Amor
Harry saiu correndo da Sala Precisa, batendo a porta atrás de si, desceu as escadas em direção de Rony, só que no caminho, encontrou Lúcio Malfoy.
- Minha nossa Potter, conseguiu acabar com Belatriz? – fingindo estar surpreso.
- Isso não é da sua conta.
- Como não, Potter? Eu e ela planejamos esse ataque o tempo inteiro...
- Chega de conversa fiada, Malfoy. Parece que está com medo de lutar comigo.
O homem deu uma risada alta.
- Medo, Potter? De você? NUNCA! – disse lançando um feitiço estuporante em Harry.
- EI! PAI!
Lúcio Malfoy se virou e viu seu filho, Draco ali o encarando com a varinha em punho.
- Saia, Draco. Pode deixar que eu acabo com esse moleque.
- E quem disse que eu quero acabar com ele?
- Mas o que... – disse Lúcio com uma expressão confuda no rosto.
- Sim, pai, isso mesmo. Eu quero lutar com você. Não agüento mais ver esse seu jeito de ser, já matou tantas pessoas, maltratou a mim, minha mãe, famílias de puro sangue que recebem bem os trouxas. Fazendo isso, pai, você acaba com você mesmo, prova que não merece nada nessa vida.
Harry olhava a cena pasmado, de queixo caído literalmente.
- Eu não te dei o direito de falar assim comigo, Draco!
- Você não me dá mais direito a nada Lúcio, você não merece nada. Eu vi você traindo a minha mãe a vida inteira com essa tal de Belatriz Lestrange. Me maltratou de tal maneira que eu nunca vou esquecer, e eu, o idiota aqui, acreditei em todas as suas palavras, que você dizia ser “boa educação”. Dizia que era privilégio ser sangue-puro. Não pai, isso não é privilégio, privilégio é ter bondade no coração, porque o mal apenas nos leva para o mau caminho. E esse mau fez de você essa pessoa horrível, sem amor. Graças a Merlin eu pude entender isso com tempo ainda.
- CHEGA! CRUCIO!
Draco desviou da maldição, ele tinha certeza que seu pai não se importaria de lutar com o próprio filho, afinal, era só mais uma pessoa na sua ‘preciosa vida’.
- EXPELLIARMUS!
Lúcio desviou, com grande facilidade. Disse entre risos:
- Você realmente acha que esse feitiço meia boca consegue acabar comigo?
- Você pode não achar, mais eu acho. Explelliarmus! – disse Harry desarmando Lúcio Malfoy.
- Ora, ora, Draco. Virou amiguinho do Potter foi? Resolveu virar herói também?
- Cala a boca! – gritou Harry.
- Deixa Harry, pode ir salvar os outros, eu sei me lidar com ele.
- Ah, mais não vai mesmo! – disse Belatriz Lestrange que apareceu atrás do moreno.
- Como...? Eu tinha acabado com você...
- Ah Potter, me poupe, você não é nada perante a mim!
- Não, é? Então me explica como eu consegui derrotar o “grande Lorde das Trevas indestrutível”?
- Isso não vem ao caso agora. Crucio!
Harry recebeu o feitiço no meio do peito. Sentiu um formigamento no estômago como se nada tivesse acontecido. A correntinha em seu bolso brilhava como nunca, e o moreno colocou-a em seu pescoço, sentindo uma coisa boa tomando conta de si.
- Petrificus Totallus!
Belatriz caiu paralizada no chão. Harry foi ajudar Malfoy a lutar com o pai enquanto sua inimiga não acordava. Só que não percebeu quando ela levantou. Belatriz estava de pé, atrás de Harry.
- AVADA KEDAVRA!
Madame Pomfrey se virou para pegar algumas poções e quando virou, viu Hermione flutuando sobre a cama, quando de repente, a morena abriu os olhos e gritou tão alto que a senhora teve que tapar os ouvidos.
- HAAAAAAAARRYYYYYYYY!
Dizendo isso, Hermione caiu com tudo na cama, com os olhos fechados. Seus batimentos estavam diminuindo a velocidade.
Harry caiu no chão, inconsciente. Estava em um vácuo, não dava para ver nada, percebeu que estava nu, sem óculos e deitado no chão. Se levantou e se lembrou, ele estava morto. Seria esse o paraíso? Mas e Hermione, ele a deixou? A amava tanto, como pôde fazer isso com ela? Se lembrou que ela estava em coma profundo, e que ele não poderia ter deixado-a lá, correndo risco de vida. Ele ouvia alguma coisa, que começou baixa e logo foi aumentando, parecia batidas de um coração. Batidas fracas, que ‘diziam’ que o coração ia parar de bater a qualquer instante, foi ai que ele percebeu. Era o coração de Hermione, ela estava morrendo. Não podia deixá-la morrer, ele a amava tanto. Ela ainda era muito jovem, tinha uma vida inteira pela frente.
Colocou a mão no pescoço e sua correntinha estava lá. Ele segurou sua metade do coração com força, desejando como nunca desejou algo na vida, que Hermione ficasse bem. Então a correntinha começou a brilhar novamente e ele sentiu um puxão forte no umbigo.
Harry abriu os olhos, Belatriz estava lutando com Rony. Seu amigo chorava como uma criança, o rosto marcado com as lágrimas e a sujeira de seu rosto. Ele gritava toda vez que lançava um feitiço e Luna estava sentada, encostada na parede, seus braços segurando as pernas, e ela chorava copiosamente.
Foi então que Harry percebeu, ele havia morrido e voltado a vida, graças a aquela correntinha que Hermione lhe dera.
O moreno se levantou, agora vestido, com seus óculos no rosto e a varinha em suas mãos. Draco não estava mais lá, apenas o corpo caído de Lúcio Malfoy no chão, parecia inconsciente.
- Deixe ela comigo, Rony.
Rony olhou assustado para ele.
Como...mas, como você conseguiu Harry?
Belatriz se virou, só que não deu tempo nem de pensar, Harry lançou a maldição da morte nela. Caiu com tudo no chão, só que sua feição não demonstrava dor, não demonstrava nada. Ela estava morta.
Harry mantinha os olhos fixos no corpo de Belatriz, ali, caído no chão, bufava, sentia falta de ar.
- HARRY! HARRY! COMO? COMO VOCÊ....?
- Não sei, Rony, eu realmente não sei. Só sei que o que eu senti enquanto estava morto, foi amor. Eu amo tanto Hermione, que tive forças para voltar a viver.
Rony não disse nada, nem alguma demonstração de ciúme, pois ele sabia que o amor que Harry sentia por Hermione não era um amor qualquer. Era um amor puro e verdadeiro, sem mentiras e traições. Era um amor que estava acima de todos os outros, tão forte que eles se protegiam mesmo estando muito longe um do outro.
Foi quando de repente, começaram a aparecer dementadores, centenas deles, vindo na direção de Harry. O garoto ficou desesperado, os dementadores sugavam a felicidade de Rony e Luna na sua frente, não conseguia ter alguma lembrança feliz naquele exato momento.
Apenas lembre, Harry, em focalizar-se em uma lembrança feliz quando você for realizar seu patrono.
Eram as palavras de Hermione vindo em sua mente. Aquelas palavras deram tantas forças a ele, que o garoto não esperava conseguir tão cedo. Então ele lembrou nos momentos que passou com Hermione, com Rony. De suas férias na Toca, na sorveteria no Beco, nos momentos de Hogwarts. Se lembrou dele e Hermione aproveitando o fato de serem monitores-chefe para se agarrar no corredor.
- EXPECTO PATRONUM!
Um veado muito brilhante e grande saiu da varinha de Harry, despistando todos os dementadores presentes ali.
A guerra durou mais algumas horas, Harry, Rony, Luna, Gina, Draco e Neville combateram fortemente os comensais que ainda faltavam. Todos os comensais (conscientes e os inconscientes) foram presos em uma cela fortemente protegida com feitiços que Dumbledore havia lançado, para os mal-feitores não conseguissem sair de qualquer jeito.
Havia alunos também no Salão Comunal, feridos, uns nem tanto e outros bem machucados. Dino Thomas era um desses, estava gravemente ferido, sua perna jorrava sangue. Dumbledore e McGonnagal o ajudavam a se recuperar, enquanto Madame Pomfrey estava em algum lugar com Hermione.
Harry e Draco estavam sentados no chão do Grande Salão, imóveis, o único movimento que faziam era o da respiração.
- Por que fez aquilo? – perguntou Harry.
- Por que ele merecia, você não faz idéia do tanto que ele me fez sofrer, Potter.
- Não acho que seja só por causa disso, Malfoy. Você mudou muito de uns tempos pra cá.
- É que eu percebi que o mal não leva a lugar nenhum. Como está a Granger? – disse ele tentando mudar de assunto.
A feição de Harry mudou completamente, parecia que estava com medo. E para Harry Potter sentir medo, a coisa devia ser grave.
- Eu não sei.
- Como não sabe, Potter?
- Não sei se ela melhorou, quando a deixei com Madame Pomfrey ela estava em coma. Belatriz lançou um feitiço poderoso nela, e a enfermeira disse que talvez ela não resista.
- Sinto muito, Potter.
- Mas, eu sinto alguma coisa aqui dentro de mim, que Hermione vai ficar bem.
- Sim, ela vai.
- Sabe Malfoy, é muito estranho ver você falando assim comigo.
- Não estranhe Potter, pois vou falar assim com você sempre, a partir de hoje.
- Eu ainda acho que você lutou com seu pai só por causa de que ele merecia.
- Pois acho, Potter. É a verdade.
- Tem certeza?
- Não.
- Eu sabia! Quem é?
- Quem é o que?
- Que você está gostando.
- De ninguém!
- Ah, conta outra.
- Weasley.
- O QUE?
- Sim, isso mesmo que você ouviu. Se você quer a verdade, terá a verdade. É dela de quem eu estou gostando. Por causa dela eu fiz tudo isso.
- Sr. Potter! – chamou Minerva. Harry olhou para ela. – Madame Pomfrey está levando Hermione para a Enfermaria. Pediu que eu o avisasse, e que era pra você ir pra lá imediatamente.
- Tudo bem.
Harry se levantou e saiu correndo do Grande Salão em direção a Enfermaria.
- Que bom que chegou, Potter.
- Aconteceu alguma coisa com Hermione?
- Não, não, muito pelo contrário, seu estado melhorou consideravelmente a mais ou menos uma hora atrás. – Harry se lembrou que parecia o momento em que ele havia voltado a vida. – Mas não o chamei aqui por causa disso.
- Não?
- Acho melhor você se sentar.
- Por quê?
- Porque você pode não agüentar ficar em pé.
- Anda, o que aconteceu?
- Ela está grávida.
N/A.: UIAAAAAAA! A Mione ta grávida! :D
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