Tomando decisões - parte II -
Capítulo 13 - Tomando decisões - Parte II - Seguindo a monitora
- Ela está estranha demais. Desde o dia do ataque a Hogsmeade, quando ela desmaiou. - Sirius comentou, enquanto seguia com os olhos a ruiva pelos corredores, após a aula de feitiços.
- Tem a ver com os pais dela. - Remo opinou - Pelo que vocês contaram, ela agiu durante todas as férias como se nada tivesse acontecido. Talvez só agora com esse ataque ela tenha sentido todo o impacto da perda deles.
Tiago concordava com o ponto de vista de Remo. Ele lembrou-se das palavras de Lílian, quando ele a deixara na enfermaria. Não dissera aos amigos que ela tinha delirado com os pais.
- Não, Aluado. - Sirius interrompeu o amigo - Ela conversou comigo sobre os pais no início das férias, depois de receber uma carta do Prewett. Ela superou isso.
- Prewett? Gideão Prewett? - Tiago virou-se para Sirius, surpreso - Ele escreveu para ela e você não me disse nada?
- Eles passaram o verão se correspondendo. Você nunca prestou atenção numa coruja branca que aparecia toda a semana com carta pra ela?
- É, Pontas, a parada é dura. - Pedro riu baixinho - Tem um monte de gente com o coração partido depois de levar uma detenção da monitora-chefe...
- O Prewett era apaixonado pela Lily. Ou melhor, é. No ano passado, mandou até bilhetes anônimos para ela. Ele se declarou pra ela no trem, antes das férias. - Sirius sorriu ao ver o amigo começar a ficar vermelho.
- E o que foi que ela fez? - Tiago perguntou, ansioso.
- Deu um fora nele e eles agora são amigos. Logicamente, com segundas intenções por parte dele. O irmão da Corvinal, Fábio Prewett, está sempre perto dela, por ordem do irmão, disposto a ajudá-la. Embora eu desconfie que ele está agindo também por si mesmo...
Tiago grunhiu algo em resposta e os marotos riram. Remo passou o braço pelos ombros do amigo.
- Não se preocupe, Pontas, o Fábio não gosta da Lílian. Ele está de olho em outra garota. Que, por acaso, é amiga da sua ruivinha.
- Quem? - Pedro perguntou rápido.
- Oras, Rabicho, não seja tão curioso! - Sirius riu, dando palmadinhas nas costas do rapaz.
- Por favor, Aluado... Se você me contar, eu digo o que ouvi de você no dormitório feminino do primeiro ano da Lufa-lufa.
Sirius e Tiago se entreolharam, sorrindo.
- Ora seu lobo safado... Atacando primeiranistas!
Remo meneou a cabeça, surpreso.
- Ei, que tipo de tarado vocês acham que eu sou para sair atacando indefesas primeiranistas?!
Atrás deles, uma garota estancou. Ela observou Remo com atenção e depois, com passos firmes, desapareceu no corredor. Embora triste, ela não se deixaria abater. Se Remo Lupin não queria uma pirralha, então ele não teria uma pirralha. Ela só precisava controlar um pouquinho mais os seus poderes...
*****
- Como é que eu vou fazer a Helena voltar? - Lílian se perguntava, enquanto entrava na sala comunal - Ela tinha razão... Porque eu tenho que ser tão cabeça-dura?!
- Falando sozinha, Lílian?
A ruiva se virou, encontrando Rabicho, sorridente.
- Ah, olá, Pedro.
- O que é que você tem para se chamar de cabeça-dura? - Pedro abriu ainda mais o sorriso - Tem alguma coisa a ver com o Tiago?
Lílian sentiu uma incontrolável vontade de rir. Com todos os problemas que tinha na cabeça, Tiago certamente não estava entre seus pensamentos. Ou melhor, estava, mas não era prioridade...
- Não, Pedro, minha teimosia não tem nenhuma relação com o Potter. Agora, se me dá licença...
Ela subiu as escadas que a levariam em segurança ao seu quarto, reflexiva. Tinha que tomar cuidado com Rabicho. De todos os marotos, ele era em quem ela menos confiava. E não queria que ninguém descobrisse sobre o que encontrara há um mês nos subterrâneos de Hogwarts.
*****
Remo observou com estranheza as meninas conversando baixo perto da lareira. Lílian tinha subido, o que já se tornara hábito. Mas encontrar Selene, Emelina e Susan tão sérias e Alice sem a companhia do namorado era, definitivamente, algo a ser investigado. Sorrateiro, o maroto aproximou-se delas, o suficiente para ouvir o que elas discutiam.
- Talvez sejam crises de sonambulismo de novo. - Selene opinou.
- Não é. Eu olhei o remédio dela. Lílian não deixou de tomá-lo. E ela parecia bem acordada na noite passada.
- Será que você não estava com sono quando a viu saindo do quarto? - Susan objetivou.
- Não. Se vocês estivessem com a dor de cabeça que eu estava, também estariam acordadas. Mas vocês pareciam desmaiadas quando eu tentei chamá-las. Eu acho que a Lily fez alguma coisa para fazer vocês dormirem.
- Ela não seria capaz de nos enfeitiçar, Emelina. - Alice disse, suspirando - Tem que haver uma explicação.
- Vocês se lembram do que eu disse quando ela desmaiou, no dia do ataque a Hogsmeade? Ela delirou sobre os pais dela. - Susan olhava o fogo, preocupada - E se ela estiver tentando descobrir sobre a morte dos pais? Se ela estiver se metendo em algo perigoso?
- Ela não vai deixar que a gente ajude. - Emelina levantou-se, sem notar o maroto, junto às cadeiras - Temos que descobrir o que está acontecendo. E vamos descobrir essa noite.
Da mesma maneira que se aproximara, Remo se afastou. Ele subiu as escadas de dois em três degraus. Rápido, ele entrou no dormitório, onde Sirius e Tiago jogavam Snap explosivo.
- Pontas, Almofadinhas... Tenho coisas muito interessantes para contar para vocês.
*****
Uma hora da madrugada. Tiago, sentado perto da saída da sala comunal, coberto pela capa de invisibilidade, olhava impaciente para o topo da escadaria que levava ao dormitório feminino do sétimo ano.
- Tiago? - a voz de Sirius veio num sussurro.
O moreno retirou da cintura um espelho onde a face do amigo o olhava preocupado.
- Ela não apareceu ainda?
- Mas se o que Pedro ouviu é verdade, as garotas não poderiam segurá-la. Elas passaram uma semana tentando pegar a Lily com "a boca na botija", mas não conseguiram. Será que justamente quando a gente é que decide investigar, elas conseguiram segurar a ruiva?
O som de uma porta se abrindo chegou a Tiago e ele levantou a cabeça. Lílian estava descendo as escadas cuidadosamente.
- Ela apareceu, Almofadinhas. Eu tenho que ir.
Sirius assentiu e o espelho mostrou apenas o reflexo de Tiago. Segurando a respiração, ele viu a ruiva passar por ele e, definitivamente, ela estava bem acordada. Calma, ela abriu a porta da Torre e Tiago se perguntou se Lílian não tinha medo de ser encontrada perambulando àquela hora. Se fosse pega, aquilo arruinaria a imagem de certinha da monitora-chefe.
O quadro da Mulher Gorda estava dormindo profundamente. Tiago seguiu Lílian até o Salão Principal. Quando ela parou diante da parede, observando-a cuidadosamente, ele aproveitou para tirar do bolso um velho pergaminho.
- Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. - ele sussurrou, apontando a varinha para o papel.
Do ponto onde a varinha tocara, linhas muito finas, verdes e brilhantes começaram a correr, formando um mapa. Filch esta em sua sala e não havia ninguém pelos corredores. Aquilo era muito estranho.
- Cum spíritu tuo eo clamo passare.
Tiago voltou-se para Lílian ao ouvir a voz dela e pasmou-se. A parede diante deles simplesmente desaparecera, revelando um longo corredor escuro. Ele esperou a garota entrar empunhando a varinha para clarear o caminho e a seguiu. Não conhecia aquela passagem. Ele voltou-se para o mapa do maroto. O pergaminho apagara!
Lílian parou diante de um portão, tocando figuras entalhadas na parede. Uma aura prateada a cobria, igual à noite em que ele e os outros marotos haviam encontrado a ruiva andando sonâmbula pela primeira vez, quando ela abrira a entrada para a torre da Grifinória só tocando o quadro.
Ele lembrou-se das teorias absurdas que eles haviam pensado na ocasião e de como fizera os amigos prometerem que não contariam ninguém, pois talvez aquilo encrencasse a ruiva. E se descobrissem que Lílian estava passando as noites numa passagem secreta através da parede do Salão Principal, ela estaria bem encrencada.
A ruiva entrou pelo portão e ele a seguiu, entrando num aposento cheio de coisas interessantes que, com muito prazer, ele teria passado horas olhando. Mas Lílian não parecia estar prestando atenção naquilo e desapareceu por trás de um cortinado. Tiago seguiu-a, descendo uma escadaria, chegando a outro aposento.
Ela guardou a varinha, deixando o lugar na mais completa escuridão. Tiago agora só ouvia a respiração cansada da ruiva e outra, mais pesada e ritmada. Havia mais alguém ali. E era um alguém bem grande.
De repente, uma luz prateada brilhou suave. A aura de Lílian. Lentamente, a luz foi inundando um grande salão, todo de granito negro, onde, a um canto, um lago calmo parecia querer absorver toda a luz. Mas a atenção de Tiago não estava nas áfuas brilhantes, para onde Lílian se dirigira.
- Não pode ser...
No meio do salão, deitado e dormindo profundamente, havia um dragão.
E agora, o que será que Lílian está fazendo com um dragão? E o que vai acontecer com Tiago? Tudo isso e um pouco mais só no próximo capítulo... (HAHAHA, COMO EU SOU MÁ...)
Beijos,
Silverghost.
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