Baile de Inverno



Harry ainda não acreditava que aquela era a garotinha que ele havia conhecido há três anos atrás.
-Por que está me olhando com essa cara de idiota? Perguntou Mary, erguendo uma fina sobrancelha. Rony riu, mas ao olhar melhor para ela entendeu o porquê daquela cara ridícula de Harry. Era MESMO difícil acreditar que aquela adolescente predestinada a virar um mulherão fosse a mesma garotinha com cara de boneca de porcelana. Mary estava com um vestido de uma alça só, azul marinho profundo com diamantes incrustados no tecido, imitando o céu noturno. Seu cabelo louro-prateado estava preso em uma tiara de ouro branco com diamantes incrustados deixando os cabelos compridos caídos pelas costas lembrando a Via Láctea, seus pés estavam em uma sandália prateada de salto, seus olhos claros estavam contornados por um lápis prata e ressaltados por uma sombra perolada, seus lábios estavam com um efeito molhado e pareciam maiores. Mary sorriu.
-Eu sei que sou linda, mas será que podiam parar de me olhar embasbacadamente?
Disse ela com um sorriso maroto. As orelhas de Ron coraram, Harry corou furiosamente. Os três riram e se encaminharam para o salão principal. Quando Mary pisou no salão, sentiu que milhares de pessoas a encaravam de boca aberta. Se fosse mulher de corar, sua cara estaria parecendo um cabelo de Weasley, mas ela simplesmente empinou o nariz e foi para o núcleo de pessoas e se sentou numa cadeira. Mary não cruzava as pernas, deixava-as juntas, com um tornozelo atrás do outro.

-Cruzar as pernas é vulgar! Exclamava sua professora (na época em que ela e os irmãos estudaram em uma escola trouxa) toda vez que uma menina cruzava-as, depois de gritar sobre como aquilo era uma escola, não um antro de prostituição, mandava as meninas esticarem as mãos e batia nelas com uma palmatória. A primeira vez que a mulher tentou fazer isso com Mary, a régua de madeira pesada se quebrou antes de tocar na menina.

Ela sentiu um leve toque nas costas e se virou. Deu de cara com o par de olhos verdes mais tristes e tímidos que já tinha visto. Era um rapaz muito bonito. Alto, forte, com os cabelos negros caindo charmosamente sobre os verdes e hipnotizantes olhos do irmão mais velho. Abriu um leve sorriso. Peter estava tão vermelho quanto um pimentão.
-Ahn, ahn,...
-Olha, eu acho natural a mamãe me confundir com a vovó, mas, Pete, pare de me chamar de Ann. Falou Mary rindo do irmão. Peter corou mais, sacudiu a cabeça e falou, com a voz rouca que indiciava que estava ou nervoso, ou ansioso, ou com vergonha:
-Eu...Achei que fosse outra pessoa...Não te reconheci...Você está muito bonita neste vestido, ninha. Mary gargalhou, o irmão era tão fofo que dava vontade de rir.
-Sente-se Pete, ou você está pagando uma aposta? -Falou Mary ainda rindo. -Você está sozinho na festa? Perguntou, assumindo um ar sério e cruzando os braços. Peter abaixou a cabeça e confirmou com um movimento desta. Mary franziu a testa, mas logo desfez esse gesto de fúria e perguntou, com a voz controlada:
-Ela lhe largou de novo?
Novamente Peter confirmou com a cabeça. Mary perguntou, delicadamente:
-E você não vai fazer nada?
Peter fez que não com a cabeça. Mary lhe olhou com o mais profundo desprezo, o que foi pior do que ter gritado e batido nele.
-Você sabe o que eu penso disso.
Ele olhou onde o casal Chang+Diggory estava. Cho olhou-o espantada, abaixou a cabeça, envergonhada, enquanto limpava as lágrimas. E murmurou:
-Me desculpe... Você é muito bom para mim...
Ao ler seus lábios Peter começou a gargalhar. Puxou Cho para junto de si pela cintura e foi levando-a para fora do salão. Ainda rindo e cochichando alguma coisa no ouvido dela. Deixando todos no salão aparvalhados.







Do outro lado do salão, uma garota loura de 13 anos, olhos castanhos sensuais e penetrantes, usando um vestido vermelho decotado e justo olhava a cena com desprezo. Agarrou Neville, seu acompanhante e namorado, e murmurou, antes de beijá-lo, para si mesma:
-Ele é muito panaca mesmo.









Mary andava pelos jardins da escola vazia de emoções, não conseguia entender; como? Como o Seu irmão, o Seu Pete, havia ido tão baixo por umazinha quaisquer?
=Ele é tão=
-IDIOTA! Mary gritou, exteriorizando toda a raiva e pulverizando um arbusto, inconscientemente. Mary ouviu uma leve respiração atrás dela e se virou, bruscamente, com a varinha em punho. Estava face a face com Cedric Diggory. Ele estava com as mãos levantadas em gesto de rendimento e ria.
-Você daria uma ótima auror, sabia?
Mary trancou a mandíbula e disse, entre dentes:
-Eu podia ter matado você, sabia?
-Eu sei, mas não matou porque...
-...Não quero ser expulsa de Hogwarts. Disse ela com desprezo.
-Está dizendo que tanto faz para você se eu estou vivo ou morto? Perguntou Cedric, começando a se sentir decepcionado.
-Nossa, você tem um cérebro! Devia usá-lo mais freqüentemente, sabia? Ah, é. Você tem que se equiparar ao seu fã clu...
Cedric fez uma coisa que Mary jamais imaginaria que ele pudesse fazer e que ela jamais poderia perdoar. Ele a beijou. Um barulho de algo cortando o ar surgiu e pouco depois esse algo fez colisão com a face esquerda de Cedric Diggory.
-Você...Me bateu?
Mary cuspiu no chão e limpou os lábios com força.
-Nunca-Mais-Faça-Isso.
Mary o olhou com ódio. Cedric soltou o braço dela bruscamente, massageando a mão. Parecia que um escorpião enfurecido e extremamente venenoso havia picado-a. Ele olhou, surpreso, para a garota que já estava longe.
-Que mulher! Murmurou para si mesmo.









Mary havia se atirado na cama e chorava, de raiva, de frustração. Para alguém que elevar os cantos dos lábios num gesto de afeição era muita coisa, chorar por ter traído uma pessoa que não tinha idéia de seus sentimentos era a mais absurda das coisas estranhas do mundo.
=Pare Black! Você é o que? Uma garotinha? Uma frouxa? Então pare de chorar e volte lá para cobrir o Diggory de porrada! Não...Não posso...=


-PARE! POR FAVOR! PARE MOÇO! EU SÓ TENHO CINCO ANOS! POR FAVOR! Por favor...por favor...


Ela nunca tinha se sentido tão suja, tão impura.
















Diana olhava para baixo.
-Então...Acabou?
Uma solitária lágrima fez força para escorrer por seu rosto, mas ela a limpou. Ninguém jamais a vira chorar por garoto nenhum e não seria agora que veriam. Ergueu o queixo e o encarou, orgulhosa, com aquele olhar de desprezo que lançava para o irmão quando ele se humilhava por Cho. Neville ficou nervoso. Ele adorava Diana, mas...Não era nada, nada justo continuar com aquilo.
-É isso? Depois de tudo o que passamos juntos, é isso o que você sente por mim? Pena?
-Não! Neville tentou consertar. O romance deles dois estava frio havia meses, desde que Sirius Black havia desaparecido de vez. Todo o amor havia sumido. Ela não lhe contava mais nada. Ele falava e ela olhava para o nada, sorrindo e acenando, sem emoção, com a cabeça de vez em quando. Aí, surgiu Ela. Podiam dizer que ela era estranha, ele não se importava. Só sabia que não conseguia parar de pensar em
Luna Lovegood.
Diana deu uma gargalhada seca e sem emoção e disse:
-Adeus, Nev.
Mordeu o lábio inferior levemente e virou as costas para ele, indo embora.
=Como? Como isso foi acontecer? Não era para eu ter me envolvido tão profundamente! Eu, uma das garotas mais sensuais e feministas de Hogwarts, APAIXONADA POR UM PATETA. Isso é ridículo. E absurdo, diga-se de passagem.=
Bateu com força em uma coluna, caindo para trás, meio tonta, com o impacto. Estava pronta para sentir o chão duro barrando sua passagem, quando sentiu um par de mãos quentes e fortes segurando-a. Olhou para cima. Viu dois olhos castanhos brilhantes e matreiros e sentiu o seu delicioso cheiro de sabonete.
=Deus, como esse cara cheira bem!=
Ficou perdida naqueles olhos que pareciam o chão de uma floresta durante muito tempo. Quando ouviu uma voz marota gritar:
-Fred! Hey, Fred!
Ele parou bruscamente. E riu.
-Hey, eu já vi esses olhos castanhos em algum lugar!
Ela se afastou rapidamente de Fred e os olhou. A primeira vista, parecia que estava olhando para um garoto e um espelho; observando melhor começou a ver diferenças aqui e ali. De súbito, veio um clarão a sua mente. Aqueles...Aqueles eram os gêmeos de quando ela tinha nove anos! Aqueles grossos malcriados! Mmm...Como eles haviam mudado...Até que estavam gatinhos... Um sorriso felino e sensual surgiu em seus lábios. Ela deu uma gargalhada amigável.
-É, acho que já nos vimos mesmo. Diana Black, prazer.
-Black, Black... Aí, bonitinha, você é parente da Mary do 6º ano? Perguntou Fred pensativo. Mirando os olhos castanhos e sensuais da menina e sentindo falta do calor que não mais estava em seus braços.
-Ela é minha irmã mais velha. Disse Diana com um sorriso meiguinho.
George a olhou. Aquela garota nunca lhe saiu dos pensamentos, desde aquela viagem a Hogwarts, ela era diferente de todas as outras, ela era...Única.
-...Podemos?
=Você é um cubo de gelo sem sentimentos, Diana.=
Pensava ela enquanto ria falsamente das piadas dos gêmeos Weasley.
=Falsa, cruel, nojenta. É por isso que o Nev terminou com você.=

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