Novas magias



-O quê? Como assim, “não é um horcrux”? –Harry largara Rony, que estava ofegando ainda de tanto gritar.
-Não é um horcrux! Não havia nada aqui, apenas a armadilha que pegou Rony! –Mione examinava a caixinha da varinha. –E essa varinha nem deve ser de Gryffindor!
-Ora! Tem que ser um horcrux! Não viemos aqui de besteira! –Gina estava calada até agora.
-Mas não é! Voldemort nos enganou! Ele deve ter feito a armadilha e certamente ele está vindo! Temos de fugir! –Mione pensara bem rápido quanto a fugir.
-Certo, mas Rony não pode andar, teremos de aparatar! –Disse Gina.
-Vamos logo!
Os quatro surgiram na casa de Sirius novamente, Rony agora desmaiado, Mione ofegante, com o falso horcrux nas mãos, Harry estava pasmo, não sabia o que fazer, ele simplesmente não entendia porque Voldemort teria feito a armadilha.
-Harry, vamos dormir, agora precisamos descansar, faltam poucos dias para termos de voltar à escola... –Disse Gina, cansada e aterrorizada.
-OK, mas eu quero ficar um tempo, sabe, pensando... –Harry estava cansado, mas não dormiria até que entendesse porque Voldemort fizera aquilo, além do motivo, claro, de que ele queria saber quem estava à procura de seus horcruxes...
-Já se passaram quatro dias desde que viemos pra cá, vocês não acham que devíamos ter destruído algum horcrux –Rony abaixara a voz agora pra dizer –que não seja falso...
-Certo, mas eu não sabia! Você não tem direito de pôr a culpa em mim! Eu não sabia! –Harry estourou, mesmo exausto, começou a gritar, a pressão era demais. –Você –apontou pra Gina –Vai dormir! Você –para Mione agora –Vai com ela, mas você fica aqui que eu quero conversar com você! Vem aqui! Já! –Rony estava subindo as escadas para dormir, mas foi pego quando tentava fazer uma saída silenciosa.
-Mas...
-Nada de mais! Vocês duas vão dormir e o Rony vai conversar comigo!
-Certo! –Gina olhou feio pra Harry e subiu com Mione, que não estava diferente.
Elas subiram, trocaram-se, guardaram seus malões e foram dormir, apagaram as luzes.
-Olha, Harry, eu não estou bravo, pelo horcrux, só que nós temos uma semana e meia para achar algum outro horcrux, destruirmos e voltarmos pra escola!
-Eu sei, eu sei, mas é que eu não entendo! Voldemort está se superando e realmente está ficando difícil combatê-lo!
-Harry, não importa que Voldemort seja difícil de combater, o importante é que nós estaremos sempre, ouviu? Sempre ao seu lado! A gente não vai te abandonar por nada, nem que seja necessário atrasarmos na escola! –Harry riu um pouquinho e Rony continuou –Na verdade nós nem nos importamos se você está bravo conosco ou de mau-humor, estaremos com você, nem que isso seja a última coisa que façamos, mataremos Voldemort!
-Mas é que eu não sei o que fazer! A única pista que conseguimos, que finalmente conseguimos era falsa! Aquele orfanato não nos ajudou em nada!
-Sabe...
Harry o cortou.
-Eu pensei que nós fossemos destruir um horcrux! O primeiro deles por total conta nossa, mas não, era uma armadilha, eu levei vocês até ela e ainda por cima quase te matei... Eu queria tanto, tanto... –Silêncio total na sala.
-Tanto...?
-Tanto que nós pudéssemos simplesmente esquecer esse assunto, deixar que as coisas aconteçam, que tudo vá pelos ares! Eu não me importo, eu realmente não me importo, mas então eu acordo, volto à realidade, como num flash back, a realidade é triste, eu não consigo fazer isso, eu não consigo!
-E não precisa! Eu sou seu melhor amigo, a Mione sua melhor amiga, a Gina sua –hesitou –namorada, nós estamos aqui pra te ajudar nisso! Estamos aqui pra o que der e vier!
-Rony, posso te contar uma coisa que eu te escondi desde o dia do rapto de Fred e Jorge?
-Bom, desde que me prometa que seja lá o que for não esconda de mim novamente, pode, aliás, deve! –Rony deu uma risada, junto a Harry e Harry lhe contou:
-Eu e Gina, nós, sabe, ela me pediu, então eu não pude recusar, sabe...
-O que!? –Rony, que estava sentado junto a Harry, levantou de um pulo –Você e ela, vocês, vocês fizeram isso comigo? Como vocês puderam! Meu Deus, ela é só uma criança!
-Rony, acalme-se! Aconteceu! Ela disse que estava na hora e aconteceu! –Mas, Rony não estava calmo nem queria ficar, ele jamais entenderia, Harry agora levantou-se também.
-Como você pôde?
-Eu não tive culpa!
-Ah, é? Então simplesmente você, você DORMIU com ela? Aconteceu do nada né?
-Não! Eu e ela conversamos e ela disse que queria, então eu também quis!
-Quer saber o que você é? Um falso! Você não merece mais do que isso e quer saber? Eu menti, eu estou bravo sim com você, aliás, estou nervosíssimo! Eu devia te enfeitiçar e deixar você aqui!
Aquele estardalhaço todo acordou Gina e Mione, que estavam na escada, vendo toda aquela cena, de Rony e Harry brigando por causa de algo que Mione estava sem entender...
-Expelliarmus! –Rony pegou sua varinha das vestes e lançou Harry longe –Petrificus Totalus! Travalingua! Verrugus! –Rony não parava de lançar feitiços em Harry, que estava num canto da sala, petrificado, sem poder falar e com verrugas no rosto. –Eu devia te deixar aqui! –Rony calou-se, percebeu Mione e Gina na escada. –E vocês duas! –Mione e Gina sentiram medo, não era Rony quem estava falando com elas, parecia uma pessoa má, elas subiram correndo para pegar suas varinhas e se defender. –Nada disso! Estupefaça! Tarantallegra! Vocês ficam aqui! –Rony atingiu as duas com precisão, Mione estava desmaiada e Gina caíra com a boca numa quina da escada, estava sangrando e desacordada. Enervate! –Harry acordou, ainda petrificado, sem poder falar e com verrugas. Ora, ora! Eu peguei o “famoso” Harry Potter! Você pensa que pode fazer algo contra mim, Potter? Não! Você não pode! Eu vasculhei a mente do seu amigo paspalho e agora o controlo, na verdade tudo o que ele falou era eu, eu estava só esperando uma pontinha, uma simples pontinha, para que eu fingisse estar bravo com você! –Harry estava apavorado, não era Rony, mas ele também não sabia quem era! –O seu amiguinho panaca certamente não vai se lembrar de nada, afinal, ele além de ter sido vasculhado pelo Legilimens, está sendo controlado pela Maldição Imperius! Nada mal! Você ao menos sabe quem sou Potter? –Harry consentiu com cabeça, ele sabia quem era. –Sabe? Finiti Incantaten! Fale! –As verrugas sumiram, e a língua de Harry voltou ao lugar.
-Dully Draigon!
A expressão em Rony não mudara, mas a voz sim.
-O que você disse?
-Dully Draigon!
-Ora Potter, francamente! Eu jamais diria se eu sou realmente esse tal de Dully!
-Então você é! Você nunca admitiria...
-Cale-se!
-Não, eu já estou me mexendo, você me tirou do estado petrificado! Expelliarmus! –Harry pegou sua varinha e apontou para Rony.
-Protego! –O feitiço bateu no escudo, rebateu na parede e sumiu. –Estupefaça!
-Reversu! –A magia de Rony voltou mais rápida, mas não acertou.
-Onde aprende isso, Potter, não foi comigo... Avada...
-Expelliarmus! –Harry o cortou e lhe lançou longe. –Enervate! Finiti Incantaten! –Desenfeitiçou Gina e Mione. –Vocês estão bem?
-Ai, sim, o que houve? Lembro só de estar fugindo de Rony! –Gina ainda sangrava.
-Ai! –Mione havia batido a cabeça ao desmaiar.
-Mione, você está bem?
-Sim, obrigada, mas eu queria um chá!
Harry não deu atenção à brincadeira e foi até Rony.
–Enlaçus!
-Que feitiço é esse?
-O das cordas invisíveis... Precisamos de uma coisa que está no meu malão... -Harry correu até seu malão e pegou um pequeno frasco. –Veritaserum!
-Onde você achou isso? –Mione estava indignada.
-No estoque de Snape, no ano passado, assim que tudo aquilo aconteceu... –Virou-se para Rony –Beba! Beba agora! –Rony meio acordado, meio desacordado abriu a boca, Harry colocou duas gotas em sua boca e perguntou –Quem é você?
Numa voz monótona e lenta, Rony disse:
-Rony Weasley!
-Quem é você!
-Rony Weasley!
-Droga, ele não está mentindo, é o Rony! Quem está controlando Rony Weasley?
-Ninguém!
-Quem estava controlando Rony Weasley?
-Eu não sei!
-Ah, não! O veritaserum não funciona, ele não sabe quem o controlava e o safado já não o controla mais! Vamos desamarrá-lo e levá-lo pra cama, amanhã ele vai acordar sem saber nada... –Mione e Gina ainda estavam meio tontas pelo acontecido, mas entendiam o que era dito.
-Diffindo! –As cordas invisíveis fizeram um estalo de rompimento, Harry pegou Rony pelos ombros e o carregou até a cama, deitou-o e cobriu-o, então foi até seu quarto e deitou, mesmo com suas roupas da viagem, estava muito mais cansado que qualquer um deles, adormeceu.
Na manhã seguinte ninguém falou sobre a noite passada, até que Rony se levantou, nem ao menos ele tinha surgido na escada, Harry e Mione estavam de varinhas em punho.
-O que foi? –Rony estava sonolento e cambaleando. –Que aconteceu aqui? –Apertou os olhos e viu o estrago que estava feito na casa, Gina arrumando.
-Uma guerra, ontem você estava sob a maldição Imperius, não sei como, mas nos descobriram aqui e te controlaram... –Mione ainda não baixara a varinha.
-Certo, mas agora eu já estou melhor, tirem isso da minha direção! –Rony desceu o restante dos degraus.
-Rony, você não se lembra de nada? De ter falado com alguém... –Harry guardou a varinha no bolso das vestes e levantou-se.
-Não, só me lembro de um sonho, em que eu estava amarrado em algum lugar, era difícil me soltar e uma voz ficava me chamando, me falando pra contar tudo, mas não sei sobre o que, a voz era fria, parecia com a de Voldemort, mas não era dele, eu tenho certeza que não era dele, e, além disso, eu vi algo, alguém, aí sim, era Voldemort, ele estava perguntando algo a alguém, sobre onde estávamos, então, de repente, Voldemort apontou a varinha pra pessoa e disse “Actumsempra” e a pessoa começou a gritar, gritar muito mesmo, até que foi se desintegrando, enquanto Voldemort dava gargalhadas, aliás, assombrosas... Então surgiram outros comensais e limparam aquilo, era pó, a pessoa virou pó! Voldemort está aprendendo novas magias e feitiços, nós precisamos ficar espertos! Ele chamava uma pessoa de cada vez, e matava todas elas! Sempre com o mesmo feitiço, até que, na última, resolveu mudar, disse “Internium Dilacerum” e a pessoa gemia de dor, era horrível –Rony estava com o rosto pálido, como se visse a cena acontecendo neste momento, começou a soltar lágrimas. – então eu vi, infelizmente vi, a barriga dela começou a sangrar por dentro, a respiração devagar, difícil, cada vez mais devagar, todo o corpo vermelho, foi ficando cada vez mais ofegante, até que uma das pernas começou a se desfazer, não em pó, mas em algo nada agradável que parecia carne e sangue batidos, numa massa nojenta, foi horrível mesmo, então algo me aconteceu que as cordas soltaram, eu estava agora aqui, com vocês, sem nem saber o porquê disso tudo, você gritava comigo, Harry! –Rony recuperou, em parte, a cor de seu rosto, Mione o abraçou e a sala ficou em silêncio.
Ninguém mais falou sobre aquilo depois da descrição de Rony. Rony estava quieto, num canto da sala, Mione ajudava Gina a terminar o trabalho e Harry estava sentado em outro canto da sala, também quieto, pensativo, ele tinha certeza, foi aquele feitiço que atingiu Belatriz na casa dos Weasleys, Voldemort estava ficando forte, cada vez mais forte, tinha mais seguidores e sabia feitiços melhores para matar e torturar, eles teriam que tomar muito cuidado a partir daquele dia.
Na hora do almoço eles ficaram em casa, fizeram ovos fritos, ensopado de peixe e comeram.
-Nós precisamos comprar comida, esse ensopado acabou com o estoque que havia no armário... –Rony falou de boca cheia.
-Certo, mas precisamos ser discretos, Voldemort sabe onde estamos, se ele souber que saímos... Vai nos caçar, até que nos pegue... –Harry disse sombrio.
-Eu e Gina podemos ir sem problemas, eu queria mesmo mostrar a ela um vestido que eu vi numa revista... –Mione estava empolgada em sair daquela casa, estava um clima horrível pelo ocorrido com Rony.
-OK, mas eu e Rony vamos com vocês, assim tudo fica mais rápido...
Após o almoço eles se arrumaram e foram a um mercado trouxa, com roupas trouxas e nada parecidos com trouxas, Rony vestia-se com uma bermuda escura azul e uma camiseta regata, normal, Gina estava com uma saia esverdeada e uma camiseta azul clara, Mione estava com um vestido salmão, Harry com uma camiseta azulada, bermuda como a de Rony, mas amarelada, em meio a todos os trouxas com roupas de frio...
-Harry, vamos rápido, vocês vão até a barraca de verduras que eu e Harry vamos a um açougue qualquer aqui! –Rony estava vermelho de vergonha...
-Certo, mas vocês sabem escolher carne? –Harry e Mione riram pelo comentário de Gina.
Eles se separaram, Harry r Rony acharam um açougue próximo ao setor onde estavam as meninas, entraram, com frio, mas decididos.
-Moço, por favor, um quilo de... De que carne, Harry?
-Ah, sei lá, pede qualquer uma...
-Bom, um quilo de qualquer uma, por favor.
O moço do balcão riu, e disse:
-Primeira vez num açougue meninos?
-Sim, como você sabe? –Disse Rony, ingênuo.
-É que vocês estão na parte de laticínios, o açougue é mais adiante, querem queijo?
-Ah, desculpa, eu vou querer duzentos gramas de muzzarela, por favor! –Uma senhora gorda e mal vestida apareceu ao lado de Harry e Rony, estava suada, como se tivesse corrido, mas ainda assim apresentava um quê de simpatia e ingenuidade.
-Oh, desculpe garotos, vocês estavam na frente!
-Não, imagina, nós estávamos apenas pedindo -Harry hesitou -informações... Pode pegar seu queijo...
-Certo, obrigada.
-Avada Kedavra! -O feitiço atingiu o braço da pobre senhora, ela caiu dura no chão, com um olhar de medo e agonia, três bruxos estavam indo em direção a Harry e Rony.
-Ah meu Deus, Harry, já nos descobriram!
-Vocês também? Expelliarmus! –O moço do balcão levantara-se, de varinha em punho acertou em cheio um dos três bruxos. Mione e Gina ouviram o barulho, e, como alguns curiosos que vinham de todas as direções, chegaram próximas ao centro da confusão e perceberam o ataque, ergueram suas varinhas, e, como num coral, disseram:
-Lumus Solaris! –O forte flash causado pelas varinhas delas cegou a todos, inclusive Harry, Rony, o balconista e os bruxos causadores da confusão.
-Rápido, pegue eles de lá que eu pego eles do outro lado, Mione apontou para o setor de peixes para Gina, que foi correndo até lá, o bruxo acertado elo feitiço do balconista estava correndo, cego, bateu nos cabides do setor de roupas e caiu, em meio a uma montanha de roupas e caixas.
-Estupefaça! –Mione pegou um.
-Petrificus Totalus! –Gina pegara o outro. –Harry! –Gina correu até Harry, que andava em voltas. –Finiti Solen!
-Rony, venha cá, Finiti Incantaten! –Mione tirara o feitiço de Rony.
-Ah, agora estou melhor, o que aqueles três estavam pensando? –Harry ainda meio atordoado olhava as pessoas correndo em círculos, destruindo o mercado. –Finiti Solen! –Harry não percebera imediatamente, mas acabara de cometer um erro, ele tirara o feitiço das pessoas, e também do comensal que havia sido soterrado pelas roupas.
-Ai, meus olhos doem! O que houve aqui? –Um cliente ainda estava tonto pelo acontecido.
-Potter! Você tem sorte que o Lord das Trevas não quer aparecer ainda! Multiplus! Obliviate! –O comensal soltara um feixe de luz arroxeada pra cima, que se dividiu em outros vários, atingindo as pessoas que presenciaram o acontecimento, menos Harry, Mione, Gina, Rony e o balconista, que gritava pelo arder dos olhos, Harry o socorreu, Mione e Gina estavam conversando com os guardas e Rony estava confuso, sentado no chão.
-Bem, já podemos ir? –Gina terminara o depoimento para o policial.
-Podem, obrigado pela ajuda.
-Não por isso. –Mione disse se afastando, e indo em direção a Harry. –Vamos, Harry? Precisamos fazer algumas perguntas a ele, você não acha?
-Certo, vou chamá-lo. –Harry se dirigiu ao balconista, que estava arrumando algumas prateleiras. –Você não quer ir conosco? Lá nós podemos conversar...
-Obrigado, eu vou me trocar.
O balconista foi e Harry, Mione, Gina e Rony levaram-no até um andar em que ninguém ia mais, desaparataram.
Craque! Aparataram na casa de Sirius.
-Vocês moram aqui?
-Sim, aliás, não, mas por enquanto estamos morando aqui... –Rony disse.
-Mas vocês são parentes do dono?
-Você está olhando para o afilhado dele... –Disse Harry.
-Você? Afilhado do velho Sirius? Ora, não me faça rir!
-Você o conhecia?
-Claro! Eu e Sirius somos velhos amigos! Eu o conheci quando ele fugiu de Azkaban... Mal sabia eu em que confusão estava entrando! Onde ele está? Quero falar com ele, desde que eu entrei neste programa de proteção bruxa eu... –Ele parou de falar ao perceber os olhos dos garotos. –Onde ele está?
-Sirius não está aqui, ele morreu, numa batalha contra Voldemort, há quase dois anos, no ministério da Magia... –Harry disse com pesar na voz.
-Sirius... Morto? –O balconista estava horrorizado, não tinha mais forças, caiu sentado na poltrona da sala.
-Sim, nós estamos aqui porque nós estávamos... Procurando uns objetos pessoais dele. Mione e Rony tinham subido, Gina estava na cozinha, estava colocando as verduras, ou o que sobrara delas, nos armários.
-O que você dizia sobre programa de proteção bruxa? –Harry já estava interessado elo visitante, ainda mais agora que sabia que conhecia Sirius.
-Bom, acho que pra vocês eu posso contar... Eu e Sirius viramos amigos quando ele fugiu de Azkaban, eu o vi em um beco e nós começamos a conversar, eu pensei que ele estivesse perdido, mas não, ele estava procurando um lugar pra ficar, mas não disse porque, eu o abriguei e ele me contou tudo, desde a sua prisão por uma coisa que ele não fez até a sua fuga de Azkaban, nós andávamos sempre juntos, até que, certa vez, nós estávamos em um pub, tomando cerveja, quando vimos um homem suspeito entrando, encapuzado, de roupas pretas, uma manta em volta, sentou-se, ficou na mesa, até que Sirius o percebeu e me disse que ele poderia causar algum problema, eu e Sirius pegamos nossas varinhas, atentos ao que ele fazia e dizia, ele estava esperando alguém, esse alguém entrou, também encapuzado, de manta, roupas pretas, um pouco mais alto que o primeiro, nós ficamos preocupados, poderia ser qualquer coisa, entraram mais dois assim, agora juntos, o primeiro fez um sinal, disse com uma voz fria “vamos, o Lord está esperando”, eu e Sirius resolvemos seguí-los, ele estava mais preocupado que eu, mas ainda assim mantinha a calma. Nós estávamos agora longe do pub, era uma rua escura, andamos algumas quadras, chegamos a um cemitério, estavam outros encapuzados lá, esperavam pelos nossos alvos, ficamos escondidos numa das cruzes que estavam por lá, ficamos quietos, chegou aquele a que eles chamavam de Lord –Harry sabia quem era, era Voldemort, e ele tinha certeza de que o que o balconista estava dizendo era importantíssimo para a sua busca pelos horcruxes –ele tinha uma voz maldosa, mais fria que a dos encapuzados, ele estava sem capuz, mas numa sombra, não vi seu rosto, os encapuzados se curvaram ligeiramente e então voltaram a sua posição de antes. O Lord começou a falar:
-Aqui estamos novamente, companheiros! Eu tenho ótimas notícias pra vocês! Estive pesquisando, muito mesmo, eu criei novas magias! Sim! Novas magias que nos ajudarão a aniquilar todos os nossos inimigos, e, é claro, vou compartilhá-las com vocês! Linus, venha cá! –Um dos encapuzados andou até a sua frente, curvou-se e então levantou-se, tirou o capuz.
-Sim mestre?
-Fique a minha frente, vamos duelar, pegue sua varinha!
-Du-duelar? Mas, Milord, nós...
-Nós vamos duelar agora! –Voldemort ameaçou.
-Certo.
-Mexa-se, você começa com a magia!
-Expelliarmus! –Voldemort esquivou-se.
-Ora, não me faça rir! Use magias fortes! Vamos! Avada Kedavra! –O comensal se esquivou, com pavor no rosto.
-Me-mestre! Que quer que eu faça?
-Que duele comigo como um comensal!
-OK, Avada...
-Actumsempra, braço! –O braço do comensal se desfez, em pó, do nada.
-Meu senhor! –Um comensal exclamou.
-Cale-se!
-Me-mestre, tenha piedade de mim!
-Piedade? Que tipo de piedade eu devo ter com um comensal que é medroso? Verme! Retalium! –O outro braço do comensal começou a se desfazer, mas não como pó, mas como tiras, como se fossem cortadas, uma por uma, o comensal gritava de dor e pela vida. –E agora, meus companheiros, para matá-los, os vermes, usem esta, é uma das minha preferidas, Inflamarium! –O comensal pegou fogo, imediatamente, não houve chance alguma de salvamento. –Como repeli-las? Só eu, EU, sei... E não autorizo, a nenhum, nenhum de vocês usá-las, já sei quem as usa, e, se eu souber que foi um de vocês... –Ele deu uma risada seca e se foi, aparatou.
-E foi isso o que eu e Sirius testemunhamos...
-Como assim, “foi isso”? E o que mais? –Harry disse, intrigado.
-Ora, nós testemunhamos a criação e execução de três magias não autorizadas e que poderiam tornar-se as novas maldições imperdoáveis! Isso é mais do que um crime! Mais do que crime, isso é como um pecado trouxa! O ministério me colocou em proteção bruxa assim que eu lhes contei tudo, claro, sem a participação de Sirius... Eles fazem isso com bruxos que presenciam alguns fatos, se eles são descobertos, mesmo depois do acontecimento, isso pode custar-lhes a vida...
-É isso! Eu vi Voldemort usar essas magias! Quando eu estava sob o domínio do comensal! Mas estavam bem mais evoluídas! –Rony ouvira todo o depoimento sobre o programa de defesa bruxa. –Foi isso que Voldemort usou nas pessoas! Eu sei que foi! –Todos se sentaram, fizeram silêncio, tentando entender os fatos que acabaram de chegar...

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