Quarta - Feira
Capitulo 6 – Quarta – Feira
Balburdia.Pandemônio.Era só o que eu conseguia pensar.Ah,porque é apenas nisso que você consegue pensar quando sua suposta casa – local onde você está morando – é literalmente destruído.
E eu estava ali,atendendo a porta para os medíocres convidados,a maioria feminina,com os cabelos louros brilhando e as saias cada vez mais curtas.Assim como ele mandara.
Não,eu não estava inclinada a fazer o que Potter me pedisse,longe disso mas,quero dizer,ele simplesmente não me deu escolha.
Está certo que é aniversario do cara e que só se faz 17 anos uma vez na vida e todo aquele clichê comedido sobre festas de aniversario,mas,por que raios esse negocio não podia ser no salão comunal?Porque aqui é simplesmente muito mais bonito,você já viu aquela sacada?Foi isso que Potter me disse quando eu questionei o porquê de nossa torre estar revirada de ponta cabeça.
Ah,também perguntei o porquê de a porta estar escancarada e Hogwarts inteira estar adentrando a torre com roupas cada vez menores.
-- A culpa não é minha! – exclamou Tiago pela septuagésima vez seguida,nós estávamos na cozinha discutindo o que faríamos para controlar o fluxo de convidados – A culpa não é minha se o cara que coloquei na porta fugiu com sua garrafa de uísque de fogo.
-- Ah,essa realmente foi uma idéia brilhante Potter. – revirei os olhos – O que faremos?
-- Simples,você fica lá na porta e vê se a pessoa pode entrar ou não.
-- Com certeza.Você não pode achar mesmo que eu vá lá.E afinal porque iria?
-- Porque é meu aniversario – ele deu um de seus sorrisos mais sedutores.Eu ia objetar quando ele completou – E eu sei,ruivinha,que você não quer esse tipo de gente invadindo sua torre,então vá lá e seja comedida mas não malvada ok?
Eu sentia meu rosto quente,o sangue subindo a cabeça,a raiva tomando meu corpo.
Eu estava colocando meu pé a frente,para marchar de volta a sala e guardar logo a porcaria da porta quando Tiago me parou com o próprio corpo,fazendo com que eu ficasse perigosamente perto dele.
-- Saia do meu caminho – murmurei entre dentes.
-- Não,e o meu beijo de aniversario?
Ah,aquilo não podia estar acontecendo,ele era cada dia mais insuportável,onde estava o Tiago do trem afinal?
-- Você só pode estar brincando.
Mas ele me puxou,e mostrou que não estava brincando,nem um pouco,seus lábios encostaram nos meus e eu estava pronta para mais um beijo tórrido,arrepios subindo pela minha coluna só de sentir suas mãos fortes sobre mim.
Mas ele apenas encostou os lábios nos meus e rapidamente me soltou,então sorriu e me deixou na cozinha.
Ele sabia que tinha me deixado desejando aquele beijo.E aquilo provavelmente me irritava mais do que tudo.
E eu estava ali,sentada em um banquinho conjugado por mim mesma me sentindo estúpida e percebendo que tinha que dar um basta na situação.Eu odiava Potter.Não agüentava mais aquele homem arrogante.
Olhei pela janela ao meu lado,observando o negro da noite e suspirando.
Eu agüentei longas horas enquanto ouvia os ruídos de conversas gritos e risadas na sala de jantar,mas quando uma garota impecavelmente maquiada e cheirando a poção de alisamento de cabelo comentou com a amiga:
-- Olha que mocinha simpática,você não tem nenhum nuque pra dar pra ela?
Aquela foi à gota da água.
-- POOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOTTEEEEEEEEEEEER!
Berrei com toda a força que pude reunir.
Ele apareceu alguns segundos depois com a camisa branca desabotoada,revelando o corpo magnífico,uma garrafa de uísque de fogo quase vazia na mão.Parecia meio grogue.
-- Sim minha ruivinha?
-- Não me chame de ruivinha e eu não sou sua.Tire seus convidados daqui,imediatamente,ou chamarei Mcgonaggal.Volto em dez minutos e essa sala deve esta absolutamente vazia.
E fui para meu quarto,ignorando o rosto estupefato de Potter e suas duas louras de pernas esguias.
A um metro de meu quarto,encontrei Nina no corredor.
-- Isso é fantástico!
Ela parecia embriagada,arranquei o copo de suas mãos e encarei-a.
-- A festa acabou Nina,você entende? – ela me olhava com um olhar desfocado.—Melhor você ir pro dormitório,eu vou com você.
A caminhada para a torre da grifinória foi lenta,Nina apoiava-se em mim a cada passo,parecia louca por uma noite de sono,deixei-a no dormitório e voltei para minha torre desejando apenas poder dormir.Desejando que todos já tivessem isso embora.
Sirius Black passou por mim,trôpego.Apenas encareio-o,ele teria de ir sozinho.Levei aquilo como um bom pressentimento,se Black fora embora,as chances de não haver mais ninguém seriam grandes.
Cheguei na sala e não havia mais nenhum convidado barulhento,encarei Tiago que dormia pesadamente no sofá.O sono dos bêbados.
Tirei as garrafas e copos,limpando a sala de jantar e levando tudo para a cozinha.
Volto para a sala e encontro Tiago sentado no sofá com cara típica de quem está com náuseas.
-- Merlin,não me diga que está passando mal.
-- Como adivinhou? – ele tremeu.
-- Certo,você deve ir pra baixo de água fria.
Ele sorriu.
-- Não precisa se preocupar comigo Evans,de verdade,eu estou bem.
-- Não estou me preocupando com você,eu só...
-- Boa noite. – ele piscou um olho.
-- É.Boa Noite. – e fui em direção ao meu quarto.
Fui acordada as quatro horas da manha,e quando fui dormir eram duas e meia.Bateram na minha porta.Provavelmente era Potter.Suspirei e agarrei meu roupão vestindo-o,ah,ele não iria me ver de camisola de algodão novamente.
-- O que houve? – perguntei quando abri a porta – Está passando mal?Tem poções na cozinha.
-- Não,pare de ser pessimista,ora,vejo que vestiu seu roupão hoje,imagino que não queira que eu lhe veja com aquela camisola novamente,bem,ao menos o roupão é preto.
-- Potter? – interrompi-o
-- Sim? – ele mostrou educado interesse
-- Pare de andar de cueca. – e bati a porta,passando a chave,eu francamente não merecia aquilo,não depois de meu dia exaustivo.
Mas ele era insistente,como eu tenho certeza que já mencionei antes.
A batida veio seca.
-- Algum problema? – atendi novamente.
-- Vários – ele murmurou – Eu quero sua companhia.
-- Lamento que seu desejo seja prodígio.
Ele revirou os olhos,apoiando o braço musculoso na lateral da porta e bagunçando os cabelos.
-- Você não existe Lílian.
E então ele se aproximou novamente,os lábios foram direto para meu pescoço,causando arrepios e sensações impossíveis de descrever.Eu sentia aquela corrente elétrica tomar meu corpo,quase como se eu tivesse botado o dedo na tomada.
As mãos dele moviam-se pelo meu corpo,firmes e quentes.
-- Potter – consegui sussurrar,num fio de voz.
-- Sim?
Reuni forcas de meu instinto lúcido e empurrei-o levemente pelo peito,sentindo a pele quente quase queimar minha pele.
-- Fique longe de mim.
Ele me encarou por um longo instante,uma corrente elétrica passando de seus olhos para os meus e vice-versa.E então ele suspirou.
-- Não vai me desejar feliz aniversario?
-- Não – murmurei inflexível.
-- Certo.Amigos então?
-- Talvez,você sabe que não gosto de você.
Ele sorriu,ainda assim parecendo irônico.
-- Boa noite. – desencostou-se na porta e foi para seu quarto.
Fechei a porta e me apoiei nela,eu sabia que tinha feito a coisa certa,mantendo o tipo de homem que Potter é longe de mim,mas então,por que eu sentia aquele vazio cheio de tristeza e arrependimento?
N/A:Aí está.Eu disse que não demorava!Espero que tenham gostado.E obrigada a quem comenta!A propósito onde estão meus comentários pessoal?Vamos comentar nessa pirosca!*sorri*Beeeijo!
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