Trios em choque

No dia seguinte, depois das aulas, Draco e Hermione foram para a sala reservada e começaram os preparativos.
-Por onde começamos? – Pergunta Draco brincando com o seu magnífico cabelo.
-Convinha ser pela historia que vamos representar...- Foi dizendo Hermione pensativa – Tens alguma ideia?
-As lamechices românticas não são o meu forte...pensei que fossem as raparigas peritas nesse tipo de coisas – Disse Draco olhando para Hermione.
Hermione decidiu ignorar o comentário do loiro para não arranjar confusão e continuou a falar – Pensei em fazermos uma peça romântica porque é o que chama mais atenção, mas juntar um pouco de tragédia e mistério para não ser a típica historia do final feliz para todos.
Draco pensou por momentos e chegou à conclusão que não tinha do que reclamar portanto acenou afirmativamente.
-Estão está decidido o tipo de história. – Disse Hermione autoritária – Depois consoante as pessoas que quiserem participar na peça fazemos um guião todos juntos. Já falaste a alguém sobre a peça?
-Sim...já tenho duas pessoas para a peça...devem chegar daqui a pouco. E tu? – Pergunta Draco embora já tivesse uma ideia da resposta que receberia.
-Também já tenho duas pessoas e em principio já vem mais uma. Deve ser suficiente para as personagens da peça. – Responde Hermione escrevendo rapidamente algumas anotações num pergaminho.
Inesperadamente, ouve-se uma batida forte na porta. Draco e Hermione, assustados, viram o pescoço para a porta ao ouvirem duas vozes femininas a discutirem e observam atentamente à abertura da porta. Esta revela uma Kiara bastante despenteada e de mantos amachucados e desnivelados a olhar com cara de tarada para os Prefeitos à sua frente que a miram com curiosidade espelhada no olhar.
-A TUA estúpida prima fez-nos rolar das escadas abaixo e chocou contra mim que choquei na porta. - Exclama enfurecida perfurando Draco com o olhar. Este apenas solta o seu famoso sorriso sarcástico e olha a prima que não está em melhor estado que Kiara.
-Andamos um bocadinho apressadas, não?
-Bem, quanto a ti não sei, Draca, mas eu não ando com pressa nenhuma. Foi um pequeno tropeção - Diz presunçosamente a loira, atirando a sua longa cabeleira para trás.
-É isto...que tu vais levar para a peça? – Questiona Hermione rolando os olhos.
-Vê como falas, sangue de lama! – Retrucou Enyo – Não chegas aos nossos calcanhares...se é que chegas a lugar algum.
-Granger, Granger...se eu fosse a ti não me metia com elas. Não são para brincadeiras. – Diz Draco aparentemente divertindo-se com a situação.
-Bem já escolheram a peça? – Pergunta Kiara de modo a interromper a discussão e evitar que Hermione ficasse com os olhos negros a parecer óculos de sol visto que Enyo estava prestes a saltar para cima dela.
-É qualquer coisa romântica mas dramática segundo o que eu percebi. – Responde Draco enquanto Kiara se sentava ao lado dele.
-E quem entra mais na peça? – Pergunta Enyo também esta se sentando.
Hermione continuando mal-humorada começou a responder sem tirar os olhos do pergaminho – Tenho mais duas pessoas para a peça. Devem estar a chegar...são o Ha... – Mas não acabou de falar. A porta escancarou-se e por ela entram Harry e Ron.
-Pergunta inteligente, Enyo...agora temos o trio maravilha à perna – Responde Draco bocejando enquanto Kiara e Enyo se entreolhavam.
Kiara, prevendo um espectáculo comprido, acomodou-se na cadeira vendo Enyo e Draco levantar-se.
-Ena, ena Granger...e dizias tu que a Enyo e a Kiara eram mal adquiridas...não vale a pena falar destes... – Desdenhou Malfoy.
-Ai que coisa Malfoy...pára de te armares em barbie fútil e vê se fazes algum comentário de jeito. – Retorque Hermione.
-Calminha aí esfregona ambulante. Não tens moral para dizer coisíssima nenhuma porque os teus comentários são realmente desastrosos. – Provoca Enyo.
-Olha lá sua bolinha...tu devias era estar em castigo por teres vindo a rebolar pelas escadas e teres feito um estardalhaço enorme. – Devolve Hermione.
No fundo da sala Kiara divertia-se com o cenário e pensou ‘ De bola a Enyo não tem nadinha’, voltando a sua atenção novamente para a discussão.
-Granger...tem cuidado com o que dizes – Proferiu Draco com os olhos a faiscarem – Nunca mais te refiras à minha prima nesses termos.
-Ah sim Malfoy? – Disse Ron metendo-se na conversa – E o que fazes? Estou a ver que queres ir para castigo outra vez...
-Para defender a minha prima ou a Kiara vou de castigo as vezes que forem precisas Weasley. – Desdenhou Draco.
-Ena...parece que temos aqui um protector. – Intromete-se Harry.
-Potter, nem comeces a fazer de herói que comigo não pega, ok? – Disse Draco aproximando-se.
Harry aproxima-se mais e provoca – Vais-me bater Malfoy? Força...
Kiara vendo que a discussão estava a ficar feia levanta-se e vai ter com eles.
-Olhem o espectáculo está muito animado mas que eu saiba nós viemos cá por causa do teatro não foi? – Diz a rapariga tentando separá-los.
-Olhem quem saiu do ninho! – Exclama Ron – A Arbdforth ganhou coragem e veio até cá.
-Houve uma coisa, seu cabeça de pimento – Começa Kiara muito calmamente – Não é questão de coragem. Eu simplesmente não me meto em discussões infantis, mas esta já estava a ficar feia e além disso eu supostamente vim cá por causa do teatro e não para vos ver a discutir.
-Hmm, estou a ver que és a que tem mais juízo de vocês três. Estes dois têm o cérebro do tamanho de uma ervilha. – Retorque Harry.
-Hey calminha aí, Potter. Posso ser mais calma que eles mas se insultam as pessoas que eu gosto à minha frente a coisa fica preta. É melhor pararmos por aqui antes que dê para o torto.
Os três rapazes separam-se e voltam aos seus lugares em silêncio. Enyo ajeita a gravata do primo antes deste se aconchegar na cadeira e senta-se ao seu lado olhando os Gryffindors com superioridade.
-Hermione... – Começa Harry – A Ginny disse que passava por cá daqui a pouco...ela também quer entrar na peça.
-Outra Weasley?! – Exclama baixinho Enyo. – Isto é perseguição.
-Shiuu! – Diz Kiara – Depois arranjas confusão...agora deixa isto continuar que eu tenho treino de Quidditch daqui a pouco e quero ver em que é que esta peça vai dar.
-Está bem! – Bufa Enyo.
Hermione, que não ouviu a conversa entre as duas primas continua a falar -...e por isso temos que escolher os nomes para as personagens. Amanhã vou tentar trazer o guião da história. Já têm alguma ideia para os nomes?
Eu já! – Exclama Malfoy e todos os olhares caem sobre ele -Acho que o Potter se devia chamar Dick!
Hermione olha para Draco como quem diz ‘Andaste a beber certo? ’
-Qual é o drama desta vez Granger? – Retorque Malfoy rolando os olhos.
-Sabes muito bem qual é!
-Oh sim? Aparentemente escapou-me qualquer coisa, porque não vejo problema nenhum. - Troça Draco. - Podes fazer o favor de me esclarecer?
- Esse nome é um pouco indecente para a peça, não achas?
-Granger! Sua pervertida! Só pensas nisso. Dick é diminutivo de Richard.
Hermione ignora o comentário de Draco e sugere que procurem nomes no enorme livro que ela trouxe da biblioteca. Todos rodeiam a mesa onde o livro se encontra e Hermione começa a ler a enorme lista de nomes. Ronald é o único que não presta atenção, pois encontra-se ao lado de Draco e prefere delirar com o cheiro do perfume deste.
-Donagh, Donal, Donald, Donalda- recita Hermione parando abruptamente ao ouvir um guinchinho de Harry.- Que foi?
- Acho que Donalda é um nome perfeito para a Malfoy- diz Harry sorrindo galantemente à loira.
Os dois Malfoy trocam um olhar e afastam-se do grupo, ela sentando-se numa mesa.
- E vós, Donalda irmã minha, dai-me agora um som alto e sublimado, para minha nobre pessoa neste vil bosque te discernir. - Exclama Draco poeticamente enquanto põe uma mão no sobrolho e olha para a distância.
- QUACK! Meu irmão, aqui estou! QUACK! Vós me surpreendeis. Por que para o meu salvamento tereis que ter tomado tanto tempo? QUAACK! - Quaqueja Enyo ao levar dramaticamente uma mão à testa.
-Donalda, queria minha. Aconteceu mísero e mesquinho tal pérfido lapso, atravessou meu caminho como agua invade linho! Dai-me vossa mão de alabastro para deste intrínseco lago sairdes e subires ao nosso mastro - Enyo olha confusa para o seu primo depois desta rima sem sentido mas decide continuar com o teatro.
Kiara bastante divertida com a situação vai para perto dos dois Slytherins e diz muito educadamente: -Mil desculpas por me intrometer em vosso encontro, mas receio ter que dar por terminado este belíssimo teatro entre pata Donalda e seu irmão, pois infelizmente a representação terá que ficar para mais tarde, porque neste momento temos coisas realmente importantes a fazer.
Os três amigos começam a rir-se como galinhas a cacarejar e depois de se acalmarem voltam a sentar-se, sem antes Draco fazer um gesto para que as duas raparigas se sentassem primeiro como um acto de cavalheirismo. Hermione ficou deslumbrada com tamanho cavalheirismo, enquanto Harry e Ron olhavam para Draco, Enyo e Kiara como se estes fossem psicopatas.
-Continuamos? – Pergunta Kiara.
-Hm...ah...sim... – Diz Hermione deixando de lado as boas maneiras de Draco – Hmm...aqui nos nomes de rapariga vocês têm alguma ideia?
-Não sei – Responde Enyo – Diz aí alguns.
-Callista, Calliope, Calypso... – Cita Hermione
-Calypso? – Interrompe Kiara – Qual é a origem desse?
-É de origem grega. – Diz Hermione analisando com atenção.
-Está bem...deixa-me ver outros. Continua. – Pede Kiara.
-Deixa ver na letra I...Iskra, Ismene, Isolda, Israh... – Continua Hermione.
Ouve-se um gritinho agudo e Enyo diz: - É esse! Israh! Esse é para mim! – Afirma atirando os longos cabelos para trás.
-Este nome tem a ver com a noite – Profere Hermione lentamente – É arábico.
-É perfeito! – Exclama Enyo.
Hermione continua a citar os nomes e chega a letra L: - Lyndi, Lynna, Lynsay, Lyra...
-Lyra! – Exclama Kiara – É lindo! O que significa?
-Nome de uma constelação da qual faz parte a estrela Vega – Lê Hermione.
-Este é perfeito para ti – Diz Draco – Tu gostas de astronomia não é?
-Adoro! – Diz Kiara com os olhos a brilharem – Eu fico com este nome.
Hermione anota mais algumas coisas no seu pergaminho e diz: - Agora são os rapazes a escolher o nome.
-Então e tu Hermione? Não escolhes? – Pergunta Harry olhando confuso para a amiga.
-Eu já tinha escolhido...é Selena: vem de Selene que significa lua – Explica sonhadora.
-Então continua… – Diz Draco bocejando – Quero despachar isto rápido que tenho mais que fazer.
Hermione abre o seu grande livro, e após uma grande discussão, conseguiram escolher todos os nomes, tendo Ginny chegado entretanto e se juntado ao grupo.
-Já está tudo por hoje. Amanha temos reunião à mesma hora.
Todos se levantam e saem da sala. Quando Draco chega à porta ouve um grito agudo – Nem penses! – Berra Hermione. - Tu ficas aqui que temos coisas para fazer.
-Granger, Granger...gostas tanto de mim que inventas qualquer desculpa para eu ficar contigo. – Troça o loiro.
-Continua a inchar com esse orgulho patético que tu tens que pode ser que um dia rebentes e eu possa deixar de te aturar. – Diz Hermione com um sorriso malicioso.
Draco bufa, senta-se e pergunta: - O que é para fazer agora?
-Temos que fazer um esboço da história, mas sem especificar as personagens. Isso só podemos fazer amanha. Eu pedi o chapéu seleccionador para distribuirmos os papéis. – Diz Hermione fazendo umas anotações no pergaminho.
-Já sabes como vai ser a historia? – Pergunta Draco analisando as suas mãos com indiferença.
-Era suposto sermos nós os dois a fazer sabes? Mas tudo bem. Estive a pensar e a história podia ser algo assim: Uma rapariga e um rapaz podiam estar noivos. Eles iam a um baile e a rapariga encontrava um rapaz e ambos se apaixonavam. Além da rapariga ter noivo, o rapaz tinha uma rapariga atrás dele que não lhe dava descanso. A única pessoa que sabia da paixão secreta deles dois era a irmã do rapaz. O noivo da rapariga acabava por trai-la, mas como era rico, o irmão da rapariga queria que ela se casasse com ele de qualquer maneira. No fim o rapaz mata o noivo da rapariga e eles acabam por ficar juntos. E na última cena da peça podiam cantar a música My Bloody Valentine dos Good Charlotte, que é a historia desta peça no fundo.
-Ah sim…e quem sugeres que seja o par romântico? – Pergunta Draco.
-Ai Malfoy vê se acordas…O Chapéu Seleccionador é que vai ditar quem interpreta quem lembras-te? Mas porquê? Querias ser tu com a loira burra? – Sorri maliciosamente Hermione.
Draco endireita-se na cadeira e diz: - Primeiro o nome dela é Enyo; segundo se ela fosse burra não seria uma Malfoy e muito menos estaria nos Slytherin; terceiro acredita que eu e ela formaríamos o par dos últimos milénios, Malfoys e lindos: é perfeito.
Hermione rola os olhos e Draco afirma com um sorriso presunçoso: -Tu tens é ciúmes da minha relação com a minha prima: nós somos a combinação perfeita.
-Com uma combinação tão perfeita porque te separas dela? – Provoca Hermione.
-Caso não te lembres, foste TU que me impediste de ir ter com a Enyo e a Kiara! – Desdenha Draco.
Hermione cora e diz: -Grande trio que foste arranjar…outra Malfoy estúpida e uma incapacitada de insultar.
-Acredita que comparado ao teu trio ou a outro qualquer o nosso é invejável. Tal como tu disseste dois Malfoys, e a que tu julgas incapacitada de insultar, é inteligente demais para perder o seu tempo com vocês três…Somos três sangues puros percebes…a pureza do nosso sangue, a nossa inteligência e ambição abafa tudo o que possa existir…mas deixa Granger, eu entendo que tu não percebas isto…o teu sangue é tão sujo que esturrica os miolos…se é que os tens…
-Ai Malfoy por hoje chega…amanha a reunião é a mesma hora. Avisa o teu “esplendoroso trio”. – Diz Hermione dirigindo-se à porta.
Draco levanta-se e põe-se entre a porta e Hermione, impedindo-a de sair. – Granger…já te vais embora? Então…ainda há pouco tempo estavas toda empenhada em manter-me aqui como pudesses e agora abandonas-me é?
-Malfoy, não te esforces por seres mais patético do que a tua natureza permite…isso é impossível: atingiste o limite. Agora sai da frente… - Dizia a rapariga enquanto se esforçava por tirar o rapaz da sua frente.
- Será que estou a ver nervosismo na rapariga perfeita de Hogwarts?
-Malfoy sai da frente e deixa-me ir embora! – Pede Hermione.
-Hmm interessante…primeiro foste educada, agora já pediste, daqui a pouco estás a suplicar…é esperar para ver! – Sorri maliciosamente Draco.
Hermione põe uma postura bastante direita, e diz: - Nuna…mas mesmo nunca..te suplicaria o que quer que fosse.
Draco não se dando por vencido aproxima-se mais da rapariga e diz:- Nem para eu me aproximar mais?
-Quanto muito para te afastares…
-Nem suplicarias para eu te dar um dos meus irresistíveis beijos? – Provoca Draco muito confiante na sua teoria de que “Ninguém me resiste”.
Hermione aproxima-se do rapaz…as suas respirações podiam ser sentidas um pelo outro…-Eu jamais te beijaria sua coisa imunda! – E aproveitando a distracção de Draco empurra-o e vai-se embora.
-Aquela nojenta paga-me!!! Ninguém fala assim com um Malfoy e sai impune!!!!– Bramiu Draco pontapeando algumas cadeiras, deixando a sala pouco tempo depois.


N:A/Olaaa de novo!!E então...que é que estão a achar da fic? Precisamos de comments pleaase!! Então vá continuem a ler ok?...Beijãããooooo :)

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