10º capítulo – Depois da maré

10º capítulo – Depois da maré



Anny tomou banho, e colocou um vestidinho preto, que ia até um pouco abaixo do joelho, fez duas tranças no cabelo, e pôs a veste do uniforme, onde tinha o brasão da Sonserina. Ela havia recebido uma coruja do diretor dizendo que ela não precisava ir as aulas.
Ela e Tinna desceram para a sala comunal, onde estavam Josh, Phill e Draco, conversando, Draco quando a viu, percebeu que ela estava com os olhos inchados, e vermelhos e ela estava com olheiras em volta dos olhos.
- Tinna? - Draco chamou - Posso falar com você um instante?
- Claro - Tinna falou corando. - Anny, me espera?
- Claro... - Anny falou com voz fraca. Logo Phill e Josh saíram da sala, e Tinna e Draco foram conversar, no canto mais distante dela.
- Tinna, como você é a melhor amiga da Annite...você sabe o que o diretor falou com ela? - Draco perguntou falando baixo, pra Anny não escutar. Anny estava sentada na mesma poltrona onde o diretor tinha sentado na noite anterior, e ela parecia não estar, vendo nem ouvindo nada, pois encarava as chamas, sem piscar.
- Sei sim, mas não sei se Anny gostaria que alguém soubesse. - Tinna falou, também baixo.
- Sei...mas pode me contar, eu não vou falar pra ninguém, é que ela esta tão abatida, com a cara inchada...o que aconteceu? - Draco falava, olhando para Anny, e não para Tinna, que estava, toda cheia de si, e nem percebeu.
- É que...a... mãe, dela...ai...não sei se posso te contar... - Tinna estava enrolando o máximo, só pra conversar mais com Draco.
- Conta. Não se preocupa você fala pra ela, que estávamos falando sobre o Phill.
- Ok. - Tinna estava se irritando, Draco estava muito nervoso com tudo aquilo. - A mãe, dela, faleceu.
- O que? - Draco falou assustado, se virando para Tinna. - Ta brincando...
- E eu ia brincar com uma coisa séria, como essa? - Tinna falou um pouco alto, mas Anny ainda estava encarando as chamas, e não percebeu nada. - A Anny ficou arrasada, chorou a noite inteira, e não dormiu direito. - Tinna falou olhando para a amiga.
- Sei...escuta, vou te dar uma coisa, - Quando Draco disse isso, Tinna ficou super feliz, mas. - Você entrega pra Annite, pois ela esta com os olhos muito vermelhos, ok? Mas não fale que são meus. - Draco entregou um óculos-escuro, para Tinna, que ficou muito chateada.
- Ok...bom, eu vou lá...tchau. - Tinna falou, e deu um beijo, inesperado, no rosto de Draco.
- Tchau. - Draco falou retribuindo o beijo.
Tinna foi até Anny, e a levou para fora da sala.
- O que o Malfoy queria com você? - Anny perguntou distraída.
- Ele estava falando sobre o Phill. AH! Tenho uma coisa pra você. - Tinna entregou os óculos, para a amiga. - É pra esses seus olhos vermelhos, ok?
- Ok. - Anny colocou os óculos, e não falou mais nada, nem Tinna falou. Ficaram em silêncio até que, avistaram o - Trio Maravilha”, e...
- Nossa, você esta vendo isso Mione? Como alguém pode estar usando óculos-escuros, quando nem sol, esta fazendo? - Rony Weasley, falou rindo, mas ele tinha razão, não tinha sol, o dia estava quase escuro, todo nublado.
- Pelo menos eu posso ter um óculos escuro, não sou pobretona como você Weasley. - Anny falou seca, ela não estava pra zombação, estava revoltada com tudo e com todos. Já Rony ficou com as orelhas vermelhas, e ficou quieto. - Nossa, como uma família de sangue-puro, pobre, mas sangue-puro, consegue se rebaixar, mas do que já é rebaixada, e se misturar com sangues-ruins, eu não entendo isso, e você Tiny? - Anny falou para Rony e Mione, e se virou para Tinna que assentiu com a cabeça.
- Sua... - Rony ia falar algo, mas Harry Potter interrompeu.
- Calma Rony. - Harry se virou para Rony e Mione, e falou baixo. - Não irrite a “estrela” de olhos sensíveis.
- Pelo menos uso óculos porque quero, não porque sou uma ceguinha, quatro olhos! -Anny falou sarcástica. Tinna riu. Mas Anny continuou séria.
- Olha só quem esta ali, o Potter Podre, a Granger Sangue-ruim, e o Pobretão Weasley. - Draco estava chegando com Josh, e Herbert. - Se fosse vocês, não perturbaria essas damas. - Draco falou chegando perto de Tinna e de Anny.
- Qual é, Malfoy, com medo de duas garotas? Essa é boa. - Harry falou.
- Não sou eu quem tem que ter medo delas, e sim vocês. - Draco falou sorrindo com desdém.
- E por que? - Rony falou.
- Por que se vocês mexerem com elas, vão se meter em encrenca, não só com elas mesmas, como com metade da Sonserina. - Dessa vez quem falou foi Josh.
- E quem disse que temos medo de vocês? - Mione falou, séria.
- Vê se não ti mete, sangue-ruim, que a conversa é com esses dois gays aqui. - Anny falou.
- Quer saber, chega! Vamos embora, não quero perder me tempo com esses idiotas. - Harry falou. Quando ele, Rony, e Mione, estavam indo embora, Draco falou.
- Sabe de uma coisa Potter, você não está perdendo tempo.
- É, e por que não? - Harry perguntou.
- Por que quem estava perdendo tempo aqui, somos nós, vamos embora, não quero me juntar com a ralé. - Draco falou, e ele, Josh, Herbert, Anny e Tinna, foram indo para o Salão Principal.
- Não precisava ter se metido na conversa Malfoy, sei me defender muito bem, sozinha. - Anny falou quando estavam descendo as escadas.
- Não estava te ajudando em nada, só estava a fim de infernizar a vida de alguém. - Draco falou, sarcástico, e Anny se lembrou que ela mesma fez isso uma vez.
Anny, se sentou de costas para a mesa da Grifinória, e Tinna se sentou na sua frente, Draco se sentou do seu lado esquerdo, Josh do seu lado direito, e Herbert sentou do lado direito de Tinna.
Anny não conseguia comer nada, só de olhar para a comida, se sentia enjoada, só conseguia beber, suco de abóbora, nada mais.
- Anny, come alguma coisa. Ou você vai passar mal. Você ta tão pálida. - Tinna falou preocupada.
- Não me importo como estou, só que não tenho fome. - Anny falou baixo, encarando seu prato vazio. Anny se sentia assim, vazia, por dentro, se lembrou da comida que sua mãe fazia, já que viviam se mudando, não teve elfos domésticos, então sua mãe era quem fazia o almoço e a janta, o café da manhã, quem fazia era Anny, pois gostava de agradar a mãe. De repente, ela, deixou uma lágrima, escorrer pelo seu olho esquerdo, mas não se deu ao trabalho de secá-la, pois estava perdida em lembranças.
- Anny, Anny...quer mais suco? - Tinna falou, e Anny voltou sua atenção, e pensamentos, para o que estava acontecendo, secou sua lágrima, e assentiu com a cabeça. Tinna colocou mais suco no copo de Anny, e essa continuou pensando nos momentos felizes que teve com a mãe.
- Eu acho...acho que vou andar um pouco...- Anny falou, com voz chorosa. Ela precisava ficar sozinha, por isso Tinna não exitou em dizer *Tudo bem, a gente se vê no almoço. *
Anny foi para a biblioteca, sabia que não teria ninguém para lhe incomodar, por lá. Depois de uma hora, ela ficou vagando pelos corredores vazios, já que a maioria dos alunos estava tendo aulas. Ela foi até o jardim, quando saiu pela entrada principal, deixou o vento fresco contornar seu corpo, então se sentou, encostada no tronco de uma árvore, grande, e com folhas extremamente verdes, sentou abraçando os joelhos, e chorou, chorou até sua cota de lágrimas secar, o que demorou um bom tempo.

Duas semanas se passaram, e Anny já estava um pouco melhor, era fim de novembro, e o inverno lhe confortava. Anny não sabia por que, mas sentia que o ‘Maldito Potter’ ela dizia, estava a incomodando mais que nunca:
“E então Winnean, anda distraída nos treinos da Sonserina? Por que se anda, pode me falar, daí a gente não treina mais, porque é certeza de que vamos ganhar.” Harry falou quando ela sem querer esbarrou nele.
Realmente, Anny andava muito distraída, desde a morte de sua mãe, ela ficava pensando como seria dali pra frente, com quem iria morar? Não conhecia ninguém da família, só sabia que tinha uma madrinha, mas nem sabia o nome dela...
Bom, tirando a distração, de Anny, quem não andava nada distraído, pensando nela, era Draco.
“Por que ela me atormenta tanto...porque venho tendo esses sonhos onde ela me beija...e porque sinto tanta falta daquele beijo?...não agüento mais, preciso ter ela do meu lado, ou se não, não sei o que vai acontecer comigo...acho que vou enlouquecer...” Draco pensava, toda vez que via Anny e Tinna, andando pelos corredores.
Logo que Anny chegou na Sala comunal, naquela tarde, Tinna foi para a biblioteca, precisava fazer um trabalho de adivinhação, Anny se sentou no sofá, e continuou seus pensamentos, que não a deixava dormir, de tão preocupada. Mas seus pensamentos foram interrompidos:
- Olá, Mistanne. - Draco havia descido do dormitório, e se sentou do lado dela. - O que foi, cansou de infernizar os outros.
- Olá pra você também...- Anny não respondeu a zombação de Draco.
- Nossa. Você ainda ta mal mesmo. - Draco falou, baixo.
- Porque agora é crime ficar triste, quando sua mãe morre? - Anny falou, olhando pra Draco, que retribuiu o olhar.
- Não, só acho que você podia pelo menos tentar superar isso. - Draco falou e passou a mão pelos cabelos de Anny, que estavam soltos.
- Eu tento...mas não sei se vou conseguir superar isso, sem uma ajuda. - Anny sussurrou a última parte, e olhou para um ponto, além de Draco.
- Sei...mas e sua amiga a Vâniter? - Draco falou em tom ciumento, não sabia por que, mas não era pra ter saído assim.
- Ela não sabe lidar com os sentimentos dos outros, ela não sabe lidar nem com os sentimentos dela, sozinha.
- Como assim? - Draco parou de passar a mão nos cabelos dela.
- Ela, não sabe lidar com os sentimentos, nem dela mesma, como ela pode me ajudar. - Anny não pensava no que estava dizendo, só falava o que tinha vontade. Ela olhou nos olhos dele de novo. - Ela gosta de uma pessoa, que parece que não gosta dela, e ela tentou se enganar com outro, só pra esquecer a tal pessoa.
- De quem ela gosta então? - Draco perguntou, temendo a resposta.
- Não posso falar...mas só posso dizer, que ela não é a pessoa ideal para eu compartilhar meus sentimentos, já que ela não lida nem com os dela. Ela tem problemas demais com ela mesma. - Anny falou bem baixo.
- Sei...Mas então quem você acha que poderia te ajudar? - Ele falou, olhando bem fundo nos olhos dela.
- Não, sei. Talvez, alguém que não demonstre seus sentimentos, me deixe segura, me escutando, e que não fique constrangido toda vez que falo sobre minha mãe... - Anny falou, e uma lágrima brotou nos seus olhos, e rolou, pela sua pele macia, e clara.
- Se você, quiser, pode contar com minha ajuda, Annite... - Draco falou, limpando a lágrima com as costas da sua mão, e depois segurando a mão de Anny.
- Eu quero, eu quero muito... - Anny encostou sua cabeça no ombro de Draco, e deixou umas lágrimas rolarem e molharem o ombro do garoto, que só encostou a cabeça em cima da dela, e segurava a mão dela, bem forte, dando-lhe, segurança.
Anny e Draco ficaram assim por pouco tempo, pois logo, eles tiveram que ir treinar. (#-* Eles ainda estavam tendo treinos, sempre tiveram, eu só não mencionei, então não estranhem. *-#)
No caminho para o campo, Anny contou sobre Harry, que não a deixava em paz, de jeito nenhum.

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