O primeiro achado
Harry procurou a diretora para informar o sumiço de Hagrid. Ele explicou que eles se separaram para efetuar a busca mais rapidamente e combinaram um sinal para se reencontrar. Mas Hagrid não atendera ao sinal.
_ Isso não é comum, Harry. Hagrid sempre cumpriu ordens, tratos e combinados. Tanto que sempre foi um dos homens de confiança de Dumbledore – disse a diretora.
_ Eu sei, por isso achei estranho!
_ Vou ver se alguns centauros podem nos ajudar. Mas ainda temos um outro problema, Harry – disse com voz séria.
O rapaz apenas esperou que ela lhe a que se referia.
_ O jovem Weasley me disse que Umbridge sabia do seu dom recém-descoberto. Que eu saiba, ninguém além dos alunos e professores da escola tinham acesso a essa informação.
_ É verdade – comentou – ele não quis nem contar para os pais quando estivemos na casa dele.
_ Ele me disse isso também. A questão é descobrir como ela conseguiu essa informação, e quem a passou.
Ele não soube o que responder. Despediu-se da professora com a desculpa de descansar e saiu rumo à enfermaria. Precisava saber como estava Hermione.
Lá chegando encontrou Rony sentado aos pés da cama, vigiando cada suspiro da namorada. Assim que este avistou o amigo, fez um gesto desanimado:
_ Ela não acorda, Harry. Madame Pomfrey disse que ela perdeu muito sangue e que é normal. Mas eu não sei, tenho muito medo. Se acontecer alguma coisa com ela vai ser minha culpa.
_ Que é isso, Rony – disse tentando acalmá-lo. Você não tem culpa de nada! Olha, ninguém sabia que eles estavam atrás de você. Se a gente soubesse você nem teria colocado os pés naquela floresta. Foi uma fatalidade!
_ Não – disse o rapaz exasperado – eu deveria ser mais inteligente, entender o que aquela, aquela vaca estava pedindo. Se eu tivesse entendido logo, ela não teria torturado a Mione. Foram dois feitiços, Harry, dois feitiços fortes. Crucciatos e Sectumsempra. E o socorro demorou a chegar...
Madame Pomfrey entrou na enfermaria e vendo o estado do rapaz deu-lhe uma poção calmante. Fez um sinal para que Harry saísse e antes mesmo do rapaz alcançar a porta da enfermaria, Rony já estava dormindo.
Ele saiu dali e foi falar com Gina. Achou a namorada conversando com Neville, que parecia extremamente feliz. Harry quase ficou com ciúmes, mas sua mente estava ocupada demais com coisas mais sérias que ele simplesmente esperou os dois acabarem a conversa e nem ligou quando o rapazinho despediu-se de Gina com um beijo na bochecha.
A menina virou-se e deu de cara com Harry. Ficou muito vermelha e disse:
_ Ah, oi! Como está? Já descansou?
_ Já sim, obrigado.
_ E Mione e Rony?
_ Estão na enfermaria. Mione ainda não acordou e Rony teve uma crise nervosa, precisou tomar um calmante.
_ Nossa, coitado!
_ É, parece que o único que está feliz por aqui é o Neville – comentou tentando parecer natural.
_ O que quer dizer com isso? – perguntou desconfiada.
_ Bom, primeiro vocês ficam de conversa quase todas as noites, depois ele lhe dá um presente e por fim, um beijo. Não sou eu quem tem que dizer coisa alguma.
Gina não se explicou, não pediu desculpas, não falou nada. Apenas riu. Uma risada divertida.
_ Você não está pensando que eu tenho alguma coisa com o Neville, está?
_ Por que eu pensaria uma coisa dessas? - rebateu Harry em tom cínico.
_ Harry, Neville estava me fazendo companhia, ou melhor, me amolando todas as noites porque ele queria que eu o ajudasse a conquistar a Luna Lovegood. Aquela pena ele comprou para ela, mas pediu que eu olhasse para ver se ela gostaria. E o beijo ele me deu quando eu lhe contei que a Luna tinha aceitado sair com ele, qualquer dia desses.
O garoto ficou passado. Nunca imaginara Neville gostando de Luna. Ia ser um casal engraçado.
_ Agora, meu amor – disse a menina em tom zombeteiro – quando desconfiar de alguma coisa, pode perguntar. É melhor do que ficar imaginando absurdos.
Deu as costas e saiu em direção ao berçário onde teria que fazer um turno.
Harry ficou ali, sem ter o que fazer. Mione e Rony de cama, Gina trabalhando e até Neville tinha compromisso. Só ele estava à toa. Pela primeira vez nos últimos seis anos. Sem saber muito bem o que fazer, foi até seu quarto e pegou o segundo cartão de Dumbledore. Depois seguiu para a sala do diretor. Subiu, acendeu a lareira e deixou-se ficar em uma almofada que sua amiga esquecera ali.
Ficou um tempo olhando as chamas e lembrando da vez em que conversou com Sirius pela lareira do Salão Comunal da Grifinória. Seria bem mais fácil se o padrinho estivesse ali.
Na verdade, pensou Harry, seria bem mais fácil se Voldemort não tivesse sido descoberto por Dumbledore. Mas o velho diretor cometia erros. Errou com Voldemort. Errou com Snape. E agora errava de novo deixando Harry sem saber que caminho tomar.
Olhou para o cartão e jogou-o na chamas. O pergaminho crepitou um pouco e começou a soltar uma fumaça esquisita. Harry deitou na almofada e ficou observando a fumaça sobre sua cabeça.
Mas a fumaça começou a ficar mais densa e quando o rapaz percebeu, havia formado algumas palavras. Era mais uma mensagem oculta do diretor.
“Uma fêmea sempre protege seu ninho. Assim como um pirata sempre protege seu tesouro. Ache a fêmea e você terá o ninho e todos os ovos.”
Harry não quis pensar no assunto. Anotou o que lera num pedaço de pergaminho e voltou para seu quarto. Ele precisava dormir.
Mas o rapaz não descansou. Mal pegou no sono e os sonhos estranhos começaram a atormentá-lo. Ele viu um grande círculo de pedra e Voldemort gritando enraivecido, apontava a varinha para alguém. Depois a cena mudava, ia para um casarão abandonado. Muitos comensais quebravam as paredes procurando alguma coisa. Depois via Voldemort guardando sua varinha em uma caixa bem protegida. Por fim, revia a cena em que eles duelaram quando Voldemort recuperou seu corpo. O horror no rosto do bruxo quando as varinhas ficaram conectadas.
Ele acordou suado, olhando para todos os lados, esperando encontrar o Lorde das Trevas ali mesmo em seu quarto. Estava quase amanhecendo e ele sabia que não conseguiria dormir novamente.
Levantou da cama, trocou de roupa e foi até o salão principal. Alguns bruxos já estavam acordados e conversavam enquanto tomavam café. Os horários de refeições no castelo havia mudado completamente devido aos turnos de vigia e tarefas estabelecidos. Bastasse que alguém se sentasse à mesa, querendo almoçar, jantar ou tomar apenas um chá que a refeição aparecia.
Harry desejou uma xícara de chá de camomila bem forte. Tomou tudo quase de uma só vez e foi andar pelo castelo, mas não havia quase ninguém acordado, além dos aurores, dos vigias e dos ajudantes da enfermaria.
Ele queria visitar os amigos, mas ainda era muito cedo. Então voltou ao Salão Comunal. O inverno estava quase chegando e ele sentiu os ossos gelarem quando se jogou em uma das poltronas. Pegou sua varinha e acendeu o fogo na lareira. Os elfos estavam muito ocupados com tantos novos hóspedes que alguns serviços não eram mais executados por eles.
O rapaz começava a ficar entediado quando olhou para a mesa em que faziam deveres e viu uma pilha das edições mais recentes do Profeta Diário. Pegou algumas e começou a ler.
Na edição do dia anterior estava a notícia da invasão do Ministério.
COMENSAIS TOMAM O MINISTÉRIO DA MAGIA
Um grupo de Comensais da Morte invadiu esta manhã o Ministério da Magia. Às 10h30min o grupo, formado por 30 pessoas encapuzadas, rendeu os guardas do Ministério. Testemunhas garantem que eles se separaram em duas equipes. Uma foi em direção à sala do ministro e outra foi para o Departamento de Mistérios.
O que aconteceu a partir daí é um enigma que dificilmente vai ser solucionado. Eles deixaram o Ministério depois do meio-dia, levando um pesado embrulho e deixando um rastro de destruição e morte atrás deles.
A lista das vítimas fatais desta vez inclui o nome do próprio ministro, de dois estagiários e do chefe do Departamento de Mistérios. Muitos outros bruxos foram enfeitiçados, mas não sofreram danos graves.
O conselho nomeou a sub-secretária sênior do ministro, Srª Dolores Umbridge como nova Ministra da Magia. Esta vai ser a primeira vez que uma mulher ocupa esse cargo.
Ministra? Aquilo era demais para Harry. Agora é que Voldemort ia ter tudo o que sempre quis. E que embrulho seria aquele que os Comensais levaram? Ele continuou a ler as outras edições.
De repente, como se um raio tivesse atingido sua cabeça, Harry teve uma idéia. Como não percebera isso antes? Pegou um pedaço de pergaminho, uma pena e começou a anotar nomes e lugares que via no jornal. Trabalhou incansavelmente por quase duas horas.
Releu todas as anotações para se certificar de que não tinha esquecido nada. Saiu do salão com um sorriso no rosto e determinado a visitar os amigos. Eles gostariam de saber da novidade.
Chegando na enfermaria, Harry viu que Rony estava de pé, muito mais calmo. Ele ajudava Hermione a tomar um prato de sopa. Quando a garota viu o rapaz entrando, fez um gesto para que Rony olhasse.
_ Harry, que bom que apareceu. Veja, Mione já acordou.
_ Que bom – disse o rapaz muito feliz.
_ Você me parece bem melhor hoje – disse o amigo.
_ É que eu fiquei estudando alguns casos – disse em ar misterioso.
_ E descobriu alguma coisa? – perguntou Mione num esforço.
_ Descobri muita coisa. Mas só conto se você prometer não falar nada. Ainda parece bem fraca – respondeu Harry.
Rony olhou agradecido o amigo.
Harry contou aos dois o que tinha feito durante a noite, o sonho maluco que tivera e a idéia que teve quando leu alguns artigos do jornal. Por fim explicou:
_ Pelo que eu reparei, os ataques de comensais têm se concentrado em quatro pontos principais nas últimas semanas. Acompanhem comigo, eles só atacaram o Ministério, Godrics Hollow, o Beco Diagonal e Hogwarts. Então se o bilhete de Dumbledore estiver certo, eles devem estar tentando encontrar alguma coisa, ou proteger alguma coisa para Voldemort.
_ É, mas, se o que Voldemort quer estiver no Ministério da Magia, com a Umbridge de Ministra vai ficar fácil conseguir.
_ Eles já conseguiram o que queriam do Ministério. E ao que tudo indica ficava no Departamento de Mistérios. Agora a gente só precisa descobrir o que ele quer em Godrics, no Beco Diagonal e em Hogwarts.
Rony e Mione se olharam, depois olharam para Harry. Para quem não tinha um ponto de partida, até que aquela idéia era válida. Mas eles não tinham como sair da escola. Não com Mione daquele jeito.
_ Não se preocupem. Eu não vou sair por aí feito um louco. Vou esperar a festa de Dia das Bruxas. Até lá Mione já deve ter se recuperado. Enquanto isso, vou aproveitar as aulas da professora Goldrisch. Quero ver se ela fala mais alguma coisa sobre a minha família.
Mas a aula não apresentou nenhuma novidade. Só no final que Harry ouviu um trecho que não tinha em seu livro:
_ Os seis irmãos – dizia a professora – foram avisados pelos astros que um deles logo iria morrer. Então resolveram que precisavam se reunir mais uma vez e assim foi feito. Eles se reencontraram em um lugar um tanto afastado da Ilha do Conhecimento, conhecido como Altar dos Portais. Quando se reencontraram e discutiram a vida de cada, descobriram o quanto o excesso de poder era prejudicial. Então decidiram dividir a Magia. Um dos irmãos usou o conhecimento adquirido no Oriente para realizar o ritual. Primeiro ele reuniu a magia dos seis em um único ponto, no centro do Altar. Depois a dividiu e distribuiu entre eles. E depois disso todos os bruxos e bruxas nasceram com apenas meia magia.
_ Então a magia que nós conhecemos é só uma parte? – quis saber o único aluno da Sonserina que tinha sido selecionado para a aula.
_ Exatamente.
_ Mas existe um jeito de reunir essa magia? – perguntou Harry.
A professora examinou bem o garoto e respondeu:
_ Diz a lenda que só há duas maneiras. A primeira, quase impossível, é usar as três jóias que os herdeiros da magia possuíam. Mas ninguém sabe se essas jóias realmente existem e onde estão.
_ E a outra? – perguntou um aluno da Corvinal.
_ A outra é praticamente compreender o princípio masculino/feminino da cultura oriental. Um ser humano só é completo quando é homem e mulher no mesmo corpo.
Os alunos voltaram para seus dormitórios empolgados com a história e comentando como seriam as jóias.
Harry esperou todos saírem e quando se viu a sós com a professora, perguntou:
_ Como você sabe todas essas coisas?
_ Bem, é meio que um segredo de família – disse ela.
_ Você é uma Wichan? – indagou o estudante.
A professora parou. Ela não esperava aquela pergunta. Olhou o rapaz mais uma vez.
_ Onde você ouviu ou viu esse nome, Harry?
_ Digamos que seja o meu segredo de família – respondeu.
A professora sorriu.
_ Bela resposta. Sim, eu sou uma Wichan. Sou descendente de Mouruz e Mistril. E você?
_ De Morgan e Morgi - respondeu o rapaz.
_ Então somos primos... meio distantes, mas somos parentes – disse a professora sorrindo.
Os dois saíram da sala ainda conversando. Harry quis saber mais detalhes da história, mas a professora pouco sabia além daquilo que tinha dado em sala de aula.
_ Eu não entendo uma coisa, por que precisamos aprender isso? Em que esse conhecimento vai nos ajudar na guerra que está começando? – perguntou o rapaz.
_ Eu também não sei, Harry. Foi um desejo de Dumbledore que os alunos soubessem disso. Talvez para tentar reunir as três jóias e conseguir uma arma capaz de destruir Você-sabe-quem.
_ E qual jóia você tem, Ada?
_ Eu? Nenhuma – respondeu em tom melancólico.
_ Mas como? Você deveria ter uma das jóias.
_ Eu teria, se meu pai não tivesse sido enganado. Ou devo dizer, enfeitiçado.
_ Por Voldemort? – interrompeu Harry.
_ Não, meu pai nunca teve grandes qualidades para chamar a atenção Daquele-que-não-deve-ser-nomeado. Foi um amigo dele. Alguém que freqüentava nossa casa. Um dia viu a caixa em que estava guardada a nossa jóia e quis saber o que era. Meu pai não quis contar então ele colocou um pouco de veritasserum no chá que bebiam e meu pai disse tudo.
_ Já imagino o resto, ele conseguiu convencer seu pai a vender a jóia para ele.
_ Não, foi pior. Ele usou a maldição Imperius e fez meu pai passar a jóia para ele, em testamento. E como você já deve saber, um testamento bruxo é inquestionável.
_ Puxa, esse cara soube mesmo fazer as coisas! Mas qual era a sua jóia?
_ A Varinha de Andriax.
Aquele era mais uma informação para juntar ao quebra-cabeça que Harry tentava montar em pensamento. A varinha havia sumido. E tinha a profecia de Rony. Era para impedir que as três partes ficassem juntas. E ainda tinha os horcruxes.
Harry se dirigiu à enfermaria para ver os amigos. Encontrou Mione bem mais disposta, sentada na cama lendo um livro que Rony pegou pra ela na biblioteca.
_ Oi, que bom ver você – disse animada.
_ É bem melhor ver você assim – respondeu o rapaz – Onde está Rony?
_ Foi tomar um banho e logo vai estar aqui. Como foi a aula?
Harry contou tudo o que havia acontecido à amiga e esperou que aquela mente brilhante resolvesse algum enigma que ele ainda não tinha conseguido enxergar. Mas ela apenas disse:
_ Uau, este ano você descobriu mais coisa sobre a sua família que nos últimos 16 anos de sua vida. Escuta, eu tenho um palpite sobre a profecia do Rony. Só preciso saber mais alguns detalhes. A professora Goldrisch não lhe disse o nome da pessoa que roubou a varinha?
_ Não, disse que era um amigo do pai dela.
_ Você precisa descobrir isso, Harry. Faça aquele velho jogo de “jogar verde”. Quem, no mundo mágico que conhecemos, é a pessoa mais interessada em varinhas de que temos notícia?
Os olhos de Harry brilhavam. Ele saiu correndo e antes das 21h voltou à enfermaria com a resposta que eles tanto queriam.
_ Você estava certa, Mione, Olivaras roubou a Varinha de Andriax.
Rony, que já estava de volta para fazer companhia a namorada, olhava de um para o outro sem entender nada. Depois de uma breve explicação ele disse:
_ Mas não precisa ser nenhum gênio para descobrir isso. Ou vocês se esqueceram que ele sumiu misteriosamente.
Era verdade, o Sr° Olivaras havia desaparecido há algum tempo, sem deixar rastros.
_ Agora só precisamos achar quem era o dono do anel.
_ Não vai ser muito difícil! Quem mais sumiu além do Olivaras?
_ Fortescue? Não é muito absurdo? O cara era um simples sorveteiro que foi expulso de sua loja – disse Rony.
_ É, ele foi expulso por quê? E além disso ninguém mais viu o pobre homem depois disso.
_ Mas, Mione – ponderou Harry – isso são apenas suposições.
_ Vão deixar de ser suposições se vocês puderem dar uma fugidinha até a sala de Dumbledore – respondeu a garota com cara de quem tinha tido uma grande idéia.
O plano era simples. Eles sairiam do Salão Comunal, com a capa a invisibilidade e iriam até a sala do diretor. Fácil. Mas depois teriam que procurar uma inscrição em latim em um dos quadros.
Eles vasculharam a sala inteira atrás de quadros dos diretores de Hogwarts. E muitos deles não gostaram de ser cutucados e observados tão de perto.
_ É impossível – falou Harry se atirando na cadeira que fora de Dumbledore.
Rony olhou mais uma vez e parou, de frente para um dos quadros.
_ Ei Harry, me dá uma ajuda aqui. Eu preciso de um banquinho ou uma escada para alcançar essa imagem aqui.
Harry empurrou a cadeira do diretor até onde o amigo estava e eles puderam ver ali no quadro não só a inscrição, mas a imagem do anel também.
_ Veja, é um anel de ouro branco, com uma pedra meio amarelada em forma de sol. Exatamente como seu livro descreve. E em volta dela está escrito, em latim, Anelus Fortis Andriacce. Só pode ser alguma coisa como A Força do Anel de Andriax.
_ Que diretor foi esse, Rony? – perguntou Harry.
_ Deixa eu ver... foi... foi Arthur Fabricius Fortescue.
Na enfermaria, quando contaram a Mione o que tinham descoberto, a garota simplesmente falou:
_ Isso é óbvio. Afinal de contas Voldemort não perde tempo com gente de pouca importância. Se ele deu um jeito de sumir com Olivaras e Fortescue é porque eles tinham alguma coisa de valioso. E sabia muito bem que o Ministério não ia dar bola para um mero sorveteiro.
_ É, Voldemort teve muito tempo para preparar sua volta. – refletiu Harry – Ele não quer que nada saia errado.
Os três ficaram em silêncio até que Gina entrou nervosa:
_ Vocês viram? A Umbridge é Ministra agora! Como podem ser tão idiotas e colocar aquela mulher horrorosa como Ministra?
A menina se jogou sobre uma cadeira com o rosto vermelho de tão nervosa.
_ E o pior – continuou – é que o Percy tem que continuar com aquele teatrinho ridículo de “odeio minha família e amo o Ministério” com aquele monstro por perto.
_ Ei, Gina, acalme-se – pediu Harry enquanto abraçava a garota – a gente vai dar um jeito de tirar o Percy dessa enrascada.
_ Até agora eu não me conformo. Quando ela estava aqui quase matou você com aquela pena maldita, agora quase mata a Mione. Assim fica fácil entender porque só o Filch gostava dela.
Ao ouvir o último pedaço da frase, Harry procurou os olhos dos amigos. Pareciam que todos pensavam a mesma coisa.
Rony e Harry deixaram Gina fazendo companhia para Hermione e foram até a sala da diretora McGonagal. Assim que chegaram já foram falando a idéia deles. Minerva disse que fazia sentido e menos de meia hora depois Filch estava na sala dela.
Não foi preciso muito esforço para que Filch dissesse a verdade. Ele havia encontrado com a ex-diretora em Hogsmeade e ela lhe perguntou as novidades. Ele contou sobre a nova professora e sobre o jovem Weasley.
_ Só isso, Filch? – pressionou Minerva.
_ Só, diretora. Ela perguntou se eu não tinha visto nada de anormal e se eu sabia quais eram os alunos mais puro-sangue do colégio. Mas eu disse que com a confusão que estava na escola, com esse monte de gente nova morando por aqui ficava difícil controlar e até saber quem era da família de quem. Ela pareceu não gostar da minha resposta e logo foi embora.
_ Filch, você tem consciência que quase colocou a vida de vários alunos em perigo?
_ De que jeito, diretora? A mulher já cuidou de Hogwarts em outros tempos...
_ Mas agora, Filch, ela é uma comensal, ela faz parte do exército de Você-sabe-quem!
A notícia deixou Filch em choque. Ele sempre viu em Dolores Umbridge um modelo de bruxa a ser seguido. Nunca imaginou que ela pudesse se debandar pro lado das trevas.
_ OK, Filch. Pode ir! Mas da próxima vez, certifique se a pessoa não tem uma marca negra no braço, está bem? – disse a diretora dispensando o zelador.
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