O Baile de Dia das Bruxas



Capítulo 8: O Baile de Dia das Bruxas

31 de dezembro, Dia das Bruxas. Para surpresa de todos, a severa Diretora de Hogwarts havia decidido fazer um baile nesta noite. A escola, mais precisamente a ala feminina, estava em polvorosa. O baile seria à fantasia e durante aquele dia garotas discutiam maquiagens e penteados enquanto garotos ficavam se gabando por quem tinham convidado para ir ao baile.
Ginevra não queria ir, já que ir com Draco estava completamente fora de cogitação. Mas o loiro havia insistido que ela fosse. Harry, claro, a convidara. Mas a ruiva dissera a ele que iria sozinha. Além do moreno, outros garotos tentaram convidá-la, mas ela rejeitou todos os convites. Luna também não tinha par, já que o namorado dela, Neville, não mais fazia parte de Hogwarts.
Como que para fazer uma brincadeira por todas as vezes que Draco a chamara de Kittie, resolveu que sua fantasia seria de gata. Fez um coque em seu cabelo, deixando algumas mechas soltas. Usou uma tiara com orelhas de gato e uma máscara por sobre seus olhos. Vestiu uma blusinha estilo baby look e uma minissaia (da qual saia uma cauda) por cima de uma meia arrastão. Nos pés usava uma bota de salto fino e cano longo. A fantasia fora montada por ela e era no geral preta. Olhou-se no espelhou e pensou que Draco gostaria. Perfumou-se, passou uma maquiagem básica e colocou os brincos que tinha separado previamente. Depois disso considerou-se pronta. Por onde passava, atraía olhares. Alguns dos garotos que estavam sós (porque estavam esperando seus pares ou porque iam sozinhos), assoviaram ou fizeram alguns comentários quando a ruiva passou, fazendo-a corar.
Encontrou-se com Luna e cumprimentaram-se com um beijo. Gina rapidamente notou que a amiga estava toda de laranja:
-Hum...Luna, qual é mesmo a sua fantasia? –perguntou um tanto incerta.
-Cenoura, é claro. –respondeu, um tanto etérea.
As duas foram até o Salão Principal, onde seria realizado o baile. As mesas das 4 Casas haviam sumido. No meio havia uma pista de dança. Há um canto havia uma grande mesa com comes e bebes. A decoração incluía lanternas de abóboras, esqueletos, aranhas, sapos entre outras coisas um tanto sinistras.
Ainda era o começo do baile e havia poucos alunos pelo Salão Principal, no entanto, todos os professores estavam presentes, sentados à mesa dos professores. Não demorou a achá-lo, mas levou alguns segundos até reconhecê-lo. Em sua fantasia o loiro usava um chapéu (o que escondia boa parte de seus cabelos loiros), uma máscara nos olhos, uma camisa preta e ela deduziu sabiamente que uma calça de mesma cor também. Para complementar ele vestia uma capa que apenas cobria as costas e que possuía um fecho a frente.
A ruiva mordeu o lábio inferior. Não sabia qual fantasia era aquela, mas sabia que achava que seu namorado estava muito sexy com ela. Mal se conteve quando o loiro lhe dirigiu um discreto sorriso. Não parecia exatamente que ele estava olhando para ela, mas Ginevra sabia que ele estava.
-Gina? Gina! –Luna já a chacoalhava e a ruiva pareceu voltar à Terra.
-O que foi, Luna? Por que está me chacoalhando?!?
A loira ficou um pouco envergonhada por ainda estar a chacoalhar a amiga e imediatamente parou o gesto, tentando se explicar:
-Ah, desculpe, Gina. Mas é que você estava muito desligada. Andou tomando sopa de Nargulés?
-Sopa de Nargulés? Isso existe? –a ruiva perguntou para si mesma, mas a corvinal ouviu.
-Mas é claro que existe. É extremamente fácil de se preparar e...
Gina revirou os olhos e disse:
-Tá bom, Luna. Já entendi. Alguém já te disse que você tem uma imaginação muito fértil?
-Não. Eu só falo a verdade que muitos não querem ver. O Nev, por exemplo me acha muito inteligente e criativa. –sorriu ao mencionar o namorado.
A ruiva deu um suspiro. Como seria bom poder falar de seu namorado para as outras pessoas. Poder falar o quão atencioso, carinhoso e ao mesmo tempo quente, irritante e arrogante Draco Malfoy poderia ser. Encontrava-se irremediavelmente apaixonada pelo loiro e havia dado conta disso há pouco tempo. Não queria sofrer, tendo em vista a sua experiência com Harry Potter, por isso tentara não se apaixonar. No entanto, a luta contra seus sentimentos fora em vão. Malfoy a havia conquistado de uma maneira que nem Harry fora capaz e ela estava surpresa com este fato. Ela não tinha ainda confessado ao Mestre de Poções que o amava, assim como ele também nunca dissera algo assim. Mas pelo jeito que Draco agia com ela, Gina julgava que seus sentimentos eram correspondidos por ele.
Era tão complicado para ela ter que ficar inventando desculpas para sair sozinha e ir se encontrar com Draco na sala dele ou em locais onde não passava ninguém. Tinha vontade de dizer a todos que Draco Malfoy era seu e esfregar isso na cara das garotas que davam em cima dele e principalmente a uma “asinha” em especial... No entanto, seria mesmo Ginevra Molly Weasley dona do coração do loiro?
-Gina, você está bem? –a loira perguntou, preocupada, ao ver como a amiga parecia mais desligada do que si mesma.
-Claro, Luna. –respondeu, mesmo sem ter ouvido a pergunta.
-Hum...E o Harry? –a loira tentou puxar assunto.
-O que tem ele? –perguntou, um tanto seca.
-Ele queria vir com você, não é mesmo? Por que você não dá uma chance para ele? O Harry parece realmente deprimido por ter te perdido.
-O que foi, Luna? O Harry agora te paga pra defender ele, é? –perguntou duramente.
-Não, Gina. –a corvinal pareceu ofendida –É só que eu não sou cega. Ele gosta mesmo de você e...
-Pára, Luna! É tarde demais para o Harry. –declarou seriamente –Eu já estou apaixonada... –e então tapou a boca, percebendo que falara demais.
Lovegood abriu um imenso sorriso e seus olhos brilhavam em curiosidade:
-Por quem?!?
-Ninguém...
Luna revirou os olhos:
-Você me conhece, Gina. Não pensa que eu sou tão boba assim como o resto da escola, certo?
-Não, Luna, mas é que...
-Sem mas nem meio mas. Se você tentar me enganar, só vai confirmar que realmente acha que eu sou a Di-Lua Lunática que...
Gina revirou os olhos:
-Não me venha com esse ataque de auto-piedade, Luna Lovegood! –repreendeu a amiga.
-Então me diga por quem você está apaixonada!
A ruiva olhou para os lados, preocupada, mas ninguém parecia ter ouvido a exclamação da loira. Gina bufou pela chantagem emocional da amiga:
-É platônico, um amor impossível. Satisfeita?
-Não, eu quero saber quem é. É o Malfoy?
Gina engoliu em seco, mas logo inventou uma desculpa:
-Eu fiz uma promessa. Não contar a ninguém por quem estou apaixonada a não ser que eu consiga ficar com ele. Não posso nem te deixar tentar adivinhar, sinto muito, Luna.
-Ah, tá bom então, compreendo esse tipo de promessas. –falou despreocupadamente, nem parecendo que há segundos atrás estava morta de curiosidade e em seguida mudou de assunto -Eu vou alimentar a Lula-gigante, quer vir comigo.
“Mas que tipo de idéia é essa?!?” a ruiva pensou, mas acabou concordando com a amiga após ver que Harry estava por perto. Ficar por ali sozinha seria quase pedir para que o moreno viesse conversar consigo.
Gina seguia a Srta. Cenoura, ou seja, Luna. Com alguma dificuldade devido aos seus saltos altos e finos, caminhava pelos terrenos gramados da escola, as árvores eram um tanto espaçadas, mas belas. Aquelas árvores eram muito utilizadas pelos alunos, tanto para descansar à sombra num dia de verão quanto para uma sessão de amassos...E foi a grifinória pensar nessas utilidades das árvores que se sentiu um puxão. Luna nem deu por sua falta e falava animadamente sobre os espécimes fascinantes como a lula - gigante.
Foi encostada contra o tronco de uma árvore por um cara mascarado, mas através das fendas daquela mascara podia ver dois orbes acinzentados:
-Você me deu um susto, sabia? –disse em tom de repreensão.
Um pequeno sorriso de escarninho surgiu nos lábios dele:
-Essa era a idéia, uma abordagem rápida, sabe? Ou até mesmo a sua amiga Miss Lunática ia me ver.
-Não a chame assim, Draco. A Luna é minha amiga.
Draco revirou os olhos e mudou de assunto:
-Eu já te disse que está muito sexy, Kittie?
-Não mais que você. –ela sorriu meio maliciosa -Adorei a sua fantasia, é do que?
-Bem, fui numa loja em Hogsmeade e tinha gostado dessa fantasia. A vendedora disse que era a fantasia de Zorro, um herói de um filme trouxa.
-Você realmente ficou bem nela, mas foi só por isso que você praticamente me obrigou a vir no baile?
Ele olhou-a seriamente:
-Não. Eu quero me desculpar pelas vezes em que me atrasei para nossos encontros noturnos. Meus afazeres como professor são mais numerosos do que eu pensava.
-Tudo bem, Draco, eu sei disso. –a ruiva respondeu e enlaçou o pescoço dele.
Draco deu um pequeno e um tanto vacilante sorriso, acariciando a face dela e em seguida juntando os lábios de ambos. Foi um beijo profundo e demorado. Cada toque de suas línguas só fazia aumentar o desejo de ambos. As mãos do loiro passeavam pelo corpo da namorada, mas antes que ele pudesse perder o controle, parou o beijo:
-Não é o lugar nem o momento mais indicado para...
-É, você tem razão. –ela concordou, envergonhada e desviando o olhar para o lago –Você é tão controlado, Draco. –ela falou e ele ergueu ligeiramente uma de suas sobrancelhas –Isso foi um elogio. –completou.
Draco sorriu e deu uma piscadela marota para ela:
-Bem, eu tenho algo para você. –murmurou, enfiando a mão num bolso e retirando de lá uma caixinha.
-O quê...? –a ruiva balbuciou com os olhos brilhando.
Ele riu por causa da expressão incrédula e fascinada que ela tinha no rosto:
-Hey, não é nada demais. Não é como se eu fosse te pedir em casamento pra você fazer essa cara de espanto. Eu apenas queria saber se você queria tornar nosso relacionamento mais sério. –explicou calmamente.
-Como assim? –perguntou, ainda confusa.
-Alianças de compromisso, gravei nossos nomes nelas. Você usaria? –perguntou, não deixando transparecer qualquer ansiedade em seu tom.
Gina sorriu e abraçou o namorado pelo pescoço:
-Claro, Draco. Mas você está ciente de que isso é dar a certeza de que estou namorando alguém? Além do mais, uma pessoa observadora poderia notar nossas alianças.
-Eu sei disso. Mas para confirmarem teriam que ver o interior das alianças e eu não acho que isso vá acontecer, a não ser que você tire e mostre para alguém.
Ela sorriu, radiante:
-Você tem razão. –e ficou alguns instantes em silêncio, apenas encarando-o –Draco, você tem noção de que se não fosse a Diretora nos dar aquela detenção com as algemas, muito provavelmente não estaríamos aqui agora nessa situação?
-Sim. Agradeço secretamente a ela por isso. –deu um sorriso ladino e então abriu a caixinha, tirando dois anéis prateados de lá –Bem, eu não tinha certeza de qual tamanho caberia em você, sorte ser magicamente ajustável.
Draco pegou a mão direita de Gina com certa delicadeza e beijou-a, antes de empurrar a aliança pelo dedo anelar dela. A grifinória fez questão de também colocar pessoalmente a aliança no dedo do namorado.
-Pronto. –murmurou satisfeita, após terminar de empurrar o anel –Estou tão feliz com isso, Draco. –e o sorriso dela refletia a sinceridade de suas palavras.
O loiro sorriu também, acariciando o cabelo de Ginevra. Foi pego de surpresa quando o olhar dela sobre o seu se intensificou e ela disse pela primeira vez:
-Draco, eu te amo.
Foram segundos tensos. O que saíra dos lábios de Gina tinha sido apenas um murmúrio, mas fora claro e verdadeiro. Os olhos de Malfoy arregalaram-se levemente em surpresa, mas logo voltaram ao normal. Ou melhor, quase. O rosto do loiro estava inexpressivo, mas havia diversos sentimentos em seus olhos. Um deles atormentando-o como nunca antes: culpa. Quis sumir e trancar-se em algum lugar esquecido para todo o sempre. Como poderia estar se sentindo mal a esse ponto? Ele se perguntava e a única resposta que encontrou era que amava Ginevra Molly Weasley. Sim, definitivamente ele estava perdido...
Não teve mais coragem de encará-la e mirou seus sapatos como se fossem as coisas mais incríveis em que já havia posto os olhos. Sentiu um calor em suas faces e sabia que deveria estar corado, o que quase nunca acontecia. E o pior era que ele sabia que a razão dessa vergonha tinha mais que um simples motivo.
-Eu também te amo. –falou baixinho e acuado.
Ouviu um profundo suspiro por parte da ruiva. Por um lado ela estava tentando ser compreensiva, mas por outro sentiu uma ponta de tristeza:
-Olha, Draco, você não precisa dizer que me ama só pra me deixar feliz. Eu não quis te obrigar.
-Não foi você que me obrigou. –deu uma pausa –Fui eu mesmo, o que eu sinto por você...
-Sério, Draco. Você não consegue nem me encarar, eu não estou brava com você. Agradeço por se importar comigo o suficiente para dizer que me ama mesmo que...
Ele então olhou para Gina, fazendo-a perder a fala.
“Draco Malfoy está corado?” perguntou a si mesma de maneira espontânea.
O loiro revirou os olhos:
-Não precisa me lembrar que eu estou vermelho como uma garotinha apaixonada em seu primeiro encontro. –disse, um pouco ácido.
A ruiva riu discretamente e então a curiosidade assolou-a:
-Como assim? Eu apenas pensei...Você é legiminente?
-Ah, sim. Mas sou melhor em oclumência. Evito tentar ler os pensamentos das pessoas, são um tanto pessoais. Eu não gostaria que ficassem sabendo dos meus...
-Quantas vezes...?
-Eu já pratiquei legiminência em você? –ele perguntou e ela assentiu –Só agora.
-Hum...Que bom...ou você saberia que me sinto atraída por você há um bom tempo e do jeito que você era, jogaria isso na minha cara.
Ele sorriu, lembrando-se de todas as brigas e discussões infantis deles. Algum tipo de nostalgia por trás de tudo...
-Bem, sobre o que eu disse há pouco...Eu estava sendo sincero. Eu nunca tinha falado “Eu te amo” para nenhuma garota, você é a primeira.
A ruiva abriu um enorme sorriso e puxou Draco contra si, beijando-o apaixonadamente. Ao separar os lábios, Gina disse:
-Você é o melhor namorado do mundo. –ela declarou e ficou um pouco surpresa por ele não ter feito nenhum comentário convencido.
Ele deu um selinho nela, em seguida passando uma mão pelo rosto dela:
-Acho melhor voltarmos ou darão por nossa falta, Kittie.
-É, infelizmente você tem razão. Mas eu queria tanto ficar aqui com você.
-Eu também. –ele disse sinceramente.
-Então o que acha de nos encontramos depois do baile na sala precisa?
-Eu adoraria, mas não vai dar. Tenho poções de alunos pra checar e amanhã eu tenho que acordar cedo porque não tenho a primeira aula do dia vaga.
-E amanhã de noite?
O loiro suspirou. Tinha um compromisso inadiável, mas não poderia dizer a ela o que era. Então inventou:
-Tenho que corrigir trabalhos.
A ruiva bufou:
-Merlin que me livre! Nunca vou querer ser professora. –reclamou.
-Depois de amanhã então. Eu prometo. –e colocou em seu rosto uma expressão de cão abandonado.
Ela suspirou:
-Tá bom, fazer o quê? –disse um tanto emburrada.
O loiro enterrou a cabeça no pescoço dela e entre beijos disse:
-Não fica assim, Kittie. Eu prometo te recompensar.
A ruiva fez com que o namorado a encarasse:
-Com notas e pontos para a Grifinória?
Ele riu e fez um gesto negativo com a cabeça:
-Nem tente me corromper.
-Tá, Draco. –ela revirou os olhos –Agora eu devo ir procurar a Luna antes de voltar para o castelo. Você vai poder voltar antes que eu.
-Não exatamente agora, certo? –perguntou um pouco manhoso.
-Por quê? Não era você que estava falando antes que devíamos voltar antes que dessem por nossa falta? –ela perguntou, confusa.
-Sim. Acontece que eu não vou deixar você ir sem se despedir direito de mim. –sorriu malicioso.
Ela devolveu o sorriso:
-Apenas lembre-se que eu tenho um baile para voltar, então não desarrume tanto o meu cabelo ou amasse minhas roupas. Ou você sabe...os fofoqueiros vão ficar falando de mim.
-Cabelo eu não sei arrumar, mas eu sei desamassar roupas com magia. Sempre foi um feitiço muito útil, sabe? –deu uma piscadela, antes de levar seus lábios aos dela.
O beijo começou delicadamente, com pequenos selinhos, mas então Draco pediu passagem com sua língua. Gina levou as mãos em volta do pescoço do loiro, acariciando a nuca e desejosa de sentir os fios loiros sob seus dedos. Porém, o chapéu da fantasia de Draco a impedia de mexer nos cabelos dele como queria. Malfoy desceu suas mãos pela lateral do corpo da ruiva e parou na cintura, puxando-a vigorosamente contra si. Após a passagem de um tempo que eles não saberiam precisar, separaram suas bocas.
Gina suspirou:
-Fiquei sem ar.
-Você não espera menos, certo? –perguntou, convencido, com a respiração também desregulada.
-Convencido. –ela murmurou, subindo na ponta dos pés e dando um selinho nele, em seguida afastando-se –Draco, minhas roupas. –ela olhou para baixo e confirmou que realmente estavam amassadas.
O loiro sacou a varinha e fez um feitiço não verbal, que fez as roupas dela parecerem recém-passadas:
-Adorei mesmo sua fantasia, Kittie. –ele lançou um olhar apreciador e passou a língua pelos próprios lábios num gesto de provocação.
-Até mais, meu Zorro. –disse, jogando um beijo no ar e indo em direção ao lago, procurar por Luna.
***
Após Gina estar a uma distância razoável, Draco ajeitou suas vestes e então foi em direção à entrada do castelo. Estava com a sua pose de superior que costumava exibir, mas por dentro estava abalado. Malfoy adoraria ter o controle da situação, mas há muito perdera o mínimo que possuía no começo.
“Decididamente eu estou ferrado!” pensou, amaldiçoando sua própria vida e os rumos impróprios que a mesma havia tomado.
Resolveu pegar uma bebida e então ir até a mesa dos professores para tentar engatar alguma conversa com algum deles. Porém a única que por ali estava era Pansy Parkinson. O loiro já pensava em dar meia volta e sair de perto dela, mas a morena segurou firmemente seu pulso:
-Fugindo de mim, Draco? –perguntou sonsamente.
O loiro revirou os olhos e perguntou fingindo paciência:
-O que você quer, Pansy?
Ela dirigiu-lhe um sorriso matreiro, aproximando-se e pegando o copo de bebida da mão dele para tomar alguns goles e em seguida devolver. Para Draco não era realmente nenhuma surpresa aquele gesto atrevido da sonserina:
-Ah, faz tempo que não conversamos. –disse num tom que pretendia ser meigo, enquanto colocava uma mecha de sua franja para trás.
Foi a deixa para que Draco a observasse melhor. Pansy Parkinson estava tremendamente provocante em sua fantasia de diabinha. O contraste dos tecidos preto e vermelho com a pele alva dela fazia uma boa combinação. Apesar de sedutora, a morena não atraía mais o loiro há um bom tempo e isso porque ele a conhecia o suficiente para achá-la irritante.
-Não me lembro de ter assuntos pendentes com você. –falou rudemente, mas o sorriso não abandonou os lábios da professora de Herbologia.
Pansy comentou de maneira “inocente”:
-Sabia que é feio iludir garotinhas? Principalmente se for uma grifinória insossa e sua aluna.
O loiro não deixou transparecer o medo. Talvez ela só estivesse especulando. Apesar disso, Malfoy depositou o copo da bebida em cima da mesa e cruzou os braços:
-Não sei do que está falando. –respondeu na defensiva.
A morena riu brevemente e falou ao ouvido dele:
-Sabe, Draco, eu não sou cega e nem surda. Eu vi você e a Weasley perto do lago. –declarou –Vamos dançar? –perguntou com a cara mais lavada do mundo, já puxando o loiro para a pista de dança.
A música que tocava era lenta. Draco colocou uma de suas mãos na cintura dela e com a outra segurou uma das mãos dela, conduzindo-a lentamente.
-Olha, Pansy...
-Não adianta tentar mentir. –ela o cortou –Eu vi vocês se beijando, ouvi você dizendo que a ama. Pra que tudo isso? Só pra ir pra cama com ela? Aquela pobretona vale tudo isso?
Draco lançou um olhar mortal para Pansy:
-E daí se eu quiser ficar com a Weasley? Não é da sua conta.
Pansy sorriu zombeteira:
-E você acha que ela vai querer ficar com um Comensal da Morte? Aposto que andou escondendo a Marca Negra dela, não é mesmo?
As palavras da morena chegaram como veneno aos ouvidos de Malfoy. Ele respirou profundamente antes de perguntar:
-Qual é o seu preço?
Ela pareceu ofendida:
-Ora, Draco...
-Você não me engana. –ele a cortou –O que você quer para ficar calada sobre isso?
Ela suspirou e então começou a falar:
-Sabe, eu nunca entendi como os garotos dessa escola parecem babar por aquela garotinha. Ela é uma pobretona ruiva sem-sal. Primeiro o Potter, heróizinho do mundo Mágico ficou atrás dela e agora você. Eu costumava gostar de você Draco. Você foi o meu primeiro amor, sabia? Mas eu sempre nutri uma paixão secreta pelo Potter também...
-Aonde você quer chegar?
-A Weasley conseguiu os dois caras que eu mais quis na vida. É simples, eu quero você e também quero o Potter.
-Isso é um absurdo! –ele reclamou com pura raiva emanando de seu ser –Não faz sentindo. Você disse que costumava gostar de mim, quer dizer que já não gosta mais.
-É, eu sei. Mas não posso negar o quanto você é atraente, Draco, e também o fato farei você por chifres na cabeça daquela puta disfarçada de santa.
-Você é uma salafrária, Parkinson. Lave a sua boca para falar da Ginevra. Você é que é a puta da história.
-Você quer ou não o meu silêncio? Pensasse antes de ser tão descuidado...Além do mais a gente só vai transar uma vez, está bem? Eu te direi quando. Quanto ao Potter...
-Pra que você o quer? Para entregá-lo ao Lord e receber todas as honrarias por isso?
-É, quando eu me cansar de brincar com ele. Agora quero saber se você tem alguma idéia de como eu posso me aproximar dele. Por que eu já tentei algumas coisas e sei que fizeram ao menos ele me enxergar como uma mulher atraente. Mas eu tenho que fazer ele esquecer aquela Weasley...
O resto do que Pansy estava dizendo, o loiro não ouviu. Estava ocupado demais observando sua namorada dançar com Potter não muito longe de onde ele e a sonserina se encontravam.
***
Ao voltar para o Salão Principal com Luna, Gina procurou Draco com os olhos e viu que ele conversava com Pansy Parkinson. Tentou relevar, mas seu sangue fervia ao imaginar “aquelazinha” dando em cima de seu namorado. A ruiva odiava Pansy Parkinson e sabia que o ódio era recíproco.
-Aquela vaca... –murmurou.
-Quem? –Luna perguntou.
Gina revirou os olhos:
-A Parkinson dando em cima do Malfoy. Aquela lá parece estar com uma placa dizendo “Vou abrir minhas pernas pra você”. Ela é ridícula!
-Tudo isso é ciúmes, Gina?
-Não! –a ruiva tentou parecer indignada –Por que eu teria ciúmes do Malfoy? É só que a Parkinson é uma vaca, ela não se dá o valor e... –e então Gina parou de falar ao ver Draco e Pansy se posicionando para dançarem –Com licença, Luna, eu vou procurar o Harry.
Não demorou para encontrá-lo. Ele estava sentado sozinho e parecia emburrado. O olhar dele aparentemente estava em Malfoy e Parkinson:
-Você não acha que aqueles dois se merecem? –perguntou para Gina.
-Ah, claro. –mentiu –Hum, quer dançar? –emendou.
Harry sorriu:
-Claro. Você não poderia ter aparecido numa hora melhor.
-O quê?
-O Rony e a Hermione resolveram ir dançar e me deixaram sozinho. –ele respondeu.
Os dois então foram para a pista de dança e Gina fez questão de ficar em um lugar onde Draco poderia vê-la facilmente, o que logo aconteceu. A grifinória viu o olhar bravo que ele lançou e ficou um tanto satisfeita por isso.
“Se não foi ciúmes, pelo menos incomodado ele está.” Pensou.
***
-Draco! Você está me ouvindo?
Ele revirou os olhos antes de encará-la:
-Quer conquistar o Potter? Que tal começando por dançar com ele? Ele está logo ali.
-Ok. Ah e mais uma coisa, nada de contar para a sua namoradinha que eu sei sobre você, entendeu?–ele fez que sim e os dois foram dançando, chegando cada vez mais perto do casal grifinório –Olá Weasley, querida. –Pansy falou afetadamente –Você poderia dançar um pouco com o Draco enquanto eu danço com o Potter?
No entanto, Pansy nem esperou resposta e foi logo fazendo com que Potter soltasse a Weasley e em seguida puxou o moreno para longe.
-Hum, parece que nós sobramos. –o loiro comentou –Vai fazer a desfeita de não dançar comigo?
Draco posicionou Gina e segurou a cintura e mão dela de maneira formal e não se atreveu a encostar demais os corpos:
-Eu não pensei que teríamos a chance de dançarmos juntos sem parecer suspeito. A que devemos a súbita bondade da Parkinson?
-Hum...Ela disse que queria falar sobre algo de Herbologia com o Potter. –ele inventou.
A ruiva encostou a cabeça contra o corpo de Draco e fechou os olhos momentaneamente:
-Eu queria poder eternizar esse momento. –ela disse e o loiro teve sérias dificuldades para não sorrir.

N/A: Perdoem a autora pelo final, já q terminei o cap às 4 da manhã. Comentem, plz!

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