Feitiços, Socos e Magia
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– CAPÍTULO VINTE E CINCO –
Feitiços, Socos e Magia
Uma figura adentrou a silenciosa cozinha.
– Quim, achei que você não viesse mais! – Arthur adiantou– se sorrindo.
– Eu tinha que vir, Arthur... – Disse Shacklebolt em tom urgente. – Precisava vir.
Arthur olhou instintivamente para a travessa com algumas panquecas que ainda estava pairando na mesa, e devolveu um olhar espantado ao auror.
– Sim, por isso também, Arthur. Sra. Molly, – E fez– lhe uma reverência, ao que Molly enrubesceu e apressadamente retirou as travessas para aquecer novamente.
– E qual seria o outro motivo, Quim? Trouxas? – Perguntou Minerva retirando uma broa envelhecida com passas aladas da panela e pondo no prato.
– Bom, creio que este seja um dos motivos da minha visita, Molly. Temos um problema em alguns antiquários na Silverwood com a Praça dos Álamos, alguns feitiços foram detectados na área.
– Mas isso é Londres! Arthur, querido, você não cuida mais disso! E Perkins?
– Exatamente esse o problema, Molly. Perkins está no St. Mungus, intoxicado por um emplastro de zincalorium e mortiço que na realidade eram vísceras de caranguejo de fogo. Ainda não descobriram o veneno, mas encontraram felpas que acreditam ser de chifre de erumpente. Se for verdade...
– Estamos lidando com falsários de luxo... – Comentou Arthur pensativo.
– E um verdadeiro “especialista”... – McGonagall adicionou e levantou– se, contrita. – ...como enganam assim um Auror como o Perkins?!
– É uma armadilha, papai. E... – Advertiu Fred.
– Vocês irão precisar da gente! – Concluiu Jorge, cutucando o irmão com o ombro.
Os gêmeos Weasley eram realmente fantásticos tratando– se de sabotagem. Inegável o conhecimento e competência que tinham, mesmo não sendo muito adeptos aos métodos de aprendizado tradicionais. Harry e Sr. Weasley concordaram com um aceno, e Harry continuou:
– Aproveitando que quase todos os membros da Ordem estão aqui. – Harry animara. – Bem, eu tenho um assunto sério para discutir antes de tomarmos qualquer atitude, venho pensando nisso há algum tempo e é necessário tomarmos uma decisão. Mione, Rony e eu já tivemos experiência disso no passado e vocês também. Tanto na AD, quanto na Ordem, há dezessete anos e mais recentemente, existiu um traidor no grupo. Sabemos os meios de Voldemort, sim, de Voldemort! – Harry repetiu, lançando um olhar à Molly que gemeu com a palavra. – Para conseguir o que quer. Ninguém aqui está a salvo de ser vítima destes meios. Conhecemos– nos cada um e confiamos hoje como confiamos no passado. E como desconfiamos, também. – Encarava Lupin nos olhos, ambos estavam emocionados. Harry não esqueceu que Lupin fora alvo de desconfiança por preconceito, e se não tivesse sido, talvez seus pais não tivessem morrido. Poucos sabiam disso. Todos estavam constrangidos, inclusive Harry; era uma questão delicada, porém necessária. McGonagall assentiu:
– Potter tem razão. – O constrangimento não foi abalado com a afirmação. Olhando para cada um, buscando apoio, acrescentou. – Não se trata de desconfiança pessoal, mas de precaução em relação à segurança de todos na Ordem! Temos que nós precaver de...
– Sugiro... – Harry interrompera a diretora. – ... Que escrevam seus nomes em um pergaminho e Mione faça uma azaração, deu certo com a AD. Depois faremos uma reunião com todos os membros. Eu confio em Mione (a garota corou com o "confio" enfático), mas isso não quer dizer que os outros não sejam confiáveis, não seria justo. Se todos estiverem de acordo.
– Harry, não acho que a azaração anti–acne da Heloísa seja o suficiente nesse caso... – Todos riram da simplicidade da garota. – ...e, devo admitir... – Fez uma pausa e olhou para os gêmeos, sorridente. – Que eu sou realmente confiável, mas em matéria de azarações, eu confio mais nesses rapazes aqui.
– Estávamos nos perguntando quanto tempo você ia demorar...
– Para admitir que somos confiáveis em alguma coisa. – Brincaram os gêmeos, levantando e beijando o rosto de Hermione, que estava sorrindo completamente vermelha entre os dois!
– Ora, francamente, vocês dois...
– Todos de acordo? – Perguntou Minerva, levantando a mão, seguida dos demais, que estavam rindo. Todos assinaram o pergaminho e os gêmeos se afastaram com o embrulhado de pergaminho, do grupo.
– Bem, como faremos com você então, Arthur? Você ira a Londres? – Perguntou Quim confuso.
– Shacklebolt, você pode "oficialmente" acompanhar Arthur? – Harry decidira reagir. – Ótimo. Vocês... Ah chamem o Bodric e vão com cuidado, e eu, Remo e Moody acompanharemos na surdina. Fred e Jorge irão conosco. Rony e Mione, preciso que vocês fiquem com a Sra. Weasley e Dobby, esperando Monstro. Lestrange, vocês sabem. Dobby, eu posso pedir a você que o detenha se ele tentar escapar? – Dobby já estava animado, e concordou com entusiasmo. – Minerva, é ah... Professora McGonagall, preciso que a senhora volte para Hogwarts, peça à Tonks para observar Percy no Ministério... – Arthur inspirou e olhou para o alto, claramente se controlando, ao invés de Molly, que caiu em lágrimas, grata. – ...ele pode correr perigo, Mione lhe dará o galeão com o Feitiço de Proteu, e devo lhe pedir que contate a AD e peça ajuda à Neville para pesquisar sobre o ferimento de Perkins. Hagrid também poderá ajudar com isso. Por favor...Professora, e também cuide da Gina. – Seu estômago estava nos pés. Ele tinha que liderar a diretora de Hogwarts, sem nem um NIEM’s, e na excitação não deu por conta disso, agora não sabia o que dizer para atenuar a forma como dirigiu– se a ela.
– Imediatamente, – McGonagall disse com determinação – Harry.
Ela terminou a frase com um sorriso e um brilho de orgulho no olhar. Não estava zangada. Harry entendeu. Ela sempre o tratou pelo sobrenome. Ser chamado de Harry significava muito. Ele viu a enérgica professora recolhendo sua capa para saudar a todos e ir embora com aquela determinação que lhe fazia jus nos momentos mais decisivos. A admiração de uma bruxa como Minerva, Harry bem sabia, era uma coisa que não se conquista assim. Seu estômago voltou confortavelmente ao lugar de sempre, e saíram.
Na mesma rua escura e sombria que Harry desaparatara há poucos instantes, Lupin, os gêmeos, Moody e Harry aparataram, mas não em direção a cabine minúscula do ministério e sim pra uma praça esverdeada e repleta de árvores e poste de luzes. Parecia–se um bairro de classe rica, no qual carros estavam estacionados na frete de duas únicas casas que rodeavam o parquinho deserto e iluminado mais a esquerda do jardim que segurava uma placa branca e ainda mais iluminada, néons circulavam o nome "Alados".
Harry, Remo, Olho– tonto, Fred e Jorge entraram atrás de um sujo amontoado de lixeiras que estavam próximos a eles, ao ver Arthur, Quim e Bodric passando pelo inicio da Rua Silverwood.
– Acho que esta tudo tranqüilo por aqui! – Afirmou Harry abaixando a varinha que havia hasteado poucos minutos antes.
– Esta enganado Harry... – Falou Moody apontando com os olhos para algo que saia de trás de uma arvore grande e grasnida a poucos metros dali.
– Mundungus?! – Harry assustou– se ao ver o ex participante da ordem com uma capa que pudesse dizer que era melhor que suas roupas anteriores. – O que ele faz aqui?
– Silencio Harry! – Moody arregalará ainda mais seu olho de vidro que remexia ainda mais na órbita.
O silencio pairou por alguns minutos, nem o vento faziam as arvores balançarem.
E o Black chamou atenção dos escondidos para o escuro das árvores!
Mais três homem encapuzados e encapados de preto com mascaras de crânios desceram as copas das arvores. Por questão de piscadelas de Harry a rua ficara um breu total, as luzes que tanto iluminavam a praça foram apagadas repentinamente...
– Acho que ta na hora da gente agir. – Disse Fred levantando a cabeça e se esforçado para ver os reflexos dos comensais.
– Esperem... – Moody arrastara Fred para baixo. – Deixem eles andaram mais a ponto de nos pegamos os de surpresa.
– Mas e o papai?! – Exclamara Jorge assustado.
– Ele esta bem... – Moody girou novamente o olho. – Acabou de chegar à porta de uma lojinha de antiquários com Bodric e Quim ao fim da rua.
Os Comensais estavam caminhando rapidamente como se tivessem a procura de alguma caça.
– Acho que já esta na hora... – Lupin levantou de trás das latas embargadas de lixo. – Vamos, vamos...
Uma luz verde florescente veio em sua direção, algum comensal havia visto eles.
Harry correu para trás de um banco feito de concreto e brilhoso que ficava ali perto, depois que as latas de lixo voaram fazendo um barulho eletrizante.
– Avada Kedavra!
– Petrificus...
– Crucio!
Jorros de luzes ecoavam por toda escuridão acertando árvores, muros, latas e tudo que vinha pela frente.
Harry viu rapidamente uma janela escura da casa branca e grande da esquina se ascender e alguém mirar pela silhueta da cortina.
– Espectro Patrono!!! – Harry acabara de liquidar um Dementador que aproximava– se de Fred.
– Valeu Harry!
Mundungus apareceu pela entrada da rua escura e desaparatou na mesma hora que um Crucio de Arthur passou pelo mesmo lugar que ele estava.
Bodric acabara de ser arremessado por um comensal corpulento que Harry identificou, Aleto, um dos comensais que presenciou a morte de Dumbledore.
Por um instante Harry viu a luz da janela de um outro quarto ascender e novas imagens resguardarem nas janelas.
– Wingardium Leviosa. – Harry acabara de arremessar um carro que vinha em sua direção para longe.
Arthur adentrou o jardim esverdeado atrás de Amico, outro comensal que estava na morte de Dumbledore, o irmão de Aleto.
Fred e Jorge correram para trás de um murro quando a árvore que faziam de escudo foi arrancada do chão.
A lua era a única fonte de Luz agora no local alem dos jatos de feitiços.
Algo peludo e quadrúpede apareceu no horizonte escuro e fumaçado...
– Greyback!!! – Moody sairá correndo em direção ao lobisomem enquanto Lupin ia resgatar Bodric que ainda estava caído sobre pedaços de vidro das lâmpadas quebradas dos portes.
– Aguamenti!!! – Jorge apagara um incêndio perto da porta de entrada de uma das casas que já estavam com as lâmpadas todas acesas dentro...
Um homem alto, magro de pele branca e cabelos castanhos, abriu a porta de entrada da casa vizinha, o rapaz bonito trajava pijama de bolinhas brancas e tinha pantufas nos pés.
– Entre! – Gritou Quim aproximando– se do homem.
Harry nunca imaginara lutar com comensais da morte em ruas trouxas em plena noite. Moody e Greyback trajavam uma luta corpo a corpo, socos, pontapés, feitiço pairavam por todo lado fazendo a linda rua trouxa se transformar em um verdadeiro destroço de arvores, portes, carros, não restava nada inteiro quando Tonks, Hermione e Rony desaparataram ao lado de Harry.
– Nossa! – Exclamou Rony hasteando a varinha rapidamente.
– Avada Kedavra!! – Harry acertou em cheio o peito da comensal alta e loira que se aproximou de Lupin por trás.
Haviam seis comensais vivos e um Lobisomem contra onze duelistas da Ordem, aparentemente os aurores comandavam a batalha.
Mais um trouxa apareceu na porta, era uma mulher baixinha e gorducha, com aparência velha e de óculos, sua feição não era tão espantada quanto à do homem.
– ENTRE, entrem!!! – Gritava Quim escondido em uma pilastra dourada na entrada da casa...
A senhora parada na porta exclamou:
– Arruaceiros! A polícia dará um jeito nisso!
Mas, no momento em que ela virou–se para entrar, Kingsley a estuporou! O homem, chocado, estava paralisado à porta. Kingsley correu em direção a casa, empurrou o homem para dentro, no momento em que um jato de luz vermelha passou ao seu lado e acabou com as begônias da janela. Estuperfaça! Gritou! E um corpo caiu próximo às árvores de onde havia partido o raio. Hermione e Lupin lançaram um Imobilus em Fenrir, que ainda lutava com Moody, e o Lobo Flutuava, mas ainda se debatendo. Fred e Jorge conjuravam correias anti–aparatamento no comensal que Quim havia derrubado.
– Se este aqui tentar desaparatar...
– Sentirá falta de algumas partes importantes. – Riu Jorge.
Da varinha de Moody, saía um fio dourado que foi envolvendo Fenrir. Ele já não podia escapar, e o largaram no chão. Arthur estava caído mais ao longe, apoiado em seus cotovelos, vomitando na grama. Harry e os demais correram para lá, enquanto Moody ficou com Fenrir.
– O que aconteceu, Sr. Weasley? – Perguntou o garoto ajoelhando–se para ajudar.
– Tentaram me lançar um Imperius, eu já não estava conseguindo mais resistir quando alguém estuporou o comensal.
Bodric que os acompanhou estava visivelmente abalado e assustado com tais atos.
– Bem, então é... É assim que se combate Voldemort, é... Perigoso, não?
– Assim combatemos a sua corja, seus macaquinhos de estimação. Talvez você conheça alguns. Aquele ali preso por... O que vocês colocaram nele?!
– Rockwood! Oh, pelas barbas de Merlin! E pelas estrelas do seu chapéu! O cumprimentei na semana passada!
– Arthur, temos que sair daqui. Irei conversar com Kingsley, está naquela casa de trouxas. Precisamos trazer uma equipe de obliviadores, e combinar o que vamos relatar, e vamos levar esses aqui para azkaban. – Lupin apontou para os comensais que debatia– se no chão.
– Este está morto. Eu...
– Ele foi atingido por outro comensal que estava tentando acertar Harry. – Tonks dera uma piscadela para o garoto.
O olhar grave do Sr. Weasley era claro, ninguém mais além dos três oficiais devia estar ali. Tonks e Rony se juntaram ao grupo, correndo:
– Tudo limpo no parque!
– Na rua também! – Acrescentou Rony fazendo a rua, com ajuda de Hermione, se tornar linda novamente.
– Tem alguém alto se aproximando pelo bosque, atrás de mim! – Sussurrou Moody.
Tonks e Lupin correram ao encontro de Moody, que havia ficado com Fenrir alguns metros atrás. Conseguiram identificar uma figura de capa se movendo entre as árvores, e apontaram as varinhas. Mas um clarão os cegou. Era um patrono, mas impossível identificar sua forma, a luz feria os olhos e mexia com a mente. O bruxo se aproximou, e com uma varinha prateada, comprida e com uma ondulação na base, que mais parecia uma adaga sem fio, tocou a testa de Greyback, que urrava e se contorcia, ainda transformado. Com um toque de varinha, Fenrir escancarou a boca, e dava para ver o reflexo da luz em seus dentes sujos e pontiagudos. O Bruxo derramou um líquido violeta viscoso, e Greyback soltou um grito horrendo, e seus dentes, pêlos e unhas caíram. Assim como veio, o clarão se extinguiu, e o Bruxo havia sumido. Onde ele estava, um pequeno pergaminho, pairando, acabava de tocar o chão. Todos estavam perplexos e sem movimento.
Foi Moody quem quebrou o silêncio:
– Eu ia soltar... Queria impedi–lo, mas não consegui.
– Ninguém conseguiu. E isso não era um petrificus, nem nada assim. Senti um pouco de medo, por, bem, ele me atacar também, mas algo fez com que eu me tranqüilizasse. – Disse Lupin pensativo.
– Foi o patrono. – Falou Harry atento. – O patrono dele nos segurou, a todos, não podíamos nos mexer! Accio pergaminho. Lumus.
– O que diz, Harry?
"Este comensal poderá ser resgatado, e recuperar sua forma e o que lhe retirei novamente. Mas este pequeno recado, neste comensal que vocês estão vendo, faço questão de dar a Voldemort pessoalmente."
– Sem assinatura. – Todos olharam para Fenrir, preso nos fios dourados de Moody. Parecia um feto de lobo gigante, desacordado, gemendo e se retorcendo. Harry lembrou da aparência de Voldemort quando Rabicho o carregou nos braços, no cemitério. Olhou novamente para o pergaminho, havia algo familiar nele. Uma escrita fina e inclinada, muito parecida com a que Harry conhecia. Mas havia algo diferente: Era inclinada em direção contraria e melancólica. Guardou o pergaminho no bolso.
– Vamos trazer os comensais para cá, Fiquem em grupo aqui, acompanharei o Sr. Weasley ao antiquário dos trouxas com Rony e Hermione. – Disse Harry ganhando fôlego.
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