União x Ballycastle Bats



- UMA PARTIDA QUE TEM TUDO PARA SE TORNAR MAIS UMA MARATONA, SENHORAS E SENHORES! – dizia o narrador da partida entre o União e o Morcegos, que já havia começado. – 2 HORAS JÁ SE PASSARAM E COM ESSA CHUVARADA VAI SER DIFÍCIL ALGUÉM CONSEGUIR ENCHERGAR O POMO!
Realmente, a chuva estava atrapalhando bastante. Está certo que os jogadores usavam óculos de proteção, parecidos com óculos de mergulho, só que mais largos, e estes óculos ainda estavam enfeitiçados para se tornarem imperturbáveis, mas ainda assim, ninguém conseguia ver mais que um metro a sua frente.
Não era possível se escutar nada graças ao som da chuva, e muitas vezes Harry só conseguiu se desviar de um balaço na última hora, no susto mesmo. O vento soprava forte para a esquerda do campo, o que dificultava para os dois times, e depois de 2 horas de jogo, o placar ainda estava 30 a 20.
- PARECE QUE O GOLEIRO E CAPITÃO DO UNIÃO ESTÁ PEDINDO TEMPO, MAS O JUIZ AINDA NÃO CONSEGUIU VER O SINAL DELE... AH AGORA ASSIM!
Harry mal ouvira o apito do juiz, indicando tempo pedido por Olívio. Só foi se dar conta mesmo, quando Gina(que estava de titular) se aproximou e fez sinal para ele ir para o chão.
Os dois pousaram lado a lado e se juntaram ao pequeno círculo que se formava de jogadores do União. Olívio começara a falar assim que eles se aproximaram.
- Sei que jogar com esse tempo está difícil. Ninguém está conseguindo fazer nada. Não vamos conseguir marcar muitos gols, então vamos jogar mais defensivamente agora. Só avancem no contra-ataque, estão ouvindo? Se eles derem mole, agente aumenta o placar, se não, agente amanhece o domingo com 30 a 20. Harry, estamos precisando de sua ajuda aqui, ok? Você precisa capturar esse pomo antes que alguém se machuque.
- Mas, Olívio. É impossível de enxergar esse pomo com essa chuva! Eu não estou conseguindo ver a mais de um metro a minha frente! – retrucou Harry.
- Eu sei, eu sei. – continuou Olívio, compreensivo. – Mas se você der sorte... se você ver o mínimo brilho dourado que for, capture-o Potter! Tem que ser de primeira aqui hoje, está ouvindo? Os rebatedores deles vão demorar até perceberem que você viu o pomo, o mesmo para o apanhador deles, então esta será a sua chance de ganhar o jogo para agente!
Harry fez sinal positivo com a cabeça, então eles voltaram a montar em suas vassouras e decolaram novamente.
- E A PARTIDA RECOMEÇA! – disse o narrador. – MORCEGOS COM A POSSE DA GOLES. OS ARTILHEIROS DO UNIÃO ESTÃO TODOS NA DEFESA AGORA...
Passou-se então mais meia hora em que Harry escutava algumas palavras difusas do narrador da partida, mas aparentemente o placar continuava o mesmo, mas nada da chuva parar.
Foi então que Harry viu um brilho dourado próximo às arquibancadas. Era um brilho bem fraco por causa da chuva, mas Harry decidiu segui-lo.
O brilho então disparou em direção ao chão. Não havia dúvidas agora. Era o pomo! Harry seguiu-o a toda velocidade, há 2 metros do chão agora. O barulho da chuva era mais intenso àquela proximidade do chão. Ele esticou o braço para apanhar o pomo, mas...
BANG!
Um balaço atingira as suas costas com tudo! Ele caiu no chão, sentindo uma dor alucinante, mas conseguira se manter consciente. Ele mal pode ouvir o barulho do balaço se aproximando por causa da chuva.
Harry voltara a montar em sua Firebolt e dera um impulso forte no chão para voltar ao ar, mas agora era tarde demais. O apanhador do Ballycastle Bats também avistara o pomo e já tinha o braço esticado para capturá-lo.
Ouviu-se então o apito do juiz, seguido por um grito de “Fim de Jogo!” e o Morcegos ganhou.
- Potter! – ouviu-se o grito de Olívio, que pousara ao lado de Harry. – O que foi que eu te disse? Capture o pomo se você conseguir vê-lo! Mas você não capturou, não é?
- A culpa não foi minha, Olívio! – disse Harry. – Eu estava mal protegido. Você mesmo me disse que os rebatedores deles iriam demorar para me ver, mas não foi isso que aconteceu, foi?
- Você demorou muito para capturar o pomo depois de vê-lo!
- Demorei muito? Eu vi o pomo e dois segundos depois estava em cima dele!
- Mas você não foi discreto!
- Discreto? DISCRETO!? – gritou Harry. – Olívio, pelo amor de Deus, olha pra cima! Mal dava pra voar nessa tempestade e você vem me falar em ser discreto?
- Não me interessa! Você tinha que ter apanhado aquele pomo!
- Olívio, você já está sendo irracional! Se quer brigar com alguém, briga com os nossos rebatedores que não estavam me cobrindo!
- Ei, não me põe no meio dessa história aí não! – disse Jack Willow, um dos rebatedores titulares do União.
- E como foi que você não pode se desviar daquele balaço? – perguntou Olívio, insistindo em colocar a culpa em Harry.
- Não dava para ouvir ou ver o balaço se aproximando nem a quinze metros de altura, imagine a 2 metros onde o barulho da chuva é bem maior!
- Não me venha com desculpas ridículas, Potter. – disse Olívio, apressando o passo e entrando nos vestiários antes de Harry.
- O que é que deu nele? – perguntou Gina.
- É um idiota! – disse Harry.



Harry dormira até tarde na manhã seguinte. Quando acordara, passava um pouco das onze, e como prometera a Hagrid que iria visitá-lo, mas tinha medo de ter que comer a sua péssima comida, decidiu escrever uma carta para o amigo, e convidá-lo para almoçar no 3 vassouras.
Meia hora depois, Edwiges já estava de volta com a resposta.

Gostaria muito de ir almoçar no 3 Vassouras com você Harry. Então agente se encontra lá daqui a uns 20 minutos, ou meia hora, ok?

Dobby, que já estava trabalhando na casa de Harry, preparara um café da manhã, mas Harry só dera uma beliscada no bacon pois não queria perder o apetite.
- Ah Dobby. – disse Harry, quando fora ao banheiro escovar os dentes. – Para o almoço, você prepara uma comida só pra você, ok? Não vou almoçar em casa. A não ser que você queira ir comigo ao 3 Vassouras almoçar com o Hagrid, que tal?
- Almoçar com o senhor, Harry Potter? Não, não... Dobby não poderia, mesmo que queira muito. Dobby ainda tem que lavar o banheiro, varrer o quintal, e lavar a louça.
- Ah... falando nisso, será que você podia me fazer um favor? Poderia ir ao Beco Diagonal para mim e comprar uma poção para a gripe? Acho que adoeci com aquela chuva de ontem.
- Pode deixar, Harry Potter, meu senhor. Eu compro a poção.
- Quanto será que está custando a poção? – perguntou Harry.
- 12 sicles, Harry Potter. Dobby entende bem de preços agora que tem dinheiro para fazer compras também.
- Então toma. – disse Harry, pegando um Galeão do bolso e dando-o na mão de Dobby. – Eu vou indo então. Tem certeza de que não quer ir?
- Dobby não pode, meu senhor. Dobby tem que cuidar da casa.
- Bem, você que sabe. Tchau Dobby. – disse Harry e saiu de casa, juntando-se a multidão que enchia as ruas de Hogsmead lá fora.
Aparentemente, aquele era o primeiro final de semana de visitas a Hogsmead em Hogwarts, porque as ruas da cidade estavam cheias de jovens com uniformes da escola.
- Harry Potter? – perguntou uma voz meio esganiçada. Harry se lembrava daquela voz, mas não sabia de quem era. Virou-se então e lá estava Dennis Crevey com alguns amigos.
- Dennis! – disse Harry, cumprimentando o garoto com um aperto de mão. – Não sabia que ainda estava cursando Hogwarts.
- Sétimo ano. – disse ele. – Já era para termos terminado, mas como a escola fechou e só reabriu depois que você derrotou o Você-Sabe-Quem...
- Bem, não quero parecer rude, é que marquei de me encontrar com uma pessoa daqui a alguns minutos...
- Ah, tudo bem, Harry. – disse Dennis. – Eu entendo. Agente estava justamente indo ao Cabeça de Javali encontrar umas pessoas também.
- Cabeça de Javali, ahn? Cuidado com o que diz por lá. As paredes daquele bar tem ouvidos!
Dennis e os amigos riram.
- Agente se vê então, Harry. – disse Dennis, e ele e seus amigos continuaram seu caminho em direção ao Cabeça de Javali.
Harry, por sua vez, seguiu para o 3 Vassouras e ao entrar no bar/restaurante, viu-se no meio de uma multidão de alunos com olhares curiosos. Alguns alunos do terceiro ano, que tinham Hogsmead como uma novidade, chegaram a apontar freneticamente para ele e dar pulinhos e uma jovem que devia ser do sexto ou sétimo ano se aproximou e perguntou se Harry não queria tomar uma cerveja amanteigada com ela.
- Não desculpe, estou esperando alguém. – disse ele, correndo para pegar uma mesa que acabara de ser liberada.
Quando se sentou, a sorridente Madame Rosmerta, dona do bar, viera o atender.
- Há quanto tempo, Harry. – disse ela. – Achei que ficaria só encomendando a comida ao invés de dar o ar da graça.
Harry riu, e respondeu:
- Vim me encontrar com uma pessoa, mas prometo vir com mais freqüência.
- Eu vou cobrar essa promessa, hein! – disse ela, rindo. – Vai querer o que então? Cerveja amanteigada?
- Sim, só isso por enquanto.
- Já trago para você. O dia está cheio hoje. Como deve ter visto, visitas de Hogwarts. – disse ela, olhando feliz, mas meio cansada para a multidão de gente que estava no seu bar. Em seguida, se dirigiu ao balcão para buscar a cerveja de Harry.
Hagrid chegou alguns minutos depois, e sentou-se na cadeira em frente a de Harry.
- Olá, Hagrid. – disse Harry. – Como vão as coisas lá em Hogwarts?
- Vão muito bem! – disse Hagrid, sorrindo, contente. – Mais alunos estão interessados em Trato das Criaturas Mágicas hoje em dia. Tenho estado bastante ocupado, então deixei o Grope fazendo o trabalho de Guarda-Caças. McGonagall está até pagando ele para fazer o serviço.
- Você realmente conseguiu ajudá-lo a se adaptar, não é Hagrid?
- Ah foi fácil... ele só precisava de carinho e atenção. – disse Hagrid, rindo.
- Mas como é que ele está fazendo o trabalho de guarda-caça na Floresta Proibida? Os centauros estão OK com isso?
- Nem se não estivessem! – disse Hagrid, parecendo sério. – A floresta não é deles afinal de contas, mesmo que eles digam que seja. Mas no fim, eu e eles fizemos as pazes, e Grope também não anda arrumando confusão com eles, então está tudo OK. Só tem uma coisa estranha...
- O que? – perguntou Harry curioso, franzindo a testa.
- Bem, Grope me disse que ouviu rumores entre os centauros. Rumores que falavam de algum estranho que estava escondido na floresta, ou coisa assim.
- Um estranho? – perguntou Harry, apoiando os cotovelos sobre a mesa, inclinando-se para ouvir Hagrid mais de perto, sem querer perder nenhum detalhe agora.
- Um sujeito usando uma capa negra. – disse Hagrid, parecendo meio despreocupado. – Talvez um lobisomem novo na floresta. Muitos deles que estavam do lado de Greyback e de Voldemort ainda não foram capturados. Talvez esse cara esteja fugindo dos aurores, ou coisa assim.
- Você avisou a McGonagall? – perguntou Harry.
- Avisei, claro. Ela disse para não nos preocuparmos por enquanto, afinal, podem ser só rumores. E também, quem faria uma loucura como atacar um aluno de Hogwarts, agora que Você-Sabe-Quem definitivamente se foi? Mas e com você Harry? Tenho ouvido os seus jogos. Você tem jogado bem como sempre, só deu um pouco de azar na partida de ontem.
- Não quis nem ouvir o Quadribol Agora no rádio hoje de manhã. Aposto que eles devem ter acabado comigo!
- Não, eles não criticaram você. Pelo contrário! – respondeu Hagrid. – Falaram mal mesmo foi dos rebatedores do seu time, mas aquilo foi uma vergonha! Nenhum dos dois cobriu você na hora que você precisou.
- É, mas estava chovendo muito, eles podem não ter visto que eu estava perseguindo o pomo.
- Mais um motivo para eles terem colado em você desde o início da partida, não é? Pelo menos um deles! Se estava chovendo tanto, eles tinham que ter ficado ao seu lado pra te proteger de balaços surpresas, como o que te derrubou ontem!
Harry ficou em silêncio. Hagrid tinha razão no fim das contas, mas não era nisso que ele estava pensando. Um estranho na Floresta Proibida? Não que aquela floresta já não fosse cheia de criaturas incríveis e incomuns, mas se até mesmo estas criaturas ficam desconfiadas de um outro estranho na floresta, é que algo não está indo bem. Da última vez que ele recebera uma notícia parecida da Floresta Proibida, Voldemort havia mandado Nagini, sua cobra de estimação, que na verdade era um de seus horcruxes, se esconder lá, e Harry realmente encontrara a cobra gigantesca na floresta. Teria este estranho de capa, algo a ver com Voldemort, mesmo depois da morte do bruxo das trevas?

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