Entre Consciências
Meia noite, o cemitério parecia vazio. Ninguém notaria a presença uma fraca criatura, amarrada aos pulsos, presa no chão. Ela parecia contentar-se com o doloroso destino que havia sido traçado desde o dia em que nascera. Rodeado por meia dúzia de comensais da morte, Draco Malfoy esperava a chegada de seu respectivo julgador: O Lorde das Trevas. Nunca, em sua vida inteira, ele havia visto seu pai com tanto ódio nos olhos, tanta raiva no coração, tanto desejo de morte na alma. Sabia que tinha passado dos limites.
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Harry debatia-se sobre sua cama. Seu pesadelo mais assombroso o perturbava incessantemente. Como saberia se isso não passava de uma brincadeira de Lord Voldemort? Hermione sempre o alertara a unir os fatos, concluindo se seu sonho é real ou não. “Hermione...”, ele disse. Doía pensar em Hermione. Fazia quase três meses que não a via. Cartas não compensavam a falta. No seu sonho, todas as suas alegrias se dissiparam. Só havia mal, escuridão, dor, sofrimento...
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Draco ria. Apesar de tudo, ria. A vida o surpreendera, o pegara desprevenido. Ele parabenizava-a. Por isso, ria. Pensando nisso, distraiu-se. Quando olhou em volta novamente, viu todos os comensais se curvando: ele havia chegado. Quando seus olhos se encontraram com as fendas avermelhadas da criatura do mal, começou a girar. E girar, e girar, e girar, e gi... Abriu os olhos. Só via um clarão, nada mais do que isso. E uma voz extremamente gélida repetindo: “Você sabe o que fazer Draco, a sangue ruim...”. Pensava estar a sonhar.
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De súbito, Harry acordou arfando. Já amanhecia. Vestiu seus óculos e resolveu começar seu dia mais cedo, pra variar. Desceu as escadas e a casa estava escura, só contando com os primeiros raios de sol para torná-la mais fantasmagórica. Não se surpreendeu de encontrá-la deserta. Seus tios nunca acordavam tão cedo assim. Resolveu escrever para Hermione, para aliviar a saudade. E, enquanto tentava ligar palavras, ouviu-se um estrondo e a porta da casa caiu.
- Harry! – gritou Arthur – Suba a bordo!
Em choque, olhou para trás do Sr. Weasley. Os irmãos Weasley e Hermione acenavam freneticamente para Harry, com largos sorrisos estampados no rosto.
Sem poder acreditar, Harry correu para cumprimentar seus amigos! Deu um beijo em Hermione, abraçou os Weasley e falou:
- Sr. Weasley, minhas coisas, elas...elas não estão prontas!
- Como não? Harry...bom, suba e apronte-se!
Harry começou a atirar todo tipo de coisa no seu malão: roupas, livros, artefatos mágicos...
Não cabia de si de tanta alegria que sentia naquele momento. Só de estar ao lado de pessoas que realmente se importam com ele fazia valer todas as suas férias monótonas e chatas. Hermione estava cada vez mais linda...
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- Eu realmente pensei que ele fosse te matar, Draco. – disse Lúcio Malfoy admirando o sol nascer. – Você deve ter a gratidão eterna, agora.
Draco manteve-se calado. Estava com muita raiva para responder.
- Se o plano ocorrer conforme o planejado, você estará perdoado e o Lorde ficará satisfeito em aceitar você de novo.
- Você e ele que se explodam! Eu não quero ser perdoado e não quero ser aceito de volta. Eu preferiria que ele tivesse me matado ali mesmo.
- Basta! Suma daqui, idiota.
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Hermione e Harry sentaram sozinhos no banco de trás. Com as mãos dadas o trajeto todo, conseguiram compensar o tempo perdido durante as férias. Harry sentia-se muito feliz por estar do lado da mulher mais bonita de Hogwarts. Por que era isso que ela era. Uma mulher. Não mais uma garotinha dentuça, mas uma mulher com cabelos aveludados e olhos da cor de mel. Uma das melhores coisas que aconteceram em sua vida.
Rony decidira aceitar o fato de que seus dois melhores amigos, especialmente agora, precisavam ficar sozinhos. Mas às vezes o seu ciúme era maior que a sua força de vontade, fazendo-o estragar todo o clima que o casal criava. Gina encarregava-se de vigiar o irmão, mas sempre que podia, fazia que não via. Na verdade, ela entendia o irmão. Era duro ver a pessoa que você sempre gostou seguir em frente, e não poder fazer nada. Sentia pena de Rony, realmente sentia. Até porque isso era exatamente o que ela sentia. Toda a sua vida ela gostou de Harry, e mesmo depois de ter passado o final do ano junto com ele, não era o bastante. Por muito tempo Gina teve raiva de Hermione. “Porque ela?”, perguntava-se. Mas a culpada não era a amiga, e sim ela, que deixara Harry escapar.
~~*~~
Quando finalmente chegaram à Toca, a Sra. Weasley estava servindo o café da manhã. Esmagou Harry em seus típicos abraços, e ajudou-o a levar seu malão para cima. Com imensa alegria, Harry comeu na companhia de seus melhores amigos, esquecendo todos os tediosos dias passados.
- Harry, não quer dar uma voltinha lá fora? – perguntou Hermione
- Claro! – disse limpando a boca com o guardanapo.
- Eu vou jun... – começou Rony, mas Gina não o deixou terminar a frase. Deu um pisão em seu pé e o lançou um olhar de censura. Rony amarrou a cara.
Sentados no degrau, Harry e Hermione se beijavam como nunca haviam se beijado antes. Colocaram toda a saudade sentida nos últimos três meses, toda a ânsia que sentiram de ver um ao outro. Não sabiam como iriam agüentar suas próximas férias, porque normalmente, eles não ficavam mais que algumas horas sem se ver. Ele realmente a amava. E tinha certeza que ela o amava também. Eram os queridinhos do Profeta Diário. Inicialmente, irritava a Hermione se ver beijando seu namorado todas as manhãs na página principal. Mas isso acontecera nos últimos quatro meses, então ela nem se importava mais. Ela sabia que tinha encontrado seu amor verdadeiro.
~~*~~
Depois da janta, todos estavam suficientemente cansados ao ponto de não fazerem objeção quando a Sra. Weasley mandou-os para a cama. As meninas seguiram para seu quarto e os meninos, para seus respectivos. Naquele dia, ninguém ficou acordado até tarde contando das férias ou deduzindo acontecimentos em Hogwarts. Cada um deitou e dormiu instantaneamente. Teriam um dia cheio no Beco Diagonal, e não queriam estar cansados para entrar de lojinha em lojinha. Harry teve um sonho estranho. Começava num corredor escuro. Ele andava e andava e não chegava a lugar nenhum. Ele olhava ao seu redor e via uma série de espelhos, mostrando cada um uma fase de sua vida. Seus pés pareciam não tocarem no chão, mas seu corpo estava tão pesada que ele fazia barulho a cada passo que dava. Ele via uma sombra cada vez mais nítida. De repente, um clarão. Sirius jazia no chão, enquanto uma série de defuntos aparatava. Lupin, Sra. Weasley, Tio Valter, Simmas, Hermione...todos mortos. Harry acordou com as mãos na garganta. Ele parecia ter a recém fechado os olhos, mas já havia amanhecido, e a cama de Rony estava vazia. Vestiu-se e desceu. Encontrou Rony, Hermione e Gina ajudando a Sra. Weasley com o almoço.
- Harry, pegue uma pilha e comece a distribuir os pratos. Hoje teremos visita, ponha um prato a mais. – disse a Sra. Weasley sorrindo. Ao ver a cara de dúvida de Harry, completou, piscando – McGonagall. Ela veio aqui para resolver assuntos da Ordem.
Envolvido em seus pensamentos, Harry não estava prestando atenção no que estava fazendo. Estava tão aéreo que assustou-se ao se dar conta de que os olhos de Hermione estavam pregados nele, com o cenho franzido. Ao encontrar aqueles olhos castanhos com tanta dúvida, deixou cair a pilha de pratos que estava segurando, assustando-se. Meio sem graça, Harry se abaixou para juntar os cacos de porcelana.
Mais para perto do meio dia, as crianças ouviram um barulhento estalido vindo do andar de baixo. Desceram todos e encontraram McGonagall, com trajes de gala, cumprimentando Arthur Weasley.
- Professora, eu quero falar com a senhora.
- Claro, Potter. Depois do almoço conversaremos.
Com um sorriso, Harry acompanhou-a até a mesa, enquanto os outros iam sentando-se à mesa.
***
Já no Beco Diagonal, Harry parecia feliz de exibir Hermione, porque ninguém fora os Weasley sabiam do seu namoro. Os amigos do casal passavam de boca aberta ao verem-nos andando de mãos dadas, e exibiam um sorriso do tamanho do mundo. Entraram na Floreios e Borrões, e encontraram Draco Malfoy, com os pais. O loiro não parou de encarar Harry e Hermione em todo o tempo que estivera ali, parecendo processar todos os seus movimentos. Sabia que tinha que se aproximar dela, só não sabia como já que Harry parecia seu cão de guarda. Lúcio cutucou Draco com sua bengala:
- Eu o levo para os fundos.
***
Harry ajudava Hermione a procurar um livro qualquer, para entreter-se nas horas livres, quando Lúcio Malfoy se projetou entre os dois.
- Não sabia que você se interessava sobre Magia Negra, Potter. – disse Lúcio, olhando o livro que jazia na mão de Harry “Desvendando a Marca Negra”
- Esse livro é útil para saber como lidar com gente como você.
- Ah, então quer dizer que Dumbledore não te contou como funciona? Depois de todos esses anos trabalhando com Snape?
- O senhor não ouse falar o nome de Dumbledore com essa boca suja.
- Por que me preocupar? O velho já está morto mesmo.
Harry estava com tanta raiva que nem se deu conta que os dois estavam cada vez mais se afastando das estantes, indo quase para o fundo da loja. Malfoy sentiu que era a sua hora.
- Granger.
Hermione se virou.
- O que você quer, Malfoy?
- Está procurando um livro? Que tal esse aqui “Elfos, Unicórnios e Criaturas Mágicas”
- Eu não tenho 5 anos, obrigada.
Malfoy continuou revirando as prateleiras.
- E este aqui, “Hogwarts: uma história”? Eu achei bem legal.
Hermione encarou-o:
- Você leu “Hogwarts: uma história”?
- Por quê?
- Porque ninguém leu esse livro em Hogwarts.
- Então porque você não lê?
- Porque eu já li – respondeu Hermione um pouco sem graça.
- Você leu “Hogwarts: uma história”? – respondeu Malfoy.
Os dois se olharam e começaram a rir, foi quando Hermione se deu conta que ele era o Malfoy, e ela, Hermione.
- Eu acho melhor eu ir para o caixa. – disse ela, tentando fugir de Malfoy.
- Deixa que eu levo isso – Malfoy pegou os quatro livros que Hermione carregava.
- O que houve com você? Você não me odeia ou coisa assim?
- Te odiar? Você nunca fez nada pra mim oras, só não falava contigo por causa do Potter. Mas quer saber? Eu acho tudo isto muito ridículo, por isso eu quero te convidar para discutir comigo sobre Hogwarts: uma história.
- Olha, é muito gentil da sua parte, mas eu não sei se você sabe, eu e Harry estamos namorando e...
- Eu sei – largou Malfoy, curto e grosso.
-...bom, pois é, acho que ele não ia gostar muito se eu andasse com você por aí.
- Que bonitinho, ele não confia em você
- Claro que ele confia, quer dizer, o Harry é muito ciumento e eu não quero dar razões para uma briga...
- Sai daqui. Agora – Harry tinha chegado – Fica longe dela, ou você vai se arrepender de ter me conhecido
- Eu já estava de saída. Tchau, Hermione.
Hermione arregalou os olhos, surpresa. Ele chamara-a de Hermione.
- O.quê.foi.isso? – disse Harry franzindo a boca de raiva.
- Não se preocupe Harry, ele só veio me ajudar com o...
- SIM, E JÁ SAIU TE CHAMANDO PELO PRIMEIRO NOME! – Harry começou a gritar.
- Calma, Harry, eu também fiquei surpresa...
- CALMA? EU VOU TER CALMA QUANDO ELE DESCOBRIR QUE NÓS ESTAMOS NAMORANDO E CONTAR PARA VOLDEMORT E ELE TE USA PARA CHEGAR ATÉ A MIM! – Harry estava gritando alto demais, todos da livraria já tinham se virado pra ele, especialmente na parte que ele falou o nome de Voldemort.
- Ele já sabia de nós Harry, eu não falei nada...
- O QUÊ? – Harry estava fazendo um escândalo – ELE SABE? HERMIONE, VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE VOCÊ ACABOU DE FALAR? ELE SABE, HERMIONE! VOLDEMORT TAMBÉM SABE! ELE VAI TE MATAR, ele vai te matar... – Harry se abraçou em Hermione e começou a chorar.
Os olhos de Hermione encheram-se de água. Ela tinha o melhor namorado do mundo. Desgrudou-se de Harry e tentou acalmá-lo.
- Harry, olhe para mim. Não diga bobagens! Ele não vai me matar, ele não vai nem chegar perto de mim, eu prometo... Tá me ouvindo? Eu prometo. Nada vai acontecer comigo enquanto você estiver do meu lado, eu te amo... -
Harry beijou a namorada e tranqüilizou-se. Os curiosos já tinham se dissipado e os Weasley apareceram na hora certa.
- Você queria falar comigo, Potter?
- Sim, professora, mas em particular.
Os dois foram caminhando pela rua do Beco Diagonal, enquanto os outros foram tomar sorvete.
- Sabe, professora, eu estou com medo. Com medo pela Hermione, já que, a senhora sabe, estamos juntos agora...
- Eu presumia que essa conversa chegaria. Potter, a Srta. Granger te ama. Eu consigo ver no jeito que ela te olha. Entre vocês dois existe uma ligação muito forte, Potter. Por isso não se assuste se você tiver pesadelos com ela. Provavelmente ela estará tendo os mesmos, e não se esqueça, serão apenas sonhos. Voldemort não encostará um dedo nela e em nenhum outro aluno de Hogwarts, enquanto eu estiver presente. Até porque Voldemort não consegue vencer o amor, e você, mais que qualquer outra pessoa, sabe muito bem disso.
- Eu tive um sonho, com ela, um pesadelo. Malfoy estava junto. Voldemort dizia que era para ele se aproximar de Hermione, para me atingir, e hoje eu os vi conversando na Floreios e Borrões, Hermione e Malfoy, quero dizer.
- Isso são coincidências, Potter. E, como você disse, foi só um sonho. Nada disso aconteceu, Voldemort não sabe de vocês dois.
Harry se sentia aliviado. Agradeceu à professora e foi se encontrar com os amigos.
***
De volta à Toca, Harry não desgrudou de Hermione. O fato de ela estar segura em Hogwarts não impedia um ataque à Hermione fora da escola. Antes de dormir, Harry deu um longo beijo nela e acrescentou:
- Eu te amo.
DESCULPEM A DEMORA! AGORA ESTOU COM COMPUTADOR DE NOVO, E PUBLICAREI OS CAPÍTULOS O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL! EU MELHOREI ESSE CAPÍTULO, O DE ANTES ESTAVA MEIO BOBO E INCOMPLETO! ESPERO QUE VCS GOSTEM!
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