Ataque inicial
—Capitulo quatorze.
Ataque inicial.
Tom caminhou a passos rápidos pela entrada da caverna, segurando um candeeiro. A luz da vela dançava com o balanço do objeto. Virou-se para uma parede e adentrou-a, como se fosse feita de fumaça. Atravessou um longo salão escuro e entrou por uma porta de madeira. O som de uma flauta tocava melodiosamente no aposento. Tom pousou o candeeiro sobre uma mesa, fechando a porta, e virou-se para onde o som vinha.
—Sir. Tiamat...Lord Voldemort perguntou se já está pronto.
O som parou. Vários rugidos agudos e altos irromperam da sala anterior. Um par de botas metálicas caminhou até a luz, segurando uma flauta dourada, com uma cabeça de dragão na ponta onde o som.
—Já...acho até que demorou demais...—Caminhou até a porta, abrindo-a.
Os urros entraram na sala com mais violência. Tiamat caminhou pela sala escura, desaparecendo nas sombras. Tom seguiu-o. Antes de chegar a metade da sala, escutou os urros pararem. De modo sincronizado, vários jorros de fogo ergueram ao teto. A melodia recomeçou. Asas batendo fortemente, som de trituração. O teto começou a desabar. Formou uma barreira o seu redor. Quando a poeira assentou, desfez a barreira. Estava ao ar livre. Tiamat estava parado exatamente no meio de onde o havia o salão.
—Meus mimos vão fazer o trabalho agora...—Disse o general de Voldemort, levando mais uma vez a flauta até a boca.
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—Mas o que...!—Pedro saltou para trás, desviando de três feitiços que lhe eram lançados. Os raios azuis, porém, atingiram Lucius, que desapareceu numa nuvem de poeira.—Transportado?
—Renda-se, Ravenclaw!—Disse uma das dezenas de figuras negras, com uma voz fina e irritante.—Não tem a menor chance contra dezenas de nós!
Pedro não respondeu. Esquadrinhou o local, procurando um lugar para fugir. Enfrentar todos de uma vez só seria impossível. Principalmente pelo esforço em excesso que havia feito na luta contra Lucius. Recuou um passo em direção a parede e os comensais acompanharam.
—Vai fugir?—Riu um deles, a voz desdenhosa.—Sempre soube que era um grande covarde!
—Sua mãe nunca lhe ensinou a falar com os outros?—Perguntou Pedro, ainda olhando para os lados.—Tenha um pouco de educação.
Caminhou mais alguns passos para trás, até sentir encostar na parede. Os comensais formavam uma semicircunferência ao seu redor. Pedro sentiu uma grande gota de suor escorrer-lhe a têmpora. Tateou a parede, procurando algo que pudesse lhe ajudar.
—Já chega de papo!—De modo sincronizado, ergueram a varinha e apontaram a varinha para ele. Em uníssono, pronunciaram.—Avada kedrava!
Dezenas de fachos de luz verde cortaram o ar, como balas de uma artilharia. Pedro saltou, segurando numa prateleira suspensa, onde haviam alguns pertences inúteis e quebrados. Os feitiços destruíram totalmente a parede da casa, com um forte estrondo. Ravenclaw pegou impulso e passou pela parede destruída, mostrando antes o dedo médio para os comensais.
—Vamos atrá...
—Deixem que ele vá...—Interrompeu uma voz, vindo das sombras. Uma figura alta, musculosa, apareceu, vestindo uma elegante veste negra, com a marca negra bordada no peito direito e um capuz sobre o rosto, escondendo-o. —Ele não é importante por enquanto.
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—Temos que fazer algo por ela!—Disse Marina, levando Amanda para fora da “sala de gelo”.—Perdeu muito sangue! Está com uma hipotermia!
—Largue ela no chão...—Disse Aline, adiantando-se. Marina deitou Gryffindor com cuidado e afastou-se.
Black abaixou-se ao lado de Amanda, pondo uma mão sobre seu ferimento. Como se fosse mágica, o sangue foi parando de correr e o ferimento fechando. Amanda começou a tossir, até sentar-se, pondo a mão sobre a boca.
—Deus!—Murmurou a jovem, a voz meio rouca.—Onde estão os outros psicodélicos do tio Voldie?
—Alana derrotou o raquítico e eu derrotei o gigante e a garota...—Disse Aline, levantando.—mas eles são fortes, temos que tomar cuidado.
—Onde está Chapolim?—Perguntou Amanda, apoiando-se melhor no chão, a voz ainda meio rouca.
—Ainda deve estar lutando contra o que resta.—Disse Lilá, parada atrás de Amanda, os braços cruzados sobre o peito.—Mas eu não me preocuparia com isso agora.
Todos olharam para Lilá. A jovem olhava para a janela, com o cenho franzido, preocupada. Havia sentido fortes vibrações em confronto a pouco tempo atrás. Agora, as duas forças haviam desaparecido. E varias outras pequenas vibrações, quase imperceptíveis haviam surgido em diversos pontos de Londres.
—O que quer dizer com isso?—Perguntou Alana, olhando-a, com o cenho franzido.
—Sinto...que tem algo estranho acontecendo...—Balançou a cabeça negativamente.—vamos ajudar Chap...depois temos que ir atrás de Ravenclaw...
Concordaram com um aceno de cabeça. Aline ajudou Amanda a levantar e logo estavam correndo, moderando um pouco por causa da fraqueza de Amanda que havia perdido muito sangue.
Chegaram ao centro da loja. Chapolim corria ao redor de Lamar, defendendo-se de braços e pernas sombrias que surgiam do chão e das paredes. Tentava, em vão, aproximar-se do adversário. O piromago estava extremamente suado, cansado. Enquanto Lamar não parecia ter feito nenhum grande esforço.
—Seus amigos chegaram...—Comentou Lamar, sem mover um músculo.
Chapolim não olhou para os lados. Defendeu-se de mais um braço que lhe atacava e cortou-o ao meio com a espada dourada. Largou-a no ar, fazendo-a desaparecer. Pegou impulso no chão e correu na direção de Lamar, conjurando um bastão dourado. Afastou mais alguns braços com golpes do bastão e saltou, descendo a arma contra a cabeça de Lamar.
—Não adianta...—Lamar fez um movimento com a mão e um grande braço sombrio ergueu-se do chão, segurando o bastão do piromago.—ataques comuns não podem me atingir.
—E quem disse que esse foi um ataque normal?—Sorriu Chapolim. Pressionou com mais força o cabo do bastão e ele dividiu-se em três partes. Essas partes se afastaram, com uma corrente dourada entre elas. A parte da frente acertou com força a testa de Lamar que foi atirado no chão, arrastando-se até algumas caixas de sapatos.
—A barra tripla...—Sorriu Ashley, balançando a cabeça negativamente.—o Chap é mesmo imprevisível.
O piromago desfez a arma numa nuvem de poeira dourada e virou-se para os amigos, cansado.
—Meu! Esses caras são durões...
—Fez um bom trabalho...—Disse Lilá, dando alguns tapinhas no ombro do amigo.
—Nós também...só que foi um belo estrago...—Disse Ashley, olhando ao redor, vendo a loja totalmente revirada.
Ouviram passos próximos a porta. Vários policiais, de elite da Scotland Yard, apareciam, segurando armas. Antes que fossem vistos, aparataram, deixando a “limpeza” de toda aquela bagunça para os trouxas.
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Lauren sentiu-se arremessada contra um carro, por um violento encontrão. Levantou-se lentamente, com a mão na cabeça, procurando reorganizar os fatos. Ergueu o olhar para sua irmã. Varias figuras negras a circulavam. Lançaram raios de luz azul sobre Stephanie que desapareceu.
—Para onde mandaram ela?—Perguntou Lauren, apoiando-se no retrovisor de um carro.
Não responderam. Foram virando lentamente para a Lestrange, que estava encostada na lataria da Hylux. Erguiam as varinhas, apontando diretamente para seu coração. Sentiu cada músculo retrair de medo, encolhendo-se mais contra o carro. Estava perdida.
—Flipendo!—Vários jorros laranja partiram contra o grupo. Lauren olhou para o lado. Um esquadrão de aurores estava em posição, as varinhas erguidas contra as figuras de negro.
—Venha, Ashford!—Sentiu uma mão firme agarrar-se à seu pulso e puxar-la na direção dos aurores.
Era Quim. Estava mais sério do que Lauren já vira. Parecia ter envelhecido mais. Lauren olhou-o por um tempo, antes de voltar a atenção para as figuras de negro.
—Quem são eles?—Perguntou Lauren.
—Não fazemos idéia...—Disse Quim, brevemente, antes de fazer um sinal para alguns aurores. Cinco deles tomaram a frente, ainda apontando as varinhas na direção das figuras.—vamos...temos que ir até o ministério.
Lauren concordou. O grupo maior de aurores aparatou, enquanto os outros cinco mantinham os desconhecidos longe.
Lauren aparatou no átrio do ministério. Estava tudo um caos. Vários memorandos voavam de um lado para o outro. Os elevadores não paravam no andar, sempre lotado de pessoas. As lareiras explodiam de minuto em minuto, trazendo vários funcionários sonolentos e aturdidos.
—Quim...o que está havendo?—Perguntou Lauren, perdida.
—Tem algo estranho acontecendo...
—Não diga...—Disse Lauren, irônica, olhando o chefe dos aurores.—acho que isso é muito fácil de perceber.
—Ashford...—Disse Quim, sentando-se na beirada da fonte dos irmãos mágicos. Passou a mão pela testa, encarando o chão.—estamos sob ataque.
—De quem?—Perguntou Lauren, levemente assombrada, as sobrancelhas erguidas.
—Não sabemos...—Quim apoiou-se sobre os joelhos, ainda encarando o chão.—alguém...alguém organizou um ataque sincronizado em todo Reino Unido. Pensávamos que era apenas mais algum problema dos trouxas. Mas...
—Como...quem iria organizar isso?—Perguntou Lauren, franzindo a testa, ainda olhando para o cabisbaixo Quim.
—Não sei...estou tentando ligar os últimos acontecimentos...mas...não quero acreditar nas conclusões que estou tirando.—Disse Shacklebolt, balançando a cabeça negativamente.
—E...que...
Antes que terminasse, alguém gritou o nome de Quim. Era Roy, o Inominável. Chamou Quim num canto mais afastado. Roy disse algo que pareceu assombrar Quim. O chefe dos aurores mais que rapidamente correu até o balcão. Lauren acompanhou-o.
—Mande chamar o ministro!—Gritou ele para uma das recepcionistas.—É urgente!
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O helicóptero sobrevoou rapidamente sobre Londres. Já devia passar das onze da noite, na capital inglesa. Levantando muita poeira, pousou num heliporto, atrás da mansão Parker. Os dois homens ajudaram Josh e John a descer. Um mordomo delgado, com um fino bigode apareceu, apressado e agitado.
—O Sr. Luke Parker teve que ausentar-se. Quem são vocês?
—John e Josh Parker...—Respondeu o germânico, enquanto o negro falava algo com o piloto do helicóptero.—trouxemos eles aqui com ordem de seu chefe.
—Sim, sim...por favor, me acompanhem...devem estar com fome, alguma coisa?
Balançaram a cabeça negativamente. O mordomo ainda insistiu, mas desistiu logo depois. Guiou-os até a casa e despediu-se deles no grande salão principal. Viram o homem caminhar para longe, antes de observar o restante da sala.
—É impressionante...onze anos e isso aqui não mudou nada...—Disse Josh, passando o dedo sobre a superfície do piano.
—Pois é...—Suspirou John, indo até a escada. Apoiou-se em seu corrimão, olhando para o andar de cima.—continua a mesma coisa.
Antes que botasse o pé sobre o primeiro degrau, escutou vozes. Eram vozes infantis. Pareciam se divertir. Três crianças apareceram no corredor acima. Uma garota loira de nove anos e um casal de cinco anos, a menina com cabelos ruivos e o garoto de cabelos muito negros. As garotas corriam atrás do garotinho, que parecia abraçado a algo.
—Será que são...
—Filhos do Luke?—Completou John, balançando a cabeça negativamente.—Duvido muito.
—Acho que devemos perguntar ao pingüim de Spa quem são essas crianças.—Disse Josh, aproximando-se da escada.
—Tanto faz...—John sorriu, balançando a cabeça negativamente.—ainda mais, elas me fazem lembrar o tempo em que éramos crianças.
—Não vai me dizer que depois de velho vai começar a ficar nostálgico, John Parker...—Sorriu Josh, dando um tapa na nuca do irmão.—vamos! Vamos até o bar esperar o Luke. Quero beber um pouco de absinto Parker. Disso sim eu tenho saudades!
John sorriu e acompanhou o irmão. Atravessaram o salão até uma sala onde havia uma grande variedade de bebidas, principalmente garrafas com liquido verde. Josh serviu dois copos e guardou a garrafa.
—1956...—Disse Josh, bebendo um gole da bebida.—um bom ano.
—Como você sabe?—Perguntou John, também bebendo.
—Oras, eu vivia o tempo todo com o papai...ele sabia dessas coisas...
—Sem contar que noventa por cento das vezes o papai estava bêbado, não é?—John riu irônico, bebendo mais um gole e pousando o copo sobre o balcão.
—Isso não é verdade!—Protestou Josh, depois de mais um gole.—Ele sempre falou sobriamente comigo! Sempre...
Porém, John já não ligava para o que o irmão dizia. Olhava para o lado de fora. Altas sombras lançavam suas sombras sobre o chão. Por um breve instante sentiu que alguém observava os dois. Viu algo mover-se nas sombras, mas foi apenas por um breve instante. Balançou a cabeça negativamente, pegando novamente o copo e bebendo mais um gole. Provavelmente o absinto já estava fazendo “seu trabalho”.
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Percy Weasley caminhava apressado, terminando de abotoar o ultimo botão de sua elegante veste. Praguejava constantemente. Haviam lhe acordado no meio da noite e isso lhe irritava muito. O que diabos Shacklebolt queria de tão importante que precisava de sua presença? E à meia-noite?!
Com muita má vontade, entrou em seu gabinete. Os chefes de todos os setores e sub-setores estavam sentados ao redor da mesa. Percy ficou surpreso ao ver todos ali. Sentou-se em sua poltrona e fez um sinal para Quim começar.
—Senhor ministro...—Disse o chefe dos aurores, levantando.—chamei o senhor aqui por uma questão de segurança nacional.
—Segurança nacional?—Percy franziu a testa, sem entender.—Do que diabos está falando?
—Sim, senhor...—A voz de Quim ia ficando carregada a cada palavra. Parecia haver uma sombra sobre seu rosto.—o Reino Unido está sobre ataque, nesse exato momento.
—Sobre ataque?!—Exclamou Percy, levantando-se rapidamente.—Como assim?! Só pode estar de brincadeira! Que dia é hoje? Primeiro de Abril?
—Senhor, sugiro que acalme-se...—Disse Quim, voltando a sentar. Percy olhou-o por um tempo, antes de seguir o exemplo.—estamos realmente sobre ataque...um grupo de pessoas invadiu as ruas de varias cidade na Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales...já enviamos grupos de aurores para esses locais.
Percy encostou-se em sua poltrona, o olhar perdido. Suava. Seu coração palpitava fortemente e, repentinamente, havia perdido todo o sono. Um ataque! Justo quando ele era ministro?! Depois de toda aquela propaganda de paz? Com certeza iriam pedir sua cabeça. Passou a mão pela testa e olhou para cada pessoa ali sentada. Estariam esperando apenas a decisão para apossar-se de seu cargo, como Scrimengeour havia feito com Fudge?
—Que...quem esta nos atacando?—Perguntou Percy, olhando novamente para Quim.
—Roy contatou Potter...abrimos a urna...—Quim abaixou o olhar, olhando para os joelhos.—estava vazia.
Percy sentiu seu corpo afundar mais na cadeira, como se houvesse um peso sobre ele. Estava, realmente, perdido. Apertou o acolchoado da poltrona e olhou novamente para cada um ali, esperando uma solução.
—O que...devo fazer?—Perguntou, perdido.
—Sugiro que procure imediatamente o Primeiro-ministro dos trouxas. Ele deve saber de tudo.—Disse Quim, voltando a olhar o ministro.—Temos que fazer o máximo para que não haja uma outra guerra.
Percy não perdeu tempo. Levantou-se da cadeira e saiu da sala. Iria salvar seu cargo. E faria o que tivesse que ser feito.
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Pedro correu pelas ruas, olhando por cima do ombro. Assim que afastou-se da zona residencial condenada, encostou-se na lateral de uma casa, respirando ofegante. Sentia suas pernas bambearem e a garganta e os olhos ardendo. Apoiou-se nos joelhos, procurando recompor-se.
Era um bairro residencial, de casas espaçadas, com bonitos jardins e portas brancas. As luzes já estavam apagadas nas casas, as cortinas puxadas sobre as janelas. Apenas as luzes brancas dos postes iluminavam a rua.
Quando o ar voltou a circular normalmente em seu corpo é que começou a sentir as dores da luta. Com as pernas doendo, escorregou pela parede, sentando-se na grama, massageando os ombros.
—Deus! Esse Lucius maldito!—Resmungou, fazendo uma careta de dor.
Após dez minutos massageando os ombros, apoiou-se no batente de uma janela e levantou-se. Caminhou lentamente na direção da rua, observando os dois lados. Tudo parecia limpo. Deu dois passos para fora da calçada, quando escutou “crack’s” seguidos do fim da rua. Virou-se mais que rapidamente, puxando a espada, já em posição de ataque, ignorando a dor nos braços.
—Relaxe amigo...—Disse uma voz, vinda detrás de uma casa. Alguns vultos saíram, lentamente entrando no circulo de luz.—somos apenas nós.
—Ah! Graças a Merlin.—Disse Pedro, aliviado, abaixando espada, encostando a ponta no chão.—Como me encontraram?
—Não foi difícil...você saiu fazendo um estrago grande por onde passou...—Disse Amanda, aproximando-se do amigo.—e parece que sofreu um grande estrago também. Tentou passar com um rato no meio da jaula dos elefantes?
—Pior...—Disse, abaixando a cabeça. Passou a mão pela testa, limpando o suor.—encontrei o Krum...
—Krum?—Perguntou Ashley, a testa franzida.—Lucius Krum?
—Exatamente ele...—Disse Pedro, apoiando-se na espada para erguer o tronco. Embainhou a lamina azul e olhou para o céu.—mas ele não é problema agora. Alguém mandou ele para casa.
—O tio Voldie?—Perguntou Lilá, apreensiva, olhando para os lados.
—Não diretamente...—Pedro respirou fundo mais uma vez. Sua garganta ainda ardia a cada vez que inspirava o ar.—mas parece que ele tem mais ajuda do que achávamos....
—Eu sabia...—Disse Lilá, passando a mão pela testa.—eu sabia que as presenças que eu estava sentindo não eram nada amigáveis.
—Temos que voltar para a mansão...—Disse Chapolim, olhando o céu. Também pressentia alguma coisa.—não podemos deixar as crianças sozinhas.
Todos concordaram. Preparavam-se para aparatar quando Lilá gritou algo e abriu as asas sobre eles. Um forte calor passou por cima deles, acompanhado por uma rajada forte de vento. Assim que passou, Lilá recolheu as asas e caiu, amparada por Ashley e Pedro.
—Cara! Que merda foi essa?!—Perguntou Ashley, assustada, olhando as graves queimaduras nas costas da amiga.
—Acho que foi ele...—Disse Chap, apontando para um vulto negro no céu.
—E o que é ele?—Perguntou Aline, tocando levemente nos ombros de Lilá, desacordada.
—Acho que já vamos descobrir...—Disse Pedro, soltando Lilá e puxando a espada.—e não vai demorar muito.
O vulto fez a volta ao longe e começou a voar na direção deles. Rapidamente foi tomando forma. Era um enorme lagarto negro com imensas asas e olhos amarelos, com pupila em forma de fenda. A boca cheia de dentes já abria, lançando mais uma forte labareda sobre eles.
—Saiam da frente!—Disse Amanda, empurrando todos.—Correntes polares!
Cristais de gelo começaram a soprar ao redor deles. O fogo chocou-se contra os cristais, espalhando-se por todo o lado. Mais um rasante e um forte deslocamento de ar desfez a barreira. O dragão agora subia.
—Não dá para apenas nos defendermos...—Disse Chapolim, olhando para cima.
O dragão havia parado. Por alguns instantes ficou apenas parado olhando para eles. Então, iniciou uma queda livre.
—Tem razão...—Pedro girou a espada, colocando a lamina para trás. Cortou o ar sobre sua cabeça, numa meia lua. Um forte deslocamento de ar partiu contra o dragão, batendo contra seu focinho, fazendo-o recuar um pouco, mas sem grandes efeitos.
—Deixa que eu dou um jeito nisso...—Disse Aline, afastando-se de Lilá. Parou no centro do grupo, debaixo do dragão que parecia confuso com o golpe que recebera. Juntou as duas mãos, os dois dedos indicadores apontados para cima. Fechou um olho, mirando o dragão.—Shotgun!
Com um forte estampido, um flecha de fogo partiu contra o dragão. Aline foi obrigada a arquear os joelhos pela força do golpe. O tiro atingiu a barriga, região mais vulnerável do dragão. O golpe fez pressão por um tempo sobre a couraça do dragão antes de partir, atirando para cima varias gotas de sangue.
—Lá vem míssil!—Gritou Chap.
Dispersaram-se. O corpo do dragão caiu no chão com um forte impacto, abrindo um buraco no meio do asfalto e rachando varias janelas. Os postes piscaram. Alguns continuaram acesos, outros apagaram. A luzes nas casas foram acendendo até que todo bairro estava com a cabeça para fora da janela, olhando a estranha forma negra no chão.
—Um dragão...—Disse Amanda, ajudando a levar Lilá para um lugar afastado e escuro.—no meio de Londres? Isso ta ficando pior do que eu imaginava.
—Como é que ela ta?—Perguntou Pedro, abaixando-se ao lado de Lilá que havia sido deitada de barriga para baixo.
A parte de trás de sua roupa havia sido carbonizada por completo. Se não fossem pelas asas, o destino de suas costas seria o mesmo. Ainda assim haviam graves queimaduras graves, placas vermelhas e inchadas e locais em carne viva com raios de sangue correndo.
—Não dá para fechar com magia elemental?—Perguntou Marina, olhando assustada para as costas de Lilá.
—Mais calor aqui? Mataríamos ela...—Disse Alana, abaixada ao lado da vampira, olhando as costas.—precisamos esfriar um pouco a pele e depois levar ela para um hospital. Mas temos que ter cuidado para não haver choque térmico.
—Eu cuido disso...—Amanda abaixou-se, a mão um centímetro acima das costas de Lilá. Um ar frio começou a soprar sobre as queimaduras. Lilá contorceu-se e soltou um gemido de dor, enquanto Amanda, gradativamente, diminuía a temperatura.
Assim que uma fina camada de gelo conseguiu formar-se sobre a pele de Lilá, Amanda afastou-se.
—Temos que levar-la para o St. Mungus rápido...—Disse Alana, observando as queimaduras cristalizadas.—queimaduras de dragão são graves.
—Ótimo...—Disse Pedro, olhando ao redor. Varias pessoas já amontoavam-se ao redor do dragão morto.—temos que sair escondidos. Esses trouxas não podem nos ver. Ashley...—Virou-se para a amiga que ainda estava abaixada ao lado de Lilá.—ajude ela a levantar. Aline, ajude-a, por favor. Nós vamos ficar do lado, caso alguma coisa mais aconteça.
Todos concordaram. Ashley puxou a varinha e fez Lilá flutuar próximo a ela. Aline ficou do lado, a varinha em mãos, caso precisasse realmente ajudar. Os outros ficaram na frente. Saíram por trás de uma casa, numa rua vazia. Haviam poucas casas, pequenas, e algumas latas de lixo. Um poste zunia num canto, dando uma iluminação precária ao local. Saíram silenciosamente pela rua, sempre olhando para os lados.
—Ótimo...ninguém por aqui...—Murmurou Alana, adiantando-se até o fim da rua, olhando para os dois lados.—parece que todo mundo foi ver o dragão.
—Não vai demorar até o pessoal da TV aparecer aqui...—Disse Chap.—Temos que ir log...
Antes que pudesse terminar, um EcoSport apareceu no fim da rua, queimando pneu. Parou diante deles, chiando e balançando. Luke abriu a porta com força, os cabelos desgrenhados e a testa molhada.
—Finalmente encontrei vocês!—Exclamou o Parker. Havia um outro homem ao seu lado. Luke olhou para Lilá flutuando e saltou imediatamente do carro.—Teddy! Abre a porta de trás! Botem ela no banco de trás. Subam também. Vamos para o St Mungus.
Confusos, seguiram as ordens do Parker. Assim que entraram no carro, Luke bateu a porta com força e ligou-o novamente, passando a marcha e queimando pneu mais uma vez, partindo em disparada.
—Luke! Se continuar desse jeito, você é que vai me matar!—Gritou Pedro, tentando sobressair-se ao som do vento.
Luke não respondeu. Estava com o rosto quase encostado no volante. Dobrava as ruas perigosamente, quase tombando o carro a cada virada do volante. Ignorando os sinais e as placas de velocidade, Luke fazia o ponteiro do mostrador subir cada vez mais. Ao chegar numa rua comercial, Luke freou, fazendo a lataria e os ocupantes do carro irem para frente, balançando logo depois.
—Cara!—Disse Chapolim, assim que o carro parou de balançar.—Tive mais medo agora do que se o tio Voldie tivesse aparecido na minha frente.—Olhou para os lados.—O Luke é irado!
Escondendo um pequeno sorriso de satisfação, Luke saltou do carro e logo abriu a porta de trás do carro. Ajudou a tirar o corpo de Lilá e amparou-a, levando-a até a vitrine da loja em reforma.
—Temos um atendimento urgente!—Disse o Parker, quase esmurrando a vitrine.
Mais do que rapidamente, a passagem para o hospital foi aberta. Quando Pedro e Aline foram passar, um jorro de fogo varreu o local, fazendo a EcoSport de Luke explodir. Pedro atirou-se sobre Aline, afastando-se da explosão.
—Cara...alguém esqueceu a jaula do jacaré aberta...—Resmungou Ravenclaw, levantando.
—Eu estou perdendo minha paciência.—Disse Aline, levantando. Juntou as mãos novamente, apontando os dedos indicadores para o dragão.—Shotgun!
O tiro disparou na direção do dragão. Porém, antes que atingisse ele, algo saltou de suas costas, rebatendo o golpe. O tiro perfurou três prédios seguidos antes de perder forças e desaparecer. O ser pousou alguns metros diante deles, os braços cruzados diante do rosto, segurando dois bastões de ferro. Devia ter uns trinta anos, cabelo azulado, despenteado, olhos da mesma cor dos cabelos e pele amorenada. Trajava uma calça de pano, preta, o peito nu.
—Mais uma figura bizarra do Voldemort?—Perguntou Pedro, olhando para o homem, com uma sobrancelha erguida.
—É o que parece...—Disse Aline, cruzando os braços, as sobrancelhas levemente arqueadas.
O dragão pousou logo depois, fazendo a rua tremer por completo. Abaixou seu longo pescoço, o focinho ao lado de sua montaria, numa bizonha imitação de cavalo bem comportado, querendo agrado de seu cavaleiro.
—Vejo que encontrei os famosos elementais...—Sorriu com escárnio, olhando para Pedro e Aline como se não fossem nada.—deixem que eu me apresente...meu nome é Edward Michigan. O cavaleiro dos dragões...
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Stephanie abriu lentamente os olhos. Sentia-se zonza. Sua visão estava embaçada e, lentamente, foi voltando ao normal. Estava no seu quarto? Não. Parecia um lugar maior. Era de pedra. Fria. Algo escorria e pingava ao seu lado. Tentou mexer as mãos e sentiu-as presas.
—Vejo que acordou...—Disse uma voz, vinda das sombras. Era fria, distante. Lentamente foi aproximando-se.
—Voldemort...—Disse Stephanie, sentindo o suor pingar por sua têmpora.
—Exatamente, minha cara Lestrange...—O lord parou diante dela, segurando-lhe pelo queixo, forçando a levantar o rosto.—você é igualzinha a sua mãe. Fria, calculista...mas sempre tem algo para atrapalhar. Vocês duas podiam ser perfeitas...se não tivessem uma à outra.
—O que quer dizer?—Perguntou Stephanie, temendo a resposta.
—Você não me serve mais...não vou cometer o mesmo erro tolo de confiar em pessoas que tenham algum tipo de sentimento inútil como o amor...—Estendeu a mão e um chicote de fogo formou-se. Segurou-o com força e ergueu-o.—vou matar você...e sua mamãezinha...
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