e pior no Potter.
- Tem certeza? – perguntou Hermione cética. – Será que não esta querendo acabar de vez com a vida dele? Por que, pelo o que me parece Snape, você não está tão preocupado com o bem estar de Harry, nem nunca esteve!
- Quais são suas outras opções? – perguntou Snape olhando para dentro dos caldeirões para logo em seguida olhar para cada rosto naquele quarto. Ninguém respondeu. – Então deixe-me trabalhar.
- Snape está certo, Hermione. – conclui Remo, agora tapava a boca e o nariz com a mão. – Não temos outra opção senão aceitar a que Snape nos está oferecendo.
- Concordo com o Sr. Lupim. Devemos tentar de tudo, se possível. – continuou o Sr. Stuart.
- Ok! – concordou Hermione de má vontade erguendo as mãos, como se estivesse se rendendo. – Mas, escute bem o que vou lhe dizer Snape... – Snape encarou a antiga aluna com desinteresse. – Se acontecer algo de pior com Harry, você pode ter a certeza de que eu, com minha própria varinha, irei acabar com você, nem que eu tenha que morrer fazendo isso, mas eu levo você junto. Ouviu bem? – Hermione deu vários passos até conseguir apontar com o dedo a poucos centímetros do nariz adunco de Snape.
- Irei inserir mais essa ameaça a lista que tenho. – respondeu com a voz irritada. Mesmo durante todos os anos de animosidade, Snape sabia que, dos três, o único que não poderia subestimar era aquela mulher que estava a sua frente. Ela tinha uma coisa que os outros não tinham: inteligência e frieza. – Podemos continuar, ou ainda tem um punhado de ameaças para lançar a mim?
- Essa já basta. – respondeu Hermione com um sorriso de canto. De alguma forma ela soube que tinha afetado Snape e isso era muito bom.
- Bem. – começou Remo olhando para o Sr. Stuart e para Hermione, só nesse momento ele percebeu que a poção não a afetava. – Desculpe Hermione, mas não podemos ficar aqui. Percebo que a poção não lhe afeta e, em outro momento, adoraria poder conversar com você sobre isso, mas agora... – ele não terminou, mas parou os olhos na cortina que separava Harry.
- Tudo bem. Podem ir. – disse Hermione voltando a sentar-se na poltrona. Aquilo a estava cansando.
O Sr. Stuart e Remo não esperaram duas vezes para ouvir Hermione e muito menos questionaram, eles, realmente, não poderiam fazer nada e foi com desapontamento que Remo passou pela porta, sem antes lançar um olhar para o lugar onde Harry estava. Havia prometido que cuidaria do menino, mas agora, nada poderia fazer a não ser confiar nas improbabilidades de Snape. Hermione lhe sorriu fracamente e ele fechou a porta.
- Agora escute bem, Granger. Você vai ter que fazer tudo que eu disser e como fizer. Eu pensei que teria que lhe dar com isso sozinho, o que seria muito mais complicado, mas já que está aqui e louca para ajudar, você irá. Um único erro e tudo estará perdido. Ouviu bem? – Hermione respirou fundo antes de responder.
- Eu posso dar conta disso. – ela sabia. Ela tinha certeza.
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Era verdade que ele nunca havia visto aqueles olhos verdes, mas não estava nem um pouco enganado que aqueles pertenciam a sua mãe. Mesmo quando aquelas pessoas que conheceram o casal Potter lhe diziam que ele tinha os olhos da mãe, ele não acreditava muito, por que, quando se olhava no espelho sempre via os olhos verde esmeralda que herdara, mas em momento algum eles tinham o brilho e calor que emanava dos olhos de sua mãe, sua mãe que estava tão perto.
Era impossível, mas ela estava ali a sua frente.
Dos olhos verdes surgiu o rosto maternal que tanto almejava ver. Do rosto, os cabelos flamejantes começaram a tomar forma e caiam ao redor do rosto da mãe como uma cascata. Então o corpo tomou forma e Harry pode ver sua mãe a sua frente. Ela mais parecia alguma fada de um conto que ouvira uma vez Tia petúnia contar a Duda, mas de alguma forma ela era ainda mais linda.
Harry não conseguia se mexer diante a imagem que via acima de si, quando sua mãe sorriu seu coração deu um salto de puro contentamento e ele perdeu o fôlego. Gina podia ser linda, maravilhosa, mas sua mãe, sua mãe era ainda mais perfeita. Ela era sua mãe.
Harry percebeu que calmamente Lilian Evans o rodeava até parar a sua frente, também, percebeu que não sentia mais a coluna onde outrora se encostava, na verdade nem mesmo as vozes de Gina e Voldemort ele conseguia ouvir e atribuía esse acontecimento a presença de sua mãe, de alguma forma ela havia conseguido fazer isso com ele: colocado em uma bolha de proteção contra o sofrimento que estava do lado de fora.
Sua mãe sorriu mais uma vez e ele respondeu, dessa vez conseguiu ter alguma reação diante o anjo que estava a sua frente.
- Meu filho. – ela disse. A sua voz era linda.
- Mãe? É você mesmo? – perguntou bobamente, mas ele queria ter certeza.
- Claro querido. – respondeu se ajoelhando a frente dele. – Você estava precisando de ajuda então eu vim. – o seu sorriso iluminado sumiu e havia dor nos olhos dela. – O que fizeram com você meu querido?
- Eu não sei. – respondeu Harry com uma vontade súbita de chorar e se possível no colo da mãe, mas não queria perde-la de vista.
- Você esta sofrendo tanto Harry. – Lilian sentou-se no chão bem próximo ao filho. - Eu percebo isso e não coloquei meu filho no mundo para sofrer. Esperava encontrá-lo feliz e se possível com alguém ao seu lado e não sozinho. – dessa vez teve que baixar a cabeça, pois era verdade que estava sozinho, totalmente só.
- Desculpe. Acho que fiz tudo errado.
- Ou fizeram você fazer. – respondeu erguendo as sobrancelhas.
- Como assim? – perguntou sem entender.
- Não vê meu filho? – Harry nem negou ou confirmou, pois realmente não sabia do que ela falava. – As pessoas erram com você. Todas elas. Até mesmo eu e seu pai. Erramos por não termos ficado ao seu lado quando mais precisou...
- Vocês estiveram mamãe. Sempre estiveram.
- Não Harry! Não estivemos. E erramos nisso. Deveríamos ter protegido você melhor. – Harry percebeu que os olhos da mãe estavam marejados e ele se sentiu péssimo em relação a isso. Sua mãe não deveria estar dizendo aquelas coisas se isso a fazia ficar triste. E o pior de tudo era que, mais uma vez, ele era a causa daquilo. Sempre ele. – Desculpe querido, mas agora não podemos mudar nada. – ela limpou o canto dos olhos com os dedos.
- Não chore mamãe. Por favor. – pediu tendo o impulso de tocar na mão da mãe. Era quente e real.
- Não ligue. Eu sou uma boba. Vim para lhe ajudar e estou lhe deprimindo. Sou uma boba. – ela sorriu de novo. Harry se encheu de calor e entrelaçou os dedos no da mãe. - Mesmo percebendo que todas as pessoas eram com você, devo concordar que você se tornou um homem. Pelo menos nisso devo agradecê-las. – ela dizia enquanto esquadrinhava o rosto do filho. – Um homem bonito, muito bonito.
- Obrigado. – Harry sentiu seu rosto um pouco quente.
- Um homem bonito, mas fragilizado, magoado, triste e sozinho. – de novo a dor nos olhos da mãe. – Essas pessoas não deveria ter feito isso com você, e você, como filho do seu pai, não deveria ter aceitado.
- O que eu poderia ter feito mamãe?
- Nada. Ter feito nada e vivido, vivido feliz pelo menos. Coloquei meu filho no mundo para viver e não sofrer pelos outros. – não havia como negar que havia um pouco de repreenda na voz da mãe.
- Como eu poderia viver feliz mamãe com tantas pessoas morrendo? Com tantas pessoas sofrendo sendo que eu seria o único a acabar com tudo aquilo?
- Quem lhe disse que você seria o único? Tantas outras pessoas poderia ter feito o que você fez se fossem mais corajosas pelo menos...
- Mas a profecia dizia...
- Outro erro. – repreendeu-o. – Confiar em algo que poderia mudar caso alguém quisesse estar em seu lugar. Mas ninguém queria por que tinham muita coisa a perder e você sempre foi sozinho. – Harry não acreditava que sua mãe estava falando aquelas coisas, mas ainda sim sentia que ela tinha um pouco razão. Ele não tinha nada a perder por que não tinha o que perder. Na verdade tinha sim.
- Eu não sou sozinho, mamãe. Eu poderia perder os meus amigos...
- Eu trocaria todos os seus amigos por sua felicidade. – o olhar de Lilian era terno.
- Eu poderia perder... Gina.
- Desculpe meu filho pelo o que vou dizer agora. Eu sei que vai doer, mas já que estou aqui para lhe ajudar, isso, também, inclui abrir os seus olhos, mas... – Lílian comprimiu os lábios e fechou os olhos antes de continuar. - você a perdeu mesmo fazendo de tudo para tê-la ao seu lado.
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A mando de Snape, Hermione levitou a poltrona que outrora sentava até ficar ao lado da cama de Harry, as cortinas também não estavam mais ali. Fazia de tudo para não dirigir o olhar ao amigo fragilizado, mas ainda sim sentia a magia daquele fogo que emanava do corpo de Harry. Ao mesmo tempo em que era fascinante e amedrontadora a sena que Harry era protagonista.
Hermione olhou para Snape que estava de frente para a grande janela do quarto, ele parecia estar se preparando para o que quer que fosse fazer para ajudar Harry. Ela praticamente riu ao pensar na palavra “ajudar”. Snape não ajudava ninguém. Na verdade, ela conheceu apenas uma pessoa a quem o antigo professor havia estendido a sua mão e essa pessoa era o próprio Dumbledore. Nunca chegou a alguma conclusão convicta do que o antigo diretor de Hogwarts sabia de Snape para que esse jurasse lealdade a ele, mas fosse o que fosse, era algo realmente grande. Por que alguém como Snape nunca se deixaria comandar se não tivesse nada a ganhar. Primeiro fora a Voldemort, mas ela sabia o que Snape ganharia, o poder que seria lhe conferido caso o lado negro da força ganhasse. Mas e Dumbledore, o que daria a Snape? O que ele deu a Snape? Não sabia, mas tinha a certeza que fora algo realmente grande, algo que superava o poder que Voldemort lhe prometera. Isso, claro, se houvesse, realmente, algo a ganhar.
Balançando a cabeça negativamente enquanto observava Snape falar sozinho, virou-se para olhar Harry. Mesmo que não quisesse seus olhos pareciam buscar o amigo. Há que ponto chegaram. Como ela nunca imaginou que aquilo poderia acontecer? Logo com alguém que conhecia tão bem? Mas, pelo visto, ela não conhecia Harry tão bem quanto imaginava. A mente de Harry estava se desvendando um poço sem fundo. E a profundidade era o que mais temia. O quanto eles teria que ir para salvá-lo do seu subconsciente ofensivo? E quantos obstáculos teriam que sobrepor? Tantas perguntas. Pouquíssimas respostas. E quase nada de esperança. O que imperava era a dúvida, a dúvida em Snape e em si própria se caso falhasse a melhor e, aparentemente, única opção.
Esquadrilhou o rosto de Harry e contraiu os olhos rapidamente, para logo em seguida arregalá-los e chegar alguns passos mais perto do amigo - ela podia sentir o calor exalar como se estivesse ao lado de uma fogueira. Olhou mais atentamente para o rosto de Harry, que outrora estava contraído de dor, e percebeu que lágrimas escapavam pelo canto dos olhos do amigo, mas elas não chegavam a escorrer pelo rosto dele, pois logo vaporizavam.
- Snape, vai demorar muito? – perguntou ainda com os olhos grudados nas lágrimas que apareciam rapidamente. Mas Snape não respondeu. – Snape?
- Se tentar me desconcentrar mais uma vez, vou ser obrigado a lhe retirar do quarto. E vou adorar fazer isso. – respondeu segundo depois.
- Mas vai demorar? – ela não ligou, algo de mais urgente parecia esta acontecendo.
- Se continuar me interrompendo, com toda a certeza sim! – Snape falou com a voz afetada.
- Apresse-se, tem alguma coisa errada acontecendo.
- E qual seria a explicação para a urgência além do óbvio?
- Harry está... chorando. – respondeu em um fio de voz quando lágrimas começaram a escapar de seus olhos. Uma coisa era ver seu amigo gemendo de dor, outra, completamente diferente, era vê-lo chorar.
- É mesmo? – foi impossível não notar um tom irônico na voz de Snape. Hermione o encarou com fúria.
- Se já está com humor para ser irônico, então com toda a certeza está preparado para fazer o que seja. – falou entre dentes e enxugando os olhos com as costas das mãos.
- Não é assim tão fácil menina. – Snape crispou os lábios.
- Não me importa. – era aquele o momento e ela não gastaria mais qualquer segundo discutindo o que fosse com Snape. – Nos dois sabemos que você é capaz para fazer o que seja, então é chegada à hora Snape, vamos ver como você se encaixará no papel de herói do dia.
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“...você a perdeu mesmo fazendo de tudo para tê-la ao seu lado”
Não! Não poderia estar ouvindo aquilo da boca de sua mãe, tornava sua dor um bilhão de vezes pior. Como aquilo poderia ajudá-lo, se só o deixava pior, se só o fazia afogar mais fundo em sua dor? Impossível! Tinha que ter alguma resposta, mas por que ele não acreditava que houvesse uma?
- Não... ela gosta de... mim. – falou entre as mãos que tampavam o seu rosto.
- Oh, meu filho! – Lílian esticou os braços em direção ao filho, o puxando para junto de si. Harry apoiou a cabeça no colo da mãe. Aquele era o lugar que ele ansiava estar naquele momento. – Desculpe. Eu... eu.... eu não deveria ter falado isso. Desculpe-me? – mas Harry nada respondeu, não tinha força para tanto. – Está vendo o que queria dizer com as pessoas sempre fazerem o errado com você? É isso! Você está chorando por uma moça que, aparentemente, não vale a pena...
- Não... não fale assim.. dela. – falou entre soluços enquanto se agarrava mais fervorosamente nos braços da mãe.
- Ela lhe faz sofrer, meu filho. Como posso falar coisas boas de alguém que faz o meu Harry sofrer? – Lílian balançava Harry como se o estivesse ninando. – Está vendo como você concorda comigo, pois nem argumentar você consegue. Por que não existe o que falar! Essa moça, ela não o merece. Você merece coisa melhor meu filho. Muito melhor. Ela lhe faz sofrer por que não o ama. Ela mesma disse isso. Você não pode ir contra as palavras dessa moça. Ela falou: ela não o ama mais. – o choro que antes era controlado, de modo que apenas a mãe poderia ouvir, tornou-se desesperado.
- Não! – quase um grito de dor.
- Ou se algum dia aquela moça sentiu amor por você. A sua cicatriz é muito famosa, ela pode atrair qualquer tipo de pessoas, das curiosas até aquela que desejam o seu mal e que só querem ascensão através de você. Não me surpreenderia se essa moça fosse uma dessas. Interessa-se não por você, mas pela força que a sua cicatriz proporciona.
- Gina... não é... assim. – Harry tentou olhar a mãe, mas seus olhos estavam embaçados demais para tanto. – Gina... é linda... e... boa.
- Eu não teria tanta certeza.
- Mas... eu tenho!
- Então me diga... – Lílian afastou o filho do peito para olhá-lo nos olhos, mas Harry parecia está se negando, pois não fez nenhum movimento para ajudar a mãe. – Olhe para mim garoto. – ela falou com a voz doce, o que fez Harry olhá-la. – Então me diga o motivo dela não está aqui com você, no meu lugar, e sim ao lado do inimigo.
De repente, a câmera secreta, que outrora ficara totalmente escura devido à chegada de Lílian Evans, pelo menos Harry acreditava que fora esse o motivo, começou a clarear vagarosamente até o momento que seus olhos embaçados pelas lágrimas mostraram a imagem que feria mais do que todas as palavras pronunciadas por sua mãe: Voldemort continuava sentado na cadeira de espaldar alto, olhando ao redor, parecendo absorto em admirar aquele templo de seu antepassado, se vangloriando com tudo que estava ali, porém, o mais doloroso de se ver era Gina postada como uma serviçal atrás da cadeira de Voldemort, uma mão nas costas e a outra no espaldar e ela sorria malignamente com seus olhos vermelhos o encarando.
- Está vendo? Como pode depositar um sentimento tão bonito em alguém que não o mereça? Você é bom demais para ela, meu filho, bom demais.
- Não fale nada! Não dela! – Harry fechou os olhos e comprimiu o rosto no colo da mãe para não ver a imagem a sua frente, mas era impossível, pois ela parecia ter sido gravada a fogo em sua retina.
- Sim, sim! Tudo bem. Mamãe não vai falar mais nada. Shiii... - Lílian voltou a ninar o filho enquanto descansava o rosto nos cabelos negros de Harry. – Mas saiba que sempre há alternativas.
Harry pensou um pouco no que a mãe havia lhe falado. – Que... alternativas? – perguntou desgrudando-se totalmente da mãe, para melhor olhá-la nos olhos, limpou as lágrimas que escorriam por seu rosto, com as costas das mãos.
- Sim! Sempre há alternativas, Harry. – Lílian sorriu calorosamente para Harry. – Você pode escolher em continuar com essa dor, deixar que ela lhe envolva até o fim dos seus dias, mas também pode desejar ficar preso em seu subconsciente para não ter que lhe dar com o mundo lá fora. Também, existe outra, e essa é a melhor de todas, por que você não terá que enfrentar nada que não deseja. – ela parou de falar encarando o filho, com um brilho no olhar que era digno de si.
- Qual?
- Você pode vim comigo. – o sorriso de Lílian cobria todo o seu rosto angelical e foi impossível para Harry esconder o seu próprio sorriso.
- Como assim?
- Venha comigo meu filho. Será fácil. Venha para o lugar do qual nunca deveria ter saído. Venha para o meu lado e do seu pai. Tenho a certeza absoluta de que ele nos espera. – Um calor confortante surgiu no corpo de Harry a menção do pai e na possibilidade de ter os seus pais ao seu lado mais uma vez.
- Eu posso ir mesmo?
- Claro!
- E... como faço isso?
- Basta querer.
Harry estava a ponto de aceitar o convite da mãe, pois era tudo que ele ansiava desde que se entendeu por gente. Os Dusley não chegavam nem de perto o que uma família deveria ser, principalmente, aos seus olhos. De certa forma ele sempre considerou o fato de pertencer a outro mundo e não aquele o que, realmente, aconteceu quando completou 11 anos, quando descobriu que era bruxo e que, dessa forma, poderia esquecer, temporariamente, aquela vida superficial na Rua dos Alfeneiros nº4, foi um dos momentos mais felizes da sua vida. Enfim, ele havia encontrado o lugar a qual pertencia. No entanto, ter a possibilidade de estar ao lado de seus pais como nunca esteve antes superava qualquer felicidade já vivida. Aquela deveria ser a última oportunidade que teria, então deveria agarrá-la com toda a força.
Porém, rostos que nunca esqueceu e que, provavelmente, nunca esqueceria, invadiram a sua mente: Rony, Hermione e toda a família Weasley, até mesmo o rosto com um sorriso brilhante de Gina veio a sua memória, acompanhado por uma dor de perda, mas ainda sim lembrou dela; Hagrid, Profa. MacGonagal e todos os professores que teve, exceto Snape, ele não ficaria por causa de Snape; os rostos dos amigos de quarto e de time, também, surgiram; o quadribol e a sensação de montar em uma vassoura e partir, a toda a velocidade, atrás daquela bolinha minúscula e alada invadiu a sua mente, era tão bom. Mas isso seria o suficiente para que ele não aceitasse a oferta tão tentadora da mãe? Os Weasley e Hermione foram a melhor família que ele poderia ter escolhido e todos o aceitavam como mais um membro dela. Harry podia adivinhar o que sentiriam se ele fosse. Ele poderia até mesmo ver o choro pesaroso da Sra. Weasley e Hermione. Será que Gina, também, choraria se ele escolhesse outro caminho? Ele não conseguia formular uma resposta.
- O que me diz meu filho? – perguntou Lílian tirando Harry de suas lembranças.
- Eu... eu não sei. – o sorriso que Lílian sustentava sumiu quase que no mesmo momento. – Desculpe mãe. Mas não tem outra alternativa? Será que eu não posso sair daqui e me juntar a vocês e mais os Weasley. Eles sempre me trataram tão bem.
- Não há outra, Harry, e não se pode ter tudo. – a voz de sua mãe era dura e intensa. – Magoa-me essa sua indecisão, trocar seus pais por essa outra família.
- Não! Por favor, não pense isso. Só achei que seria muito melhor poder ter as duas. – Harry não conseguiu fitar o rosto da mãe. Como ele foi capaz de dizer uma coisa dessas? É claro que ele preferiria a mãe e o pai, não os tinha desde 1 ano de vida, então, agora, era a sua vez de ter a própria família. – Eu posso ir mesmo?
- Claro, mas se preferir deixar seus pais...
- Eu quero!
- Você tem certeza querido? – o rosto de Lílian Evans era puro contentamento.
- Absoluta. – confirmou. Seu coração não dizia o contrário. Se havia uma maneira de estar juntos dos pais então ele a aceitaria.
- Então peça para morrer. – Lílian ainda sorria.
- Como? – Harry assustou-se.
- Morrer, querido. Deseje morrer. – Lílian pegou as mãos do filho como se o tivesse motivando a tal desejo.
- Eu... – Harry não havia imaginado que seria dessa forma.
- Deseje. – pediu apertando quase ternamente a mão de Harry.
- Morrer?
- Peça para morrer Harry. Peça agora! – o aperto não era mais terno, pois Lílian apertava as mãos do filho com força. Harry percebeu que suas mãos estavam ficando ligeiramente esbranquiçadas.
- Minhas mãos...
- Deseje! – a voz de Lílian que antes era puro veludo estava mais grossa e sonoramente espectral. Harry já não conhecia a própria mãe.
- Mãe?
- Não sou sua mãe!
Ao mesmo tempo em que Lílian gritou essas palavras para Harry, uma onda de choque descomunal começou em suas mãos, mãos que Lílian continuava a prender nas suas, mesmo Harry fazendo força para tirá-las de suas garras, percorrendo todo o corpo até terminar em sua testa, sendo que a cicatriz em forma de raio parecia rachar toda a sua cabeça, fazendo Harry fechar os olhos e urrar de dor.
- Deseje sua morte Potter. – foi impossível não arregalar os olhos diante aquela voz ofídica. Não era mais Lílian a sua frente e sim Voldemort.
- Não! – gritou.
Mais uma vez o choque percorreu seu corpo, no entanto, com mais intensidade se aquilo era possível. Ultrapassava toda dor que havia sentido até aquele momento. Mas aquela era uma dor corporal, forte, intensa, mortífera sim, mas ainda sim só abrangia o seu corpo e se comparada à dor de ouvir de Gina que ela não o amava mais, era mínima. Com isso, tentou se concentrar em algo externo aquelas dores que percorriam seu corpo como uma corrente elétrica e o mais perto que conseguiu chegar foi deixar-se levar pelas palavras de Gina. Ela não o amava mais e ele teria que se acostumar com isso. Impossível! Ele nunca se acostumaria. E o mais impossível ainda era não conseguir acreditar em tais palavras. Gina só poderia estar sendo manipulada por Voldemort, pois ele sabia que ela o amava. Que o seu amor era recíproco. Não poderia ter sido invenção de sua cabeça aquela temporada na casa dos Weasley. Com toda a certeza do mundo, sua imaginação não poderia construir algo tão maravilhoso. Se ele fosse morrer, então que fosse lembrando de um dos momentos mais feliz de sua vida.
Enquanto deixava-se levar por lembranças de um passado muito bem vivido com Gina n’A toca, Harry não percebeu que a dor que sentia no corpo estava diminuindo gradualmente. Aquelas lembranças estavam agindo como um remédio àquela seqüência de maldade, de forma que o deixava mais absorto nas próprias lembranças, esquecendo quase que totalmente que Voldemort segurava suas mãos o obrigando a desejar a morte como a única solução para seus problemas.
- NÂO! – gritou, por fim desvencilhado suas mãos das do inimigo. A dor passou no mesmo momento, mas foi impossível não deixar-se cair no chão. Definitivamente, aquilo o estava cansando.
Voldemort foi lançado a vários metros longe de Harry, apenas parando quando seu corpo atingiu uma das muitas colunas que sustentavam a câmara. Seu corpo colidiu e foi ao chão, à batida foi tão potente que a coluna desmoronou em cima de Voldemort. Aquilo havia acabado? Era esse o fim? Era isso que Harry deveria ter feito desde o inicio? Com a visão turva olhou ao redor em busca de Gina, mas não a encontrou, nem mesmo as horcruxes e a poltrona de espaldar alto estavam nos lugares que antes ocupavam. Sentiu-se leve e foi impossível não sorrir. Até esse pequeno ato doeu, mas Harry nem ligou. Olhou mais uma vez ao redor apenas para se certificar que não havia nada além dele naquele lugar, e sua visão não o enganava. Seu sorriso aumentou de tamanho. Havia terminado. Nem bem formulava essas idéias vitoriosas e a Câmara Secreta começou a se dissolver ao se redor, um borrão de nuvens em varias tonalidades de verde começavam a tomar conta do lugar deixando sua visão ainda mais turva. Sim! Aquele era o fim e foi impossível não fechar os olhos, pronto para regressar.
Continua...
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O que você pensa que ta fazendo????
Corre pro proximo cap logo rapaz!!!!
=D
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