Hóspede de Voldemort?

Era incrível como ela ainda fazia jus ao nome, pensou.

Bela...

Terminava de se arrumar, fazendo-se ser o mais elegante e sensual o possível. Depois de muitos anos servindo ao seu Lord, Bellatrix sabia o que a esperava depois de uma tarefa cumprida.

Usava um vestido com um decote muito longo, os cabelos soltos caindo em cachos pelas costas e pelos ombros desnudos.

Ao repousar suas mãos sobre seu colo, reparou, como se fosse a primeira vez que a visse, em uma fina aliança dourada. Riu, com seu riso desdenhoso e totalmente sem nenhuma alegria.

Rodolfo...

Jazia em paz em Azkaban...

Pelo menos adicionara ao seu nome algo melhor que Black, que depois de seus primos e sua irmã, perdera toda a classe e o reconhecimento de família nobre e de puros-sangue.

Bellatrix Lestrange...

Lady das Trevas...

Sorriu pela segunda vez no dia, e deixou seu quarto ansiosa pelo o que a esperava.

Mas dessa vez, ao passar pelas velas, não houve nenhum reflexo vindo de seu dedo anular.





Era realmente Tom quem estava ali?

Sua mente dizia que sim, que aquela criatura a encará-la era o que sobrara de Tom Riddle, mas seus olhos se recusavam a confirmar.

O garoto que ela conhecera era belo, incrivelmente belo. O oposto daquele homem a sua frente. Os olhos azuis (azuis como em dia de tempestade...) deram lugar a duas fendas vermelhas, a face que já era pálida tornara-se branca como cera, as linhas harmoniosas que formavam seu rosto eram agora constituintes de algo grosseiro e não-humano.

O arrepio que passou por ela não era repulsa, ela sabia muito bem disso. Era algo mais parecido com... Pena? Forçou-se a tentar algo de familiar nele, algo que a reconfortasse... Mas tudo o que ela via a fazia lembrar daqueles dias em seu primeiro ano, onde a pessoa de quem ela mais gostava se transformara no assassino impiedoso...

Assassino este que matara os pais de Harry.




Ela o chamara pelo seu nome, há tanto tempo já esquecido... Mas sua expressão deixava bem claro que ela não reconhecia o garoto que ele já fora, mas sim tentava procurar algo que ainda a lembrasse.

Mas... Lembrasse exatamente do que, de quem?

Ouviu um movimento no andar de baixo, o que o trouxe de volta a realidade, pronto a encarar a situação.

Ele já havia pensado em o que fazer com ela, mas agora a idéia de deixá-la ali, machucada e presa no meio da escuridão já não mais parecia tão boa.

Ele não deveria fazer aquilo, mas algo, uma estranha freqüência a dominar sua mente o mandava colocá-la em um quarto.

E, antes que ele analisasse mais minuciosamente esta alternativa, viu-se dando ordens a ela.

Uma voz que mais parecia com o sibilar de uma cobra reverberou onde era silêncio.
“Levante-se, lhe mostrarei onde é seu quarto”.





Demorou algum tempo para ela assimilar o que ele dizia. Voldemort, o temido “Aquele-que-não-deve-ser-nomeado”, “o Lorde das Trevas”, estava lhe oferecendo, ou melhor, lhe levando para uma instalação que não era algo semelhante a uma cela de Azkaban?

Mas o olhou, e viu que ele realmente dissera isso, e que, obviamente, ele não era alguém muito dotado a brincadeiras.

Como ele não fizera nenhum movimento em sua direção, ela tentou levantar-se sozinha. Algo realmente impossível, pois estava fraca e ainda acreditava que quebrara alguns de seus ossos.

Por algum motivo, ela esperava que ele lhe estendesse a mão e a ajudasse. Mas como a cogitação era incrivelmente improvável, apoiou-se em uma das paredes sujas e escorregadias. Com muito esforço e muita dor, pôs-se em pé. Ainda com dificuldade, foi se arrastando, na tentativa de acompanhá-lo.

Ele, porém se movimentava rapidamente, praticamente deslizava... Não demorou muito para que ela ficasse para trás, seguindo apenas a luz oscilante do candelabro. Pensava que teria sido melhor se ele a deixasse lá, largada e imóvel, assim, pelo menos, não sofreria como sofria agora.
Mas, finalmente, como havia de ser, a caminhada chegou ao fim, com ele parando em frente a uma enorme porta negra. Esta, com seu toque, se abriu, revelando um lindo e luxuoso quarto. Sombrio, mas, deslumbrante.
Ela simplesmente não acreditava no que via.





Ele a olhou, os olhos dela faiscavam com a luz das velas, olhando maravilhada para o quarto que fora de sua “avó”.

Para acordá-la e para acabar com o estranho sentimento que havia nele ao olhá-la, ele disse:

— Este é seu quarto de agora em diante. Não deverá sair dele até que alguém lhe dê autorização. Quando andar pela mansão, saiba sempre que a Ala Oeste lhe é proibida. Não tente nem sonhe em fugir daqui, será morta em questão de instantes. Lembre-se que você é uma prisioneira, e que sua vida está em minhas mãos. Se Vista e desça, você jantará comigo esta noite.

Virou-se para sair, mas antes lançou um feitiço inaudível para que os machucados dela se curassem.

Bateu a porta e lançou-se pelo corredor. Agora, só o que lhe restava era esperar.




Gina ficou ali, parada e estarrecida, ainda olhando para a porta pela qual ele acabara de sair. Seu corpo já não doía mais, mas em compensação, sua cabeça se enchia de perguntas. Voldemort a livrara de sofrer? A oferecera alojamento? E como era possível que no mesmo dia em que acordara em sua casa, ela se visse cercada de tanto requinte e ostentação? Jogou-se na bela cama com cortinas negras ao redor, apreciando a maciez do colchão. Mas, sem saber porque, percebeu que lágrimas deslizavam pela sua face, seu sabor salgado entrando em seus lábios.

Ela era prisioneira do maior bruxo das trevas existente, do homem que espalhava terror e medo por todos os lugares onde passava. Do homem que era inimigo daquele a quem ela amava e que agora a raptara.

Queria sua vida de volta aos tempos normais...
Mas antes de tudo, queria a vida de um outro alguém de volta...





Desceu as escadas ainda sem compreender o porquê de ter feito o que fez. Precisava descobrir o motivo pelo qual aquela garota mechia tanto com ele, com o lorde das trevas... Precisava descobrir exatamente o que ocorrera há cinco anos, na câmara secreta.

Seja lá o que fosse, ele não deixaria que este sentimento o dominasse.

Seu pensamento foi desviado pela aproximação de Bellatrix, que evidentemente, se arrumara muito enquanto ele estava ocupado.

Ele sabia o que ela esperava dele, mas não estava disposto... Pelo menos não naquele dia.

Ordenou que ela fosse verificar sua hóspede, ordem que ela acarretou com evidente contragosto.

A viu partindo, imaginando quais mudanças o aguardariam.






Ouviu alguém mexendo na porta, e quando abriu os olhos, viu Bellatrix Lestrange a encarando.

Tudo no que ela pensava ao vê-la era que fora ela quem matara o padrinho de Harry, fora ela quem matara o próprio primo.

Os olhos dela refletiam ódio e alienação. Toda sua imagem se aparentava muito com a de um espectro, um espírito maligno e cruel pronto a atacar aqueles que se opusessem a ele.

Olhá-la era pior que olhar Voldemort.






A garotinha tinha tanto medo expresso no rosto que Bella se forçou a não rir.

Ergueu a voz e a entonou de modo que ela quase sentisse Virgínia Weasley estremecer.

“Vamos, garota. Eu não tenho a noite toda. Se Vista, o Lorde a espera”.






Quando ela falou isso, Gina sentiu uma onda de repulsa crescer dentro dela. Afinal, quem aquela mulher achava que era para lhe dar ordens?

“Pois pode avisá-lo que eu não vou”.

As palavras saíram tão espontaneamente que ela não pudera controlá-las. Mas, afinal, isso não acarretaria problema algum. Voldemort não a mataria apenas por recusar-se a jantar. Principalmente porque se ele a mantinha prisioneira, alguma coisa ele obtinha nisto.

Bellatrix, depois de soltar um sorriso cínico, saiu, deixando-a mais uma vez sozinha.

Mas, afinal, ela era mesmo uma prisioneira?



N/A:

He he... Bom, eu avisei que irira demorar um pokinho, nom avisei?
Mas agora eu prometo que vai demorar menos, estou planejando adiantar bastante a fic nestas férias, mas só posto se vocês comentarem...Sabe, dizer o que estão achando, elogiar, criticar, falar que é melhor eu excluir isto daqui... Enfim.... Estou esperando....

Muitíssimo Obrigada a todos os comentários que eu recebi da última postagem... Não sabem como deixam uma autora feliz!!!! Eu vou respondê-los todos mais cedo ou mais tarde, mas obrigadas especiais A:

A =';'=Angelica Riddle; Thaty Brown; Pérola Black; Mira_chan ; Sanguxa; Opala Riddle; Gabriela Andrade ; Marcella Lupim ; Beatriz Riddle; minha irmãzinha, a Chiouse BlackRose; Raíra Shacklebolt; Lara_Evans; Lillith; Danielle; **Stephanie** e Vanessa Camargo!

Valeu pelos comentários de vocês!!Espero que gostem desse capítulo!!

Bjos,

Bruna F.

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