Então a bruxa má...

Vocês não conseguiram descobrir nem metade das minhas migalhas de pão perdidas pela história... hehehe... Mas ainda está valendo... Continuem tentando! Eu descobri com vocês até algumas menções que eu não tinha percebido que tinha feito! HUAHUAHUAHUAHUA...

Não posso me demorar muito hoje, pois tenho alguns compromissos filiais a cumprir. Como carregar as sacolas de compras da mãe (se eu fosse menor de idade, ia dizer agora que isso é exploração de menores... e é crime!).

Então, deixo-os com as piadas de Ron... hehehe... Alguém aí quer completar a piada do lobo mau e sua querida chapeuzinho vermelho?

Beijos,

Silverghost.

p.s.: o próxima já é o último capítulo. E eu sigo dizendo, Ana, o que seria de mim sem você?


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Capítulo 04: Então, a bruxa má...


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Ele abriu os olhos, piscando-os com força, enquanto, aos poucos, o quarto entrava em foco. Continuava insanamente dolorido, mas parte do desvario que sentira em Bexley se fora.

Remus respirou fundo, se sentando na cama, sentindo o mundo rodar por breves instantes. Com dificuldade, ele se levantou, tentando firmar-se nas próprias pernas. Assim que conseguiu, apoiando-se nas paredes do quarto, ele se dirigiu até a porta.

Sabia que estava de volta a Grimmauld Place. Mas não tinha lembrança alguma de como chegara até ali. Onde estaria Tonks? Sem perceber, soltou um suspiro baixo, lembrando-se da saleta de Madame Saint-Savin, das mãos entrelaçadas, da conversa sobre filhos...

Cambaleando, ele se aproximou da escada. Onde estava Tonks? – ele voltou a se perguntar, sentindo uma estranha urgência queimar seu peito. Alguma coisa parecia, ao mesmo tempo, tentar sufocá-lo, subindo pela garganta...

Ele se apoiou no corrimão e fechou os olhos. Uma gota de suor febril escorregou por sua testa. O corpo dele inclinou-se ligeiramente para frente. E, no instante seguinte, havia um par de mãos muito delicadas segurando-o pelo ombro.

Tonks tentou forçar o corpo de Remus para trás, mas o peso acabou fazendo com que ela própria perdesse o equilíbrio. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, ela também se deixou levar pela gravidade e, no instante seguinte, sentia as costas baterem violentamente contra as quinas dos degraus.

Ela mordeu os lábios para não gritar de dor enquanto eles rolavam escada abaixo. Remus, com o rosto junto ao seu ombro, arquejava, e ela podia sentir o quão quente a pele dele estava.

Finalmente, os dois baquearam no chão da sala, levantando uma nuvem de poeira densa do velho tapete mofado, Remus por cima dela, a respiração pesada em seu pescoço. Tonks fechou os olhos, tentando controlar seus próprios hormônios, que pareciam ter acabado de entrar em ebulição.

- Remus? Você... Você está bem?

Ele não respondeu e, pela imobilidade do homem, ela se perguntou se ele não teria desmaiado de novo. Estava pronta para dar um impulso e trocar as posições quando sentiu a cabeça dele se mover lentamente, os lábios quase rentes ao contorno do seu rosto.

Com o coração quase rompendo o peito, ela percebeu os olhos cor de âmbar dele se fixarem sobre os seus e o hálito quente adejar suavemente seu rosto. Estavam pertos, tão pertos quanto nunca tinham estado...

Nenhum dos dois ouviu quando uma chave penetrou na fechadura enferrujada, girando duas vezes, nem quando a porta de madeira abriu-se com um rangido rouco. Mas eles não poderiam deixar de notar a voz razoavelmente alta e bem espantada de Ronald Weasley.

- Professor... O que o senhor está fazendo aí?

Remus imediatamente rolou para o lado, deixando Tonks voltar a respirar – mesmo que ela não se lembrasse de ter segurado a respiração. Hermione, Ron e Harry estavam parados, emoldurados pela porta ainda aberta, os três com idênticas expressões de assombro.

- Lupin? – Harry aproximou-se, um tanto incerto, enquanto Tonks se sentava, cruzando as pernas.

- Nós caímos da escada. – ela disse, rápida, enquanto se levantava – Ele, eu...

- O que vocês estavam fazendo tão animadamente para caírem da escada? – Ron perguntou divertido, ao que Hermione respondeu com um tapa em seu ombro.

- Eu... – Remus arfou – Me recuso a responder essa pergunta.

- Sabe, eu agora me lembrei da piada da Chapeuzinho Vermelho que se trancou com o lobo na...

- Ron, pelo amor de Merlin, você pode parar de fazer esses comentários constrangedores? – Hermione perguntou, ela própria tão vermelha quanto Tonks estava.

A auror conhecia a piada. Seu pai contara, interrompendo Andrômeda em uma das sessões “contos de fadas mordentes” que a mãe fazia quando ela era criança. E, como Ron percebera, ela se adequava muito bem à situação.

Enquanto Hermione e o ruivo brigavam, Harry aproximara-se de Remus, ajudando-o a se levantar. O homem se apoiou ligeiramente nele.

- Mione. – o moreno chamou com a voz inquieta – Vem cá.

A moça levantou a cabeça para ele, deixando Ron de lado para se aproximar também dos dois. Tonks observou ela colocar a mão sobre a testa de Remus, antes de também trocar um olhar preocupado com Harry.

- É lua cheia hoje. – ele lembrou, enquanto Remus se endireitava.

- Eu estou bem.

- E eu sou o lobo mau. – Harry respondeu, antes de dar um pequeno sorriso – Desculpe o trocadilho.

- Tudo bem. – Remus respondeu, também sorrindo.

- É melhor levarmos ele de volta para o quarto. – Tonks se pronunciou – Ou então para o St. Mungus. Talvez tenham um pouco de poção mata cão lá e...

- Não posso ir para o St. Mungus. – Remus respondeu, enquanto começava a subir as escadas com ajuda de Harry – Não devem faltar muitas horas para a lua cheia.

- Pouco mais de cinco horas. – Hermione respondeu, eficiente – E não acho que possamos confiar nas poções que têm feito lá por esses tempos... Não quando eles precisam de quantidade e não de qualidade. Eu posso fazer a poção mata cão. Apesar de ser complicada, ela não tem que ficar maturando para ficar pronta. Eu só preciso da receita...

- Eu posso conseguir isso. Tenho uma colega da época de Hogwarts que é curandeira lá. – Tonks respondeu, voltando-se para a porta – Algum de vocês quer vir comigo?

Harry voltou-se para ela, sério.

- Tonks, é de fundamental importância que ninguém saiba que estamos aqui. – ele pediu, olhando-a por cima dos óculos – Achávamos que a sede estaria vazia, e...

- Eu avisei, não foi? – Ron observou, cruzando os braços enquanto se encostava à parede – Eu...

- Essa não é a hora mais apropriada para ficar se vangloriando com os seus “Eu não disse?”, Ron. - Hermione respondeu – Você estava certo, nós, errados. Satisfeito?

- Muito satisfeito. – ele respondeu, sem perder o sorriso.

Hermione revirou os olhos, antes de se voltar mais uma vez para Tonks, que já abria a porta.

- Não se esqueça de perguntar a temperatura que o fogo precisa estar. Em poções de preparo rápido, a temperatura é fundamental e quase ninguém se lembra desse detalhe.

- Vou me lembrar, não se preocupe. – Tonks respondeu, fechando a porta atrás de si.

Rapidamente, ela seguiu para um trecho da rua mais escuro, aparatando tão logo se viu sob a segurança de um grande salgueiro junto à praça que era circundada pelos casarões.

No St. Mungus, como de hábito, todos pareciam muito ocupados, andando de um lado para o outro, e várias pessoas feridas reclamavam junto à atendente, que se via louca com pilhas de papéis em seu balcão.

Rapidamente, Tonks escapou da pequena multidão, subindo as escadarias até a sala onde sabia poderia encontrar Sophie Thickey, mas, para sua surpresa, acabou por encontrar, sentado em uma das macas, Alastor Moody.

- Olho-Tonto? – ela perguntou, surpresa – O que está fazendo aqui?

- É um tanto óbvio, não? – ele perguntou de mau jeito, olhando para as ataduras levemente machadas de sangue que agora adornavam sua cabeça – Atacaram minha casa. Por sorte, eu estava preparado. Eles tiveram mais problemas do que eu.

- Nym? – a voz alegre de outra mulher preencheu a enfermaria – O que está fazendo aqui, Nymphadora Tonks? Não me diga que também sofreu algum ataque?

Tonks meneou a cabeça rapidamente.

- Não, Sophie, na verdade, eu vim pedir ajuda para um amigo. Eu preciso da receita da poção mata cão.

Os olhos negros da curandeira estreitaram-se.

- O ministério está fazendo vocês lidarem com lobisomens?

Moody pigarreou em seu canto, olhando fixamente para a auror.

- Sophie, por favor, eu não posso explicar... – ela continuou, com urgência – Apenas me dê a bendita receita.

- Você não prefere...

- A receita, pelo amor de Merlin, mulher! – Moody exclamou, antes de voltar-se para Tonks novamente, fixando o olho mágico sobre ela – Você não deveria estar no Ministério?

- Hum... – ela mordeu os lábios – Eu não pude ir hoje, eu...

- Esses jovens de hoje são totalmente irresponsáveis! Nós estamos em guerra e em vez de estarem constantemente vigilantes, o que vocês fazem? O que vocês fazem?

Sophie voltou rapidamente, com a página de um livro arrancada nas mãos.

- Meu supervisor vai ficar uma fera quando perceber isso, mas...

- Eu fico te devendo essa, Sophie... Até logo, Olho-Tonto.

- Volte aqui, Tonks, eu ainda não terminei!

- A gente conversa depois. – ela respondeu por cima do ombro, correndo para fora da enfermaria, rapidamente descendo as escadarias, voltando para o saguão, de onde poderia desaparatar de volta para Grimmauld Place.

- Hermione? – ela chamou, tão logo entrou na casa que pertencera a gerações de Black antes dela.

Passos soaram no alto das escadarias e ela levantou a cabeça, encontrando Ron, muito pálido. Logo atrás dele, veio Harry. O rosto de Hermione assomou na porta da cozinha e ela virou-se, olhando estranhamente para os meninos.

- O que aconteceu? Vocês parecem ter visto fantasma. – ela perguntou, ao mesmo tempo em que se dirigia para Tonks.

- O problema é não termos visto. – Ron respondeu.

- O professor Lupin desapareceu. – Harry completou, os braços caídos ao longo do corpo – Ele acabou de pular a janela...


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Os olhos dela estavam completamente arregalados e, por mais que ela se esforçasse em entender o que estava acontecendo, aquilo não parecia entrar em sua cabeça.
Isabelle Tluarrpe vivera todos os seus vinte e oito anos de vida em Bexley. Em todos esses anos, a coisa mais interessante que tinha acontecido ali fora o despejo da velha bruxa do espelho, como eles chamavam a mulher que fora vizinha de Madame Savin uns três anos antes...

E agora...

- Você tem certeza que não são fogos de artifício? Eu ainda acho que eles estão fazendo algum filme. – seu pai afirmou, curioso.

- Só se as câmeras estiverem muito bem escondidas. – ela respondeu num sussurro.

Não podia dizer ao pai que, tendo sido a primeira a chegar até a frente do sebo, vira o homem que agora atacava o bom e velho Mr. Goldgoose gritar, perguntando onde estavam as crianças desaparecidas. Não quando a irmã mais nova dela estava entre elas.

Aquilo não era um filme. E, por mais surreal que pudesse lhe parecer aqueles raios coloridos saindo das varinhas de madeira que os homens seguravam, sentia que era perigoso continuar por ali. Mas como convencer os outros vizinhos que agora saíam de casa para assistir ao estranho show pirotécnico?

Mas, o que Isabelle ou qualquer um daqueles que assistiam ao duelo não sabiam sobre Mr. Goldgoose, dono do pequeno sebo do bairro há três anos, é que ele não era exatamente Mr. Goldgoose.

Na verdade, o homem que agora duelava com Remus Lupin era um comensal da morte fugido de Azkaban que atendia pelo nome de Augustus Roockwood.

- Crucio!

Mais uma vez, Remus escapou do feitiço que Roockwood lançara. A febre e a dor pareciam tê-lo feito esquecer de que era humano, e, cada vez mais, seus reflexos lembravam os de um lobo faminto. E ele sabia, em meio aos pensamentos perturbados que agora preenchiam sua mente, que estava perdendo o controle.

- Everte Statum! – Remus gritou por sua vez, antes de rolar no chão para escapar de mais um feitiço de Roockwood.

- Protego!

O feitiço do comensal não agira a tempo e ele foi empurrado para trás, batendo de costas na parede. Remus voltou a se levantar, mas antes que pudesse tentar prender o outro homem, ouviu suaves pops logo atrás de si.

- Diffindo! – soou uma voz feminina.

Ele se virara no exato instante em que Alecto lançara o feitiço e sentiu algo quente na altura do peito pouco antes do sangue escorrer, abundante, pela roupa, agora rasgada. Alguns gritos soaram e ele percebeu que alguns trouxas tentavam se aproximar.

Segurando o ferimento, ele apontou a varinha para o alto, conjurando uma linha azulada, que cercou a ele e aos comensais. A partir daquela linha, ninguém que não possuísse magia conseguiria se aproximar.

- Tolo. Acha que eles vão estar seguros com isso? – outro comensal riu por debaixo da máscara – Quando você estiver morto...

- Glacius!

Remus e o outro homem abaixaram os olhares, assistindo uma grossa camada de gelo começar a cobrir a capa negra do homem. Antes que ela subisse o suficiente para impedi-lo de se movimentar, o comensal apontou a própria varinha para a prisão de gelo, fazendo-a explodir.

Ron ainda estava com a varinha apontada para o homem e rapidamente desviou-se de outro feitiço que fora enviado em sua direção. Harry e Tonks também estavam lá, lutando contra os outros comensais que tinham aparecido.

- Precisamos de reforços! – Tonks gritou para Harry, que estava mais próximo dela.

- Deixe o Ministério fora disso! – ele respondeu, antes de atacar com fúria os dois comensais que tinham se juntado contra ele.

Ela suspirou, e girou a varinha, encarando Alecto.

- Estupefaça! - a mulher escapou facilmente do feitiço, mas aquilo fora apenas uma pequena distração. Tonks sorriu quando a comensal se abaixou – Expelliarmus!

Um grito de ódio escapou da mulher e Tonks aproveitou-se para tentar se aproximar de Remus, que voltara a duelar com Roockwood. Dessa vez, entretanto, nenhum dos dois tinha suas varinhas – eles rolavam pelo chão, trocando socos e chutes.

Remus era mais jovem que Roockwood. Além disso, os instintos lupinos já tinham há muito tomado sua consciência. Uma trilha de sangue fora deixada na calçada pelo corte de Remus e pelo nariz quebrado de Roockwood.

A questão não era ajudar Remus, porque estava muito claro para ela que ele venceria, mas sim fazer Roockwood sobreviver. Tonks sabia que Remus estava fora de si. Se ele matasse alguém, mesmo que fosse um comensal, não conseguiria se perdoar e se tornaria ainda mais distante e fechado do que já era.

- Petrificus Totalus!

Remus ficou paralisado, com o braço levantado, pronto para bater mais uma vez na cabeça do comensal, já desmaiado. Ela correu até os dois, esforçando-se para levantar o corpo do licantropo.

O céu começava a escurecer. Ela sentiu a adrenalina e o medo correr em suas veias ao perceber as pupilas amareladas dele. Respirando fundo, ela o abraçou.

- Eu sinto muito, Remus...

- Aparate para casa agora, Tonks! – Harry ordenou, enquanto escapava de mais um feitiço – Sectumsempra!

Os olhos dela se arregalaram ao perceber os dois corpos dos comensais que tinham atacado Harry jogados no chão, mergulhados em poças do próprio sangue. Ron correu até ela.

- O que está esperando? – o ruivo perguntou, abaixando-se e apontando a varinha para o último comensal que restara – Protego! – o feitiço explodiu no ar e ele se abaixou ao lado de Remus – Aparate com ele agora! Hermione já deve estar com a poção pronta.

Ela assentiu, fechando os olhos. E, no instante seguinte, tudo desaparecera.

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