Corujas
Disse e retirou-se. Atravessara a sala de estar, passara pelo hall, subira as escadas – com grande estrondo – e seguira diretamente ao seu quarto, sem dirigir uma única palavra.
- Você viu, Valter – exclamara tia Petúnia, recolhendo os pratos da mesa – precisamos tomar algumas atitudes.
- Você tem razão querida – concluíra tio Valter que agora assistia ao jornal dos trouxas.
Harry concordava plenamente que seu quarto estava desorganizado e empoeirado. Mas o garoto nunca vira o quarto daquela maneira. O chão estava molhado e sujo. Penas espalhadas por todos os cantos. Titica sobre a cama. Folhas de arvores espalhadas em suas roupas. E um pio... Que só podia ser de uma...
... Coruja. Alias, de três corujas.
Entre elas, uma se destacava. Harry a reconheceu... Era Pichí – a coruja de Rony. Branca com manchas marrons. E que alias não era mais tão Pichítinha. A coruja crescera um bocado de um verão para o outro – e ao lado, duas corujas desconhecidas. Uma parecia ser do corujal de Hogwarts – Marrom com listras pretas. Uma coruja velha. Lembrava Errol – e a outra parecia ser de um povoado distante – Era estranha, ou melhor, diferente. Avermelhada com as azas azuis. Muito linda. Parecia-se com Fawkes.
Ambas tinham algo em comum. Traziam cartas e pacotes. Todos embrulhados.
Harry inclinara-se ao pé da cama, e sentara-se no chão.
Abrira a carta próxima de Pichí. Era de Rony.
“E aí Harry? Como tem passado as férias de verão? Imagino que devem estar horrendas, alias viver com os Dursleys, ninguém merece não é... Harry faça isso, Harry faça aquilo...
Mas agora os Dursley não importam... Falamos deles outra hora, ou não.
Ah feliz aniversario Harry... Dezessete anos... Pois é! Agora já podemos nos divertir...
... Fred e Jorge mandam lembranças, Mamãe pediu que você se cuidasse, com todos esses acontecimentos, ela anda preocupada, ou melhor, paranóica, Gina está passando as férias com Mione, e Percy... Ah nem quero saber dele, e papai... Ele anda muito ocupado... Muitas batidas...
Mas já combinamos tudo. Mamãe disse que na primeira semana de agosto, estaremos aí...
Aguardamos-lhe.
Rony”
Harry deixara os presentes para depois.
Fora mais além. Aproximara-se da coruja ao lado. A linda coruja... Grande e avermelhada.
Harry a acariciou e retirou o pergaminho, ainda preso as suas pernas.
O garrancho de Hagrid era irreconhecível.
“Olá Harry! Meus parabéns... Já está crescidinho... Hum... Ainda me lembro de quando fiz dezessete anos Harry, foi magnífico...
A propósito, bela coruja, não Harry? Estou na França, com Madame Maxime... Estamos tratando de criaturas mágicas... Você tem que ver Harry... Encontramos um bosque encantado... É lindo...
Hei, Harry... Você soube de alguma noticia do Ministério? Como estou longe... E...
Ah parece que a assembléia já deu inicio ao caso, não é mesmo? Não sei o que será de mim sem Hogwarts...
Mas hoje é só alegrias...
Feliz aniversário...
Atenciosamente
Hagrid”
E ainda mais ao lado havia duas cartas. Harry estranhou... Abriu-as logo.
Uma era de Mione... A letra caprichosa.
“Oi Harry... Nem acredito Harry... Não é fácil... Dezessete anos, né. Gostaria de estar aí, junto de todos vocês... Inclusive do Rony...
Com tem passado? E Edwiges, está bem?
Ah, e sobre a coruja... McGonagall me emprestara desde o ano anterior...
Você não vai acreditar... Estou na Grécia com meus pais... Ah e com Gina também...
Inclusive, falei de você para os meus pais, e eles mandaram lembranças, Harry...
Até mais
Mione”
Restara ainda um pergaminho...
As bordas decoradas com lindos corações...
Harry já vira “aquela” letra uma vez... No diário de Riddle...
A doce letra de Gina... Borrada com suas longas lagrimas.
“Olá Harry!
Em primeiro lugar queria lhe desejar um mais do que feliz aniversario Harry... Alias, não é todo dia que completamos dezessete anos, não é mesmo?
Hoje é um dia para alegrias, e não para tristezas... Exceto para mim, que estou longe de você... Que não posso lhe tocar... Que não posso sentir a sua mão deslizando sobre o meu corpo, ao redor da minha nuca, sobre meus cabelos... Que não posso sentir teus lábios sobre os meus... E que não posso lhe ver.
Alias, queria dizer algo que lhe fizesse sorrir, se alegrar eternamente... Queria estar ao seu lado...
É difícil falar, mas o motivo do meu sofrimento é você, porque eu te amo Harry e nunca deixarei de te amar... Eternamente, e além da morte.
Amo-te...
Gina”
Harry não pôde evitar... Seus olhos encheram-se de lagrimas.
Naquele dia, Harry não parara de pensar em outra coisa, se não Gina...
Já era tarde e fora se deitar.
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