Defesas frágeis



Seus olhos são o início de meus pensamentos,
o doce meio pelo qual os meus esperam viver,
e da procura o fim que sonho ver há tempos;
todo meu mundo, todo o sonho do meu ser ...




O tempo passava rápido, e Outubro chegou trazendo temperaturas mais baixas, porém fora dos muros de Hogwarts, comensais perigosos haviam conseguido escapar de Askaban, e dizia-se que Cornélio Fudge iria perder o ministério.

-Bem feito pra ele. Quem mandou não acreditar no Harry. Agora tá ferrado.-disse Rony espetando uma gorda salsicha.

-Papai acha que vão ter que nomear um novo ministro, para resolver esta situação. Gostaria de saber o que vão fazer com os heliopatas. Será que dá pra comprar algum?- disse Luna e Hermione se controlou para não dar uma resposta azeda e Alex respondeu:

-Se eles resolverem vender essas coisas, eles vão colocar nos classificados.- e Harry notou pela piscadela que recebeu de Alex, que era a velha história do: Não contraria que é pior!

Amanda (a mando de Dumbledore, suspeitava Harry), começara a exigir mais nas aulas de DCAT.

Reabrira o clube de duelos e haveria uma demonstração para os alunos, haviam sido colocadas cadeiras para Dumbledore e alguns professores. Snape se oferecera como oponente, e Harry e os amigos acharam que era uma forma de vingança. Os únicos que não estavam preocupados com o fato eram os gêmeos e Dumbledore.

No primeiro dia, os alunos do quarto ano em diante estavam reunidos e Amanda começou a aula dizendo:

-Vamos praticar no clube de duelos as azarações, desarmamentos e com o tempo novos feitiços de defesa.Faremos uma demonstração o professor Snape e eu.

Ficaram de costas e caminharam cinco passos cada um, e se aprontaram.

Snape gritou ao mesmo tempo em que Amanda:

-Expellliarmus!

E ambos voaram alguns metros, as varinhas voaram.Alguns sonserinos aplaudiram o seu diretor, e Snape não gostou muito de ser desarmado.Talvez porque estivesse acostumado com Lockhart.

Hermione perguntou apavorada:

-Sua mãe está bem?

-Está.Ela ainda nem começou.- disse Nick.

-Ela não quer machucá-lo - disse Alex, e Harry notou que os garotos olhavam para a cena excitados, gostavam da expectativa de uma briga e Rony olhava incrédulo para eles.

Pegaram suas varinhas e recomeçaram:

-Mistycum missilis - ele disse e da varinha saiu algo parecendo um foguete de energia nela.

-Virtus Retrahere! – ela respondeu e as mãos dela absorveram o foguete e em seguida disse:

-Ignis Orbis. – e ela lançou bolas de fogo contra ele.

Snape se desviou agilmente e gritou Impedimenta e ela ficou paralisada e só os olhos se mexiam.Alguns sonserinos deram vivas para o seu diretor.

-Bom, acho que agora podemos começar os duelos.- disse Snape com um risinho, quando de repente começou a ficar sem ar, pois sua língua e o seu corpo começaram a inchar como um enorme balão, parecia a Harry que estava vendo a tia Guida novamente, e com o enfraquecimento de Snape, Amanda voltou a se mexer e disse:

-Nunca subestimem um oponente, mesmo que pareça uma mulher indefesa ou um simples garoto (disse olhando para Harry).Tamanho não significa capacidade.Façam pares para praticar! Virou-se para Snape e disse:

-Finite Incantaten.Obrigada professor Snape.

Snape voltou a respirar normalmente e olhava para Amanda com um olhar de frieza calculada.

*************

Definitivamente Sibila Trewlaney, sabia deixar enfadonha a sua aula.A sala estava abafada, com aquele cheiro adocicado no ar, uma fumacinha enjoada que Harry achou que fosse incenso de má qualidade, pois chegava a arder os olhos.

-Porque eu não desisti desta matéria?- ele se perguntava pela milésima vez.

Iriam estudar a leitura da bola de cristal novamente, porque no ano anterior influências externas nefastas (e alguns alunos deram risadinhas) interromperam as boas vibrações da vidente.

Agora, porém, os planetas estavam em disputa nos céus, e devido a grande energia emanada, aqueles dotados de visão interior como ela, seriam capazes até de prever os próximos passos daquele que não deve ser nomeado, e ela não poderia fugir a esse trágico destino, dizia dramáticamente.

Lilá e Parvati estavam de olhos arregalados.Rony deu um cutucão em Harry e apontou um canto: Nick estava com a cadeira apoiada nos dois pés traseiros e tinha um ar aborrecido com as palavras da professora e Alex mantinha uma expressão cínica no rosto.Harry já a conhecia o suficiente, para saber que ela estava fazendo força para não replicar.

Na véspera, quando ele voltou das aulas de Oclumência, ela estava no salão, mal o cumprimentou e começou a pegar suas coisas para ir para o dormitório, e antes que ela fosse embora ele disse:

-Seja o que for que eu fiz me desculpe.(e por dentro ele queria desesperadamente que ela parasse de tratá-lo como um simples colega de casa).

Ela deu meia volta e olhou direto para ele, como não fazia há alguns dias e se aproximou:

-Você não fez nada.Como foi hoje?- disse sentando-se ao lado dele.

-Consegui resistir por mais tempo.Dumbledore diz que estou no caminho certo.- ele respondeu.

-Fico feliz.Pois isso deve ser muito difícil de aprender, não?

Então ele explicou para ela algumas coisas que Dumbledore havia ensinado a ele sobre Oclumência e que isso poderia ajudar a se defender melhor. Acabaram indo dormir tarde naquela noite, mas as coisas estavam voltando ao normal.E ele gostava disso.

E lá estava ele olhando concentrado para a bola de cristal, cheia de marcas gordurosas de dedos, quando começou a sentir suas pálpebras se fechando, um enorme cansaço, o mundo ficando quieto; a voz da professora cada vez mais longe, sua respiração estava lenta e devagar.

Estava numa casa velha, suja e escura, e ouviam-se algumas vozes, gemidos de dor, sua cicatriz ardia, mas ele queria ver o que estava acontecendo.Sabia que Voldemort estava castigando alguém, queria saber o motivo.

Aproximou-se devagar e ouviu, aquela voz fria, e nem que ele vivesse mil anos esqueceria:

-Meus servos estão ficando velhos e desleixados.Não conseguem fazer nada direito? Será que eu tenho que fazer tudo? Pensar em tudo?- ele dizia.

-Tenha piedade milorde, ela recebeu reforços, e...

-Chama um elfo doméstico de reforço? Não me faça rir.Mesmo Rabicho se mostrou mais competente que você. CRUCIO.

E Harry sentiu uma dor surda em sua cicatriz, mas se controlou para não gritar, e vieram flashes em sua mente de uma mulher ruiva e com incríveis olhos verdes, que lhe lembravam alguém.

-Talvez seja hora de você reunir meus outros servos e quem sabe, visitar os parentes Bella.Eles me serão muito úteis.- e riu maldosamente sendo acompanhado pela bruxa.

Ele estava se aproximando mais da porta para ouvir melhor, quando sentiu um solavanco e alguém chamando o seu nome muito longe:

-Acorda Harry. Harry!- dizia Rony e o sacudia.

Ele escorregara para o chão e sentia seu corpo molhado de suor e quando abriu os olhos, deparou com Rony e Nick olhando para ele assustados, e Alex colocava a mão sobre sua testa e dizia:

-Você está gelado. O que aconteceu?- disse enquanto segurava a sua mão.

-Ele teve uma visão.Conheço os sintomas.Diga-nos tudo o que viu.Quem vai morrer?Vai ser bem sangrento? – e Sibila o pegava desajeitada em seu ombro para que ficasse de pé.

Harry sentiu-se ridículo.Aquela sala devia ter alguma coisa, fora do normal. E decididamente, não iria falar nada na frente dos colegas de sala.Neville olhava para ele temeroso.

-Não foi nada, cochilei e cai da cadeira.Só isso.- (Voldemort quer seqüestrar alguém e Bellatrix vai visitar os parentes, mas que parentes?) ele pensava.

Levantou-se rápido como se entendesse a sua pergunta e disse:

-Professora, eu preciso ir à enfermaria.

-Mas diga o que viu, se sair agora perderá toda a energia vibratória da sua visão.Você precisa compartilhá-la conosco.- ela disse esperançosa.

-Vou para a ala hospitalar agora.Tô com dor de cabeça.

Alex ainda segurava a mão dele e disse:

-Eu vou com você!

-Não! Vou sozinho, obrigado.E delicadamente soltou a mão dela.

Saiu deixando para trás uma a professora indignada por um aluno dormir na aula dela e alguns colegas conjecturando sobre o que tinha realmente acontecido com ele.

Harry foi direto ao escritório de Dumbledore e as gárgulas de pedra que ele conhecia bem, olharam para ele e pediram a senha:

-Delicias Gasosas.- e as gárgulas pularam para o lado deixando-o passar.

Bateu na porta e entrou.

-Olá Harry, ia mandar te chamar.O que houve?- disse o mago parando de chofre.

-É Voldemort.Ele tentou seqüestrar alguém, não conseguiu e vai mandar Bellatrix buscar mais servos e visitar os parentes dela.São os filhos de Sirius não são?Temos que fazer alguma coisa.- ele disse e o velho bruxo percebeu o desespero nas suas palavras.

-Harry acalme-se. A pessoa que Voldemort tentou seqüestrar está bem e chegará aqui brevemente e em segurança. E o interesse nos irmãos Black é porque essa pessoa é muito ligada eles, e...

-Mas temos que protegê-los.Não quero pensar o que Voldemort faria com Alexandra e...

-Calma Harry.Toda a Ordem foi alertada para ficar de olho nos Weasleys, nos Black e na senhorita Granger, também.

-E o que significa essa visão? Quem é a mulher? - Ele perguntou.

-Uma bruxa muito poderosa que se opõe a Voldemort.Ele está desesperado em tomar o poder e vai começar a tomar atitudes drásticas, agora que foi descoberto.Sugiro que volte para a aula e acalme os seus amigos.Não conte detalhes do que viu, para não preocupá-los.Eu vou redobrar a segurança da sede e creia: Hogwarts é segura.

-Mas porque eu tive essa visão? Tenho fechado a minha mente contra Voldemort.- o garoto insistiu

-Você estava na aula de adivinhação não é?- e recebeu a concordância de Harry.

-Aquela sala é demasiado quente e você acabou relaxando, creio que Sibila está errando a quantidade de pó da Percepção no incenso e isso para algumas pessoas facilita entrar em transe e ter visões, vou falar com ela sobre isso.- e continuou:-Tenho forçado o seu limite nas aulas de Oclumência e você fica fragilizado, e isso se reflete em sua capacidade de captar os sentimentos de Voldemort. Ele sabe que seus amigos são o que de mais importante você tem e vai tentar usar isso, para atingi-lo, já funcionou uma vez.- e Harry percebeu que a voz do bruxo falhou um pouco.

Após a conversa com o bruxo, Harry disfarçando a preocupação, foi encontrar seus amigos no salão principal, que estava agitado devido ao passeio para Hogsmeade.

Mal se sentou à mesa e Rony já foi perguntando:

-É ele não é? O que está acontecendo?

Neville, Luna e Gina sentaram-se próximos para poder ouvir.Nick e Alex prestavam atenção e Harry respondeu:

-Voldemort mandou um comensal seqüestrar alguém e ele não conseguiu.Estava furioso, por isso a minha cicatriz doeu.- ele disse, escondendo parte da visão.

Hermione e Gina o olharam sério, Rony tentou disfarçar um estremecimento, Neville teve um acesso de tosse e Luna contemplava o céu do salão, enrolando uma mecha de cabelo.

-Mas você está bem? Tem certeza?- quis saber Alex com a voz meio esganiçada.

-Cara, parecia que você estava tendo um ataque.Já sabia das suas visões com Voldemort e não achei que fossem ruins desse jeito.’Ce, tá legal?- disse Nick.

-Como você sabia das visões do Harry? – quis saber Gina.

-Pedi ao Remo que nos contasse, como foi a batalha no departamento de mistérios, no fim do ano.- disse sem jeito e olhou para Harry, pedindo desculpas.

-E aí você soube que seu pai morreu por minha culpa, não é?- perguntou Harry tenso.

-Harry você não teve culpa.Papai teria ido pra lá de qualquer jeito, por qualquer um da Ordem. Você sabe disso, não é?(seus olhos mostravam preocupação, mas ela continuou). Nós queríamos saber como ele morreu, e você não estava pronto pra nos contar.Nos desculpe.-respondeu Alex firme.

Harry olhou para os gêmeos, e começou a se controlar.Afinal era direito deles saber como o pai havia morrido.

A tensão foi diminuindo, Rony e Hermione estavam quietos, esperando alguma explosão, e respiraram aliviados quando ela não veio.

-Eu já lhe disse que nos reencontraremos um dia Harry.Você ouviu as pessoas naquele véu.- disse Luna sonhadoramente.

Rony olhou para Luna prestes a dizer alguma coisa mal educada, mas ao ver que os Black concordavam com ela, resolveu deixar passar.Hermione, Nick e Gina começaram a se servir e Alex ainda olhava apreensiva para ele.

-Eu não vou suportar que tenham medo de mim.-(ele pensou) Vamos comer?- e começou a servir-se de pastelão de carne e rins, embora não sentisse fome, pois precisava mudar de assunto.- escutou quando Nick disse baixo para Alex:

-‘Te falei que ele ia ficar bem.- e ele viu o olhar de alívio dela.

Rony começou a falar sobre o passeio a Hogsmeade, que ele e Hermione teriam um dia cheio corrigindo um bando de pirralhos mal educados, montes de autorizações para recolher, que ser monitor era uma forma disfarçada de escravidão, Harry ouvia aquilo e limitava-se a assentir com a cabeça. Quem era a mulher que Voldemort tentou seqüestrar? E porque Dumbledore disse antes dele sair que ela estava vindo para ajudá-lo.Que poder ela tem?

Eram perguntas demais e ele percebeu que Rony e Hermione deviam ter algumas também, e só estavam esperando a hora certa para darem uma prensa nele, sabiam que ele escondia alguma coisa.


N>AUTORA: Olá, só pra esclarecer: alguns feitiços em latim são de um jogo de RPG, e o verso faz parte do poema "seus olhos" do conselhonet, que eu adoro. Um beijo a todos e comentem por favor.



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