A Porta Lacrada



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– CAPÍTULO VINTE E DOIS –
A Porta Lacrada


A manha seguinte estava quente e ensolarada, os pássaros cantavam alegres e empolgantes nas árvores do jardim do Largo Grimmauld quando Harry, Rony, Hermione e Arthur passavam. Eles caminharam pelo jardim principal, onde tinham trouxas brincando com seus cachorros e crianças com os pais. Rony e Hermione entreolharam– se ao ver um casal se beijando em um banco a direita da fonte de água. Em um beco escuro e sombrio onde as paredes eram pinchadas e as latas de lixos reviradas, eles aparataram para perto de uma cabine vermelha e pequena no vão de uma rua sem movimento.
– Aqui estamos... – Disse o Sr. Weasley andando em direção da cabine. – Vamos, vamos, Rufus deve estar esperando na recepção.
Eles entraram na cabine pequena e apertada, apertaram o botão, escutaram a voz da recepcionista depois pegaram os crachás automáticos da cabine e desceram ate a recepção, onde um homem feio e gorducho esperava.
– Ola Harry, vejo que trouxe seus amigos!? – Disse Rufo apertando a mão de Arthur. – ...então você pensou e vai aceitar trabalhar para o ministério? – Perguntou Rufus para Harry que ficara quieto por alguns segundos pensando o que iria disser.
– Ora! Vamos fazer uma expedição antes pelo ministério com os garotos, depois que acabarmos você poderá conversar com Harry a sós, o que acha Rufo? – Sr. Weasley acabara de aliviar Harry por alguns momentos.
– Tudo bem, por onde querem começar? A já sei, vamos pela sala dos aurores vocês puderam conhecer alguns deles.
– Claro, claro... – Disse Harry olhando desconfiado para os colegas.
O grupo passeava pelos corredores imensos e olhavam os quadros imaginários que ficavam nas salas de espera.
– Esse é Ramon Cooper, curandeiro e administrador das poções do ministério. – Harry lembrava claramente daquele rosto da ultima vez que vira um julgamento. – Ultimamente ele esta participando das condenações de vários comensais.
– Harry Potter, prazer! – Disse Harry estendendo a mão para o bruxo.
– Nossa você é como dizem mesmo, a cara do pai e os...
– E os olhos da mãe. – Interromperá Rony baixinho.
– Rufo preciso falar em particular com você e o Ramon. – Disse Arthur arrumando um jeito que Harry e os colegas fossem a porta lacrada. – Garotos, porque vocês não vão ver a nova fonte mágica, esta muito bonita, foi inaugurada ano passado.
– Claro, vamos Rony, Mione?! – Harry entendera os sinais do Sr. Weasley para que aproveitasse o momento.
Murmurinhos e sussurros eram cautelosamente soltados por bruxos aurores quando Harry passava e esteava sua cicatriz que cada vez mais estava crescendo.
Harry ao ver a fonte mais brilhante e agora com sereias e testrálios esculpidos, ele lembrou do dia em que ficara atrás dos elfos e centauros escondido para se proteger da luta entre Voldemort e Dumbledore.
– As moedas ainda estão aqui. – Disse Rony passando a mão por uma sereiana que soltava jorros de águas pelo cajado.
– Em baixo da capa vocês dois... – Disse Harry puxando a capa da invisibilidade de dentro do casaco ao ver que ninguém olhava.
Rony e Hermione hesitaram e entraram rapidamente para que ficassem completamente invisíveis ate mesmo os calcanhares.
Dirigiram– se cautelosos e lentamente até um dos elevadores que os levaria ao andar mais baixo.
Estranhamente, não havia muita movimentação nos andares seguintes, exceto por alguns memorandos voadores. Poucas pessoas circulavam nos átrios onde o elevador parou, e ninguém pareceu notar o lugar vazio quando a porta abriu novamente, e Harry avisou baixinho apesar de não aparecer ninguém:
– É aqui, me sigam e não façam barulho. Não saiam da capa ainda.
– Ainda lembro como se fosse hoje, Harry. E ainda tenho a marca dos cérebros. – Acrescentou Rony, sem sentido. Hermione sorriu e perguntou satírica:
– Harry, não seria seguro que desta vez ficasse um de nós vigiando a entrada do corredor?
– Fica você, então, já que deu a idéia. – Rony parecia ter voltado ao seu cavalheirismo natural.
– Sem chance! Eu também quero saber o que tem lá, e eu sou mais... Mais...
– Mais o quê? – Hermione não conseguiu continuar. Era verdade que no passado sempre fora melhor que Rony em quase tudo, excetuando, talvez, xadrez de bruxos e quadribol. "Quadribol nem tanto assim", pensou sorrindo, marotamente. Mas Rony agora estava se superando, e demonstrou um temperamento racional e lógico que chocaria até os gêmeos Fred e Jorge.
– Rony, me desculpe, eu... Eu não quis dizer...
– Tudo bem, Mione. A gente tira na sorte.
Harry achou melhor não interromper.
Quando estavam chegando ao corredor que dava para a Sala de Mistérios, Harry teve uma idéia.
– Esperem! – Sussurrou. E estava saindo sob a capa quando Hermione lhe segurou pelo braço:
– Mas Harry, o que...
– Confiem em mim. Sei de alguém que pode nos ajudar. – Parou em frente ao quadro vazio, exceto pela poltrona e o console com detalhes em ouro. Engoliu em seco, e chamou: – Sr. Dippet! Prof. Dippet! – Nada. – Prof. Armando Dippet, ex– diretor de Hogwarts, precedente de Alvo Dumbledore! – E então a figura do velho, parecendo confuso e ofegante, apareceu, apoiando– se no console.
– Mas quem, no Minist.. Oh! Você!?
– Prof. Dippet . – Harry reverenciou. – Sei que o senhor somente tem o compromisso de cumprir as solicitações do atual diretor de Hogwarts. Por isso eu lhe peço, um favor, digamos. – O velho diretor o fita por um momento, mais curioso que desconfiado.
– Diga, meu jovem, que favor você precisa de um diretor de Hogwarts, aqui, no departamento de mistérios? O que faz aqui?
– Não posso lhe dizer, Senhor. – Acrescentou. – Preciso que o senhor leve um recado à atual diretora de Hogwarts, Profa. McGonagall.
– Ah, meu rapaz. Pode falar! – Harry pensou que estivesse tendo alucinações, mas por outro lado, entendeu que as coisas deviam estar mais "monótonas" sem Dumbledore. Harry pigarreou, torcendo para que o humor do ex– diretor se conservasse.
– Prof. Dippet, o recado é que “Harry Potter pede à profa. Minerva McGonagall para que a diretora solicite ao senhor para vigiar o corredor do Departamento de Mistérios para mim, Rony e Hermione.” – Harry esperava ser xingado de insolente a qualquer minuto, mas o velho diretor apenas suspirou, e saiu pelo canto do quadro balançando a cabeça e murmurando: “Ah, Dumbledore, Dumbledore...”
Harry, Rony e Mione esperaram por mais ou menos cinco minutos. Todos muito nervosos esperando que o professor Dippet voltasse logo. Quando o ex diretor apareceu novamente Harry soltara um alegre suspiro:
– A Diretora Mcgonagall manda dizer a Harry Potter que “O Professor Dippet pode vigiar o corredor.” Portanto siga em frente meu jovem!
Harry olhou para o quadro, depois para Rony e Mione e os três se enfiaram novamente na capa da invisibilidade e desembestaram em direção a porta que levava ao círculo em que uma das portas era a porta lacrada. Quando chegaram à enorme placa de madeira esculpida Harry tirou a capa e enfiou– a no bolso e disse nervoso:
– Todos de varinha em punho. Acho melhor.
Os três retiraram as varinhas do bolso. Harry pos a mão sobre aquela maçaneta fria e girou– a vagarosamente e abriu a porta. Uma lufada de ar frio o atingiu e uma luz azulada saiu da sala redonda. Harry adentrou a porta seguido de Mione e Rony que fechava a fila. Rony deixou a porta aberta, porém ela se fechou sozinha e assim que se fechou Hermione apontou a varinha para ela e disse: "Flagrate" e um X em fogo apareceu na porta e no mesmo momento a sala girou como da última vez em que estiveram lá. Assim que ela parou os garotos viram que a porta marcada estava à frente na diagonal direta de Harry. Os garotos hesitaram um pouco e depois Harry se dirigiu a porta que estava à frente deles, segurou a maçaneta e para seu desapontamento ela abriu e dentro dela ouviam– se vozes muito longe. Harry escancarou a porta e viu o arco de pedra e neste balançando mesmo não existindo vento na sala, o véu negro e estonteante. Harry olhou fixamente para o véu e se lembrou do Padrinho. Então se dirigiu para o arco como que em um transe.
Hermione e Rony o seguraram e o arrastaram dali. E assim que fecharam à porta Harry voltara ao normal. Haviam lágrimas em seus olhos mas ele nada falou. Mione repetiu o feitiço e novamente a sala girou. Harry continuava olhando para o X que marcava a porta do véu e quando ela parou foi à garota quem escolheu uma outra porta. Ela tocou a maçaneta fria e tentou girá–la. Porém a maçaneta não movia.
– Harry, achamos à porta!!– Gritou Hermione.
– Bom... – Disse Harry. – O que vamos tentar primeiro?
– Alorromora! Nunca se sabe, né, talvez funcionasse... – Falou Hermione sorrindo sem graça.
– Antes que algum de nós tente de novo, deixem eu lhes dizer o que Dumbledore falou sobre essa porta. Harry tentou lembrar o que Dumbledore havia dito, em sua sala, mas seus pensamentos fugiam para o véu. Talvez conseguisse ouvir a voz de Sirius, talvez conseguisse falar com ele...
– Harry! – Interrompeu Rony. – O que Dumbledore disse, afinal?
– Estamos ficando sem tempo, Harry, eu e Rony podíamos ir tentando...
– Ele disse... Ele disse que a sala trancada contém uma força que é a um só tempo mais maravilhosa e mais terrível do que a morte, do que a inteligência
Humana, do que as forças da natureza. E disse também que o poder que existe aqui é o que tenho em tamanha quantidade e o qual Voldemort não possui nada. Que este poder me salvou de ser possuído pelo Lord, porque ele não conseguiria permanecer em um corpo tão cheio da força que detesta e despreza.
– Amor?. – Os olhos de Hermione brilhavam, e ela mal conseguia falar. – Tem amor nessa sala?
– Amor derrete canivetes?! – Acrescentou Rony, com uma careta.
– Vamos tentar os feitiços conhecidos. Eu começo depois você, Hermione, e depois Rony. – Harry pigarreou. – Deletrius!
A luz se extinguiu por completo antes mesmo de chegar à porta.
– Reducto!
– Ah, Mione, eu ia usar esse!
Mas Rony não precisou usar nem pensar em outro feitiço. Nada aconteceu à porta, mas agora faziam silêncio, pois parecia haver barulho em uma das salas marcadas.
Harry, com um impulso, segurou a maçaneta, e apontou a varinha para a mão que a segurava. Hermione então saltou à frente, e pôs sua mão sobre a de Harry, dizendo para que ele não fizesse. Então a maçaneta começou a vibrar, e sua temperatura ficou morna, mas não abriu. Eles se olharam chocados, Rony com uma expressão desconfiada, e Hermione se desconcertou. Antes que pudessem se refazer, perceberam passos muito próximos de uma das outras portas.
– Dippet estaria vigiando!!!
– Sim, mas não há quadros nessa sala, Harry. Francamente! Ele não tinha como nos avisar. Foi tolice!
– Shihihi! Varinhas em punho, eu vou para a porta!
Rony se posicionou ao lado da porta de onde se podia ouvir os passos cada vez mais próximos. Rony acenou a cabeça, e Harry e Hermione retribuíram afirmativamente.
A porta escancarou, e Harry e Hermione gritaram ao mesmo tempo:
– Expelliarmus!
Rony agarrou no ar a varinha lançada para o ar. Quim Shacklebolt estava meio ofegante, fora pego de surpresa. Rony, segurando a varinha pela ponta, a ofereceu de volta, charmoso vendo o auror levantar:
– Sua varinha, Shacklebolt.
Ao que este virou num salto, pois nem havia reparado em Rony atrás dele, mas rapidamente começou:
– Harry, Srta. Granger, Rony Weasley, eu vim avisá–los, temos que ir agora se não quisermos despertar suspeitas. Vocês irão comigo, explico enquanto... Vamos!
– Eu havia pedido ao Sr. Dippet...
– Sim, Harry, e foi o que ele fez. McGonagall nos avisou. – Estavam passando agora pelo corredor principal, e Harry acenou agradecendo ao velho diretor. Quando os três viraram à direita, para o elevador, Shacklebolt os interrompeu:
– Não, vamos por aqui, estão procurando vocês por aí. E entrou numa saleta estreita, com uma mesa, cadeira e um grande mural com o que parecia uma planta do edifício, com pontos com símbolos e iniciais que piscavam intermitentes e outros que se locomoviam. Era uma espécie de mapa do maroto gigante.
– Sala da segurança. Há algumas no edifício, e elas têm comunicação com o Departamento dos Aurores. Venha, Rony, sente– se aqui.
O "aqui" era um armário de capas que Shacklebolt abriu e que continha um banco. Ele mexeu algumas argolas do cabineiro, como se fosse um ábaco, e disse:
– Quando ver luz na fresta, abra e saia. Sente– se no chão ao lado do armário, não faça barulho e não mexa em nada.
Rony parecia apavorado, mas obedeceu. Quim fechou a porta e abriu novamente. Estava vazia.
– Sua vez, Srta. Granger. E, Harry. Os vejo em segundos. Vocês se perderam e os encontrei tomando chá com o velho Ornie. Trouxe– lhes comigo, ok?
Os garotos responderam positivamente com as cabeças.


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