De Volta ao Passado
N/A: É isso aí, estou de volta!!!! Não, vocês não estão sonhando, eu, Holly Granger, estou atualizando a fic! Sério! Muito bem, então, já que minha inspiração finalmente voltou e eu encontrei um tempo para escrever, aproveitem!!!
Cap. 11 – De Volta ao Passado
Já eram onze horas. Fazia tempos que haviam jantado, e as crianças se divertiam na sala da mansão, jogando xadrez de bruxo, enquanto Sirius contava uma história animada sobre seus tempos de maroto, em Hogwarts, para os gêmeos. Rony já estava bocejando, assim como Molly, e Arthur descansava em uma poltrona em frente à lareira. Todos muito relaxados. Todos exceto...
Gina e Hermione pareciam bastante ansiosas. Olhavam para o relógio a todo minuto, reparou Tonks. E Remus também estava inquieto. Distraia-se da conversa com o Sr. Weasley, e por vezes fitava as escadas, o andar de cima como se cogitando fazer alguma coisa. O que seria aquilo?
Ela se lembrou do que encontrara na porta do quarto, aquela manhã. “Coisas estranhas acontecem na noite de Natal...” Aquilo era mesmo esquisito. Será que ela devia ir ao sótão? Uma parte dela – a parte curiosa, que, realmente, era muito grande – estava louca para subir as escadas e ver o que a esperava lá. Outra, dizia que era melhor ficar ali, para não cair em uma armadilha.
Mas, por outro lado, se fosse mesmo uma armadilha, o certo como integrante da Ordem da Fênix seria subir lá e pegar quem quer que a estivesse preparando. Não ficar ali, se escondendo, fingindo que nada estava acontecendo. Era seu dever, não?
Mas se fosse pega...
Mas realmente podia ser algo muito legal! O bilhete não parecia de um Comensal da Morte, nem alguém das trevas, não era como se quisessem prejudicá-la. Na verdade, ela quase podia jurar que alguém estava tentando ajuda-la. Mas ajuda-la com o que exatamente?
O que faria? Tentou colocar as coisas em uma balança. Se fosse e descobrisse ser uma armadilha, podia gritar e o resto do pessoal iria lutar por ela. Estaria tudo bem. E, se de outra forma, fosse algo bom, não havia com que se preocupar. Mas se não fosse, não só passaria a eternidade querendo saber o que teria acontecido, como também estaria sendo covarde. E podia acabar causando danos maiores, se deixasse um possível vilão andar livremente pelo sótão da Ordem. Certo. Ela ia. Mas... e se ele tivesse enfeitiçado o aposento, para que ficasse prova de som? Ela bem podia ser morta! Droga, voltara ao ponto inicial. Ia ou não ia?
“A mágica está solta esta noite, e ela é toda sua, você só precisa dar a chance de ela mudar sua vida...” Ela estremeceu. Era isso. Decidira-se. Ela ia ver o que era. Precisava ir, porque se não fosse, a vontade de ter ido e não o ter feito a atormentaria por toda a vida. Levantou-se e fingiu um bocejo.
- Bem, pessoal. Acho que já vou me deitar. Estou exausta.
- Mas já, querida? – perguntou Molly – Não quer que eu faça um chocolate quente antes?
A vontade de tomar um chocolate quente pareceu tão tentadora que ela considerou desistir da idéia e ficar ali, aproveitando o restinho da festa. Mas não. Não, não, não. Aprenda a pensar com a cabeça, Tonks, não com o estômago.
- Não, obrigada, Molly – disse sorrindo, e a Sra. Weasley visivelmente ficou espantada – Eu só quero mesmo dormir. Feliz Natal!
- Sabe, acho que eu também vou dormir – disse Lupin, levantando-se subitamente – Boa noite a todos.
O plano de Remus, claro, era dar boa noite a Tonks no caminho e depois ir até o sótão, ver o que estava mesmo acontecendo. Mesmo ele não conseguira resistir à tentação. Mas mesmo cheia de expectativa, não pôde deixar de notar que Ninfadora estava um tanto quieta demais.
- Você está bem, Ninfadora? – ela franziu o rosto ao ouvir o primeiro nome, mas então olhou para ele.
- Na verdade... – ela torcia nervosamente as mãos – Eu não estou indo me deitar. Eu recebi um estranho bilhete esta manhã. Sugerindo que eu fosse até o sótão, esta noite. Não é... estranho?
- Muito estranho – a voz dele estava preocupada – Mais ainda por que... Veja isso.
Ele tirou do bolso um pedaço amassado de pergaminho e entregou a ela, que o apanhou, interessada. Leu-o em poucos segundos e voltou a encará-lo, os olhos verdes brilhando.
- É isso! Foi o mesmo que eu recebi! – exclamou, um pouco alto demais – O que você acha que é? – perguntou, em um sussurro dramático – Uma armadilha?
- Não tenho certeza. Mas obviamente, nós somos os alvos – disse. Ela afirmou, com um meneio de cabeça.
- Nós vamos lá conferir, não vamos? Quer dizer, não é que eu queira ir, nem nada é só que...
- Você quer ir – ele sorriu.
- Não!... É, certo, eu quero. Mas é tão suspeito. Você não está curioso também?
- Um pouco.
Eles pararam de caminhar, ao se darem conta de que já estavam aos pés da escada que levava ao sótão. Entreolharam-se. Então, como se em um acordo mudo, deram juntos o primeiro passo, e começaram a subir. No último degrau, Remus empurrou a porta, que se abriu com um rangido. Tonks ofegou.
Era perfeito. Quase como um sonho. O sótão tinha sido transformado em um pequeno lugar aconchegante, fracamente iluminado, com um sofá parecendo muito confortável, uma música suave ao fundo. Haviam até limpado a lareira velha e empoeirada que agora parecia nova, as chamas crepitando, dançando, hipnotizando-os. E, a um canto, uma mesa para dois, com uma toalha vermelha e um singelo vaso de flores em cima, que fez com que Tonks lembrasse de alguma coisa.
- O restaurante! – exclamou
- Perdão?
- Remus! – gritou, em frenesi – Não reconhece? É exatamente como... Ah, meu Merlim... É o restaurante em que você me levou! No nosso primeiro encontro!
Seu coração martelava. Ela olhava de um lado ao outro, e voltava, correndo os olhos várias e várias vezes por toda a sala. Era inacreditável! E as meninas... meu Deus, ia matar aquelas duas! Ou abraça-las tanto, e com tanta força, até que sufocassem. Uma das duas coisas.
- Não pode ser – sussurrou ele, mortificado, observando tudo cuidadosamente, para se convencer daquilo – Quer dizer, ninguém sabe. Ninguém além de Sirius, e mesmo assim, não com tantos detalhes, mas ele não faria...
- Er, Remus...? – chamou hesitante.
Ele suspirou, como se soubesse o que estava por vir. Então, voltou-se para ela e encarou-a, como quem está prestes a punir uma criança pequena que repetiu o mesmo erro pela quinta vez.
- Ninfadora – disse, pausadamente – Para quem você contou?
- Para Gina e Hermione – disse o mais rápido possível, como se isso diminuísse o impacto – Mas elas prometeram não contar a ninguém! Não me olhe assim! Quer dizer, eu disse que estava tudo acabado, e fiz com que jurassem que não fariam nada para se meter...
- Percebe-se – disse ele, carrancudo.
Ouve um silêncio incômodo em que não ousaram se encarar. Remus dividia-se entre a razão – que o dizia para dar boa noite, sair dali e ir dormir – e o desejo imenso de permanecer ali com ela. Não se importava se só sentassem e conversassem. Gostava da companhia dela, da sua risada, do seu senso de humor. Do modo como se comportava como uma garotinha inocente, às vezes, e em outras trazia um sorriso maroto, cheio de malícia, divertido, no rosto.
Mas se ficasse, estaria se dando à chance de se apaixonar de novo. De cometer o mesmo erro. Era uma idéia idiota.
- Sabe, eu estava pensando... – ela disse, finalmente – Talvez devêssemos ficar por uns minutos. Sabe, para não decepcionar as meninas. Elas devem ter tido muito trabalho – ele olhou para ela, descrente, divertido.
- Então. Para não decepcionar as meninas. Claro – ele andou até a mesa e sentou-se em uma das cadeiras, não parecendo muito à vontade ali, sozinho com ela.
Não agüentava mais aquilo. Ficar ali quieto, sem fazer nada, claramente desapontando-a. Tinha raiva de si mesmo por ser tão racional, tão temeroso, tão protetor. Por que não conseguia se entregar de vez em quando? Mas não podia, é claro, envolver mais alguém em seus problemas. Só acabaria magoando-a... Viu? Já estava pensando como o velho Remus novamente. Será que por uma noite, uma única noite, ele não podia parar de pensar um pouco nas conseqüências e aproveitar o momento?
- Ninfadora... – ele se levantou.
- Sim? – ela ergueu os olhos para ele, esperançosa.
-... Será que você não gostaria... bem, eu acho que... que...
- Acha que...? – insistiu ela.
- Acho que talvez você não seja um caso perdido em matéria de dança – disse com um esboço de sorriso no rosto, que mostrava que a estava provocando, apenas – Se quisesse uma segunda chance...
- Oh – disse, fingindo-se ofendida e ao mesmo tempo ingênua – Pois saiba que eu melhorei muito nos últimos seis anos! Aposto que danço ainda melhor que você! – implicou.
- Eu gostaria de vê-la tentar.
Ela lançou-lhe um sorriso maroto e aproximou-se dele. A música tocando era perfeita. As mãos dela em seus ombros, as dele em sua cintura, dançaram em absoluto silêncio, os olhos fixos nos do outro. Ela sorria. Lá pela terceira música, abraçou-o e deitou a cabeça em seu ombro. A dança continuava. Ele podia sentir o perfume dela, diferente do que ela usava da última vez em que estivera tão perto. Sem pensar, envolveu-a em seus braços, trazendo seu corpo para mais perto.
- Tem razão – sussurrou em seu ouvido – Está muito melhor que antes. Mas talvez por que aqui não haja nenhum prato de comida para você derrubar.
Afastando-se bruscamente, ela voltou a encará-lo, sem sorrir. Ergueu uma sobrancelha, uma expressão de desafio no rosto.
- Está insinuando que eu seja desastrada? – ele sorriu
- Não – aproximou-se alguns passos, lentamente – Estou afirmando.
- E isso é ruim?
- Não. Não mesmo. Eu não gostaria que fosse de outra forma – ele murmurou, apenas alguns milímetros de distância dela. Vislumbrou um brilho em seus olhos, uma fração de segundo antes de beijá-la. Não podia mais resistir àquilo. Desejava-a com todas as suas forças. Amava-a.
Ela sentiu os lábios dele, quentes, suaves, deliciosamente familiares, tocarem os dela. E embora houvesse uma parte dela que insistia que ela estava cometendo o mesmo erro de anos atrás, ela retribuiu. Retribuiu avidamente, sentindo as mãos dele segurarem-na pela cintura, colando seu corpo no dele, os lábios entreabertos, deixando que a língua entrasse de modo atrevido em sua boca, redescobrindo aquela antiga magia. Como sentira saudade dele. Como estivera ansiando por aquele momento.
Ele a ergueu alguns milímetros do chão e levou-a até o sofá. Por mais alguns minutos, apenas se beijaram. Ela ofegou. Deitou-se lentamente, ele sobre ela, as mãos entrando por debaixo de sua blusa. Beijando-a apaixonadamente.
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Do lado de fora do sótão, Sirius desencostou sem o menor ruído, a cabeça da porta. Tinha um sorriso malicioso no rosto.
- É isso aí, garotas. Acho que nosso plano deu certo.
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