Visita a Hogwarts
Não obstante. Aquela não fora a primeira vez de Harry e Gina. Os dois aproveitaram cada segundo que podiam juntos desde que Harry acordou do coma no St. Mungos.
Quando os primeiros raios de sol entraram pela janela do quarto de Harry, os dois estavam abraçados um ao outro. Ainda de olhos fechados, Harry sentiu os lábios de Gina tocando os seus. Por um momento ele achou que tudo aquilo não passara de um sonho, mas aquele beijo era real. Sim, a noite toda fora real.
- Te amo. – ele ouviu Gina dizer.
- Também te amo. – respondeu. Abriu então os olhos e viu que a namorada havia adormecido de novo. Lentamente para não acordá-la, ele se levantou e foi até a cozinha preparar o café da manhã.
Todo aquele tempo em que ele morara com os Dursley ajudando tia Petúnia na cozinha a vigiar o bacon para este não queimar, fritar ovos e mexer a comida na panela, fez de Harry um cozinheiro pelo menos decente. Sem mencionar os últimos 6 meses que ele veio morando sozinho, tendo que se virar na cozinha. O problema maior era a limpeza da casa. Ele poderia chamar Monstro, se não o tivesse dado como brinde para o comprador da casa dos Black (sem a menor piedade). Mas Harry tinha uma idéia de como resolver essa questão.
Quando terminou de preparar os ovos mexidos, Harry preparou um suco de laranja e fritou bacon e ovos, depois colocou tudo em uma bandeja, que levou até o seu quarto.
- Acorda dorminhoca! – disse Harry. – Já passa das dez da manhã!
Gina então abriu um longo sorriso enquanto se espreguiçava. Ajoelhou-se na cama e recebeu a bandeja com o desjejum das mãos do namorado.
Até naqueles momentos comuns do dia ela ficava linda. Vestida somente com a camisa de Harry da noite anterior, ela sentou-se na beirada da cama para comer, mas não sem antes dar um beijo no namorado.
Harry então voltou correndo na cozinha, pegou um prato para si e voltou correndo para a cama, onde se sentou ao lado de Gina.
- Sabe Gina, eu estive pensando enquanto preparava o café da manhã. – disse Harry. – Bem, eu entenderia se você não quisesse, mas que tal você vir morar aqui comigo?
Gina abriu um largo sorriso para o namorado.
- Jura, Harry? Eu posso?
- Claro que pode!
- Então eu me mudo assim que der! – disse ela, beijando o namorado mais uma vez. – Mas acho melhor eu ir andando agora. Meus pais devem estar preocupados e não queremos deixar a sra. Molly Weasley irritada.
Depois de terminar o café, Gina vestiu-se com a roupa que usara na noite anterior e despediu-se do namorado, desaparatando de volta para a Toca.
O resto da manhã transcorreu muito de vagar para o gosto de Harry. Gina mal acabara de partir e ele já sentia falta dela. Aproveitou para escrever uma carta para a professora McGonnagal.
Cara professora McGonnagal, escreveu ele, gostaria muito de visitá-la na próxima sexta à tarde, se não for muito incômodo. Na verdade, gostaria muito de lhe pedir um favor. Aguardo resposta. Afetuosamente, Harry Potter.
Ele então fora até a sala, onde a gaiola de Edwiges estava posta sobre uma mesinha ao lado do sofá. Edwiges ainda estava meio sonâmbula, por isso, Harry bateu lentamente na gaiola para acordá-la, mas sem assustá-la.
- Tenho um serviço pra você Edwiges. – disse Harry, abrindo a gaiola da coruja e amarrando a carta a sua perna. – Leve esta carta para a professora McGonnagal, sim? Você sabe muito bem onde encontrá-la, não é?
A coruja simplesmente piou e iniciou vôo, passando pela janela aberta da sala. Harry imaginou que ela não demoraria muito, já que Hogwarts era ali pertinho.
E de fato, Edwiges não demorou mais de meia-hora para entregar a carta e voltar com uma resposta. Quando ela voltou, Harry já estava almoçando (ele encomendara uma quentinha do 3 Vasssouras). Não podia se demorar porque Olívio marcara treino para 1 da tarde.
A resposta da professora dizia:
Harry,
Ficarei grata em recebê-lo na sexta. Às 2 e meia seria um bom horário para você?
Atenciosamente,
Minerva McGonnagal
P.S.: Venha ao meu antigo escritório, e não ao que era de Dumbledore. Te explico por que, quando chegar aqui.
Harry imaginou por que a professora Minerva não estava ocupando o antigo escritório de Dumbledore, já que ela era a nova diretora de Hogwarts agora. Será que este estava em reformas ou coisa parecida?
Faltando 20 minutos para 1 hora da tarde, Harry terminou de tomar um banho, escovou os dentes e vestiu o uniforme do União. Pegou sua Firebolt que guardava embaixo da cama e saiu de sua casa, aparatando no Hall de Entrada do Estádio Voador do União.
O estádio era realmente flutuante. Ele ficava a vários metros de altura em relação a superfície. Para evitar que aviões de trouxas colidissem com o estádio, a diretoria do União teve que encher o lugar com feitiços anti-trouxas. Toda vez que um avião se aproximava do estádio, ele entrava em uma terrível turbulência, e o piloto tinha a instantânea idéia de contornar o que ele achava ser uma tempestade. Vassouras voadoras também não podiam se aproximar. Medidas antipenetras. Além disso, a parte de baixo do estádio, que deveria ser vista como um grande pedaço de terra flutuante para os trouxas lá embaixo, fora enfeitiçada para aparecer exatamente como o céu acima do estádio, como acontecia com o teto do Salão Principal de Hogwarts.
Do Hall de Entrada, Harry passou pela bilheteria e entrou nos vestiários. Poucos jogadores já haviam chegado, mas Olívio era um desses poucos. Provavelmente já devia estar no estádio há mais de meia hora. Ele chamou Harry para terem uma conversa particular no escritório do capitão.
- Por aqui, por favor. – disse ele, indicando seu escritório, ao lado dos vestiários.
Harry entrou, meio curioso para saber o que Olívio queria. Um pouco nervoso também.
- Que foi Olívio? – perguntou ele, quando se sentou em frente à escrivaninha do capitão.
- Harry, eu queria conversar com você sobre o namoro entre você e a Gina. – disse Olívio, sentando-se em sua respectiva cadeira.
- Qual é o problema?
- Bem, eu não acho que seja muito profissional dois membros do mesmo time serem namorados. E se vocês brigarem? Eu não quero um time desunido caso isso aconteça. Foi a mesma coisa com o time dos tornados na década de 1940 e eles jogaram muito mal naquela época.
- Eu acho o completo oposto. Eu estou muito feliz namorando a Gina e isso é só mais um incentivo para jogar bem. Jogar com ela só vai me fazer ser um apanhador melhor.
- Bem, eu estou dizendo isso porque Gina vai treinar com a equipe dos titulares hoje. Talvez ela até jogue no sábado que vêm contra o Ballycastle Bats e eu não aceitaria distrações, suas ou dela! Se vocês brigarem, ou se distraírem durante o jogo, um dos dois vai ter que sair do time.
- Não se preocupe, Olívio. Não há a menor possibilidade de nós brigarmos.
- Outra coisa. – disse Olívio, mudando de assunto. – Você vai treinar com o time reserva hoje. Não me entenda mal, isso não quer dizer que você vai ser reserva esse sábado, eu só quero ver você jogando contra os rebatedores titulares. Vai ser um bom treinamento para você e para os dois rebatedores também.
- Ok. – disse Harry.
Os dois então se levantaram e voltaram para o vestiário. O restante do time já havia chegado. Gina e Harry trocaram olhares e sorrisos e Olívio fez uma cara feia para os dois.
- Ok, vamos treinar, pessoal!
Depois de uma longa e cansativa semana de treinamento, finalmente a tarde de sexta-feira chegou e Harry finalmente teve uma folga. Tirara um cochilo depois do almoço, mas não podia dormir muito porque tinha um encontro marcado com a professora McGonnagal e ele queria chegar cedo na escola para visitar também um outro amigo.
Quando era 20 para as duas da tarde, Harry levantou-se e vestiu-se para ir até Hogwarts. Caminhou então por toda a Hogsmead, até a entrada do castelo da escola.
Lembrou-se então de quando era apenas uma criança e de quando vira o castelo pela primeira vez. Emocionou-se ao lembrar de tudo que passara naquela escola. Dos amigos que fez, do que aprendeu com os professores. Lembrou-se das tardes de folga em que ele, Rony e Hermione geralmente passavam caminhando pela margem do lago da Lula-Gigante. Lembrou-se de quando ele e Gina começaram a namorar. E finalmente lembrou-se de seu último encontro com Voldemort. Ele realmente havia escolhido o lugar ideal para que os dois tivessem o duelo final. Se Harry tivesse que morrer naquele duelo, ele teria ficado feliz por ter sido em Hogwarts. Quem sabe não o enterravam nos terrenos da escola também, como haviam feito com Dumbledore.
Ele caminhou lentamente pela propriedade da escola e dirigiu-se até a cabana do seu velho amigo Hagrid. Desejou muito que ele estivesse ali. Bateu na porta, mas não ouviu nem mesmo os latidos de Canino. Talvez ele estivesse dando aulas na orla da floresta.
Foi andando então até o lugar onde Hagrid costumava dar aulas, e encontrou-o sentado em um tronco caído de árvore, com uma turma provavelmente de quartanistas ou quintanistas sentados na grama ao seu redor.
- ... mas eu e Madame Máxime havíamos viajado muito para desistir tão rápido. – dizia Hagrid aos seus alunos, em um tom animado. Foi então que ele viu Harry que se aproximava e abriu um largo sorriso. – Com licença, turma, eu já volto.
Então ele se levantou e foi até Harry, dando-lhe um abraço de quebrar os ossos. O cochicho foi geral quando os alunos reconheceram Harry.
- Como vai Harry? – perguntou ele. – Pensei que tinha se esquecido onde eu morava.
- Não, não me esqueci. É muito bom te ver de novo, Hagrid.
- Estava justamente contando para a turma aquela minha viagem que fiz com Madame Máxime por ordem de Dumbledore para tentar trazer alguns gigantes para o nosso lado. Eles ficaram bastante interessados quando eu lhes apresentei o Grope.
- Ele ainda está aqui então? – perguntou Harry.
- Ah, está! É ele quem está fazendo o trabalho de guarda-caças agora. Eu só estou dando aulas.
- Que bom. – disse Harry. – Bem, Hagrid. Eu não quero atrapalhar a sua aula. Eu só vim mesmo visitar a professora McGonnagal. Quero pedir um favor para ela.
- Você já vai? – perguntou Hagrid, decepcionado. – Prometa então que volta domingo para me visitar?
- Prometo.
- Ok então. Ah... e boa sorte no jogo de amanhã!
- Valeu. Tchau.
- Tchau Harry.
Harry então tomou o caminho que levava ao castelo, e Hagrid voltou a se sentar no tronco de árvore caído e continuou a sua história.
Enquanto caminhava até o castelo, Harry pensou em como seria bom se a professora McGonnagal fizesse aquele grande favor para ele. Resolveria o problema da limpeza na sua casa, ele não precisaria mais fazer a própria comida e sua casa deixaria de ser tão solitária.
Quando Harry entrou no castelo, a primeira pessoa que ele encontrou logo no Salão de Entrada não era quem ele esperava encontrar assim, logo de cara depois de tantos anos.
- Argo Filch! – disse Harry, ao ver o zelador da escola, descendo as escadas do Salão de Entrada. – Como vai?
- Ora, ora... vou muito bem.
- Sem detenções por hoje, senhor. – disse Harry, sarcástico.
- Isso, é claro, se você se comportar, não é mesmo Potter? – disse Filch, rindo, e tomou o caminho para as masmorras. Sua gata, madame Nora em seu encalço.
Harry então subiu a escadaria de mármore que levava aos andares superiores, mas sem se esquecer de pular o penúltimo degrau. Mesmo depois de tantos anos, Harry ainda era capaz de se lembrar de praticamente todas as passagens secretas do Mapa do Maroto. Ele conhecia aquele castelo como a palma de sua mão, e sem demora, pegou um atalho atrás de uma armadura que levaria a uma sala de aula que ficava do lado do escritório da professora McGonnagal.
A sala de aula estava vazia, então Harry apressou-se em sair dela e se dirigiu ao escritório de McGonnagal ao lado. Bateu na porta e alguns segundos depois, a porta se abriu.
- Olá Harry. – disse a professora Minerva, fazendo um gesto para que ele entrasse em seu escritório.
- Que bom vê-la professora.
- Igualmente. – disse ela. – Devo dizer que fiquei curiosa em saber motivo de sua visita.
- Eu também fiquei curioso. Por que a senhora não está no antigo escritório dos diretores?
- Esse é o novo escritório dos diretores. – disse ela, indicando as paredes, onde todos os quadros de antigos diretores de Hogwarts haviam sido pendurados. Harry identificou o de Dumbledore imediatamente.
- Mas, por que? – insistiu ele.
- Mandei que a gárgula que guardava aquele antigo escritório se fechar e jamais se abrir novamente. Aquele escritório se manterá fechado em homenagem a Dumbledore.
- Ah... entendo.
- Mas, enfim, a que devo a sua visita? – perguntou ela, indicando a cadeira em frente a sua escrivaninha para que Harry se sentasse nela.
- Gostaria de lhe pedir um favor. – disse Harry, sentando-se.
- E que favor seria esse? – perguntou McGonngal, se dirigindo então para a sua própria cadeira.
- Bem, eu tenho uma boa amizade com um dos elfos domésticos do castelo. Entendo que isso possa parecer estranho, mas gostaria que ele deixasse a escola e fosse trabalhar pra mim. Eu vou entender se você não aceitar é claro.
- Francamente, não precisava nem pedir. Qual é o nome do elfo?
- Dobby. – respondeu Harry.
- Ah... sim. O elfo contratado. Dobby, venha ao meu escritório, por favor.
Dobby então materializou-se ao lado da professora.
- Harry Potter, meu senhor! – esganiçou-se de susto o elfo, fazendo uma longa reverência a Harry.
- Bem Dobby, chamei-o aqui porque Harry tem uma proposta para te fazer. – disse a professora.
- Uma proposta, Harry Potter? – perguntou Dobby, curioso. Seus olhos ficando ainda mais arregalados de curiosidade. Suas orelhas de morcego se esticando com a emoção de reencontrar Harry.
- Sim. Dobby. Sabe, eu entendo que você gosta muito de Hogwarts não é?
- Dobby gosta muito, meu senhor. Hogwarts é o melhor lugar em que Dobby já trabalhou!
- Bem, então eu entenderia se você recusasse a minha proposta. – começou Harry. – Mas que tal você trabalhar para mim?
- Trabalhar para Harry Potter? – perguntou Dobby, assustado. – Sim, sim! Dobby gostaria muito! Dobby teria muito orgulho disso!
- Ok, então, mas você tem que aceitar algumas condições.
- Condições, Harry Potter?
- Sim. Primeiro você vai aceitar um salário de 30 galeões por mês.
- 30 galeões! Não, não, não, Harry Potter! É muito.
- É 30 galeões ou nada! – disse Harry.
- Dobby ficaria satisfeito só de trabalhar de graça para Harry Potter!
- Então vai ficar ainda mais satisfeito porque vai sim receber os 30 galeões no final do mês, do contrário, nada de trabalhar pra mim.
- Dobby então aceita, mas só porque quer muito trabalhar para Harry Potter.
- E você pode dormir no quarto que está sobrando lá em casa.
- Um quarto, Harry Potter? Com cama? Lençóis?
- É claro! Você queria o que? Um estábulo?
- Dobby mal pode acreditar na grandeza de Harry Potter. – disse Dobby, uma lágrima escorrendo dos seus olhos.
- Ah é... e sem essa história de grandeza e elogios toda hora. Eu sou só um cara comum.
- Isso é difícil, Harry Potter, mas Dobby fará o possível.
- Ah sim... e nada de tentar salvar a minha vida!
Dobby riu com gosto.
- Bem... então, quando pode começar a trabalhar pra mim Dobby? – perguntou Harry, sorrindo para o elfo.
- Agora mesmo Harry Potter, meu senhor!
Harry olhou para a professora.
- Você se incomoda se eu levá-lo agora mesmo?
- De jeito nenhum. – respondeu ela, com um surpreendente sorriso no rosto. – Ele é todo seu.
- Nada disso. – disse Harry. – Ele não é meu. Ele é livre. Não é Dobby?
- Sim senhor, Harry Potter. – disse Dobby, sorridente. – Dobby é livre!
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