Festa na Madrugada
Festa na Madrugada
Depois de despedir-se de Gina, Hermione saiu correndo da ala hospitalar. Os outros que tinham sido petrificados também vinham, mas andando devagar, então ela os deixou muito para trás. Passou por muitos alunos, em seus plenos pijamas, que também tinham acabado de ser convidados a descer para a festa.
Hermione podia ouvir uns comentarem com os outros sobre o motivo da comemoração.
— Parece que mataram o monstro que petrificava as pessoas.
— Ouvi dizer que a comemoração é porque fecharam novamente a câmara secreta.
— Me disseram que o herdeiro de Slytherin foi descoberto e que não só será expulso como preso em Azkaban.
Depois do que pareceu uma eternidade, Hermione finalmente chegou ao salão principal. Reconheceu imediatamente no meio da mesa da Grifinória os cabelos cor-de-fogo de Rony. Pôs-se a correr na direção deles. Quando a viram, Rony e Harry levantaram-se sorridentes. Harry abriu os braços para recebê-la, e ela o abraçou dizendo:
— Vocês solucionaram o mistério! Você matou o basilisco, Harry!
Quando afastou-se dele e aproximou-se de Rony, por um momento pareceu que iam abraçar-se também, mas como se isso não fosse certo, os dois congelaram em suas posições assim que perceberam o que estava para acontecer. Evitaram o olhar um do outro, constrangidos. Rony estendeu sua mão para apertar a de Hermione, mas ela estava se lembrando de quando ele vomitara lesmas por sua causa, do que Gina dissera sobre ele estar triste pela ausência dela e de que ainda devia reconhecer que ele estava certo sobre Lockhart. Abraçou-o, e a ele não restou outra alternativa senão envolvê-la com os braços também.
Hermione afastou-se sentindo as faces coradas, mas Rony estava de um escarlate que ela jamais vira parecido. Como que para encerrar a cena, os três sentaram-se, lado a lado.
A festa foi a melhor que Hermione já presenciara até ali em Hogwarts. A maioria das pessoas usava pijamas e tinha o rosto amassado de sono, e isso só tornava tudo mais divertido. A Grifinória ainda ganhou a taça das casas mais uma vez, devido a quatrocentos pontos ganhos por Harry e Rony por terem resolvido o mistério da câmara secreta e matado o basilisco.
— Eu posso dar a você vinte dos meus duzentos, Mione — disse Rony. — Afinal, você também ajudou.
— Vinte?
— Não vão brigar agora, vão? — perguntou Harry. Antes mesmo que os outros dois respondessem, ele começou a contar detalhes da aventura para Hermione. — No fim das contas descobri que Dobby pertencia a Lúcio Malfoy. Ele entrou na sala de Dumbledore quando eu estava lá, e Dobby vinha logo atrás dele. Pelas costas do dono, Dobby me fez sinais até que eu compreendesse o que ele queria me dizer: Lúcio Malfoy tinha posto o diário junto com as coisas de Gina.
— Naquele dia, na Floreios & Borrões, quando pegou o livro dela?
— Sim, ele aproveitou aquela oportunidade para escorregar o diário de Riddle para dentro do livro, e depois atirou-o a Gina.
Hermione lembrou-se subitamente do dia em que estivera no Beco Diagonal sozinha durante as férias de verão e ouvira a conversa de alguém que segurava um elfo doméstico. Poderiam ser Lúcio Malfoy e Dobby? Era óbvio agora. Na ocasião, Malfoy dissera “os sangues-ruins serão eliminados de Hogwarts, talvez até sejam mortos como da outra vez. A vontade de Slytherin será feita”. Então era tudo planejado por ele?
— Malfoy... — murmurou.
— E ainda foi ele o responsável pelo afastamento de Dumbledore. — disse Harry. — Ele ameaçou as famílias dos outros conselheiros para que eles assinassem o pedido de suspensão.
— Que sujo! — Hermione exclamou.
Rony, que até então estivera apenas ouvindo, disse:
— Gina também contou a você sobre Lockhart?
Hermione hesitou.
— Contou. É uma pena, mas ele terá que deixar a escola para ser internado no hospital dos bruxos.
— Uma pena?
Hermione sorriu.
— Já entendi que sentiu a minha falta, Ronald. Mas não precisa brigar tudo o que sentiu falta de brigar comigo agora. Teremos tempo.
Rony corou furiosamente mais uma vez, e ficou alguns minutos calado e imensamente concentrado em alinhar os grãos de arroz em seu prato.
A festa estendeu-se pela madrugada. Perto de três horas, Hagrid adentrou o salão principal. Só de vê-lo de volta Hermione começou a chorar de alegria. Ela e os meninos foram abraçá-lo, e ele agradeceu por terem esclarecido que ele não era o culpado. Quando a maioria das pessoas já tinha ido se deitar, Hagrid quis ir para sua casa e os três o acompanharam.
— Vocês cuidaram bem do Canino? — perguntou ele, quando já estavam todos sentados nos sofás da cabana.
— Na verdade nós o levamos para a floresta um dia — disse Harry. — Você tinha nos dito para prestar atenção nas aranhas para descobrir quem era o monstro da câmara. Um dia seguimos as aranhas até a floresta, e chegamos até Aragogue, aquela sua aranha gigante.
— Vocês viram Aragogue? — perguntou um Hagrid surpreso. Hermione escutava com atenção aqueles detalhes que ainda não conhecia.
— Não apenas vimos, — disse Rony, com um esboço da expressão de pavor que devia ter feito no momento em que se viu em frente a uma aranha gigante — mas ela nos contou sobre o basilisco. E ainda tentou nos atacar.
— Não seja bobo, Rony, ela não ataca. Certamente, ela só queria brincar.
— Provavelmente ela queria brincar de comidinha. — resmungou Rony.
— Mas não precisaríamos ter ido até ela se tivéssemos encontrado o papel de Mione primeiro. — disse Harry. — Se o tivéssemos encontrado antes, teríamos descoberto tudo sobre o basilisco sem precisar seguir aranha nenhuma.
Hagrid olhou orgulhoso para Hermione, que sentiu o rosto corar de vergonha.
— Ela tinha na mão uma página de um livro falando sobre o basilisco, — disse Rony. — e a descrição batia exatamente com o que estávamos procurando.
— Muito bem, Mione. — disse Hagrid. — Brilhante como sempre.
Hermione sorriu, e abraçou Hagrid mais uma vez.
O resto do período letivo transcorreu normalmente, a não ser pela decisão de Dumbledore de suspender os exames finais. Enquanto todos os outros alunos ficaram imensamente felizes com isso, Hermione não gostou.
O pai de Draco, Lúcio Malfoy, perdeu seu cargo de conselheiro, o que contribuiu para que o filho andasse pelos corredores com uma expressão de intenso desgosto.
Na viagem de volta a Londres, Hermione ficou em uma cabine do Expresso de Hogwarts junto com Harry e os Weasley. Já na estação, Harry entregou a ela e a Rony um pedaço de pergaminho.
— Isso se chama número de telefone. — disse ele a Rony. — Se puderem tentem me telefonar.
Hermione despediu-se deles e depois foi até Gina e deu-lhe um abraço.
— Não se esqueça de que pode contar comigo. — disse.
— Você também.
E correu até seus pais, desesperada de saudade. Eles a abraçaram, e disseram que tinham surpresas para aquelas férias. Animada, Hermione pôs-se a imaginar quais seriam as surpresas de Hogwarts para o ano seguinte.
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