Sob olhares aterrorizados



Capítulo 2
SOB OLHARES ATERRORIZADOS

Os raios do sol penetravam a cozinha e iluminavam graciosamente todo o recinto.
Aquele verão estava particularmente quente e os dias ensolarados pareciam zombar de Harry que, ao contrario do clima externo, estava tendo dentro de si um tempo nublado e tempestuoso.
Ele estava sentado em uma cadeira em volta da mesa, junto com Duda e tia Petúnia.Tio Valter não estava presente, pois se encontrava sem eu trabalho e só chegaria á tarde, mas Harry não fazia nenhuma objeção á isso, pelo contrário,quanto menos ”Dursley’s” estivessem com ele, melhor.
Os dois ainda comiam, mas Harry já tinha terminado seu almoço.Na verdade nem tinha se alimentado direito.Andava fazendo isso todos os dias, não estava com fome e, portanto não comia.Tia Petúnia, Duda ou tio Valter jamais prestariam atenção nesse tipo de coisa; nunca prestaram atenção em nada que ligasse ou dissesse respeito a Harry...
Olhou para Duda, que comia abundantemente como um porco e em seguida para a tia que fazia o inverso do filho enquanto observava-o.
- Coma mais devagar, Duda querido - falou cuidadosamente ao filho.
- Mas lento do que isso?Impossível!-retrucou irritado á mãe mas não lhe dirigindo o olhar.
Tia Petúnia se calou e Duda se deu por satisfeito; ele não gostava de ser interrompido enquanto devorava seu almoço assistindo televisão.
Harry suspirou e tornou a observar, através da janela, a rua dos Alfeneiros.E ao ver a rua e assistir á uma cena rotineira entre a tia e o primo, ele começou a pensar sobre como queria imensamente ir embora daquela casa.
Definitivamente não tinha boas lembranças dos anos e verões vividos ali.Sempre fora mal-tratado e incompreendido.Os insultos estavam presentes em todos os dias que o garoto passara com a família.
Uma família que não possuía o real sentido da palavra para Harry.
- Harry!-o garoto deu um pequeno salto na cadeira por conta do corte de pensamentos que a tia provocou – o que está esperando?Venha me ajudar!-falou a mulher rispidamente.
O garoto revirou os olhos, era assim todos os dias, não importava quando.Ele sempre tinha que fazer alguma coisa na casa, quando não lavava a louça, tinha que varrer os quartos; quando não era obrigado a lustrar os móveis ele deveria cortar a grama... Mas na opinião de Harry, quem decididamente necessitava de algum exercício era Duda que estava com um estado físico deplorável, porém o primo só comia, assistia televisão e andava com sua gangue assustando todos os meninos indefesos do bairro.
- Lave essa louça –ordenou bruscamente indicando - e seja rápido.
- Vai fazer muita diferença se eu for rápido ou devagar? – perguntou o garoto em um tom firme e encarando-a.
- Vai – respondeu ela olhando Harry com profunda desaprovação – depois de lavá-la, você irá arrumar os cômodos, e eu quero que termine seus serviços antes do pôr-do-sol.
E com um ultimo olhar de ameaça ela saiu em direção ao hall da casa.
Harry dirigiu-se ao serviço, já que teria de fazê-lo rapidamente.Enquanto estava com as mãos molhadas e ensaboadas lavando pratos e talheres, seu pensamento voltou-se a um barulho que escutou não muito longe dali.Teve a impressão de que alguma coisa havia caído em algum lugar da casa.
- HARRRRY!-berrou Petúnia com uma voz estranhamente áspera – Harry!Venha já aqui!
“É – pensou o garoto enquanto enxugava as mãos – realmente algo aconteceu”.
Harry foi subindo os degraus e ao mesmo tempo respirando fundo para se acalmar.
Mas não tinha chegado nem ao antepenúltimo degrau quando ouviu vozes que, agora pareciam dialogar com a tia.
Quem estava ali?Primeiro Harry ficou ansioso.Depois temeu ser algum Comensal á procura dele, e, se fosse mataria a tia e o primo.Ele não os suportava, mas não queria que ninguém morresse por sua causa.
Pensando nisso, ele correu rapidamente para o seu quarto e procurou pela varinha.O quarto estava tão bagunçado aqueles dias, que foi realmente difícil achá-la.
Pé-antepé andou pelo corredor até parar enfrente a porta do quarto em que a tia se encontrava.Cuidadosamente encostou o ouvido na porta e começou a escutar o dialogo mais a fundo.
- Minha senhora – falou uma voz em que Harry reconheceu – pedimos desculpas por vir sem avisar, mas não encontramos saída!
- Precisamos levá-lo daqui e voltaremos para conversar e para ele pegar todas as suas coisas– uma outra voz feminina fez-se presente – depois que voltarmos, ele irá embora para sempre, podendo é claro,fazer visitas á vocês,se quiserem.
- Não – disse tia Petúnia com azedume – com certeza não faremos questão.
- Oras! – disse uma outra voz, essa, porém, muito enérgica – O que Harry fez a vocês afinal?Eu bem sei que ele, com certeza não fará questão de visitá-los!
Harry reconheceu imediatamente aquela voz que possuía um tom autoritário; a ouvia praticamente todos os dias e ao reconhecê-la, lembrou-se que não haveria o perigo de ser Comensais á procura dele, pois ainda não tinha completado dezessete anos e, conseqüentemente, a casa ainda estava protegida.
- Hermione tem razão – concordou ele abrindo a porta – por mim vou agora e não volto nunca mais!
- Harry!-Hermione correu e abraçou Harry com uma força absurda – Que saudade!Você está bem?Andou tendo sonhos?Como passou esses dias?Como pode escrever aquilo para mim e para o Ron?
A garota falava tão rápido e o abraçava tão forte, que Harry não pode segurar um sorriso.Ele sabia que ela, com certeza, estava preocupada com ele.
- Desse modo vai acabar sufocando Harry!-riu uma jovem mulher com cabelos curtos e bem roxos – Deixe-me abraçá-lo também!
Hermione soltou-o e esboçou um sorriso.A jovem de cabelos nada tradicionais abraçou Harry e este a cumprimentou.
- Que bom revê-la Tonks!-falou animado.
- Digo o mesmo garoto! – ela o fitou de cima para baixo – Nossa!Você cresceu demais Harry!
- Cada verão que eu vejo vocês me assusto – comentou Hermione sorridente –Ron está gigante!Você precisa ver!
- Você não foge muito disso Srta. Granger...- falou McGonagall tranqüilamente.
Foi quando Harry percebeu que alguém a qual ele menos imaginaria estava ali também, presenciando tudo silenciosamente até então.
Hermione corou.
- Ah professora... – disse acanhada – Eu cresço mais não como os garotos.
- Concordo – concluiu Tonks
Harry estava surpreso por vê-las ali, ainda mais McGonagall, e o mais estranho de tudo, era que não haviam avisado-o de que iriam buscá-lo.Para aonde será que iriam levá-lo?E por que teria de voltar?
Depois de cumprimentar a professora, Harry – já que tia Petúnia não fazia nada além de uma cara de desaprovação e nojo - as levou para a sala de estar para poderem conversar melhor.
Ao chegar, se acomodaram e a tia foi convidada por McGonagall a participar da conversa, mas esta simplesmente olhou a todos aborrecida, deu as costas resmungando coisas e foi-se embora para a cozinha fechando a porta do lugar.
Tonks olhou para Harry e este deu de ombros, a mulher pareceu indignada com a atitude da tia.
-Ela sempre é assim?-perguntou hesitante.
- Quem?Ela?-apontou para a porta da cozinha, que agora estava fechada – Ah...Sim, não só ela, como também o meu tio e o meu primo.
Tonks arregalou os olhos parecendo não acreditar.
- Nossa Harry – disse admirada – Como você agüenta?
Harry sorriu.A resposta, na verdade, nem mesmo ele sabia, e, foi isso que ele disse.
- Para falar a verdade nem eu sei...-respondeu
- Você deveria receber um prêmio! – brincou Tonks –Eu não agüentaria viver com eles nem uma semana!
Todos riram, o local ficou descontraído, depois silencioso novamente.
- Hermione, por que o Ron não veio? – indagou Harry, quebrando o silencio.
- Bem – começou sentando-se no braço da poltrona em que Tonks estava – Ron não passou nos testes não é mesmo?Ele não pode aparatar.
- Então vocês aparataram? – perguntou curioso
Tonks assentiu.
- Não tivemos tempo para avisá-lo – esclareceu McGonagall – Você deve até estar achando tudo isso muito esquisito, mas não podemos perder tempo.
- Do que estão falando? – Harry sentiu-se tremer; será que Ron e Hermione haviam dito sobre as horcruxes?Não, eles não poderiam fazer isso com ele...Mas por que então McGonagall disse que não poderiam perder tempo?
Elas se entreolharam aflitas e Harry pode notar que Hermione mordia os lábios.Ele, ao ver aquelas reações, achou que algo estava acontecendo e que elas não sabiam como contar para ele.
Hermione olhou para as mãos e suspirou.
- E então?-perguntou ele impaciente -por que não podemos mais perder tempo?
- Harry... –falou Hermione lentamente –elas já sabem de tudo...
Harry olhou-a boquiaberto.Foi como se fosse afundado em um tanque de água muito fria com todo o calor que aquele verão estava produzindo, um choque.
- Eu...eu não acredito!- exclamou indignado –Eu confiei em vocês, e vocês...Argh!
- Harry, eu posso explicar-começou Hermione, agora se levantando indo na direção de Harry – Não é o que você está...
- Não é o que eu estou pensando?-falou furioso – Conta outra Hermione!Claro que foram vocês, só contei porque confiei em vocês dois!
- Mas Harry...
- Não tem justificativa!-falou ele com selvageria – pensei que vocês dois fossem meus amigos...
- E somos,mas você não deixa eu me...
-Ah!Explicar o que?-falou com rispidez
- Explicar que não foram eles.-sentenciou calmamente McGonagall – Se você tivesse escutado a Srta. Granger saberia que não foram eles, e sim o próprio Dumbledore.
Harry olhou a professora incrédulo.Logo depois passou os olhos em Tonks, que continuava a observar a cena, e em seguida para a amiga que voltou a sentar no braço da poltrona, lágrimas corriam pela face da garota,e agora o único som era os dos soluços de Hermione.
- Como assim? – voltando-se para McGonagall – Ele não pode...ele está morto – a última palavra saiu como um sussurro;Harry ainda sentia uma dor no peito toda vez que lembrava que Dumbledore se fora.
- Mas quando ele resolveu chamá-lo para ir á aquela caverna, sabia dos perigos que corria e, portanto deixou uma carta para mim e para você – McGonagall suspirou – Você sabe...Dumbledore sempre foi sábio e cuidadoso...
Dizendo isso a mulher baixou as vistas e olhando para o chão começou a chorar.Harry, que estava em pé, sentou-se de súbito largando-se no sofá.
-Mione – começou, mas percebeu que ela ainda chorava – Mione, olha para mim...
Ela ergueu os olhos; Harry pode ver o quanto ela estava triste, em seus olhos brilhavam uma preocupação que ela sempre demonstrou em relação ao amigo.
- Olha, me perdoa tá? – perguntou ele se sentindo culpado – Eu foi um idiota!Eu ando nervoso com toda essa história e eu...
-Eu te desculpo Harry – respondeu ela amigavelmente, interrompendo-o – Você sabe que eu nunca faria isso...você sabe que eu e o Ron só queremos o seu bem,não sabe?
Ele assentiu.
-Como eu disse, fui um idiota e estúpido, eu te magoei e...
-Não!-balançou a cabeça negativamente; seus cabelos castanhos iam de um lado para o outro –Não foi idiota nem estúpido!Você está com muitas coisas na cabeça; eu te entendo Harry.
Os dois sorriram em conciliação, e Tonks que havia ficado sem pronunciar uma só palavra, vendo tudo calada, tratou de quebrar o clima pesado.
-Amigos...Amigos!-ela disse olhando para cima dando a impressão de que estava sonhando acordada – Que lindo é uma amizade.
-Merlin! – exclamou Hermione aturdida i gnorando Tonks e consultando as horas no relógio –Eu vou me matar!
- Por que?
- Porque prometi a Ron que estaríamos de volta em no máximo uma hora – deu um tapinha nervoso na testa – Mas veja!Já se passaram quase duas horas!
-Oras Srta Granger! – exclamou bruscamente McGonagall –E por um acaso isso é motivo para tanto nervosismo?
- Eu fiz uma aposta com ele...-sentenciou triste –e esse é o problema.
- Que tipo de aposta?-perguntou Harry curioso.
- Se em uma hora chegássemos, ele iria ler um livro durante o final dessas férias...
- E como é que você saberia que ele realmente leu?- continuou Harry,tentando imaginar Ron lendo,mas logo desistindo por que era muito complicado.
- Eu faria perguntas sobre o livro, para ter certeza de que ele leu – respondeu Hermione sem emoção –Mas se eu chegasse com mais de uma hora...eu teria que jogar Quadribol com vocês todas as vezes que vocês quisessem jogar.
Harry e Tonks riram, e McGonagall apenas balançou a cabeça e disse:
- Pelo menos o Weasley aprenderia como é fascinante o mundo da leitura – enfatizou.
-Então quer dizer que você não terá escapatória – concluiu Harry rindo – Até que Ron foi bem esperto!
-Foi uma pena porque eu estava sonhando com o dia que veria Ron lendo “Hogwarts, uma história” – lamentou cabisbaixa.
- Se você ganhasse, Ron teria de ler “Hogwarts,uma história”? –indagou ainda rindo – Não sei qual dessas apostas seria a que me faria melhor!
-Bom Harry, cheguei a uma simples conclusão –falou Tonks.
-Qual?
-Você daria boas risadas com qualquer uma delas – e finalizou piscando o olho para o garoto.
-Hahaha – disse Hermione forçadamente fazendo uma careta – muito engraçado Tonks!Mas é melhor irmos logo, senão, daqui a pouco Ron vai me interromper todas as vezes que eu estiver lendo para jogar quadribol.
-Iremos para onde afinal?
-Para aonde mais seria se não A Toca?-perguntou Tonks alegremente
Todos se levantaram; Tonks e McGonagall foram até a cozinha conversar com Petúnia enquanto Hermione acompanhou Harry, que foi arrumar seu malão.
Eles subiram as escadas, Harry ainda estava constrangido pelo seu nervosismo e Hermione parecia pensativa e distante.
Caminharam pelo corredor silenciosamente e ao chegarem em frente à porta do quarto de Harry o garoto parou de chofre.
-O que foi Harry?-ela o olhava apreensiva – está sentindo alguma coisa?
- Não Hermione, é que -ele falou com simplicidade –não repare no meu quarto...
Ao dizer isso ele abriu a porta do quarto e acendeu a luz, entrou primeiro e em seguida Hermione o acompanhou.
Harry fitou-a e ela estava olhando todo o lugar analisando até os pequenos detalhes: de cima para baixo, dos lados, os cantos, a escrivaninha, a gaiola de Edwiges, tudo...
-Se estava constrangido por causa dessa bagunça –insinuou ela apontando para o quarto, mas dirigindo-se para Harry – Não chega nem aos pés do quarto de Ron.
Harry sorriu lembrando que realmente o quarto de Ron não era um bom exemplo no quesito arrumação.
- Se você quiser – ela falou – eu posso dar um jeitinho nele enquanto você arruma o seu malão.
-Pode ser -admirou-se em pensar que nunca imaginaria que naquele mesmo entediante dia Hermione estaria arrumando seu quarto – Se bem que eu pretendo ir embora o mais rápido daqui!
- Ah!-exclamou ela enquanto ajeitava alguns papéis na escrivaninha – quase ia me esquecendo, você só precisa levar algumas coisas para uns dez dias.
- Dez dias? – indagou Harry surpreso, parando de colocar o máximo de coisas que podia dentro da mala – Não quero mais voltar aqui!
- Acontece Harry – falou explicativa – que você precisará voltar aqui antes de qualquer coisa, se é que você me entende.
-Por que?
-Porque primeiro veremos o casamento de Gui e Fleur e você comemorará seu aniversário com a gente, só mais tarde é que você vai retornar aqui e levar todas as suas coisas...para sempre –Hermione fez questão de elaborar uma voz firme ao dizer a ultima frase.
- É –murmurou pensativo - para sempre.
Eles continuaram a fazer seus afazeres.Hermione agora ajeitava os livros de Harry na estante, enquanto que o garoto procurava seu par de tênis para por na mala.
Durante vários minutos o silencio reinou entre eles.Pensavam em várias coisas ao mesmo tempo.
As mais diversas perguntas corriam pela mente de Harry, e, o que o deixava atordoado era que não tinham resposta.O que será que Dumbledore havia dito na carta?E por que não poderia seguir sua jornada depois da estadia n’A Toca, sem ter que retornar á Rua dos Alfeneiros nº 4?
-Recebi sua carta ontem –falou Hermione séria,cortando o silêncio.
-E o que me diz? – indagou desesperançoso.Ele já havia percebido que não a convencera.
-Que foi uma péssima tentativa. – crocitou parando de arrumar e fitando-o –Você sinceramente acha que eu iria usar minha inteligência para seguir o caminho mais fácil ao invés do certo?
Eles ficaram se olhando por alguns segundos.Harry se sentiu derrotado.Não haveria jeito...se Hermione fosse, Ron iria também.Começou a refletir sobre tudo que passaram juntos e nos perigosíssimos riscos que os dois correriam em nome da amizade que possuíam; naquele momento, Harry se considerou sortudo pela terceira vez na sua vida;a primeira fora quando descobriu que era um bruxo,a segunda quando começou a namorar Gina - que para ele era a garota mais linda e com mais vida que já conhecera - ,e agora,estava ele cheio de preocupações e perigos pela frente, e seus amigos iriam seguir com ele,por esse árduo caminho.Com certeza ele eram maravilhosos.
-Não sei nem por que tentei –disse baixinho
-Ron me mostrou a carta que você mandou para ele também.
-E ele está querendo me dar um soco,não é mesmo?-indagou risonho
Hermione assentiu e os dois gargalharam.
- Você está lá desde quando?-perguntou em meio dos risos –Na A Toca?
-Desde anteontem – informou –A professora Minerva chegou hoje pela manhã e Lupin e Tonks á uns três dias.
-E como estão os preparativos para o casamento?
- Está uma correria! –contou Hermione –A Sra. Weasley está super nervosa,porque ainda não fomos ao Beco Diagonal fazer as compras e Fleur só chora,diz que tudo vai dar errado,que não está certo a noiva escolher o vestido dois dias antes do casamento,e...
-Mas ainda faltam quatro dias! - interpôs Harry
- Sim –concordou Hermione – Mas nós iremos somente amanhã ao Beco Diagonal e Gui irá também, por isso Fleuma disse que não pode ir amanhã de jeito nenhum.
- Só por que Gui vai também?-indagou Harry sem entender – E qual é o problema?
-Oras Harry!-exclamou –O noivo não pode ver o vestido da noiva!Isso é tão obvio!
- Hermione, eu não entendo dessas coisas, então pega leve, né? – contestou olhando-a.
-Desculpa – respondeu estudando o que Harry estava pondo na mala – é que ultimamente eu tenho conversado muito com Gina e...
Mas ela parou abruptamente de falar ao perceber que Harry havia ficado triste e que o garoto apertava os nós dos dedos em uma atitude tensa.
-Desculpa –repetiu Hermione vacilante –Eu...eu sinto muito Harry;por vocês dois
- Não foi nada – respondeu pesaroso
Nenhuma palavra foi pronunciada depois do ocorrido.Hermione parecia constrangida por ter lembrado á Harry algo que ele estava tentando fugir.
Harry estava cabisbaixo e realmente confuso.Se Hermione não estivesse ali,com certeza estaria chorando.
Por diversas vezes, pensou em pedir conselhos á Hermione sobre Gina.Agora,não sabia como agir;metade de seu ser dizia que era melhor continuar como estavam e a outra metade para voltar para ela.
Precisava desabafar,precisava de um ombro amigo,e quem melhor que Hermione para ele tratar desses assuntos?Respirou fundo e criou coragem,realmente necessitava saber o que a amiga achava sobre toda aquela história.
-Mione?
-Harry?
-Será...-começou a falar, apreensivo –será que eu posso falar com você sobre...sobre...
-Sobre Gina? –perguntou ela notando o constrangimento do amigo; ele assentiu –Claro Harry.
-Quero saber sua opinião sobre eu não ficar com ela...você sabe...para protegê-la – quis saber Harry meio aflito.
-Sinceramente?
-Sim.
-Acho que você está fazendo bobeira – disse solenemente ignorando um Harry contrariado – você não percebe que só está fazendo você e Gina sofrerem?
- Pelo amor Hermione!Eu só quero o bem dela e além do mais... –apressou-se a se auto-explicar.
- Posso terminar ou você mudou de opinião e não quer mais saber o que eu acho? –perguntou séria e com rispidez
-Não –guinchou –vou me calar
-Acho bom – disse desafiando-o –Continuando, acho que se Você-Sabe-Quem quer capturar vítimas que sejam pessoas que você gosta, com certeza ele já sabe que Gina é uma delas.
-Mas se eu me afastar dela dificultam as coisas para ele, não?
-Você acha?-indagou ela sarcástica –Pois eu não.Tenho a firme convicção de que se Voldemort quiser ela, ou qualquer um de nós, ele batalhará para pegar independente de que estejam ou não com você.
-Então,a sua opinião é:”Harry foi impulsivo e super-protetor,acho que ele deve voltar para Gina,pois se Voldemort a quiser não importa se estão namorando ou não,ele sabe o que Harry sente por ela.” –concluiu nervoso –É isso?
-Exatamente –disse ela por fim
-Por favor,não comente com ninguém o que conversamos aqui.– pediu á amiga –Com ninguém.
-Pode deixar-respondeu passando firmeza ao garoto –Confie em mim.
Harry estava quase terminando de arrumar seu malão quando Hermione disse:
-Ufa!-suspirou –Acho que terminei...
-Uau!-falou ele vendo o quarto todo arrumado -Que diferença!Valeu Mione...
-Não tem de quê –falou sentando-se em uma cadeira –já está acabando?
-Não;já terminei-respondeu ele fechando a mala -Vamos,então?
-Vamos.
Hermione já estava quase girando a maçaneta da porta quando Harry a chamou.
-Mione?
-Sim?
-Você acha que eu ainda tenho chance?Quero dizer...com Gina?-indagou envergonhado
-Ah Harry!- riu -Conta outra!
-Então ainda tenho?
-Sempre teve.
E dizendo isso, ela deu as costas e abriu a porta.Com um último olhar ao quarto arrumado ele seguiu Hermione que, apressada, já estava no meio da escada.
Tonks e McGonagall estavam esperando os garotos no hall e após alguns sermões pela demora, proferidos por Minerva, eles se despediram dos tios e do primo de Harry.
Tio Valter, que havia chegado do trabalho, estava satisfeito em saber que Harry iria embora e que voltaria apenas para pegar suas coisas, porém Tia Petúnia exibia uma feição tensa, mas que Harry pensou ser por causa de toda aquela “ralé” sujando os seus tapetes.Duda, que se escondia atrás da mãe, estava morrendo de medo, e tremia todo o seu gordo corpo até o último fio de cabelo.
Hermione postou-se ao lado de McGonagall e Harry agarrou-se ao braço de Tonks.Quando todos estavam preparados um forte repulso os envolveram para um nada que parecia existir embaixo dos seus pés, e eles aparataram n’A Toca sob os olhares aterrorizados dos Dursley.


N/A.:Aí está o segundo cap...axei melhor do que o primeiro...**
COMENTEM POR FAVOR!!~~






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