Casa dos Gritos
Thiago acordou muito cedo e ficou pensando sentado na sua cama. As idéias não surgiam. Ele não era romântico, por isso ele não ia fazer nada meloso, como parar no meio da sala com rosas e um poema. Esse pensamento produzia náuseas nele... Não... Sua idéia tinha que ser original. Ele também não podia ser muito direto. Tinha que fazer algo que conquistasse Lily. E tinha que pensar rápido. Seus amigos ainda dormiam, pois eram quatro da manhã. Nevava bastante e ele olhava para janela esperando que alguma idéia surgisse. Se isso tivesse acontecendo com o Sirius, ele chegaria com aquele jeito maroto e seria o que Thiago classificava como rápido demais. Remo não saberia o que falar, provavelmente ficaria muito nervoso e faria algo bastante meloso. Rabicho não falaria nada, ele era muito desajeitado. Thiago queria que fizesse algo que fosse uma mistura de Sirius, Remo e Pedro(?). Mas o que?
Lily não quebraria regra alguma de Hogwarts, por isso ele tinha que pensar em algo que não violasse as regras da escola (com exceção de ficar fora da cama em horário que fosse proibido). Então a idéia veio na sua cabeça: como não tinha pensado nisso antes? Tudo bem, era completamente contra as regras da escola... Mas Thiago daria um jeito de levar Lily pra lá do mesmo jeito.
Ele acordou Sirius e Remo na mesma hora (não acordou Rabicho porque o amigo tinha ido dormir tarde demais, e seria uma crueldade).
-O que foi Pontas? – disse Remo ainda sonolento.
-Thiago, deixa eu dormir em paz! – disse Sirius.
-Não, Sirius, é importante... Acorda! – disse Thiago.
-Eu odeio você, Thiago Potter. O que é? Melhor que seja importante. – disse Sirius, exausto.
-É importante... Sabe a surpresa que eu tenho que fazer? Eu tive uma idéia... E vocês precisam me ajudar – disse Thiago.
-Eu não acredito que você me acordou pra falar dessa ruivinha, Pontas – disse Sirius – Você deve tá mau do juízo mesmo!
-Por favor, Almofadinhas! É importante pra mim – disse Thiago.
-Vai fala logo... – disseram Remo e Sirius.
-A idéia é a seguinte... – começou Thiago, contando o plano para os amigos. Enquanto ele contava, Sirius levantava a sobrancelha ou girava os olhos. Já Remo não se desconcentrou uma só vez. – O que vocês acham? – perguntou Thiago depois de ter explicado tudo.
-Eu acho a idéia boa, você se superou Thiago! – disse Remo feliz – Mas temos que dar uma geral no lugar... Deixar pelo menos habitável pra vocês. Temos que ir lá agora!
-Como assim agora? Eu to morrendo de sono! – disse Sirius.
-Poxa, Almofadinhas, eu não valho o esforço? Por favor... Eu dependo de vocês. – disse Thiago.
-Tudo bem, Pontas. Melhor que seja BEM rápido. – disse Sirius.
-Vai ser... É só a gente levar as varinhas que vai ser tudo bem fácil. Vamos logo... Vou pegar a capa de invisibilidade. É melhor a gente não acordar o Rabicho... Ele foi dormir muito tarde. – disse Thiago.
-Eu também to cansado! – reclamou Sirius.
-Deixa de ser ruim, Almofadinhas! – disse Remo.
-Tá bom... Deixa esse rato dormindo aí... Vamos – disse Sirius.
Os marotos colocaram a capa de invisibilidade e pegaram o mapa do maroto. Foram andando em direção a casa dos gritos... Com magia eles deixaram o lugar irreconhecível.
-Perfeito, Pontas... Dê um jeito de trazer a Lily aqui. Ela vai adorar – disse Remo, sorrindo.
-Valeu mesmo, marotos! Minha vida dependia disso – disse Pontas.
-Que declaração! A ruivinha tá mesmo virando a sua cabeça – disse Almofadinhas.
-Pode ter certeza, Almofadinhas. E eu sei que ela vai adorar. Vamos lá marotos... Ainda temos um pouco de tempo para dormir.
Os marotos foram exaustos para o dormitório e dormiram um pouco. Acordaram com Rabicho quase batendo neles, pois nada conseguia acorda-los.
-Merda, Rabicho! Bem que você podia ser delicado, seu rato! – gritou Thiago.
-Lógico, vocês não acordavam de jeito nenhum! Até você, Remo. Que feio! – disse Rabicho rindo.
-Você sabe porque, seu rato burro? Porque ontem o Pontas fez a PALHAÇADA de nos acordar as 4:20 da manhã pra deixar a merda da casa dos gritos habitável pra ele levar a Lily hoje! E nós não acordamos você porque você foi dormir tarde! E agora você vem nos acordar desse jeito, seu otário! – explodiu Sirius.
-Sério? – perguntou Rabicho envergonhado – De-des-culpa... Sério, marotos. – disse Rabicho.
-Tudo bem Rabicho... – disse Sirius rindo – Agora Pontas, se a Lily não se der por satisfeita eu juro que não te ajudo mais com ela!
-Pode deixar, Almofadinhas... Vai dar certo. – disse Thiago confiante.
Enquanto isso, no dormitório feminino, as meninas conversavam:
-Lily, como você tem ânimo pra prestar atenção em todas as aulas? Eu to achando tudo a maior chatice – disse Susan.
-Pois é... Eu também. Não consigo me concentrar em nada. – disse Sarah.
-Claro! Você olha mais pro Sirius que tudo! – disse Susan, enquanto Sarah corava – Aliás, quando é que vocês dois vão se entender? Parecem dois idiotas... Joga uns verdes nele se não eu mesma jogo! – disse Susan.
-O que você quer que eu faça? Me jogue em cima dele? Provavelmente ele não gosta de mim... – disse Sarah, triste.
-Ai Sarah, nem vem! Ele também te olha bastante... Olha, deixa comigo. – disse Susan.
-O que você vai fazer? – perguntou Sarah.
-Nada demais... Tudo ao seu tempo. – disse Susan.
-Ok, meninas... Vamos descer – disse Lily.
Elas foram pro café-da-manhã. Susan observou que Lily estava olhando para todos os lados como se procurasse alguém.
-Tá procurando o Potter, Lily? – perguntou Susan.
-Claro que não! – disse Lily indignada.
-Quem tá procurando então? – perguntou Susan.
-A... Ahn... Professora McGonagall! Quero tirar uma dúvida com ela – disse Lily, meio atrapalhada.
-Garanto que você pode esperar até a próxima aula Lily... – disse Sarah.
-Olha, vocês duas tão cada dia piores! – disse Lily. – Vamos, aula de Feitiços.
-Certo... – disse Sarah, enquanto Lily tentava fugir do assunto.
Chegaram pontualmente na aula e os marotos já estavam na sala. Lily reparou que Jennifer e outras (dez) meninas não paravam de olhar pra Thiago. Mas assim que ela chegou, Thiago sorriu para ela e a seguiu com o olhar. Isso produzia nela uma sensação boa, enquanto as meninas olhavam feio para ela.
-Vamos sentar, meninas – disse Lily. Elas se sentaram exatamente de frente para os marotos.
O professor ensinou um feitiço novo e extremamente complicado, a azaração do tropeço. Era pra os alunos praticarem em pares. Foi quando Thiago falou:
-Sirius vá com Remo... Sarah, você pode ir com a Susan? – perguntou ele.
-Claro, Thiago. Vai lá atrás da Lily – disse ela rindo.
Ele se aproximou dela e disse:
-Posso ir com você?
-Acho melhor não Potter... Porque eu posso me empolgar e lançar mais azarações em você! – disse ela.
-Eu corro o risco... Tudo bem? – perguntou ele.
-Ok, Potter – disse Lily.
Os dois começaram a lançar as azarações. Thiago tinha feito uma azaração perfeita e Lily tinha retribuído com igual perfeição. Os dois começaram a se divertir e ver quem seria mais rápido que o outro. Thiago estava se dando melhor quando Lily deu um giro e o fez cair no chão. No mesmo segundo ela tropeçou na cadeira e caiu por cima dele, de modo que seus lábios ficassem a centímetro dos lábios dele. Ela corou enquanto ele sorria. Ela rapidamente se levantou e os dois continuaram a lançar os feitiços. Enquanto eles trabalhavam, Thiago começou a falar:
-Lily, você está livre hoje? – disse ao mesmo tempo que se livrava do feitiço que Lily lançara.
-Porque a curiosidade, Potter?- perguntou Lily – Não pense que eu esqueci o episódio da biblioteca.
-Você prometeu que ia me dar uma chance pra eu provar que posso ser pelo menos seu amigo, Lily! – disse Thiago.
-Eu não quero ser sua amiga, Potter. Acha mesmo que eu ia me associar a uma pessoa como você? – perguntou ela.
-Pode até ser que não, mas você disse que ia me dar essa chance pra pelo menos eu tentar fazer com que você me perdoasse. – disse Thiago.
-Tudo bem Potter... Mas que fique bem claro que eu não quero ser sua amiga nem nada além! – disse ela.
-Certo... Esteja pronta de onze horas. – disse ele.
-Onze? É depois do horário permitido, Potter – disse ela.
-Eu tenho uma capa de invisibilidade – disse ele.
-Eu sou MONITORA, Potter! – disse ela. – Acha mesmo que eu vou desobedecer as regras de Hogwarts?
-Cara Lily... Confie em mim. Faz parte da surpresa. Você disse que eu posso fazer essa surpresa... Então no mínimo você tem que concordar com ela! – disse Thiago.
-Tudo bem Potter! Mas se alguém me ver fora da cama tarde... Você me PAGA! – disse Lily.
-Pode confiar... Ninguém vai ver. – disse ele, no momento em que o sinal tocava – Até de noite, minha linda.
-NÃO ME CHAME DE SUA LINDA POTTER! – disse ela saindo da sala.
Ele riu e foi falar com os marotos. Enquanto isso Lily encontrou as meninas e elas começaram a conversar.
-É impressão minha ou o Potter realmente te chamou de ‘minha linda’? – perguntou Sarah.
-Chamou, e se você não reparou eu fiquei furiosa! – disse ela.
-O que vocês tanto conversavam na aula? – perguntou Rachel.
-Sabe aquela surpresa? Vai ser hoje à noite, de onze! Ou seja, depois do horário permitido! – disse Lily.
-E mesmo assim você topou? Deve estar muito afim mesmo, Lily! – disse Susan.
-Su, sem mais brincadeirinhas por hoje. – disse Lily.
-Ok parei... Lily, vem aqui comigo... Acho que esqueci minha pena na sala – disse Susan.
-Tudo bem... Vão indo meninas – disse Lily, percebendo que Susan queria falar sozinha com ela.
Elas entraram na sala e Lily perguntou:
-O que foi, Su?
-Olha Lily... Eu não tô agüentando ver a Sarah mal por causa do Sirius! Eu vou falar com ele amanhã mesmo... Você acha uma boa idéia? – perguntou Susan.
-Se ela gosta mesmo dele... Acho. – concordou Lily.
As meninas conversaram um pouco e no fim do horário de aulas foram pro dormitório.
-Lily, já são 22:30! Você tem que se aprontar pro seu encontro com o Potter! – disse Sarah.
-Não é um encontro, Sarah! – disse Lily.
-Ok, mas de todo jeito você tem que tá pronta! – disse Susan.
As meninas começaram a ajudar Lily a se preparar. Ela não parava de resmungar que não precisava de tanta arrumação, afinal era ‘só o Potter’. De 23:00 em ponto Lily desceu. Thiago já estava esperando ela lá em baixo. Assim que Thiago a viu, ele deu um sorriso. Ela estava muito bonita.
-Você tá linda, ruivinha – disse ele.
-Obrigada Potter. – disse ela – Onde você quer me levar?
-Entra aqui debaixo da capa... – disse Thiago.
Os dois entraram e foram andando em direção a casa dos gritos. Por várias vezes Lily perguntou onde eles estavam indo, mas Thiago só ria e falava pra ela confiar nele. Quando finalmente Thiago falou:
-Fecha os olhos Lily.
Ela fechou. Os dois entraram na casa dos gritos. Alguns aparelhos musicais tinham sido encantados e tocavam sozinhos. O lugar estava diferente, bonito. Tinha uma grande mesa para eles comerem algo. Lily parecia impressionada.
-Potter, como você fez isso tudo? – perguntou ela, admirada.
-Contei com a ajuda de Sirius e Remo. Você gostou? – perguntou ele.
-Sim. – disse ela.
Os dois conversaram bastante. Após comerem algo, Thiago chamou Lily para dançar.
-Vamos Lily... Por favor. Seria uma prova que você tinha me perdoado! – disse ele.
-Tudo bem, Potter – disse ela.
Os dois dançaram uma música lenta. Lily achou a música linda... Ela não sabia explicar o que sentia quando Thiago se aproximava dela. ‘ Você odeia ele, não faça algo que você vai se arrepender depois... Você vai se só mais uma para o Potter!’ Ela tentou se convencer, mas estava difícil... Os dois estavam muito próximos. Eles estavam quase se beijando quando ela resistiu:
-Não seria apropriado Potter. Eu te desculpo. Assim como prometi – disse ela se distanciando dele.
-Eu também vou cumprir minha promessa Lily... Não vou forçar nada. Se é o que você quer. Me perdoa certo? – perguntou ele e ela balançou a cabeça positivamente – Ótimo, então. Vamos?
Eles foram andando e finalmente chegaram na sala comunal da grifinória. Ele se despediu dela e pela primeira vez eles não tinham brigado.
Lily entrou no dormitório ofegante. Ela tinha resistido, o que era excelente. Mas por quanto tempo ia resistir?
Thiago entrou no dormitório masculino. Todos dormiam. O sol nascia. Ele se deitou feliz. Quem sabe com o tempo Lily iria ceder? Se sentindo animado, ele adormeceu.
-E aí Pontas, como foi? – perguntou Remo. Assim que ele tinha sido acordado (uma hora depois de ter adormecido).
-Foi ótimo, Aluado. – disse ele.
-Vocês tão juntos? – perguntou Rabicho?
-Ainda não Rabicho, mas isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde! – disse Pontas.
-O que aconteceu ontem? – perguntou Sirius.
Thiago explicou tudo. Por várias vezes Sirius fez uma careta ou murmurou algo como: que meloso. Remo riu bastante. Rabicho achou tudo muito interessante. Ele explicou tudo: o quanto ela estava linda, a reação dela ao ver o lugar; as conversas; a música; a dança; o momento em que quase se beijaram; a despedida... Tudo.
-Querido Pontas, acho que você não é mais tão maroto assim! – disse Sirius. – A ruivinha tá amolecendo seu coração!
-Mas você é seco, hein Almofadinhas? – disse Thiago.
-Muito engraçado... E qual vai ser seu próximo passo? – perguntou Sirius.
-Ah, não sei... Vou estar sempre próximo, tentar não avançar demais, deixar tudo por conta dela... Eu tenho meu jeito. Vai funcionar. – disse Thiago.
-Acredito... Já funcionou com tantas! – disse Rabicho.
-Mas com ela é diferente, Rabicho... Ela não é fácil como as outras... Ela tem um jeito diferente de tudo sabe... Talvez seja disso que eu goste nela. Vou apelar pro ponto fraco dela... Quando ela fica muito próxima de mim, tudo fica mais fácil. Também né, com um corpo como o meu... – disse Thiago.
-Nossa Thiago, como o seu ego é grande! Será que você vai conseguir esconder ele da Lily? – disse Remo brincando.
-Hahaha, engraçadinho... – disse Thiago – Será que não tá na hora da gente descer?
-Calma Pontas... Isso tudo é saudades dela? – perguntou Sirius.
-E se fosse? – perguntou Thiago rindo – Algum problema?
-Nenhum... – disse Sirius.
-Aliás, eu não quero que nenhum de vocês queira se meter de engraçadinho com a Lily, entendem? Ela é minha. SÓ minha. – disse Thiago.
-Lógico, Pontas...– disse Rabicho.
-Claro né... Que confiança você tem na gente? – perguntou Remo.
-Poxa, logo o que eu ia fazer quando descesse e visse ela... – disse Sirius.
-Engraçadinho você, Sirius! – disse Thiago em quanto os outros riam. – Vamos descer.
-É, vamos... Antes que o Pontas mate a gente – disse Remo.
Assim os marotos desceram o dormitório.
N/A: gostaram do cap??
genrte, por favor comentem!!!
beeijos :*:*
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