Despedidas



Eles caminharam por toda a extensão do que fora o campo de batalha, Harry retirara o elmo e secava o sangue da cicatriz que teimava em cicatrizar rapidamente como as outras feridas, Godric e os outros tinham alguns cortes profundos, mas nada que um bom banho atlântico não resolvesse como eles diziam toda a hora.

Eles voltaram pelo caminho que antes havia um grande campo verde com algumas arvores que agora não passava de um monte de poeira, areias e pedras.

Logo avistaram o castelo, brilhava a luz do cristal, Harry notara novamente que as únicas diferenças entre aquele castelo e Hogwarts era a cor e o fato de um não ter um cristal flutuando acima.

“É lindo não é?” Perguntou Godric.

“Com certeza, mas prefiro Hogwarts” respondeu o garoto.

“Nós sabemos” disse Rowena.

“Como?” Perguntou Harry.

“O cristal nos permite ver o que acontece no seu mundo, mas não podemos interferir” disse Salazar.

“Por que?”.

“Porque nossos corpos terrestres morreram, estes corpos são replicas de nossos corpos verdadeiros” respondeu Helga.

“Como assim?”.

“Bem, nós conseguimos escapar quando Atlântida afundou, mas depois de morrermos no mundo la de cima, nossos espíritos foram trazidos para cá” respondeu Godric.

“Hum!” Exclamou Harry.

“ABRAM OS PORTÕES, SÃO ELES” disse uma voz atrás dos portões, Harry nem havia notado que eles já tinham chegado aos portões.

Quando os portões se abriram, uns 20 guardas formaram uma parede de músculos para evitar que as pessoas se aproximassem deles, Harry notou pequenos desenhos azuis em toda a extensão do corpo dos guardas e das pessoas comuns, a algazarra era geral, todos gritavam o nome dos quatro fundadores e nem sequer haviam notado Harry, ele também não fazia muita questão da fama de salvador.

Eles caminharam por uma grande ponte de vidro que mostrava um grande rio de lava que passava muito ao fundo do posso, chegaram a duas imensas portas de vidro azul belíssima, eram tão grandes que os guardiões do cristal podiam passar por elas sem precisar se abaixar.

Um imenso salão se colocou a frente deles, Harry estava muito impressionado com tudo aquilo, tudo era feito do mais fino vidro azul, não um vidro fino transparente, mas um vidro grosso que não se deixava ver o lado de fora, pilastras que se perdiam de vista, tamanha era sua altura, seguravam o teto, o chão era coberto por um grande tapete vermelho que terminava em um grande trono azul também e la, sentada no trono, uma bela jovem de cabelos tão negros quanto os de Harry, belíssimos olhos azuis, corpo escultural, usava um belo vestido branco e azul cheio de plumas, tinha pinturas azuis claras no corpo também, mas... Um sorriso fraco, cheio de tristeza e ao lado dela um homem incrivelmente alto, devia ter no mínimo uns 2m de altura, corpo muito bem definido e trajava uma bela roupa vermelha sangue, seu olhar era fraco e triste também.

Eles se aproximaram e se ajoelharam diante de Bruna.

“Bruna, rainha de Atlântida, viemos informa-la que vossos inimigos já se retiraram de vosso mundo” disse Godric com toda formalidade.

“Isso é muito bom, obrigado Godric, mas temos que tratar de outro assunto...” começou ela.

“O que houve?” Perguntou Harry, não temia a resposta, mas alguma coisa na voz e na aparência de Bruna o preocupava.

“Por que você não entra naquela sala?” Disse Bruna apontando para uma porta ao lado esquerdo do garoto.

Harry se encaminhou para a porta, ele não conseguia sentir nada atrás dela, o poder do cristal interferia nos poderes mentais dele, ele puxou a maçaneta e abriu a porta.

Na sala estavam Dumbledore, Rony, Mione e Gina, havia também uma grande mesa de vidro azul brilhante, todos ali tinham lagrimas nos olhos e Gina se jogou nele assim que o viu soluçando.

“Eles o mataram Harry... mataram o Tiago” ela chorava muito e Harry simplesmente não se mexia.

“Você me prometeu que o salvaria Harry! Você prometeu” repetia ela batendo as mãos com os punhos fechados em Harry como se a culpa fosse dele, ela tentava se afastar, mas ele a impedia.

Ele olhou todos na sala, todos choravam, Rony e Mione estavam tão desolados quanto Gina, Dumbledore balançava a cabeça negativamente.

“Me desculpe Harry, não cheguei a tempo de salva-lo” disse o velho Bruxo.

“Não tem problema professor!” Exclamou ele surpreendendo a todos.

“Não tem problema?” Perguntou Gina incrédula, olhando Harry com ódio nos olhos, todos olhavam para ele como se ele estivesse louco, acabara de saber que o filho morrera e não estava nem ai, ele só podia estar louco.

“Você está louco?” Berrou Rony com toda a força.

“Acalma-se ruivo” disse Godric entrando em cena, todos os quatro fundadores estavam ali, sorriam como Harry.

“Quem é você para mandar ele se acalmar?” Perguntou Mione com raiva.

“Você deve ser a Srta. Granger, muito prazer, eu me chamo Godric Gryffindor e estes são...” disse ele dando espaço para que os outros chegassem.

“Rowena Revenclaw” disse a primeira.

“Helga Hufflepuff” disse a outra.

“Salazar Slytherin” disse o ultimo.

O queixo deles, assim como o de Harry quando os conheceu, caiu, os fundadores de Hogwarts estava ali na frente deles.

“Harry, por que não termina logo com isso?” Disse Godric.

“Esta bem” respondeu o garoto soltando Gina.

“O que vai fazer?” Perguntou a ruiva.

Harry aproximou-se da mesa de vidro, um lenço branco cobria o corpo do garoto, Harry retirou cuidadosamente o pano, olhou para o menino de cabelos muito negros, ele não podia vê-los, mas sabia que os olhos do garoto eram verdes, a pele, antes igual à de Harry, estava branca como se fosse gelo, ele soltou a espada que mantinha segura na mão.

Harry bateu as duas palmas das mãos e abriu-as, como se fosse pegar um pouco de água com elas, e soprou, não um sopro comum, um sopro dourado, milhares de luzinhas douradas flutuavam como o vento, ele se aproximou de Tiago e disse.

“A VIDA QUE PELAS TREVAS LHE FOI TIRADA, PELA LUZ LHE SERÁ DEVOLVIDA” e em seguida soltou o pó em cima do rosto dele.

O que veio a seguir foi incrível, a cor voltava ao garoto, os dedos começavam a se mover devagar, os olhos tentava se abrir inutilmente, todos olhavam aquela cena estupefatos, Harry havia trazido o garoto de volta da morte, Harry venceu a morte.

“Papai?” Sussurou o garoto, a voz muito fina, como se ele estivesse doente, abriu discretamente os olhos.

“Acalma-se garoto, acabou, você vivo e salvo” disse Harry as lagrimas.

“Oh!” Exclamou Gina, chorava novamente, só que de alegria desta vez “Meu filho” disse ela beijando cada parte do rosto do garoto.

Harry se separou do grupo para que os amigos se aconchegassem nele, mas Dumbledore o segurou antes que saísse da sala.

“Teremos aquela nossa conversa quando chegarmos, não é?” Disse o velho bruxo com um sorriso.

“Lhe contarei tudo, em cada detalhe professor, com certeza que sim” disse ele correspondendo ao sorriso.

“Harry” chamou a voz de Gina.

“O que?” Perguntou ele sorrindo.

“Me desculpe por...” disse ela enlaçando os braços no pescoço dele, como ela gostava de encarar aqueles belos olhos verdes e brilhantes.

“Não precisa se desculpar meu amor, eu sei que deixei você preocupada, mas quando eu faço uma promessa, eu cumpro” disse ele enxugando uma ultima lagrima que caia de seus olhos âmbares e a beijou com toda a força que tinha, um beijo apaixonado que só ele sabia dar, na opinião de Gina.

Todos estavam se preparando para voltarem a Hogwarts e despediam-se dos Atlantis.

“Obrigado por tudo que fez por nós professor Dumbledore” agradeceu Bruna se curvando para o bruxo.

“Eu não fiz nada demais minha cara, Harry e seus amigos que a ajudaram, eu só estava aqui para complementar” disse ele com um sorriso.

“Adeus Harry” disse Bruna beijando ele nas duas faces, o que deixou Gina vermelha.

“Adeus Bruna, foi um prazer conhece-la, espero que um dia possamos nos rever novamente” disse ele.

“Quem sabe” disse ela.

Depois de todos se despedirem de Bruna, Thiago e dos fundadores da escola, os quais fizeram questão de se curvar diante de Harry dizendo que ele jamais deveria perder as esperanças de vencer a batalha, todos partiram de Atlântida deixando uma terra mágica e linda para ser reconstruída agora que sua rainha havia regressado finalmente.

Eles voltaram a Hogwarts em questão de segundos, todos estavam segurando em Harry e aparataram dentro do grande salão, onde os alunos estavam preparados para lutarem caso precisassem.

“Alvo você conseguiu” disse Minerva McGonagall aos prantos quando percebeu quem eram eles, os alunos batiam palmas e gritavam o nome de todos que estavam ali.

“Sim Minerva, nós conseguimos, salvamos Bruna e os outros” disse ele sorrindo.

A algazarra foi total naquele castelo, Dumbledore mandara que os Elfos-domesticos preparassem a melhor comida que conseguissem, pediu que uma banda de alunos da escola tocasse algumas musicas, a festa foi incrível, mas Harry e Gina, que já tinham deixado Tiago na enfermaria, e Rony e Mione estavam fazendo suas próprias festas particulares.

Ainda havia uma coisa a se fazer, mandar Tiago de volta para o próprio tempo já que o tempo dele no passado estava acabando e se ele ficasse além deste tempo, jamais voltaria.

“Você tem mesmo que voltar?” Perguntou Mione o dia da despedida.

“Tenho madrinha, esta na minha hora” disse o garoto.

“Diz pra sua minha irmã do futuro que eu mandei um beijo pra ela” disse Rony.

“Boa sorte garoto” disse Dumbledore.

“Sim senhor”.

“Cuide-se filhote” disse Gina beijando o garoto na face.

“Pode deixar mãe” respondeu ele vermelho.

“Juízo Tiago e tome cuidado” disse Harry.

“Claro pai e boa sorte para vocês e não se esqueça de tomar o seu remédio caso aquilo aconteça” disse o garoto se referindo ao que ele havia contado sobre o futuro.

“Pode deixar”.

Ele deu um ultimo abraço em todos, puxou de dentro das vestes um pequeno objeto circular que continha uma pequena ampulheta, ele girou ela algumas vezes e desapareceu.

“É Pontas, só sobrou eu e você de marotos agora” disse Rony.

“Infelizmente Almofadinhas” respondeu ele agarrado em Gina.

“E o que faremos agora?” Perguntou.

“Primeiro tenho que conversar com Dumbledore e é bom que vocês estejam junto comigo, pois não contarei a historia de como eu encontrei o coração do dragão duas vezes, depois temos que recomeçar a treinar, afinal McGonagall já remarcou a final contra Sonserina, daqui a um mês, dia 21 de maio e depois quem sabe, afinal temos dois meses de férias para pensar nisso” disse ele sorrindo e voltaram para o castelo.

As semanas passaram muito devagar entre aulas, deveres, treinos e muitas outras coisas, mas no fim de abril, quando a páscoa já havia passado, uma noticia pegou os garotos de surpresa, eles estavam na sala comunal da Grifinoria e conversavam alegremente quando aconteceu.

“Então Harry, quando você e Gina vão se casar?” Perguntou Mione descaradamente fazendo os dois ficarem vermelhos.

“Bom Mione, na verdade... queria me casar com Gina assim que ela quisesse” disse ele olhando para a namorada.

“Você... Você esta me deixando escolher a data?” perguntou ela radiante.

“É claro que sim meu amor” disse ele esfregando o nariz dele no dela e sorrindo.

“Vu falar com mamãe assim que entrarmos em férias” disse ela muito sorridente.

“Mas você acha prudente Gina, afinal...” mas ele não terminou a frase, um vulto azul apareceu diante deles.

“AHHHHHHHHHHHHHH!” Gritaram todos eles se assustando.

“Desculpem-me por assusta-los” disse Bruna.

“Olá Bruna, o que faz aqui?” Perguntou Harry ofegante do susto.

“Uma tragédia Harry, uma tragédia” disse ela.

“O que houve?” Perguntou Mione preocupada.

“O cristal do dragão negro sumiu” disse Harry bruscamente.

“Como você sabe?” Perguntaram.

“Os corações sentem quando o outro se move, mas não fazia muito tempo que eu havia sentido isso, faz uns dois dias, antes eu não sabia o que aquela sensação significava, mas agora que Bruna veio até aqui, isso abriu a minha mente” disse ele serio.

“E o que nós vamos fazer?” perguntou Rony.

“Nada por enquanto, vamos avisar Dumbledore e ficar de olho em tudo, se este cristal caiu nas mãos de Voldemort, estaremos com grandes problemas” disse ele novamente.

“Tomara que não” disse Bruna.

“Torçamos para que isto não tenha acontecido, torçamos” disse Mione.

“Obrigado Bruna, vamos imediatamente falar com Dumbledore” agradeceu.

“De nada Harry” disse ela antes de desaparecer.

“E agora Harry?” perguntou Gina.

“Vamos primeiro falar com Dumbledore como eu disse, depois vamos seguir nossas vidas e esperaremos que Voldemort demore, a saber, que o coração do dragão negro saiu de Atlântida” disse ele.

“Vamos falar com Dumbledore então” se levantou Mione puxando Rony com ela.

“Vamos” concordou Harry e os quatro saíram dali para o escritório do diretor.

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