O que eu faço?



N/A: E lá vou eu com mais uma das minhas doideiras. Finalmente algo que não tenha só um capítulo!!!

Escrevi essa fic de surto mesmo. É uma short, de cinco capítulos, em primeira pessoa. Excepcionalmente, esse capítulo não está betado porque a beta não está online e eu estou morrendo de vontade de postar ele agora. Daqui a pouco eu mando pra beta e depois eu reposto.

Gente, eu quero que vocês comentem nessa fic, por favor. Eu sou muito desanimada porque falta comment mesmo...

E agora, fiquem com o cap.



Capítulo um: O que eu faço?


Sabe quando tudo parece estar bem e, de repente, tudo se torna horrivelmente péssimo? Sabe quando o mundo parece ser um lindo céu colorido e, do nada, se torna incrivelmente cinzento? Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Eu sou Lílian Evans, 17 anos. Estou cursando o sétimo ano em Hogwarts e tenho um problema desde o primeiro: Potter. Até o quarto ano, ele vivia me azarando e curtindo com a minha cara. Um belo dia, ele resolveu me perseguir. Hoje, ele vive me chamando para sair. O problema de verdade era: eu odiava o Potter. Mas outro dia tudo isso mudou.

Estava eu, sentada no sofá da Sala Comunal, olhando para a lareira, quando chega o Potter e se senta do meu lado. Ele vira a cabeça, olhando para mim, e faz aquela perguntinha irritante:

“Quer sair comigo, Lily?”

Ah, como eu tenho raiva dessa pergunta. Santa pergunta. Pergunta essa que eu já estou de saco cheio de ouvir.

“Potter, em primeiro lugar, é EVANS” comecei. “Segundo, você não se toca? Ainda não entendeu que eu NUNCA vou sair com você? Ah, é lógico que ainda não. Você não tem cérebro grande o suficiente pra processar informações como essa. E se você me perguntar por que, eu vou te dizer: você é galinha, fica se exibindo com esse pomo idiota, é infantil, e se eu for listar todas as suas ‘qualidades’, eu vou ficar aqui dois dias. E, pela última vez, Potter, eu NÃO te amo, e eu NÃO vou sair com você. Entendeu, Potter, ou isso foi muito pra sua cabeça processar?”

Eu realmente esperava que o Potter dissesse para eu confessar logo que amo ele ou algo do tipo, mas ele simplesmente olhou para a frente e disse:

“Ok, Evans. Não vou mais te encher o saco, se assim você deseja.”

E subiu para o dormitório. Eu posso jurar na frente do Ministro da Magia… ou melhor, na frente de Merlin que, quando ele disse que não ia mais me encher o saco, eu vi uma lágrima nos olhos dele. Espera aí! Tiago Potter chorando por uma garota? Não, eu não vi isso. Isso foi uma alucinação. Uma ilusão de ótica. Eu ainda prefiro ilusão de ótica. Alucinação é uma palavra muito drástica. Seria sinônimo de que eu estou ficando louca. Mas voltando ao assunto principal, que é o Potter chorando, ele não chorou por mim. Ele chorou pelo que eu disse. Parece que eu ofendi ele… Espera aí de novo! Desde quando eu me importo se eu ofendi o Potter ou não?

Eu estava tão imersa nos meus pensamentos que nem vi quando a Marlene chegou. Marlene é minha amiga. Marlene McKinnon. Ela é uma menina bonita, morena e meio alta. E muito, muito legal. O mais legal nela é que ela sempre me entende… Digo, quase sempre. Ela às vezes faz algumas brincadeiras muito sem graças.

A Marlene colocou a mão no meu ombro, e só aí eu acordei. Ela estava do meu lado, com uma carinha preocupada.

“Ah, oi, Lene” eu disse.

“O que aconteceu?” ela perguntou. Nem adiantaria dizer um simples “nada”, ela não iria se contentar, ela me conhece muito bem. Mas eu ousei.

“Nada” eu respondi, crente de que não iria ser o bastante pra ela.

“Se tivesse acontecido ‘nada’, você não estaria tão avoada quando eu cheguei” ah, eu sabia. Ela me conhece bem demais. Essa é uma das conseqüências de ter uma amiga durante sete anos.

“Ah, Lene, realmente não foi nada.”

Ela me olhou desconfiada. Eu resolvi contar, ela ia descobrir de qualquer jeito.

“Eu vi algo inédito” eu comecei.

“Inédito? O que?”

“Hoje o Potter me veio com aquela perguntinha sagrada…”

“Mas isso não é nada inédito!” Eu tenho uma raiva quando me interrompem…

“Você não me deixou terminar!” Eu sempre digo isso e ela fica quietinha me ouvindo. “Eu dei um daqueles foras bem dados nele, e provavelmente…”

“…Ele iria dizer pra você admitir que gostava dele, ou diria que não ia parar de te encher porque te ama e sabe que você o ama também” ela me interrompeu de novo. Respira Lílian. 1… 2… 3… 4… 5… 6… 7… 8… 9… 10. Pronto, mais calma.

“Não… me… interrompa… mais… Marlene McKinnon.” Ela fez uma careta. Odeia quando a chamam pelo sobrenome. Mas ela sabe que eu só a chamo de McKinnon quando estou brava com ela. E ela também sabe que eu fico brava com ela quando ela me interrompe. “Sim, eu pensei isso que você disse quando me fez o favor de me interromper. Mas, por incrível que pareça, ele me disse um “Ok, Evans, eu não vou mais te encher o saco” e subiu pro dormitório.”

“Lily, amanhã ele volta a te chamar pra sair.”

“Mas ele me chamou de Evans! Ele nunca me chama de Evans!” Eu me exaltei. Ela não é tão burra a ponto de não perceber que ele não estava brincando. “E eu posso jurar na frente de quem você quiser que eu vi uma lágrima nos olhos dele.”

“Lágrima? Lily, o Tiago não chora por garotas e muito menos se ofende com o que nós dizemos.”

“Eu sei, Lene! Eu sei! E é isso que me aflige!” Ah, não. Eu não podia ter confessado isso pra ela. Não que eu não confie nela, longe de mim isso, mas agora ela vai sorrir marotamente e dizer um “por que?” super sugestivo.

Ah, não. Ela deu um sorriso maroto.

“Por quê?” Ela perguntou. Eu sabia. Conheço a Lene muito bem pra dizer que ela perderia uma chance como essa.

“Por que eu acho que magoei o Potter.” Algo me diz que eu não deveria ter dito isso. A Lene não perde chances. E agora eu dei uma chance enorme pra ela me cutucar…

“Você gosta dele, Lily!” Eu sabia.

“Gosto nada! E vê se não enche!”

Eu joguei uma almofada nela e subi para o dormitório. Será que eu magoei ele mesmo? Será que ele nunca mais vai falar comigo? Será que ele nunca mais vai me chamar pra sair? Espera, isso não era pra ser bom? Ah, eu estou confusa. MUITO confusa. Eu não gosto do Potter. Mas eu não quero que ele pare de falar comigo… Lílian Evans, desde quando você pensa no Potter?




Na hora do jantar, eu já estava até preparada para ouvir aquela perguntinha irritante. Mas é lógico, ele não largaria do meu pé tão rápido. Eu me sentei com a Lene e com a Alice, a minha outra amiga. Mas a Lice logo saiu com o Frank, o namorado dela, pra comer com ele do outro lado da mesa. Ficamos eu e a Lene lá. Normalmente, chegariam o Sirius e o Potter e se sentariam perto de nós; o Sirius ao lado da Lene e o Potter do meu lado. Bem, eles chegaram. Espera aí! Eles passaram reto pela gente! Não, isso não é normal. Não que eu não esteja gostando, pelo contrário, mas vai que o Potter ou o Sirius estão doentes? Ah, desde quando eu me preocupo com eles?

Quando eles passaram reto por mim e pela Lene, eu pude ver o Sirius lançando um olhar cobiçoso pra ela. O Potter nem virou o rosto pro meu lado. Ele se sentou na outra ponta da mesa, com os outros Marotos. Eles ficaram o jantar todo sem olhar pra gente. A gente não ouviu uma palavra do que eles cochichavam. Ou seja, não ouve contato Marotos – garotas durante o jantar, o que é realmente estranho.




No dia seguinte, eu levantei bem tarde. Tudo bem, era sábado. Dia de ida a Hogsmeade. Mas eu não estava com vontade. Em primeiro lugar porque eu não queria ficar segurando vela, pois a Lice ia com o Frank e a Lene ia com o Gideão Prewett. Em segundo lugar, eu não estava com vontade mesmo.

A primeira coisa que eu fiz quando acordei foi olhar no relógio. 11:55. Eu nunca levantei tão tarde em toda a minha vida. Sem me preocupar com o quão tarde eu havia acordado, eu tomei um banho e me vesti. Então a vozinha da Caroline se fez presente.

Caroline, ou Carol, como eu costumo chamá-la, é outra amiga. Morena, mais ou menos alta, com olhos castanhos. Ela gosta do Remo desde o primeiro ano, mas os dois são tão tímidos que, se a gente não jogar um em cima do outro (nem empurrãozinho é, é jogar mesmo) eles não se juntam nunca.

“Ok, eu vou acordar ela e nos encontramos lá embaixo.”

Eu nunca vi a Carol num encontro. Ela só vai pra Hogsmeade quando eu, a Lene ou a Lice vamos, mas sem encontros amorosos envolvidos. E, como eu não vou dessa vez, achei estranho que ela fosse.

“Lily, você já acordou, né?” Ela havia entrado no dormitório. Eu saí do banho e a vi sentada na minha cama. Estava trajando um vestido preto de veludo e mangas bem compridas.

“Oi Carol, bom dia” eu disse. “Pode ir me contando tudo.”

Ela corou. Haha, acho que ela não sabia que eu a ouvi…

“C-contar o quê?” Ela perguntou. Ou melhor, gaguejou. Gagueira… Hmm… Ela está me escondendo alguma coisa.

“Quem está te esperando lá embaixo?”

Ela corou mais ainda.

“Se arrume logo” ela disse. “Ou você não vai…”

“Não, eu não vou” eu respondi.

“Por quê?”

“Ora, fazer o que? A Lene e a Lice têm encontros e, pelo visto, você também. Eu não sou candelabro pra segurar vela.”

“Lily, por favor…”

Ela estava suplicando. Parecia bem insegura. Seu primeiro encontro. Não o seu primeiro beijo, porque o primeiro beijo dela foi acidentalmente dado no Remo.

“Ok, eu vou. Mas por você. E nada de me fazer de candelabro.” Doce ilusão. Não que eu não estivesse sabendo que lá em Hogsmeade eu iria segurar vela de todo jeito, mas fazer o que? Pedir não custa nada, custa?

“Lily, eu te amo!” Achei que ela ia pular no meu pescoço. Eu me troquei rápido e desci. Tenho um dom excepcional para escolher roupas. As melhores, e o mais rápido possível. Coloquei uma calça de moletom e uma blusa. Depois uma jaqueta, também de moletom.

“Ah, Lily…” a Carol começou. “Eu… eu queria te contar uma coisa.”

“O que é, Carol?” Eu já estava preocupada.

“Eu vou a Hogsmeade com uma pessoa com a qual eu não…”

“Nem precisa continuar. Você não gosta de quem a convidou, é isso?”

Ela assentiu.

“Eu achei muito imaturo da minha parte fazer isso, mas eu preciso esquecer o Remo, não preciso? Preciso viver a minha vida! Eu quero virar a página, já que ele parece não gostar de mim.”

Coitada da Carol. Ouvi-la dizendo aquilo foi duro demais. Eu sei que o Remo gosta dela tanto quando ela gosta dele, mas não há meio de ele se declarar!

“Faça o que achar melhor, Carol” eu disse. “Só não se esqueça de que você pode se arrepender depois.”




Eu e Carol descemos direto para os jardins e, como era esperado, havia um garoto esperando a minha amiga. Um Corvinal, o Mattew Broker. Ele pegou a Carol e a levou pra uma carruagem e ela só me mandou um olhar nervoso. Que cara mais chato! Querendo privar a Carol das próprias amigas dela!

Eu me sentei na mesma carruagem na qual a Lene e o Gideão estavam. Nunca fiquei tão desconfortável na vida. Eles dois conversavam animadamente ao meu lado e eu estava lá, quieta, esquecida. É, isso aí, esquecida, porque até a Lene – que estava do meu lado – me esqueceu.

Quando a gente chegou em Hogsmeade, logo a Lene e o Gideão saltaram da carruagem e entraram no Madame Puddifoot, que é um barzinho para namorados. É geralmente lá que as pessoas se encontram. A Carol e o acompanhante dela, eu não sei onde estavam. Eu saí sozinha da carruagem, e fui para o Três Vassouras.

Ao chegar lá, eu vi a Carol e o senhor “Eu sou um cara chato e privo a garota com quem eu saio das amigas dela para que ela não fique longe de mim”. Os dois não estavam muito à vontade. Não falo por ele, mas pela Carol. Ela dava sorrisinhos constrangidos de vez em quando, mas só isso. Nem falava muito.

Eu bebi alguns copos de cerveja amanteigada, mas não cheguei a ficar bêbada – sim, dá pra ficar bêbada com cerveja amanteigada, dependendo o tanto que você beba – e saí para a Dedosdemel. Minhas amigas estavam muito “ocupadas” no momento e o único Maroto com o qual eu tinha afinidade não havia sido localizado ainda – eu disse ainda.

Logo depois que eu saí do Três Vassouras eu vi o Remo. Estranho, ele nunca está sozinho em Hogsmeade. Não que ele saia com muitas garotas – para ser sincera, até hoje eu nunca vi ele com garota nenhuma – mas ele nunca está longe dos amigos dele. Ah, mas eu sei o que deve estar acontecendo. O Black e o Potter devem estar se agarrando por aí com qualquer uma, e o Pettigrew deve estar na Dedosdemel.

“Lily!” ele disse, quando me viu.

“Ah, oi Remo” eu respondi. “Cadê os seus amigos?”

“Eu não sei…” ele respondeu. COMO ASSIM, NÃO SABE? ELE É AMIGO DELES! Amigo, mas não babá… Tudo bem, mas eu sempre sei onde estão as minhas amigas. Nem sempre. Por exemplo, você não sabia onde a Carol estava até cinco minutos atrás. Ah, cala a boca. “O Pedro deveria estar na Dedosdemel, mas ele trouxe uma lufana pra Hogsmeade com ele hoje.”

“O Pettigrew? Tendo um encontro?” ih, acho que falei demais.

“Eu também acho estranho” o Remo continuou. “Ele nunca sai com garotas. E por falar em garotas, cadê elas?” leia-se: cadê a Carol?

“A Lene está no Madame Puddifoot e a Carol…” eu parei. O Remo amava demais a Carol. Não merecia saber.

“A Carol…” ele quis que eu continuasse.

“…está com um tal de Mattew no Três Vassouras.” Eu não devia ter dito isso. Não mesmo.

“Ah…” o Remo disse. O brilho dos olhos dele sumiu, coitado.

“Aluado!” uma voz ecoou atrás do Remo. “Lílian!”

“Oi Black” eu cumprimentei o Sirius.

“E aí, a fim de passear?” o Sirius piscou pro Remo. Mas eu tinha certeza de que não era pro Remo que ele tinha feito essa proposta. Marotices.

“Não, Black, obrigada” eu menti. Mas é lógico que eu queria. Então diga a ele. Nunca. Eu vou aflorar sua insanidade. Não, tudo menos aflorar minha insanidade…

“Você não está com cara de quem quer ficar aí sozinha por Hogsmeade” o Remo disse. Ah, o Remo me conhece bem.

“Tá bom” eu concordei. Afinal, quem pode com eles? “Onde vamos?”

“Que tal o Cabeça de Javali?” o Sirius sugeriu. Eu nunca gostei daquele lugar. É empoeirado demais e eu tenho rinite.

“Ah, não” eu disse. “Não gosto de lá. É empoeirado…” mas antes de eu continuar, um outro Maroto aparece. Quem dera fosse aquele idiota do Pettigrew. Mas era o Potter. Eu já estava preparando os meus ouvidos para ouvir ‘Oi ruivinha!’, mas o que se seguiu foi surpreendente.

“Oi Aluado, oi Almofadinhas” ele cumprimentou os amigos dele. “Oi Evans. E aí, vamos?” ele se referiu aos amigos de novo.

“Vamos, Pontas, mas acho que a Lily vai querer ir também.”

“Ah, a Evans?” ele olhou pra mim. Nunca ele me chamou de Evans. Nunca. “Quer ir, Evans?”

Eu não estava em condições de aceitar. Ele estava me ignorando praticamente. “Não, não quero” eu disse. Mas eu queria. Queria ir com eles, seja lá pra onde eles fossem. Era melhor do que passar a tarde toda sozinha.

“Mas você…” o Remo não continuou porque eu olhei pra ele como quem dissesse: não se atreva a continuar. “Tá bom Lily, nos vemos no castelo.”

“Tchau Lílian” o Sirius disse. O Potter nem olhou pra minha cara.




Eu já estava querendo voltar pro castelo. Olhei no relógio. 15:30.

Eu estava sentada num tronco que estava cheio de neve, perto da Zonko’s. A Zonko’s ficava de frente para o Três Vassouras, então eu tinha uma vista privilegiada de quem entrava e de quem saía. Eu me surpreendi quando vi a Carol saindo de lá. Sozinha.

“Que houve, Carol?” eu perguntei.

“Nada” ela respondeu. “Só que aquele cara é muito chato. Eu queria vir te ver, porque sabia que você tava aqui sozinha. Ele nem deixou.”

“Possessivo” eu murmurei. A Carol riu.

“E você, sozinha até agora?”

Eu fiz que sim com a cabeça. Não estava com vontade de contar a ela o que aconteceu mais cedo, porque só falar do Potter já me causa irritação.

“Cadê a Lene?” ela indagou.

“Está muito ‘ocupada’ com o Gideão” eu disse, e ela riu.

“Ah, então acho que ela não precisa de nós.”

“Onde vamos?” eu perguntei de novo.

“Você é quem sabe” ela disse. “Que tal a Dedosdemel?” eu deveria ter imaginado. A Carol é fissurada em delícias gasosas. E eu adoro varinhas de alcaçuz. Aquelas coisas são realmente gostosas.

“Tudo bem. Vamos?” eu disse. E eu lá ia perder a oportunidade de comprar varinhas de alcaçuz e chocolate?

“Deixa eu adivinhar… você quer varinhas de alcaçuz e chocolate?” ela disse, e nós rimos.

“E você quer delícias gasosas?” eu disse, e nós rimos de novo. Então fomos pra Dedosdemel. Voltamos com uma sacola cada uma. A gente já desistiu de contar quanto a gente gasta na Dedosdemel.

“Que horas são?” ela perguntou depois que a gente saiu.

“17:45” eu disse. “Daqui a dez minutos estamos indo.”

“Olha, as carruagens já estão aí” ela apontou para um grupo de carruagens que se aproximavam. Nós subimos nas duas primeiras que chegaram. Nem precisamos esperar muito; logo todos os alunos estavam voltando. A Lene não estava com o Gideão.

“Que houve, Lene?” a Carol perguntou quando ela se sentou com a gente.

“Como soa Sirius Black?” ah, eu sabia. O Sirius é o karma da pobre da Lene.

“O que ele fez dessa vez?” eu perguntei.

“Eu estava com o Gideão no Madame Puddifoot e ele chegou lá sozinho. Acredita que ele disse que eu era garota dele e ainda por cima brigou com o Gideão e colocou ele pra fora? Qualquer dia eu mato aquele cachorro.”

“Falavam de mim?” adivinha quem é? Isso aí, era o Sirius.

“Você quer um tapa, não quer?” a Lene ameaçou.

“Minha cota de tapas já estorou por hoje, querida Lene. Só os que eu dei no Prewett já valeram pela semana toda.”

“Não diga mais uma palavra, Black, senão eu sou capaz de calar a sua boca de um jeito que você não vai gostar.” É melhor ele obedecer. A Lene cumpre suas ameaças.

Merlin! Ele calou a boca!

“Lene, você faz milagres” eu sussurrei para ela. Ela riu.




Acho que as minhas brigas com o Potter já viraram rotina. Sério, só foi ele parar de implicar comigo que o meu dia ficou tão vazio…

Ele está me ignorando. Pra ele, eu devo ser de ar. Ele não me vê mais. Antes, eu não podia deixar que ele me visse. Agora, ele não me vê mais. Isso foi comprovado hoje à tarde.

O Sirius me pediu ajuda em Aritmancia. Mas não era bem isso que ele queria. Ele queria se aproximar da Lene, porque ela ia estudar comigo. Ele veio estudar com a gente e ficamos os três quase a tarde toda na biblioteca – e eu achando que o Sirius não havia sido apresentado aos livros ainda – até que o Potter chegou. Ele se aproximou da gente.

“Olá Marlene” ele cumprimentou. “Almofadinhas, o Aluado está te perguntando se você vai ou não ajudar ele com aquilo.”

“Ah, vou sim, Pontas. Fala pra ele que eu já estou indo. Tchau Lily, tchau Lene.” Então o Sirius e o Potter saíram.

Percebeu que o Potter nem me olhou?

“O que deu no Potter?” eu deixei escapar.

“Estou me perguntando isso” a Lene disse. “Ele te ignorou completamente!”

Eu fiquei olhando incrédula para a porta, onde o Potter, o Sirius e o Remo conversavam sobre aquilo.

“E aquilo, o que você acha que é?” a Lene me perguntou.

“Não sei” eu disse. “Mas a gente pode tentar saber.”




Anoiteceu. Eu, a Lene e a Carol fomos jantar. Eu não estava com fome. Não sei porque, mas o Potter me ignorando mexeu muito comigo.

“Come Lily” a Lene estava preocupada porque eu não queria comer. Mas eu não estava de bem comigo.

“Não quero” eu retruquei. “Não estou com fome.”

“Você vai comer sim” ela me disse. “Como você quer passar nos NIEM’s sem comer?”

“Os NIEM’s são daqui a um mês” eu disse. “E eu ficar uma semana sem comer não implica nisso.”

“Mas é lógico que implica! Onde você quer encontrar forças pra estudar se ficar sem comer?” ela tinha razão. Mas eu não podia dar razão a ela.

Eu fiquei quieta.

“Tchau” eu disse. Ia pro dormitório. Era uma terça-feira, e teríamos aulas a tarde toda e à noite também. Eu iria ficar cansada, tenho certeza.

“Onde vai?” a Carol perguntou, mas eu não respondi.




Eu abri a porta do dormitório com uma pancada. Se tivesse alguém dormindo ali já teria acordado só de ouvir os meus passos na escada. Eu vim pisando duro. O que estava acontecendo comigo? Por que o simples fato de o Potter me ignorar mexia tanto comigo?

Me despi e fui tomar banho. Um banho bem demorado. Eu estava pensando em algumas coisas. Tá bom, eu estava pensando no Potter. Ele tinha ficado realmente magoado com o que eu tinha dito. Eu sentia falta dele. Eu sentia pena dele. Oh, não... Foi nessa hora que eu cheguei a uma conclusão:

EU GOSTO DO POTTER.

Sim! A Lene e a Carol estavam certas até hoje quando diziam que eu gostava dele só pra me provocar.

Mas eu sempre falei que odiava ele! Será que agora o meu orgulho permitirá que eu me declare pra ele? E, pior ainda, será que ele vai acreditar em mim? Será que ele me ama de verdade, do jeito que ele vive falando por aí?

E agora, O QUE EU FAÇO?


N/A: E aí? Ótimo? Excelente? Excede as Expectativas? Passável? Deplorável? Trasgo? Como está? Eu preciso saber!!!

(Isso me lembrou a música... Como vai você? Eu preciso saber da sua vida... Er, esqueçam isso...)

Agora eu vou embora e... COMENTEM!!!

Beijos a todos (espero responder a comentários).

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Comentários (1)

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