Mudança de Planos



- Hermione! – chamou Draco. A menina não tinha se sentado à mesa dele, e estava andando rápido pelo Salão Comunal. Hermione olhou para ver quem a chamava. Quando viu que era Malfoy, acelerou o passo. Ele alcançou-a e segurou-a pelo braço,
- O que foi? – perguntou Hermione com impaciência na voz.
Malfoy parou um pouco e ficou olhando para ela. Hermione ficou ainda mais sem paciência e levantou as sobrancelhas, esperando por uma resposta.
- Você está linda hoje.
Hermione sorriu e olhou para os pés, ficando vermelha. Mas logo sacudiu a cabeça.
- Não! Você me abandonou sábado. Além do mais, estou atrasada para a aula. Nós estamos atrasados para a aula.
- Vamos, então. Senta comigo na aula de poções?
- Sento. E você me explica o que aconteceu ontem.
A garganta de Malfoy secou. Balbuciou um “claro” e começou a pensar numa ótima história para justificar.
Enquanto Snape explicava de muito mau jeito como acordar alguém inconsciente por feitiço, Draco soltou:
- Você quer passar o Natal comigo?
Isso caiu como um baque no estômago de Hermione, e seu coração apertou.
- E-eu não posso, D-draco. Eu s-sempre passo com a minha família, sabe. Tradição...
- Por favor? – Draco deu um sorrisinho meigo, e ela quase aceitou
- Não posso, realmente. Meus pais nunca me perdoariam se eu não passasse o Natal com eles.
- Mas é só um Natal. Você sempre passa com eles. Por favor, Mione?
- Não, não. – Hermione tentava não olhar nos olhos de Malfoy. – Eu, realmente... não dá, eu...Não tem como.
- Mas apenas pergunte para eles! Se eles deixarem, você vem! – nessa hora, Hermione pensou no quê eles fariam com seus pais para eles deixarem uma coisa dessas.
- NÃO! – Hermione perdera o controle. Quando gritou, se levantou. Arfando, sentia todos os olhos de grifinórios e sonserinos nela. Inclusive o de Snape.
- Algum problema, Srta. Granger?
- Não, eu...está tudo bem.
- Então talvez seja melhor eu tirar 20 pontos da Grifinória, pela sua atitude na minha sala de aula.
Malfoy tinha se irritado. Tinha que convencer aquela garota de passar o Natal com ele. Mas ainda tinha detenção com ela naquela noite.
Depois das aulas subiu correndo para o seu dormitório e escreveu uma carta para sua tia.

Tia,

O plano falhou. Ela parece não se convencer de ir, preciso falar com a senhora. Apareça hoje no mesmo lugar as 19:00 horas.

Draco

Foi até o corujal e despachou a carta. Perto das sete horas, subiu até o décimo andar e ficou esperando por Bellatrix. Sentiu um alívio quando ela apareceu.
- Fale rápido – falou ela, rudemente.
- Pense em alguma outra coisa, parece que não deu certo. Não consegui persuadir ela. Será que ela sabe de alguma coisa?
- Lógico que não sabe. Quando você a verá novamente?
- Daqui a duas horas, na detenção. Mas acho que...
- Espere! Preciso de um favor seu, para uma mudança de planos. Antes de ir para a detenção, vá até a sala de McGonagall e estupore-a. depois, tranque-a em um armário. Diga a Snape que atacaremos hoje à noite.
- O QUÊ? Mas está em cima da hora, é impossível...
- Apenas FAÇA ISSO!
***
Malfoy chegou à biblioteca e encontrou Hermione ao lado de Madame Pince. As duas tinham expressões parecidíssimas de impaciência estampadas no rosto. Ele estava nervoso e suava frio. Apertava com força a varinha em seu bolso. Não acreditava no que tinha acabado de fazer.
- Vamos logo com isso – ele murmurou, temendo encarar Hermione.
Madame Pince começou, com sua voz de gralha:
- Vocês vão organizar todos esses livros por ordem alfabética – e apontou para uma mesa absolutamente lotada de livros. – Coloquem-nos nesta estante. Agora comecem.
Malfoy estava com medo do que sua tia poderia fazer. Era difícil de admitir, mas ele não queria que Hermione se machucasse. Suas mãos tremiam enquanto ele alcançava os livros empoeirados para ela.
- Então – pigarreou Hermione – quer falar sobre o que aconteceu hoje?
- Na verdade, não. Só quero te pedir desculpas.
- Tudo bem. Só não me peça de novo para passar o Natal com você.
- Claro.
Hermione franziu o cenho. “Claro”? Alguém que planeja algo tão maléfico simplesmente não desiste dele, ainda mais se Voldemort estiver por trás disso. Hermione pensou, então, que talvez Harry estivesse errado. Vai ver ele ouvira os planos de Malfoy sobre o Natal e quisera assustá-la. Ela venceu a distância e deu um beijo em Malfoy, o que o deixou mais nervoso ainda. Por que ela deixava as coisas mais difíceis? Malfoy tentava esconder o nervosismo, mas não parava de olhar pela janela, o que não passou despercebido por Hermione.
- O que você tem? Parece tenso...
- Só quero que isso acabe logo, odeio detenção...
Antes de acabar sua frase, ouviu um baque e um barulho de vidro estilhaçando. Ouviu também um grito de Hermione e uma risada aguda. Quando se deu conta, via a sua frente seus pais e Bellatrix, a última segurando Hermione pelos cabelos.
- Muito bem, Draco – começou Bellatrix – assim como combinamos.
- O Lorde das Trevas ficará muito gratificado! – sorriu Narcisa, quando Snape adentrou na biblioteca.
- O QUÊ? – gritou Hermione – Você...você está por trás disso? – disse num olhar miserável para Malfoy.
- Responda, Draco. – disse Lúcio, com o sorriso malicioso idêntico ao do filho. – Você está por trás disso? - completou, com uma risada, enquanto Malfoy baixava a cabeça – Snape, vá chamar Potter. Diga que a queridinha sangue-ruim dele está correndo sério perigo.
Bellatrix puxou Hermione pelos cabelos até a altura do seu rosto e suspirou, com um sorriso bobo:
- Ai, menina. Eu vou adorar te torturar. Nada como ouvir o grito de pessoas com o sangue sujo, implorando pela vida.
Draco sentia um gosto horrível na boca. Tinha vontade de pular no pescoço de sua tia e dizer que queria desistir de tudo. Mas bem naquela hora chegaram Harry e Rony os dois com expressões de puro terror.
- LARGA ELA!
Os dois começaram a soltar feitiços enlouquecidamente, mas nenhum deles atingiu os Comensais. Bellatrix agarrou o pulso de Harry, e segurou firmemente Hermione. Os Malfoy se juntaram a ela e todos desaparataram deixando Rony parado, em choque. No mesmo instante disparou até a sala de McGonagall. Só que ele não sabia o estado que encontraria a professora.

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