Sozinho novamente
Ele havia crescido um pouco fisicamente desde que as aulas acabaram.Mas por dentro ele se sentia velho. Já vira muita coisa ruim nesta curta vida e pelo andar da carruagem teria que ver e fazer muita coisa se quisesse continuar vivo.E às vezes, ele se perguntava: vale a pena?
-Eu não vou conseguir!- ele dizia a si mesmo, enquanto revirava na cama sem poder dormir, pois quando fechava os olhos, ele revivia o duelo de Bellatrix e Sirius.Muitas vezes havia acordado, suado, com um grito preso na garganta, lembrando do olhar de surpresa de Sirius quando caía no véu do Departamento de Mistérios, a risada de Bellatrix. Lembrava-se do que Dumbledore havia revelado a ele sobre uma profecia que falava sobre o seu destino, que se resumia em matar ou morrer. Receava adormecer e Voldemort invadir sua mente. Passava horas revivendo mentalmente tudo, e no final o cansaço vencia e ele apagava exausto.
Nas poucas vezes em que saia de casa, os cabelos de sua nuca se eriçavam e ele sentia pares de olhos, vigiando-o e sabia que algum membro da Ordem estava por ali, escondido, protegendo-o e quando ele pensava que estava “sozinho”, algum gato da senhora Figg o seguia. Isto era sufocante.
Aquele dia não foi diferente, achou melhor deitar-se cedo, pois não iria suportar ficar vendo tia Petúnia, dizendo novamente que Duda era lindo, a cada dia estava mais forte, e logo a rede de televisão o chamaria para fazer novela, pois ele era mais bonito que aquele estrangeiro que virou governador nos EUA. E tio Valter completava dizendo que essa beleza veio de sua família. Era nauseante.
Passado algum tempo, escutou o relógio digital de seu tio Valter, apitar que já era meia-noite.Levantou-se e foi para a janela, quem sabe sua Edwiges lhe trazia alguma notícia dos amigos, afinal acabara de fazer dezesseis anos e... estava vivo.
Estava ainda imerso em pensamentos quando avistou uma mancha no céu, e à medida que se aproximava, ele pode perceber que eram corujas.
Edwiges, foi a primeira a entrar trazendo um pacote e uma carta, que ela logo tratou de entregar ao dono. A segunda coruja cinzenta parecia uma bola de tênis e ele soube que era Pichi, a coruja de Rony, a terceira era uma coruja de igreja e vinha de Hogwarts.
Ele abriu primeiro a carta que estava com Edwiges e pra sua alegria era de Hermione.
‘Harry
Feliz aniversário.Não posso falar mais.Nos veremos logo.
Hermione”.
Abriu o presente e viu que era um livro até que pequeno, para os padrões de Hermione, “Uma azaração para cada dia do Ano” era o titulo e ele o veria depois.
A segunda coruja trazia uma carta de Rony, e uma grande caixa de feijõezinhos de todos os sabores.
“Harry
Parabéns. A guarda vai te buscar amanhã às 14:00 horas.
Rony
P.S: A mansão Black tem um novo dono “.
Harry releu a carta, e se perguntou quem seria o novo dono na mansão Black. Sirius era o último da família Black.
A terceira coruja era de Hagrid, seu amigo e guarda-caça de Hogwarts, e trazia um bolo de aniversário decorado com pomos dourados de açúcar, e na carta dizia:
“Harry.
Espero que esteja bem! Feliz Aniversário,espero que goste do bolo
Achei bonito
Hagrid “
Respirou aliviado.Poderia comer o bolo sem problemas, não foi Hagrid que fez, e cortou um pedaço e pôs na boca.
De repente uma coruja chocou-se contra a janela e ele foi ajudá-la. Era Errol, coruja dos Weasleys que trazia um grande pacote amarrado, soltou rápido, levou a coruja para a gaiola de Edwiges para ver se ela melhorava. Coitada, estava muito velha para grandes viagens.No pacote havia tortinhas de frutas, um bolo de aniversário da mãe do Rony, vinha também um pacote pequeno com um pacote caprichado de Gina e dos gêmeos. Quando ele abriu, viu que era uma caixa de sapos de chocolate, série especial: as figurinhas faziam barulho como, por exemplo: rir, lançarem feitiços, xingar.
Sorriu lembrando-se de seus amigos.Sim, valia a pena viver!
Depois de se fartar de bolo de aniversário, resolveu dormir, afinal precisava estar descansado para rever seus amigos. Só uma coisa o entristecia, teria que voltar para a sede da Ordem e por sua culpa, seu padrinho não estaria lá.
Finalmente o cansaço o venceu e mal fechou os olhos, sua tia bateu na porta, mandando que ele levantasse.Pegou seus óculos, arrumou um pouco a roupa e desceu pra ver o que estava acontecendo.O café da manha estava pronto e seus tios e Duda como sempre o ignoraram quando entrou na cozinha.
Após o café, resolveu falar com seu tio:
-Tio Valter, eu recebi uma carta de meu amigo Rony, e ele disse que algumas pessoas virão me buscar amanhã, para eu voltar pra escola.
Os olhos de Valter se reviraram nas órbitas e ele disse:
-Não se pode ter um sábado sem que se escute sobre seus amigos anormais?Quem vem te buscar? A que horas? O que você disse a eles, moleque? Suas aulas ainda não começaram.- cuspiu as palavras.
-Não sei ao certo quem vem, e devem chegar as 14:00 e não disse nada a eles, e vou terminar de passar a férias na casa do meu padrinho.- Harry respondeu de uma vez.Preferiu omitir a morte do padrinho.
-Que eles não emporcalhem a minha sala, e nem tentem envenenar o Duda. E que sejam discretos, os vizinhos podem ficar bisbilhotando.-e voltou para o jornal.
Harry olhou para a tia e ela já estava mastigando a língua, o primo estava simplesmente aterrorizado, sem mais demora resolveu subir pra arrumar suas coisas, limpar a gaiola, embalar seus presentes de aniversário.Soltou Edwiges e lhe disse para esperá-lo na sede da Ordem da Fênix.
No sábado às duas da tarde, ele estava sentado na escada esperando a guarda quando ouviu: craque e aparataram ao seu lado, Lupin seguido de Tonks e Moody.
-Olá Harry! Como vai?-disse Lupin.
Seus tios que estavam na sala pularam pra trás como se tivessem pregos no sofá e Valter rugiu:
-Que ousadia invadir minha casa, seus...- mas parou ao ver Moody olhar para ele com seu olho de vidro.
-Quieto gorducho!- Já estamos de saída.
Tonks que hoje estava de cabelos curtos, azul chiclete, espetados e uma camiseta amarelo limão escrito na frente “Bruxa sim, e daí?”, piscou para Harry e já perguntou do malão e da gaiola da coruja. Nem parou para ver o olhar de reprovação de Tia Petúnia, ao ler as costas da camiseta: “te lanço um feitiço”.Duda havia corrido e tentava se esconder atrás do sofá, sem muito sucesso.
-Olá Lupin, vou bem e vocês? Como vamos para a sede?- Harry queria saber.
Lupin respondeu:
-Vamos de Flú, até a sede.Dumbledore tomou providências para garantir a segurança.
-Não podemos dar chance ao inimigo, vamos logo!-disse Moody.
- É verdade que a sede tem um novo dono? Quem é?Porque tenho que ficar lá?-perguntou Harry.
-Sim e, vamos conhecê-los, antes do jantar.E a sede é mais segura. - Agora vamos nos preparar.
Lupin foi até a lareira dos Dursleys e ignorando a cara feia, não se sabia se era porque o bruxo usava vestes surradas ou porque eram “anormais” na sala falando de feitiços, tirou as tábuas que tampavam a lareira, conjurou fogo e jogou o pó de flú, e as chamas ficaram verde esmeralda.
-Até logo!- disse Harry aos tios, que resolveram responder mediante o olhar de olho tonto.
-Até logo.
Tonks foi a primeira a entrar na lareira e levar as coisas de Harry, ele entrou e foi seguido por Moody, Lupin foi por último, pois ficou para arrumar a lareira e aparatou logo em seguida.
Definitivamente Harry detestava este tipo de viagem, pois sempre ficava enjoado, acabava com a boca cheia de cinzas, mas para se livrar dos tios, todo sacrifício era válido.
Caiu no chão da cozinha e quando olhou em volta seu queixo caiu. A casa era outra e isso deveria ser coisa do novo dono.Estava mais arrumada.
-Olá Harry querido, disse a senhora Weasley, dando-lhe um abraço apertado.
Rony, Hermione, Gina, e os gêmeos correram até ele e o cumprimentaram também. Lupin aparatou ao seu lado e perguntou para a senhora Weasley:
-Então já chegaram?
-Não ainda não, virão com Dumbledore.- respondeu a bruxa
Harry que ouvia tudo atentamente perguntou:
-Quem vem com Dumbledore? Que história é essa de novo dono da mansão?
Lupin trocou um olhar com a senhora Weasley e disse:
-Harry, eu acho que seria bom você ir colocar suas coisas no seu quarto e conversar um pouco com seus amigos e assim que Dumbledore chegar, chamamos todos vocês.
Hermione e Rony foram pegando as coisas de Harry e foram saindo da cozinha com ele, Gina e os gêmeos.
-Eu não queria voltar aqui.- disse Harry.
-Olha, Harry a gente sabe que é difícil, mas Dumbledore deve ter alguma explicação. - disse Hermione e calou-se, pois o garoto lançara a ela aquele olhar de: Vai começar?
-Deve ser uma bomba - disse Jorge-pois ninguém fala nada e olha que usamos as orelhas extensíveis e fazemos vigilância constante pra ver se descobrimos alguma coisa.
-Não conseguimos nada, nem Gui quer contar o que sabe.-disse Fred.- Dumbledore conversou com papai e mamãe e eles mandaram a gente pegar umas coisas que viríamos para a sede.
-Onde está aquele elfo nojento? - perguntou Harry com a cara fechada.
-Não sabemos, ele até agora não nos ofendeu nenhuma vez e a bruxa velha começou a gritar e o Finneus falou com ela numa língua estranha e ela ficou quieta Isso sim está me deixando curiosa.- disse Gina.
-E olha que eu tô esperando ele dizer só uma coisinha pra eu chutar ele.-disse Rony e recebeu um olhar de reprovação de Hermione.
-Bom, vamos para o quarto e vamos esperar o Dumbledore.-disse Hermione
-E seus pais Hermione, não ficaram preocupados por você estar aqui?-perguntou Harry, com a consciência pesada.
-Ficaram um pouco apreensivos, principalmente depois que viram as várias poções que tenho que tomar durante o dia, mas a senhora Weasley garantiu a mamãe que cuidaria de mim como de uma filha então, pude vir. Mas sempre que posso escrevo para eles. Papai disse que não entende muito de mágica, mas o que precisarmos dele é só chamar. Eles estão preocupados com Vol... demort.
Rony ao ouvir o nome do bruxo, girou os olhos e disse:
-Não precisa ficar dizendo o nome do coisa feia, sabemos quem é. E a propósito, o que seu pai pode fazer pra nos ajudar? Ele é trouxa. Vai ficar gritando no feletone até o monstrão fugir vai?- ele tinha conseguido provocar Hermione.
-É te-le-fo-ne, Rony! Papai pode não ser bruxo, mas é um ótimo dentista e ele pode arrancar um dente sem anestesia, e te garanto que até Voldemort, vai urrar de dor.Quer experimentar? - disse Hermione séria.
Os gêmeos, Gina e Rony olharam para ela e depois para Harry para confirmar o que ela dizia sobre dentista trouxa e ele resolveu ajudar Mione.
-É verdade, se eles não dão anestesia, parece que você está sob a maldição cruciatus.Tem gente que desfalece.- disse sério e isso convenceu os Weasley.
-Não queria ofender, Mione. É bom saber que seu pai está a postos.-disse Rony.
Mione lançou a Harry um olhar de agradecimento e ele piscou para ela.
Depois disso, passaram a tarde jogando xadrez, conversando sobre as férias, e fazendo suposições sobre quem seria o novo dono da casa, sobre o que Voldemort estaria preparando, e principalmente, todos evitaram tocar na morte de Sirius.
CONTINUA.......
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