O Outro
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– CAPÍTULO TRINTA E TRÊS –
O Outro
O céu estava meio escuro, mas o sol ainda brilhava no horizonte quando Neville, Gina, Hermione, Luna, Rony e Harry se dirigiam a cabana nova de Hagrid, onde Bicuço brigava ríspido com Resfine na horta de abóboras.
Harry adiantou a bater na porta da cabana.
– Oi Harry... – Hagrid levou um susto ao ver a quantidade de jovens que estavam a sua porta. – Entrem, entrem!
– Não, temos que ir, a Mc... Profa. Minerva vai nós encontra no cabeça de javali! – Exclamou Harry fazendo um “tour” com o olho na veste nova de Hagrid.
– Ah Harry é só uma capa que ganhei da.. Da Olímpia, você sabe né?!
– Certo, certo. – Todos riam. – Mas vamos.
Rony abraçava Hermione, o mesmo fazia Harry e Gina, deixando Neville e Luna conversando constrangidos com Hagrid no caminho.
Não foi difícil passar dos portões de entrada com Hagrid acompanhando–os. Uma caminhada fresca e suave da tarde os levava em direção a Hogsmeade ao cabeça de javali, onde as portas estavam abertas e empoeiradas.
Três únicas pessoas alem do barman alto, magro e eficaz no balcão, estavam sentados a uma mesa mais ao lado do bar, fazendo com que o grupinho que acabava de chegar fossem para mais aos fundos.
– Por favor... – O barman limpando uma bela faca prateada olhou para Harry e perguntou o que queriam usando um sinal. – Uma, duas, três... Sete cervejas amanteigadas.
– Não, não! Prefiro Whisky caramelado! – Disse Hagrid sentando em duas cadeiras ao mesmo tempo.
O rapaz com aparência muito velha e de capa preta, levou as bebidas ate a mesa deixando escapar um corte em um dos dedos e tapando rapidamente.
– Mas alguma coisa? – Perguntou com sua voz aguda e suave.
– Não obrigado!
– Que cara mais estranho, não? – Exclamou Rony quando o barman entrou atrás do balcão e voltou a limpar sua faca.
– Ele parece com alguém, mas não consigo lembra quem! – Exclamou Hermione olhando novamente para o rapaz!
Hagrid deu um arroto estrondeante ao engoli um gole de Whisky, o bafo do meio gigante fez com que os garotos tapassem o nariz.
– Cada vez melhor em Rúbeo!? – McGonagall se aproximava da mesinha rodeada de pessoas.
– Que nada Minerva!
– Sim, Harry qual a urgência em me chamar para uma conversa? Creio que seja uma reunião. – Minerva com seu chapéu cúbico cumprimentou todos na mesa.
O silencio se pairou, nem mesmo Hermione sabia por que Harry queria fazer uma reunião em Hogsmeade em plena segunda.
– É... É sobre algo que me chateia muito... – Harry mirou a garrafa na boca e continuou. – ...Voldemort… creio que já sabe de minha procura a suas almas.
Rony e Hermione franziram a testa enquanto Luna e Neville abriram à boca.
– Como você pode saber disso Harry? – Perguntou Minerva se acomodando em uma das cadeiras de madeira.
– Draco, Malfoy me contou que Voldemort estava conversando com Snape... Que o Lord estava desconfiado... Desconfiado que Dumbledore estivesse procurando as Horcruxes dele.
– Mas, mas Dumbledore faleceu e Você – sabe...
– É, mais Snape agora sabe que eu procuro as Horcruxes, ele sabe do globo negro que peguei na casa dos gritos, e com certeza já deve saber também que estive no orfanato e já destruir a Horcrux.
Luna estava pálida, Neville pasmo e Hagrid dera outro arroto.
– Pelas minha contas e de Dumbledore, só resta uma alma, que pelo que Draco me falou, é Nagini, a cobra de Voldemort...
– Mais como Poderemos destruir...
– Eu destruirei esta Horcrux como qualquer outra. – A primeira palavra de Harry saiu com maior ênfase, deixando Minerva ainda mais enrugada.
– Suponho que sim!
– Voldemort não esperara mais pra atacar, isso eu sei! – Harry deixava-os ainda mais pasmo.
– Harry você tem que se cuidar, não quero que morra! – Disse Gina chorando.
– Não, acho que não morrei antes de matar VOLDEMORT!
A feição de mais ninguém estava firme, só a do Barman que agora limpava uma bacia brilhante muito bonita.
– Neville, acho que não é o momento certo para dizer lhe isso, mas não gostaria que alguém escondesse algo assim de me...
– O que... – Perguntou o garoto prendendo-se debaixo da mesa, esperando algo que o eliminasse de vista.
– Você seria a segunda opção, a profecia, você poderia esta com essa cicatriz... – Harry levantou o cabelo sujo com a mão e deixou a cicatriz exposta. –... Você poderia ser o “escolhido”.
McGonagall surpreendeu-se com a afirmação deixando um lenço preto a sua mão cair.
– Que...? – Neville não entendia nada do que Harry dizia, assim também aparentava Gina e Luna.
– Você... Voldemort não escutou a profecia inteira e foi logo procurando um menino que tivesse nascido naquela noite... – Harry pensou um pouco. – ... E os únicos bruxos que nasceram naquela noite, foi eu e você.
Neville deixava o olho ainda mais arregalado e sua mão estava tremula.
– Você quer dizer, se não fosse... Você o escolhido... Seria eu?
– É!
– Não exatamente se fosse o Harry... – Disse Hermione chamando a atenção da conversa para ela. –... Aquele– que– não– deve– ser– nomeado tinha uma inveja tremenda de Tiago, por ser rico e ter tudo que queria, ai com certeza juntou sua sina por Tiago e a profecia, deu no que deu...
Harry pensou no recorte de jornal e figuras e confirmou com a cabeça.
– Com licença, eu estava escutando a conversa de vocês... – O barman puxou um orelha extensível do bolso.
– Com ousa... Será comunidade ao ministério da magia... – McGonagall não deu mais uma palavra quando o bruxo olhou fixamente para ela. – ...ÃH, quem é você?
– Vamos lá em cima ao quartinho que lhes conto tudo, tem muita gente aqui. – Agora o Barman passava o olho na mesa onde havia três bruxos com capuz.
Todos se hesitaram, mas logo Minerva e Hagrid levantaram fazendo com que os garotos repetissem o mesmo.
– Hagrid, creio que poderá dar uma olhadinha no bar enquanto converso com seus amigos, não?
Hagrid um pouco nervoso aceitou com um gesto e se sentou novamente.
Todos andaram o centro do bar ate subirem à velha e nojenta escada que dava a uma porta ainda mais velha.
– Aqui! Entrem. – O bruxo abriu a porta e trancou depois que todos haviam entrado. – Sentem! – Haviam varias cadeiras do lado de uma cama bem cuidada e cheirosa.
Depois que todos estavam devidamente acomodados o rapaz começou a andar pelo quarto deixando todos ainda mais ansiosos.
– Sou Aberforth Dumbledore, irmão legitimo de Alvo Dumble...
– Que? – Minerva não se controlou na pergunta, enquanto os outros ficaram imóveis, congelados pela surpresa.
– É, sou o irmão de Alvo, e trabalhava para o ministério, mas me aposentei e resolvi ajudar o Regulus Black, irmão do seu padrinho, Harry, ele era um comensal e se arrependeu por descobri que Voldemort havia feito Horcruxes, creio que você saiba muito bem o que é uma Horcrux, não é mesmo? – Aberforth continuou com o sinal positivo de Harry. – Então antes que Voldemort conseguisse matar Régulos, ele me contou que existiam as horcruxes e que ate já havia destruído uma, o colar de Slytherin.
O bruxo direcionou–se a um armário quebrado e obscuro ao canto do quarto e retirou uma caixa repleta de feitiço.
– Essa caixa... Essa caixa não é aquela que...
– É sim, Mundungus pegou para me, afinal ele quem vem conseguindo artefatos e objetos que podem me ajudar, lembra do ano passado em que você encontrou ele com varias coisas da casa de Sirius.
– Lembro sim!
– Eu que pedi a ele que me trouxesse essa caixa, mas ele não soube distingue e trouxe vários objetos que não precisava.
– Mundungus esta trabalhando pra você?
– Não exatamente, Mundungus não é confiável, eu dou alguns galeões a ele a cada tarefa que eu preciso da sua ajuda, ate mesmo naquela luta desnecessária na rua dos trouxas, eu que mandei Mundungus compra o conjunto de prata, e causou toda aquela confusão. Aquele homem que apareceu rapidamente depois da luta fui eu, precisava do conjunto que Mundungus não conseguiu pegar, e aproveitei para obter unha e pelo de Lobisomem, algo que é muito raro e necessário em algumas poções.
– Então o bilhete foi você quem deixou?!
– Foi, Harry!
Minerva e os outros só escutavam atentos a conversa. Aberforth dizendo algo mentalmente abriu a caixa que brilhou.
– Aqui esta o colar, mas não contem alma alguma. – O bruxo retirou a persa que deixava os olhos de Luna e Neville hipnotizados. – Regulus fez o favor de destruí-la.
– Nossa! – Exclamou Rony segurando a mão de Gina e Hermione.
– Do jeito que escutei vocês lá em baixo, só resta àquela cobra né? – Perguntou o Bruxo mexendo o bolso da capa com a mão.
– É sim, eu destruí o diário de Riddle a cinco anos atrás e Alvo destruiu o anel de Slytherin. – Harry olhou para Rony e Hermione. – E nesse ano eu o Rony a Hermione e com a ajuda da Gina destruímos a taça de Rufflepuff, o talismã de minha mãe... – Ele pensou um pouco. –... Descendente de Grinffindor, e agora esse colar que já esta destruído.
– Muito, muito bom! – Disse Aberforth retirando a varinha prateada, comprida e com uma ondulação na base, que mais parecia uma adaga sem fio de dentro da capa.
– Nossa! – Agora quem exclamava era Neville ao olhar a varinha.
– Mundungus que lhe arrumou a varinha também? – Minerva estava pálida ao perguntar.
– Não, não, isso é outra historia interessante. – O Bruxo lacrou a caixa novamente guardando o colar no armário. – Sabe o Olívaras dono da loja de varinhas no Beco Diagonal?
Harry e os outros balançaram a cabeça positivamente.
– Esse sim esta trabalhando para me, ano passado fui ao Beco Diagonal procura–lo e oferecer segurança em troca de uma varinha de prata e muito eficiente.
– Por isso pensamos que ele tinha fugido. – Disse Rony perplexo.
– Quem fugiu foi o Florean estava com medo que Voldemort fizesse uma visitinha a sua sorveteria, mas Olívaras ficou e aceitou na mesma hora minha proposta, hoje ele esta trabalhando em Londres em uma loja de brinquedos, ninguém sabe, a não ser eu e vocês agora. – O barman descansou sua mão na cabeceira da cadeira e continuou. – Imagino que nenhum de vocês tenha ouvido falar de mim, exceto Minerva, digo, profa. McGonagall.
– Pode me chamar de Minerva. Era o tratamento que recebia de Alvo... – Minerva pensou e decidiu não completar o nome do diretor. – Bem, eu já ouvi, já vi, para falar a verdade... Moody mostrou–me uma foto da antiga Ordem da Fênix.
– Ah, o auror jovem, aquele sujeito esquisito.
Harry se esforçou para não rir. Fora exatamente o que Moody dissera sobre o irmão de Dumbledore. Harry teve vontade de perguntar sobre o incidente com o bode, mas achou melhor ficar quieto. Aberforth, com um sorriso, continuou:
– Temo que este incidente tenha sido o meu feito mais famoso, acrescentou num sorriso olhando diretamente para Harry, que estava pálido. Mas em outro momento dou a explicação que ele merece. Foi uma história interessante, essa do bode.
– Mas então foi o Senhor que envenenou o sujeito no ministério? Estivemos pesquisando, com a ajuda da profa. Sprout e de Longbotton... – E o olhar de Aberforth saiu de Harry e caiu severamente sobre Neville.
– Sim, foi eu. Nada sério. Oh, sim, sim, chifres de Erumpente é sério, mas enviei um antídoto para o homem, que é dado a tratamentos alternativos. Pesquisaram, foi? E o que encontraram? (o bruxo parecia curioso em saber)
– Bem, não muita coisa, sabe... Não há muitos registros acerca destas substâncias... – Explicava–se McGonagall.
– Com licença, profa. Minerva... – O tímido Neville a interrompeu. – Eu juntei alguns artigos antigos de bruxos não licenciados, e neles haviam muitas menções ao sangue de dragão, chifres de erumpente, e outros animais combinados a ervas e plantas. Pedi ajuda do prof. Slughorn e consegui descobrir que existe um meio indetectável para fechar a mente, se acrescentarmos à poção raspas de casco de caranguejo, aplicadas a feitiços obliviadores. E outras coisas também, como escudo império, poção Morphulatenum e tal de... Poção trono. (essa última ele acrescentou baixinho) – Minerva não disse nada. Somente olhava estupefata para o rapaz, que não era capaz de transfigurar uma lesma e havia aprendido coisas que ela julgava impossível a um garoto de dezessete anos.
– O que diabos é isso que você falou, Neville?! – Perguntou Rony.
– Bem, o escudo Império é um contra-feitiço complexo para algumas maldições. Imperius e Cruciatus, por exemplo. A Morphulatenum, a que eu mais gostei. – Acrescentou corando. – É uma poção de auto-transfiguração. Semelhante à polissuco, mas com a diferença que você pode se transformar como quiser e dura mais que 24 horas. Para pessoas que não são metamórfogas ou animagos, como Tonks e profa. Minerva, ou que não conseguem transfigurar direito, como eu. A de fechar a mente eu consegui reproduzir com o prof. Slughorn, mas não testamos. E a trono, eu não entendi muito bem para quê serve...
– A Trono? A trono permite que você lance feitiços simultâneos não-verbais. É uma poção que confere muito poder a um bruxo experiente, mas poderia ser desastrosa e muito perigosa se usada por um bruxo iniciante, principalmente para ele mesmo! De qualquer forma, pouco importa, porque até hoje ninguém conseguiu o ingrediente principal, o tal licor. Ninguém nunca conseguiu extrair licor do tal bambu dinamarquês, aquilo é mais seco do que pedra! – Exclamou McGonagall, empertigando-se.
– Professora, Fred e Jorge conseguiram. Eu... Digo, nós vimos.
– Vocês?... – McGonagall e Aberforth exclamaram juntos, Aberforth já não sorrindo mais, perplexo.
– Estou impressionado. Bruxos renomados não conseguiram, e minha poção não foi licenciada, por julgarem-na impossível, embora tivessem visto seus efeitos. Longbotton lamento sinceramente por seus pais. Você herdou o brilhantismo deles, pelo que estou vendo. (Neville estava roxo) Você disse que conseguiu reproduzir a Memória, mas não chegou a testá–la. Entendo o por que. Se ainda tiver um frasco com ela, saberei se está certa pela coloração, é cristalina com reflexo lilás, e forma uma névoa na superfície do líquido.
– Eu acertei!!! – Gritou Neville de supetão. – Eu acertei a poção! É assim mesmo, não falava de névoa e eu achei que estava estragada, mas guardei assim mesmo! – Parabéns, Neville! Todos assentiram animados.
– E a jovem Weasley e essa outra moça, não nos apresentamos...
– Gina achou um horcrux para mim, e Luna... No ministério...
– Luna conseguiu os artigos não-licenciados. – Interrompeu Neville. – Ela é da Corvinal, nós da Grifinoria.
– Éramos da mesma casa, então, Luna. Eu também fui da Corvinal, e Alvo foi da Grifinoria. Não sei por que mamãe pôs o nome dele de Alvo. Ele era ruivo, e o branco era eu. – Comentou animado.
– Neville... – Interpelou Hermione. – Como você conseguiu as raspas do casco de Caranguejo – de – fogo? É um artigo não-comercializável.
Neville se desconcertou, mas achou melhor dizer a verdade. Com Remorso, disse baixinho: O prof. Slughorn tinha uma caixinha... Era um pouco de poeira que não cobriria um galeão.
– Ah, eu posso explicar isso, meu estoque de rabo de unicórnio havia acabado e meu fornecedor o havia "cedido" à Slughorn, pelo que soube, então troquei essa "especiaria" por algumas mechas. (Harry se ajeitou na cadeira. Lembrava bem do ocorrido, na noite em que conseguiu a memória de Slughorn para Dumbledore. Havia tanto que perguntar sobre o Diretor, agora ele entendia o que ele quisera dizer sobre ter um bom– relacionamento com os donos de bares locais... Mas havia assuntos da Ordem mais urgentes, e o tempo estava passando) – Sr. Aberforth. – Indagou Harry movendo– se mais pra frete da cadeira. – O Olívaras... Creio que eu precisasse trocar minha varinha. E você disse que trabalhava no Ministério? Moody dissera que lhe viu uma única vez...
– Ah, Priori Incantatem! Creio que não precisará trocar sua varinha. Depois Falaremos disso. E o auror nunca me viu porque eu era um Inominável. Eu estava prestes a desvendar um mistério insondável, quando decidi abandonar. Não havia ninguém apto a dar continuidade, então não divulguei meus estudos. Até ouvir falar de sua mãe, Potter. Mas, infelizmente, não deu tempo. Agora creio que já ficamos tempo demais aqui em cima. Entraremos em contato logo, eu presumo. Foi um prazer conversar com vocês. – E sem mais palavras o Barman irmão de Alvo, saiu encostando de leve a porta.
– Pelo visto, terei que ficar por aqui um tempo, profa. Minerva...
Os olhos de Gina brilharam felizes ao saber que seu namora ficaria por perto mais alguns dias.
Depois de alguns minutos todos saíram do transe que Aberforth havia deixado com suas palavras e voltaram para o térreo onde a atmosfera fria e sombria, continuava junto aos três homens de capuz e ao Barman que já estava lavando os copos.
– Cadê o Hagrid. – Perguntou Luna ainda um pouco desconcertada.
– Deve ser aquele enorme poste ali na frente do bar. – Rony apontou com o dedo para uma figura enorme que estava escorada do lado de fora do bar conversando com uma moça.
Ao passar pelo balcão Harry deixou uma piscadela para o barman juntamente com alguns galeões para pagar as cervejas e o whisky que haviam consumido.
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