Grifinória vs. Corvinal
Capítulo 3 - Grifinória vs. Corvinal
No dia seguinte, Ron ainda estava matutando uma forma de chegar em Michelle e se declarar. Ainda não tinha descoberto nenhuma forma suficientemente clara, direta e, ao mesmo tempo, sensível. Já tinha pensado em bilhete. Ia poupá-lo de ficar vermelho e se atrapalhar. Mas não ia ser nem direto, nem claro. Tinha pensado em pedir para Harry dizer... Mas o amigo iria dizer (novamente) que ele tinha que falar mesmo. E também Michelle ia ficar insegura, nunca havia falado com Harry. E se ela gostasse dele? Não, não daria certo. Não podia arriscar. A saída era ele mesmo falar. Mas como? Harry não ajudava de jeito nenhum. Hermione? Nem podia contar a ela. Teria um ataque. Era com ele mesmo. Tinha meio dia para pensar ainda. Queria fazer isso hoje, de tarde.
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Michelle estava nervosa. O baile de outono estava chegando, e ela não tinha par ainda. Queria que fosse com alguém especial, mas ainda não tinha coragem de falar com Ron. Com quem iria? Suas amigas também não tinham par. Todas tinham que arrumar um a tempo, o que era tarefa completamente impossível de realizar. O baile era em dois dias. Já tinhas as roupas e tudo. Trajes a rigor. Michelle não queria nem ir, achava que suas roupas não combinavam com ela. Já tinha dois motivos para não ir. Sophia e Anna procuravam mais motivos para convencê-la a ir, já tinham dito que iriam juntas, como amigas, as três. Mas não adiantava. Ninguém em Hogwarts era mais cabeça dura que Michelle Clairvoyant Batsmore. Além de Ron.
Anna estava se preparando para o seu primeiro jogo de quadribol do ano. Era a apanhadora do time da Corvinal, e estava muito ansiosa pelo jogo.
- Ai, Sophia! Estou animadíssima! Imagina! E contra a Grifinória! Vou competir com Harry Potter! Vai ser demais!
- Concordo! Vai ser um jogo espetacular...
- Oi meninas! Pronta para o jogo Anna? - disse Michelle, que vinha chegando do almoço no grande salão.
- Ah! Eu nem sei mais se eu estou pronta de tanto perguntarem!
Michelle sorriu. Estava torcendo pela amiga. Ela merecia aquela vitória.
- Você está pronta, sim. Eu sei que está. - Anna sorriu em resposta.
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O jogo estava acirradíssimo. Corvinal começava a mostrar suas garras. Todos os alunos estavam no campo jogando ou torcendo pela sua casa. Michelle não sabia por quem torcer, por Ron, ou por Anna. Estava com o coração todo dividido, entre sua melhor amiga e o amor da sua vida. Anna até estava se sentindo mal por jogar contra o time de Ron, pois sabia agora que Michelle gostava dele. Mas agora sua concentração estava toda no jogo. Localizou o pomo e foi atrás. Harry fez o mesmo, seguindo-a. Mas um balaço estava vindo na direção dos dois, e a batedora reserva da Grifinória mandou-o para longe defendendo Harry e, conseqüentemente, Anna também. O jogo continuou e a Corvinal venceu.
Depois do jogo, Anna foi agradecer à menina por ter tirado o balaço da cola deles. Ela se chamava Juli-ann Kenworth, grifinória, também do 7º ano e tinha um namorado sonserino (quem diria?) chamado Gustav Patthson, 7º ano. Juli-ann era uma menina de olhos incrívelmente verdes, verde-claro. Seus cabelos eram de um louro-escuro completamente brilhante, eram longos e enrolados nas pontas. Gustav era loiro e alto, seus olhos eram azul-cinzentos (lembra alguém, não?) e ele tinha uma irmãzinha, a pequena Annielle, de 7 anos. Gustav não era uma má pessoa, apesar de ser sonserino. Só perseguia o que queria. Anna entendia bem por quê Juli-ann o escolhera para ser seu namorado. Era bonito, inteligente e rico (mais um ponto em relação à alguém bem conhecido). Logo ficaram amigas: as duas gostavam de esporte, o praticavam, e gostavam de meninos sonserinos.
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Logo depois do jogo, Michelle, Anna, Sophia e Lu estavam caminhando pelos corredores que dão para a parte externa de Hogwarts e conversando, quando apareceu Ron. Michelle continou ignorando-o.
- Michelle? - perguntou Ron.
- Sim? - falou desentendida.
- Quero falar com você...
- Você já está falando comigo.
- Não aqui. Tem muita gente...
As outras três estavam olhando de Ron para Michelle com uma cara estranha. Como ela podia falar desse jeito com quem ela gostava? Ela poderia ganhar o Oscar por melhor atriz. No final das contas Lu já sabia de quem Michelle gostava, ela mesmo tinha contado. Agora era mais fácil.
- Tudo bem, onde então?
Ron pegou Michelle pelo braço e a puxou para levá-la para outro lugar. Michelle olhou para as amigas que deixava para trás com uma cara de 'o que vai ser de mim? o que é isso?'. Ron levou Michelle para perto de uma árvore, bem longe do castelo. Se virou de costas, respirou fundo e começou a falar.
- Michelle... É muito... difícil para mim... falar isso para você... É que... Ai que droga! É simples assim: EU TE AMO!
Mas quando se virou para ver a reação da garota, viu que ela tinha desmaiado. Sem nem pensar, Ron pegou Michelle nos braços e saiu gritando em direção à ala hospital, atraindo os olhares de outros alunos confusos.
- Madame Pomfrey! Madame Pomfrey!
Quando chegou na ala hospitalar, Madame Pomfrey veio correndo.
- O que foi? O que aconteceu?
- Ela desmaiou!
- Como aconteceu?
- Não sei! Quando vi, ela tinha desmaiado!
Madame Pomfrey olhou para ele com uma cara deconfiada, mas aceitou a desculpa. Pôs aquela Michelle desacordada numa das camas da ala hospitalar e disse:
- Agora só temos esperar ela acordar e ver o que aconteceu.
- Tudo bem. - disse Ron sentando-se, sem tirar os olhos de Michelle.
- Você já pode sair. - disse a enfermeira. - Volte para suas aulas.
- Ahn?! Ah, tá... Vou indo... - e saiu, totalmente desnorteado. Agora que ela sabia, como iria reagir? E se ela tivesse desmaiado antes de ouvir? Teria ela desmaiado por isso? E pior: e se ela não acordasse logo? Estava ficando preocupado, coçando a nuca, quando esbarrou nas três amigas que ainda estavam esperando Michelle voltar da "conversa".
- Ron! Onde está a Michelle?
- Erm... Eh.. Ahn...
- Onde ela está? - perguntou Anna com veemência, quase sacudindo o garoto.
- Na ala hospitalar... - disse sem jeito.
- O quê?
- Ala... hospitalar!
As meninas saíram correndo em direção à ala hospitalar. Encontraram Madame Pomfrey tratando dos outros pacientes.
- Onde ela está?
- Ali. - disse ela adivinhando de quem falavam sem mexer os olhos. As meninas correram em direção à cama da amiga. Ainda estava desacordada e muito fraca.
- O que aquele... Aquele... Coiso... Fez com ela? - reclamou Lucky.
- O menino ruivo que trouxe ela para cá? - perguntou Madame. As meninas se entreolharam.
- É!
- Ele disse que quando viu, ela tinha desmaiado.
- Ah, eu vou matar ele!! - as meninas tiveram que segurar Anna para ela não sair correndo atrás de Ron e causar um desastre. - Minhas mãos estão coçando!!
- Calma Anna! Deve ser isso mesmo que aconteceu! - tranquilizou Sophia, soltando o ombro de Anna.
- Ah, você vai acreditar numa desculpinha dessas? - e Anna saiu correndo da ala hospitalar, com as meninas seguindo-a para impedí-la do pior. Com Anna era assim. Era muito impulsiva e tinha que colocar seus sentimentos para fora. Não era como Michelle, de ficar escondendo. Era muito briguenta também, principalmente se o assunto era suas amigas. Eram a coisa mais preciosa para ela. Sempre que alguém tinha um problema desses, dizia: "Fiiinca a mão!", e as meninas morriam de rir da gozação da amiga.
Ron estava no corredor, fazendo nada e pensando em Michelle, já que era seu período livre. Anna foi direto para ele, com as meninas tentando alcançá-la. Outra coisa sobre Anna: era muito rápida. Quase ninguém conseguia alcançá-la. Tanto na vassoura, quanto a pé. Quando Sophia e Lu viram, o punho de Anna já estava no queixo de Ron.
- Seu... *POF!*
- Auch! Sua louca! Por que fez isso? - reclamou Ron, massagenado o queixo.
- O que você fez com a Michelle? - gritou, quase chorando. Não suportava ver o coração da amiga sendo partido desse jeito. Nem sabia o que tinha acontecido, mas boa coisa ele não tinha feito.
- Eu só CONVERSEI com ela!
- E por que ela está assim? - gritou quando as meninas já estavam chegando.
- PORQUE EU CONTEI PARA ELA QUE EU A AMO! FELIZ?
- Muito! - As meninas nunca viram Anna mais sorridente e feliz do que nunca. Secava as lágrimas e Ron ofegava de ter gritado isso tão alto.
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Já era noite e Michelle continuava desacordada na ala hospitalar. Ron não conseguia dormir. Estava se virando na cama à uma hora e meia sem pregar o olho. Precisava ver Michelle. Levantou da cama e, silenciosamente, pegou a capa de invisibilade de Harry da mochila dele e saiu do dormitório. Foi caminhando cuidando para não esbarrar em nada. Quando chegou na ala hospitalar, sentou na cama de Michelle e ficou olhando para ela. Era só o que precisava. De repente, ela acordou. Se assustou quando viu o rosto dele.
- Ron! Que horas são? Quanto tempo fiquei desacordada? Ai que vergonha! - e se escondeu nos lençóis deixando aparecer só dos olhos para cima.
- Calma, tudo bem. São duas da manhã.
- Por que você está aqui às duas da manhã?
- Eh, bom... - corou, quer dizer, suas orelhas coraram. - Você ouviu o que eu disse antes de desmaiar?
- Você disse... - mas Michelle foi interrompida por um beijo de Ron.
- Ron! - Michelle interrompeu o beijo. Ela estava num misto de felicidade com confusão.
- Você quer ir ao baile de outono comigo?
- Ron! Eu te amo! Claro que eu quero ir ao baile com você! Por isso eu desmaiei! Te amo desde o 3º ano!
- Você escondeu todo esse tempo?
- Sim...
- ...com medo de que você me rejeitasse! - disseram os dois ao mesmo tempo.
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