O dragão adormecido
Capítulo 14 - O dragão adormecido
- Não pode ser...
No meio do salão, deitado e dormindo profundamente, havia um dragão. Um enorme dragão branco, com espinhos prateados a lhe sair da coluna, formando uma fileira de armas com as quais ninguém gostaria de lutar.
Surpreso, Tiago não sentiu a capa escorregando de seu corpo e tampouco notou Lílian virar-se ao ouvir seus sussurros. Ele só foi perceber que tinha sido descoberto quando os passos da garota pararam diante dele.
- O que você está fazendo aqui, Potter? - ela perguntou, os olhos em chama, a voz fremindo de raiva, embora contida - Você se atreveu a me seguir?!
- Eu estava preocupado com você! - ele falou um pouco mais alto do que pretendia e depois de uma rápida olhada no dragão, ele voltou-se para ela - Como é que você veio se meter nesse lugar?
- Não é da sua conta.
- Ah, é da minha conta sim. Ou você prefere que todos saibam o que anda fazendo?
- Está me chantageando, seu crápula?!
- Não, Lily. Eu estou tentando te ajudar. - Tiago respondeu sério - Não sei se percebeu, mas tem um dragão aqui. É perigoso.
- Não, não é perigoso. - ela deu um passo para trás, voltando-se para o dragão - Hades não vai me machucar. Não é perigoso para mim. Mas será pra você quando sairmos daqui e eu puder te azarar.
- Nós não vamos sair daqui até você me explicar como descobriu a passagem no Salão Principal, como faz para que ninguém apareça quando está perambulando por aí, que aura prateada é essa que você tem quando faz magia sem varinha...
- Eu não...
Tiago cortou-a antes que ela pudesse se justificar.
- Eu VI, Lílian. Vi na noite em que você abriu o retrato da Mulher Gorda sem dizer a senha, vi quando abriu o portão lá em cima e vi como você iluminou esse salão. E você pode começar me contando sobre o "Hades". O que ele é? Seu bichinho de estimação?
Lílian respirou fundo, voltando a se aproximar do lago.
- Eu venho sonhando com essa passagem desde o início do sexto ano, quando começaram meus passeios noturnos. Não sei como mantenho todos afastados, só sei que acontece quando eu quero. Até agora só não funcionou com você. - ela fez uma careta nesse ponto - Também não sei o que significa a aura ou como consigo fazer alguns feitiços simples sem a varinha. Quanto a Hades... Eu soube quando o vi que era ele quem me chamava a esse lugar, através dos meus sonhos.
Só falta agora descobrir o porquê, o que eu estava tentando fazer através disso.
Ela apontou para as águas que brilhavam com a mesma luz que Lílian emitira, enquanto uma névoa suave deslizava por elas.
- O que é isso? - Tiago perguntou, se aproximando.
- É uma espécie de penseira dele. - ela apontou para Hades - Só que com algumas diferenças. Não são pensamentos soltos do Dragão. Ela está, de alguma maneira, conectada a mente dele.
- Como você sabe disso?
- Eu estou vindo aqui há quase um mês. Eu vejo cenas dele voando, ou combatendo, e o semblante dele muda. Até o ar daqui fica diferente.
- Então...
- Eu acho que essa "penseira" mostra o que Hades está sonhando.
Tiago riu.
- Ei, com que é que um dragão sonha? Bruxo no espeto?
O rapaz debruçou-se sobre o olho d'água.
- Tiago, NÃO!
Lílian segurou o braço dele, mas já era tarde demais. A névoa que deslizava pela água os envolveu, e os dois desapareceram num casulo de luz.
*****
- TIAGO POTTER!
- Não adianta, Sirius. - Remo tocou o ombro do amigo enquanto acabava de dar o nó na gravata. - Você já berrou e esperneou e não apareceu nada no espelho. Quando o Tiago quiser, ele fala com você.
- Almofadinhas, não lhe passou pela cabeça que ele pode estar aproveitando um tempinho com a Lílian? - Pedro intrometeu-se, sorridente.
- Rabicho, cala a boca! Eu sei que aonteceu alguma coisa. Ele não deixaria de me atender...
Remo observou Pedro sair silenciosamente do dormitório e virou-se para Sirius.
- O Pedro talvez tenha razão, Sirius. Eles podem afinal ter se acertado e estão apenas passando um tempo juntos. - Remo seguiu para a porta, abrindo-a - sabe, Almofadinhas, acho que você deveria ser um pouco mais gentil com o Rabicho. O garoto vai acabar se cansando de vocês sempre descontarem a raiva nele.
Sirius não respondeu e o monitor deixou-o sozinho, olhando preocupadamente o espelho que só mostrava o seu próprio reflexo.
É, eu sei, esse também ficou curtinho. Mas se eu escrever capítulos maiores no atual estado das coisas, vou acabar revelando tudo o que tem deixado vocês tão curiosos de uma vez, e a fic não vai mais ter graça. Tenham calma que aos poucos os capítulos vão voltar a crescer. já chegamos na metade da primeira fase (céus, quantos capítulos eu ainda vou conseguir escrever? Preparem-se para muitos...).
Antes que eu me esqueça, um pequeno recado: quanto mais comentários eu recebo, mais rápido ocorrem as atualizações (saber que vocês estão lendo me inspira a passar horas no computador, escrevendo, quando podia estar aproveitando o sol...). Assim, comentem, e eu escrevo mais (eu deveria ganhar um prêmio de malignidade...).
Beijos,
Silverghost.
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