Sombras e risos em família
Morgan fez questão de saber sobre tudo, sobre a vida deles em Hogawrts e elogiou Gina, por fazer Nicolas entrar na linha, e para Harry ela tinha nos lábios um sorriso, ele não via outra palavra para descrever: amigável.
Enquanto observava a família reunida, Harry se perguntava por que os Dursleys, não eram assim, afinal ele era o único sobrinho deles.
Ian contou sobre as peças que os gêmeos pregavam em Ballyhara, especialmente no dia dos namorados fazendo Alex correr atrás dele para acertar-lhe uma almofada, para que não falasse nada. O bruxo recebeu a almofada no rosto, e com as mãos fez a garota levitar, dando gargalhadas, que contagiaram a todos.
Hermione olhava encantada para Morgan, que havia lido Hogwarts uma história, várias vezes e citava algumas passagens favoritas do livro. O que fez Harry reconsiderar seriamente em ler este livro.
Em seis anos de escola, nunca se interessou muito em lê-lo, bastava perguntar para Hermione e agora Alex, que elas sabiam tudo que estava no livro.
-Eu ensinei uma poção do amor para os alunos...-começou Morgan.
-Mas as poções do amor, não são proibidas lá?- quis saber Hermione.
-Não, porque utilizamos ingredientes legalizados, mas eu alertei aos alunos que não era para utilizar a poção, pois poderia haver efeitos colaterais.O que foi o mesmo que dizer: façam a poção.(e piscou para eles) e Nick, no dia dos namorados recebeu vários bombons recheados com a poção, e passou algumas horas na enfermaria. Eu alterei um dos ingredientes de propósito, e quem tomasse a poção teria dor de barriga.- e riu com vontade.
-Então foi você?E eu achando que passei mal pelo excesso de amor daquelas meninas por mim....-disse Nick arrancando gargalhadas de todos, após um olhar de fingida indignação de Gina, que logo começou a rir.
-Alguns garotos tentaram presentear Alex com bombons, e ela perdeu a paciência com um deles...- continuou Morgan – Quando ele tentou fazer com que ela comesse um dos bombons por “acidente”.Coitadinho, ele fica verde até hoje quando ouve o seu nome...
-O que ela fez?- quis saber Rony, mordendo uma bomba de chocolate.
-Ela o acertou em um lugar estratégico com força demais....- continuou Morgan rindo.
-Ele era artilheiro de um dos times de quadribol, iria prejudicar o campeonato, bastava azará-lo.Mas eu a obriguei a levar o rapaz para a enfermaria e explicar para a enfermeira o que havia acontecido.- disse Ian e recebeu um olhar “você é fofoqueiro” de Alex, que estava meio “distante” das brincadeiras.
-Quando começaremos o treinamento, senhor O’Hara?- perguntou Harry.
-Podem me chamar de Ian. Dumbledore me autorizou a usar algumas salas do castelo, para fazer algumas modificações e você precisa dizer quando haverá treinos com o time, nem pensar em prejudicar o quadribol. Isso é sagrado.- e os jogadores de quadribol concordaram com o bruxo, a única que achou isso um exagero foi Hermione.
-Francamente, estudar é mais importante que Quadribol.- e ficou calada quando seis pares de olhos a fitaram com desgosto.
-Mione, você não aprende mesmo.....- começou Rony, mas calou-se ao receber um olhar da garota.
Amanda e Morgan estavam afastadas dos outros e conversavam baixo.
-E aí? Como você está?- quis saber Morgan olhando preocupada para Amanda.
-Apesar de tudo, estou feliz em ver Sirius novamente.Os garotos vão poder conhecê-lo, e poderemos ajudá-lo a ser inocentado.
-Mandy, saiba que farei todo o possível para ajudá-lo aprovar sua inocência. Após vê-lo, entendo porque você o amou por estes anos todos. – segurava sua mão para confortá-la e continuou:
-Mas e o outro?O senhor Lupin, vocês estão juntos?Ele é bem bonito, interessante apesar de sofrido.- quis saber Morgan e recebeu um olhar contrariado de Amanda.
-Ele é amigo de Sirius, e se você o acha tão interessante, porque não fica com ele?Ja lhe disse ele nunca vai se interessar por mim.- disse Amanda entre dentes.
-Você ainda não aprendeu que o amor, não pergunta se pode entrar?Ele simplesmente invade o coração das pessoas.E se você ainda não reparou Mandy, aquele homem sente alguma coisa por você, talvez ele ainda não consiga verbalizar as palavras, mas nos olhos dele, além de sofrimento, podemos ver amor.Olhe para ele sem receio de mostrar o que você sente, talvez assim ele perca o medo de mostrar os sentimentos dele.-respondeu Morgan com um sorriso encorajador para a prima.
Parou de sorrir quando Alex se aproximou dela, séria e disse:
-Tia, eu vou pro meu dormitório agora, fiquei feliz de te ver aqui.
-O que houve?- quis saber Morgan, avaliando a afilhada.
-Eu estou com dor de cabeça.- beijou a tia e a mãe e foi se despedir do tio.
-Ela está chateada ....-começou Amanda.
-Sim, mas esta tentando domar isso nela, e penso que a razão disso tem olhos bem verdes e cabelos negros bem rebeldes..... .- observou Morgan enquanto olhava a afilhada se afastar.
-Tio, vou indo. Amanhã nos vemos...- Alex começou a dizer, após beijá-lo, e quando Harry se levantou ela disse rápido:
-Eu vou caminhar um pouco sozinha, antes de dormir.Boa noite a todos.- frisou as palavras e saiu rápido dos aposentos da mãe, sem olhar para trás.
Harry olhou atordoado a sua volta e seus amigos olhavam para ele surpresos. Nick que já observava a irmã esclareceu:
-Você não contou pra ela sobre a profecia não é? – e viu Harry balançar a cabeça negativamente.
-Mas você disse que ia contar, Harry.- disse Gina recriminando-o.
-Acabou acontecendo um monte de coisas e não deu tempo, e....eu vou falar com ela.
-Cara, já vi isso antes...- começou Rony, mas parou de falar ao receber um cutucão de Hermione.
-Acho melhor não, deixe-a esfriar a cabeça Harry.Você deve conversar depois com calma e contar tudo pra ela.- disse Hermione, e percebeu que a amiga tinha razão.
Alexandra andava rápido e logo estava subindo as escadarias para os dormitórios, quando elas se moveram.
-Droga, oitavo andar.- saiu e começou a andar por um corredor fracamente iluminado e cheio de armaduras antigas.Voltou para as escadas, que novamente a levaram para o mesmo corredor.
Caminhou por um tempo e começou a observar que embora pouco iluminada daquela parte desconhecida do castelo era bonita, andava olhando tudo e ao virar um corredor deu uma trombada em alguém maior do que ela, e quase foi ao chão.
Antes que caísse, mãos pálidas e calejadas a seguraram.Olhou pra cima e deparou com os olhos cinzentos de Draco Malfoy.
-Vê se olha por onde anda, Black.- ele disse ríspido, mas ainda segurava os braços dela.
-Você que é um estúpido, que não olha por onde anda.O que faz aqui?- ela disse e sua voz tremia.
Sua expressão cínica abrandou e ele soltou os braços dela, mas não se afastou:
-Eu te machuquei?- disse áspero.
-Não.- ela respondeu recompondo-se.
-Tem algum aluno ai minha querida?Vamos pegá-lo.-ouviram um ronronar familiar; era madame Nora se aproximando, e a voz de Filch logo atrás.
-Vem comigo, se não quiser levar detenção deste aborto amargurado.- e pegou a mão dela para que corresse junto com ele.
Alex não pensou muito, não poderia se dar ao luxo de perder pontos da grifinória, antes do Campeonato de Quadribol, correram e chegaram rápido a uma parte mais afastada do castelo.Draco olhou em volta e falou:
-Pronto, aqui fica mais fácil pra despistar eles.Ele é preguiçoso demais pra vir aqui, veja a sujeira.- ele disse com desprezo na voz.
-Certo.Agora você pode soltar minha mão.Tá machucando.- ela disse séria.
-Ah ta.- ele respondeu sem graça.
Encaram-se por algum tempo e perguntaram ao mesmo tempo:
-O que você fazia fora do seu dormitório?
-Você primeiro.Eu sou monitor desta escola.- disse Malfoy.
-As escadas se mexeram, enquanto eu subia.Tentei mudar de caminho, mas elas me trouxeram aqui novamente.E você?
-E porque Potter não está com você? Ele continuou perguntando:
-Porque Potter e eu não somos siameses, ao contrário de você, Crabbe e Goyle.- ela disse querendo provocá-lo, mas conseguiu um meio sorriso dele, e esboçou um também, ao imaginar os três sonserinos grudados pela barriga.
-E você o que fazia aqui? Armando alguma traição para alguém? – ela disse, não o perdendo de vista.
-Não, recebi uma carta de minha mãe.Queria ficar sozinho.- ele disse simplesmente, deixando-a sem graça.
-E ela como está?Com esta situação de seu pai.
-Porque quer saber?- ele disse desconfiado.
-Porque eu sei o que é ter o pai preso em Askaban, e ele era inocente, imagina ...- ela arregalou os olhos, por falar demais.
-Alguém que mereça estar naquele lugar blá,blá, blá. Já sei o discurso de cor, aquele bando de abutres falsos do Profeta Diário não me deixa esquecer.Não se preocupe, ela está bem, sabe que meu pai vai sair de lá.
-Ele vai fugir?- ela perguntou de chofre.
-Qual o espanto? Se o seu pai conseguiu fugir, porque o meu que é mais poderoso não conseguiria?- ele respondeu petulante.
-Não vou perder o meu tempo, discutindo com você.Não me interessa, se ele é poderoso, ou o que vai fazer.- ela respondeu.
-O que o Potter te fez? Normalmente você estaria discutindo comigo, por ter falado no seu pai.- e antes que ela respondesse, ele continuou:
-Ah, já sei.Ele mostrou o quanto é diferente de nós.Deve ter ficado com medo dos comensais, e se escondeu atrás de você....
-Não enche, Malfoy.O Harry tem muita coragem, e nunca se esconderia atrás de mim, então não fale do que você não sabe.Quer saber? Eu vou dormir.Obrigada pela ajuda pra despistar aquela gata enxerida.
Deu alguns passos para ir embora quando Malfoy a chamou:
-Black.- ela olhou para ele e ele disse:- Eu vou vencer o Potter no quadribol.
Ela sorriu e disse:
-Só se nosso time não estiver em campo.
Enquanto ela descia as escadas, Malfoy olhava para a garota, e dizia pra si mesmo:
-Mamãe, ate que poderei usar algumas dicas suas para me aproximar da Black.Desde que atendam aos meus interesses, é claro! olhou para a carta em sua mão e disse:
-Scripitium aparecium.- e novas linhas escritas foram aparecendo naquela carta.
Alex conseguiu voltar para o salão grifinório, antes que dissesse a senha o quadro da mulher gorda se abriu e ela deu de cara com Harry, que tinha a frente das vestes estufadas.
Eles se olharam por alguns instantes, ele foi para o lado e ela entrou no salão, caminhou até a poltrona que eles normalmente sentavam para namorar, sentou-se e ficou olhando para as chamas da lareira.
Harry se aproximou e perguntou ríspido:
-Porque você estava com Malfoy.
-Como você sabe disso?Oh desculpe, todos sempre sabem de tudo o que acontece com você, menos eu.- ela disse sarcástica.
Harry nunca a vira tão zangada, estava pronto para dizer uns desaforos, por saber que ela estivera até alguns minutos atrás com Malfoy, quando se lembrou do conselho de Nick no dormitório masculino:
(-Minha irmã vai chegar pronta pra brigar Harry, mas se você mantiver a calma, ela vai te escutar.Agora se você ficar frio, vocês vão conseguir se entender)
-Eu não quero brigar ok? Podemos conversar sobre tudo que está acontecendo?
Harry caminhou até ela, e sentou-se ao seu lado, e fez algo que deveria ter sido feito a um bom tempo: respirou fundo e começou a contar sobre a profecia e sobre o que ela dizia sobre ele e Voldemort.Sabia que ela ouvia, porque ela mordia o lábio, concentrada no que ouvia.
Contou tudo o que houvera no ano anterior,o ataque dos comensais, o julgamento, ataque ao senhor Weasley, de como ele se sentira quando olhava para o diretor e queria atacá-lo, o duelo no Departamento de Mistérios, repetiu sobre ter quebrado os objetos do diretor em seus momentos de fúria.A raiva que sentira quando Dumbledore lhe contou sobre Monstro rir, da peça que havia pregado nele, a mando dos Malfoy.Da possessão de Voldemort no departamento de mistérios, e que graças ao carinho que sentia por Sirius tinha conseguido se livrar do bruxo.E o mais doloroso para ele: saber que de alguma forma ele e Voldemort, estavam fortemente ligados, a ponto dele ser um satélite, que captava as emoções do bruxo,onde quer que ele estivesse.
Terminou e ficou olhando para ela, que engoliu em seco e olhou para as chamas da lareira, como se procurasse respostas.
Ele queria tocá-la, mas algo na atitude dela o fez esperar.Dentro de seu peito estava se formando um bolo, uma coisa incômoda, ele sabia o que era: era medo de ser rejeitado.
Afinal, não seria a primeira garota, a não entender, o que acontecia com ele.Mas ao mesmo tempo, uma algo lhe dizia que Alex era diferente, e ele precisava desesperadamente se agarrar a esta esperança.
Após um tempo considerável, ela olhou para ele e disse:
-Meus tios que estavam em outro país, sabiam mais sobre você, do que eu.Eu me senti, excluída da sua vida.Não posso forçá-lo a confiar em mim, falar sobre seus problemas, ou sobre o perigo que você está correndo, até porque estamos juntos há pouco tempo.Mas eu posso pedir que você confie em mim, assim como eu confio em você.(ela levantou a mão pedindo que ele esperasse ela terminar).
-Não sou de fugir dos problemas, quero saber com o que estou lidando.Quero que se lembre sempre, que antes de ser sua namorada, eu sou uma bruxa e quero que o nosso mundo sobreviva a Voldemort.
-Eu não sou de falar muito, isto é difícil.Estou acostumado a guardar as coisas pra mim.A me virar sozinho.Bom, Rony e Mione sempre me ajudam, mas eu tenho medo por eles também.E agora tem Neville, Luna, Gina, Nick, e você....É muita gente importante pra mim, que ele pode tentar machucar.Eu ia te contar, depois do passeio a Hogsmeade, mas com o ataque, acabei isolando isso em minha mente.
-Quero que saiba que você pode contar comigo sempre.-ela disse, e instintivamente suas mãos se entrelaçaram.
-É perigoso.Você pode sair machucada, você não tem idéia do que ele pode fazer se pegar algum de vocês, você pode morrer. - doía dizer isso, e ele teve consciência que não conseguia imaginar um futuro sem Alex.
-Não tenho medo disso, eu acredito que a morte seja só o princípio de uma grande jornada, Harry. Meu maior medo é a gente não confiar um no outro. Quando quis ficar aqui, não era só pelo papai, eu queria ajudar de alguma forma.Nick e eu, já havíamos espionado uma das reuniões da resistência na Irlanda, e sabíamos do perigo.Minha família sempre esteve envolvida nesta luta contra Voldemort, eu e meu irmão não fugiríamos à regra.
-Mas eu não quero que você pense em enfrentar qualquer comensal sozinha, como fez hoje com a Belatriz.
-Eu reconheço que fui imprudente, me desculpa.- e o beijou, fazendo aquele assunto morrer nos lábios dele.
-Como você sabia que eu estava com Malfoy?Algum fantasma te contou? Ela quis saber.
-Eu tenho o mapa do Maroto.Ele foi feito pelos nossos pais, quando estudaram aqui.Ele me mostra todos no castelo.-e puxou o mapa para mostrar a ela.Pegou a varinha apontou para o mapa e disse:
-“Juro solenemente não fazer nada de bom”.
Após dizer as palavras, o pergaminho se abriu em frente a Alex, e ela pode ver maravilhada, a linha se desenhando magicamente e identificando os outros ocupantes do castelo:
-Olha, dá pra saber onde o papai e o Remo estão.Porque eles estão na Torre de Astronomia?
-Quando você saiu dos aposentos da sua mãe, eu vim pro dormitório, queria falar com você, como não te encontrei, peguei o mapa e ia te procurar.O mapa havia mostrado que você estava com Malfoy e Filch estava muito próximo de vocês. Err...o que ele queria, hein?.(ele não se conteve).
Alex olhou para ele com um brilho divertido no olhar:
-Ciúmes?
-Eu.., eu tenho ciúmes sim.Já o vi olhando pra você, e não gostei do jeito dele.E você sabe disso.- Harry disse meio contrariado.
-As escadas se moveram e me levaram para lá, fui achar outro caminho e dei um encontrão nele.Filch apareceu e ele me ajudou a fugir.O que ele me falou, era que estava procurando um lugar tranqüilo pra ler a carta da mãe dele.
-Estranho, não é o Malfoy que conheço.- disse Harry pensativo.
-Achei mais estranho quando ele disse, que o pai dele vai sair da prisão.Deve haver uma nova fuga em Askaban.- ela completou preocupada.
-Desculpe, por não haver te contado tudo antes, eu não quis te deixar de fora da minha vida.- ele disse sério.
Estavam próximos e Alex aproximou os lábios dos dele e beijaram-se carinhosamente.Ela pos a mão em seu peito e sentiu suas vestes estufadas:
-O que é isso?
-É uma capa da invisibilidade que meu pai me deixou.Vou te contar sobre ela, e algumas aventuras.- Harry tirou a capa de sob as vestes e mostrou a ela, a mais preciosa lembrança de seu pai.
NOTA AUTORA:Aguardo comentários.Tenham um bom carnaval.Bjuss
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