A Ceninha do Salão Principal

A Ceninha do Salão Principal



Capítulo 7: A Ceninha do Salão Principal

Ao sair da sala, Gina rumou direto para o banheiro da Murta, pensando que a chance de alguém encontrá-la seria menor. Assim que chegou lá, dirigiu-se até a frente do espelho:
-Meu Merlin, o Malfoy é louco! –exclamou ao ver seu reflexo.
O cabelo rubro estava um tanto bagunçado, os lábios estavam inchados e mais vermelhos que o normal, sua saia e camisa encontravam-se amarrotadas. Isso sem mencionar a vermelhidão em seu pescoço e na parte superior do colo, lugares que Draco tinha beijado.
Gina prendeu os cabelos num rabo de cavalo e foi quando ouviu uma risadinha entre excitada e histérica:
-Então o garoto Malfoy fez uma nova vítima...
Gina virou-se assustada e exclamou:
-Murta! Não, não é o que você está pensando...
-Hahá, não precisa tentar se explicar. Se eu fosse viva... –deu um suspiro –Eu costumava espioná-lo durante o banho no banheiro dos monitores no ano passado, sabe? Ele tem um belo corpo, sabe?
“E como sei!” a ruiva pensou involuntariamente.
-Mas ele é um arrogante insuportável.
-Bem, ele é mesmo um pouco arrogante e orgulhoso. Mas no fundo é uma boa pessoa. –disse com ar de quem sabe das coisas.
A ruiva arrumou-se na frente do espelho e disse:
-Murta, se você gosta tanto dele...Por mim, ele é todo seu.
-Larga de ser boba, garota! Você tem que aproveitar que é viva, Eu estou morta! –falou em seu tom histérico habitual –Sou uma pobre fantasma que não pode aproveitar um homem gostoso daqueles! –e pôs-se a chorar em seu box preferido.
A grifinória saiu do banheiro.
“Puxa, a Murta é mesmo tarada. Ficar falando que espiava o Malfoy e que ele é gostoso...Se bem que ele é mesmo. Eu preciso conseguir resistir ao Malfoy. Ele diz que não quer me usar, mas quem garante?”
Ginevra seguiu para a Torre da Grifinória, passando rapidamente por seus amigos e alegando cansaço. Ela tomou banho, ficando assim mais relaxada e tirando o cheiro do perfume caro de Malfoy.
Como após as aulas os alunos não eram obrigados a utilizar o uniforme, apenas as caspas das casas, a grifinória vestiu uma calça e uma blusinha decotada, porém a capa fechada não mostrava as roupas que vestia. Nos pés calçou um tanto gasto, mas ainda assim confortável par de tênis.
Ao descer, o trio a esperava:
-Então, vamos jantar? –perguntou.
-Sim, mas primeiro você vai dizer o que a doninha queria com você. –Rony exigiu.
Gina revirou os olhos:
-Me deu até 6ª-feira para entregar o trabalho que vocês entregaram hoje e me deu uma semana de detenção.
-Uma semana?!? –Harry perguntou num misto de raiva e indignação –Aquele puto! Isso não é justo!
-Harry! –Hermione exclamou em tom de bronca e Gina olhou surpresa para o ex-namorado –Pensei que só o Ronald tinha a boca suja, mas pelo visto você aprendeu esse péssimo hábito.
-Dá um tempo, Mione. –Harry resmungou.
A morena revirou os olhos e virou-se para Gina:
-Realmente não é justo. O Malfoy pegou pesado ao dar 1 semana de detenção por ter cabulado uma aula.
-Nada que o Snape não faria. –a ruiva disse.
-O quê? Está defendendo o Malfoy, Gina? –Rony perguntou, abismado.
-Claro que não! –ela apressou-se a responder –Apenas estava querendo dizer que era uma atitude esperada vinda de um sonserino. Agora vamos jantar porque estou com fome. Não quero ir para a detenção de estômago vazio.
Assim finalmente dirigiram-se para o Salão Principal. Para Gina o tempo passou rápido e quando se deu conta de que faltavam apenas 5 minutos para as 8h da noite, tomou um último gole de sua limonada e saiu do Salão após despedir-se do trio. Por andar apressadamente chegou ofegante em frente a sala de Malfoy. Respirou fundo por algumas vezes e então bateu à porta:
-Entre. –ouviu a voz arrastada dele e entrou.
Gina fechou a porta e Draco fez o feitiço para trancá-la. Sorriu, aproximando-se:
-Boa noite, Kittie.
-Boa noite, doninha albina. –devolveu, ácida, fazendo o sorriso dele vacilar.
-Você não está facilitando as coisas, Weasley. –comentou, enlaçando a cintura dela e puxou a garota contra si.
-E quem disse que eu quero facilitar, Malfoy? –questionou-o.
Draco fez um muxoxo:
-E o que aconteceu com o “Professor Malfoy”? –quis saber.
-Por que eu deveria te tratar como professor se você não está me tratando como aluna?
Ele riu brevemente:
-Bem, você tem uma certa razão. –e beijou-a.
Por saber que ele era mais forte, Gina nem tentou resistir. Porém, assim que o beijo acabou, ela colocou as mãos contra o peito dele, mantendo-o afastado:
-O que foi, Kittie? –olhou-a nos olhos e acariciou a face dela.
A grifinória estremeceu com o toque dele e não conseguia parar de admirar os olhos cinzentos.
-É...eu...Draco. –respirou fundo –Você me chamou aqui para cumprir uma detenção.
-O meu beijo é tão ruim a ponto de você preferir cumprir uma detenção? –perguntou ironicamente, mas havia dúvida nos olhos dele.
Gina ficou vermelha ao dizer:
-Eu g-gosto do seu beijo.
Ele sorriu e soltou-a:
-Ok, pode começar a sua detenção. E para não dizer que eu sou mau, você pode usar magia. –disse, dirigindo-se para sua mesa e sentando lá.
Não demorou muito tempo para que ela terminasse a tarefa, visto serem apenas feitiços de limpeza que tiveram que ser realizados.
-Pronto, Malfoy. Acabei a detenção. –Gina disse e ele se levantou.
Após dar uma olhada pela masmorra, o loiro deu um sorriso aprovador:
-Você realmente fez um bom trabalho. Leva jeito pra isso, Kittie, não?
Ela estreitou os olhos amendoados:
-Pare de insinuar que sou pobre e sirvo de elfo doméstico durante as férias de verão. Sei que para você eu sou apenas a Weasley Pobretona. –falou seriamente, com um leve bico.
Ele rolou os olhos:
-Eu não quis te ofender, Kittie. Pelo contrário, quis dizer que seus feitios de limpeza são melhores que os meus.
-Tá, Malfoy. Agora estou indo. –falou com impaciência.
-Não mesmo. –Malfoy disse automaticamente com um sorriso irônico em seus lábios e segurando-a por um braço.
-E por que não? –ela desafiou-o.
-Bem, há basicamente dois motivos. Qual deles quer saber?
-Os dois. –respondeu, mais impaciente ainda.
-Primeiro que se fosse agora, saberiam que te deixei usar magia na detenção. Segundo e não menos importante, eu não pretendo deixá-la sair tão cedo daqui. –e enlaçou a cintura dela.
-Não, Malfoy. –ela falou, mas não parecia tão decidida.
-Já disse para me chamar de Draco, Kittie. –falou, olhando para os olhos dele –Eu te quero, ruiva. Seja minha. –ele sussurrou no ouvido dela, provocando arrepios.
-Draco, pare com isso. Você não vai me usar como usou outras. Além do mais é proibido. Eu sou aluna e você é professor. Se alguém descobrir sobre nós estaremos ferrados.
-Eu não vou contar a ninguém, você vai?
-Não, Draco. Justamente porque não haverá o que contar. –ela ainda tentava resistir e chamá-lo à razão.
-O que é a vida sem um pouco de risco, Kittie? Não há razão para viver se não puder se sentir vivo. Deixe-me trazer um pouco de adrenalina para as nossas vidas...
-Mas, Draco...
O loiro colocou um dedo sobre os lábios dela:
-Tudo o que é proibido é mais gostoso. Eu prometo que você não vai se arrepender. O que me diz?
Gina suspirou. O que tinha a perder? Não conseguia pensar numa resposta, apenas que adorava a sensação de quando ele a beijava e tocava.
-Eu devo estar louca para concordar...Eu aceito. Vamos tentar. Mas por acaso isso foi um pedido de namoro?
Após alguns instantes em silêncio, em que eles apenas se encararam, o loiro confirmou:
-Sim, foi. –e tentou beijar a garota, mas ela virou o rosto, impedindo-o.
-Então não vai ficar com outras?
-Não. É só você que eu quero, Kittie.
Gina sorriu e abraçou-o, deixando-se ser beijada por ele. Os dois beijavam-se com vontade e não pareciam querer parar tão cedo. Porém, precisava esclarecer algumas coisas com o loiro, então quebrou o beijo:
-O que foi? –perguntou, encarando-a.
-Draco, você não me pediu em namoro só pra transar comigo, não é? –perguntou, sentindo as bochechas queimarem.
_não, claro que não. Eu sei que você não é apenas um belo rosto e corpo. Você tem conteúdo, Kittie. –sorriu, incerto.
-Hum...Draco, e-eu...eu era... –ela estava envergonhada.
-Você quer dizer que era virgem, certo? –Malfoy perguntou e ela fez que sim –Eu percebi. –confessou.
-Você achou ruim? –a grifinória preocupou-se.
-Não, mesmo achando que você agiu por impulso, eu me sinto honrado. Sei que para garotas como você é algo muito especial. Quando acordei e vi que estava sozinho na cama, me senti culpado. Não queria que pensasse que eu só me aproveitei e me odiasse. Você se arrependeu da sua primeira vez ter sido comigo?
-Bem, no começo sim. Eu me senti muito culpada, já que tinha acabado de terminar o namoro com o Harry. Mas depois passou e eu só conseguia pensar em como me senti nos seus braços. Para ser sincera, o Harry nunca fez com que eu me sentisse assim.
Draco deu um sorriso vitorioso:
-Quer uma segunda dose? –ele passou a mão pelo rosto dela.
Gina ficou mais vermelha ainda:
-Draco! –ela exclamou.
-Sim, você quer. –ele disse com um sorriso sedutor e soltou-a.
A ruiva ficou com cara de interrogação enquanto ele dirigia-se até uma prateleira e pegou um frasco, em seguida oferecendo para ela:
-Beba, é poção anticoncepcional. –ele explicou.
Ginevra bebeu de um gole só e perguntou:
-O que é que uma poção dessas faz por aqui?
-É uma poção um tanto complicada e por isso eu quis fazer. Sabe como gosto de um bom desafio, não é? –ele falou, entrelaçando seus dedos nos da namorada e guiando-a até seu dormitório.
Trancou a porta e acariciou mais uma vez o rosto dela, fazendo-a sorrir. O loiro passou a dar selinhos nos lábios dela. A Weasley abraçou-o pelo pescoço e aprofundou o beijo. Draco carregou-a e deitou-a na cama:
-Agora apenas olhe. –Malfoy disse e começou a se despir.
Ela sentiu seu rosto esquentar ao vê-lo se desfazendo de todas as peças. Gina arrancou a capa que vestia e quando fez menção de tirar a blusa, Draco enlaçou a cintura dela e beijou-lhe os lábios sofregamente enquanto enfiava suas mãos por debaixo da blusa dela para desabotoando e tirando o sutiã e a blusa. O loiro sorriu e passou a beijar o pescoço dela. Gina passava as mãos pelo corpo dele, sentindo a textura de cada centímetro da pele do corpo de homem bem feito sob seus dedos. Estava ali com ele e não conseguia se imaginar em qualquer outro lugar. Draco agora beijava e acariciava os seios de Gina, enquanto ela bagunçava os cabelos loiros. De repente a ruiva virou o jogo, ficando sobre ele:
-O que pretende fazer, Kittie? –perguntou com um sorriso irônico.
Ela sorriu:
-Provocar um certo loiro. –falou, passando um dedo pelos abdominais dele.
Em seguida passou a beijar o pescoço dele, descendo para o peitoral e chupando os mamilos. O loiro estava um tanto ofegante quando ficou por cima dela novamente:
-Você me deixou com mais água na boca, Kittie. Agora arcará com as conseqüências. –falou puxando as calças e calcinha dela.
-Creio que vou adorar as conseqüências. –encorajou-o, apesar de ter um sorriso tímido nos lábios.
Draco afastou as pernas de Gina e deslizou para dentro dela com cuidado. A ruiva mordeu o lábio inferior, mas continuou a encarar os olhos azuis-acinzentados.
Estavam em silêncio, mas seus olhares diziam muito. Diziam que o que tinham era especial e valia os riscos.
O loiro passou a se mover vagarosamente sobre ela, logo arrancando suspiros da ruiva. Gina passou as mãos pelas costas do Malfoy, tentando puxá-lo ainda mais contra si. Ao sentir as mãos da namorada sobre seu corpo, Draco aumentou a velocidade de seus movimentos. Logo alcançaram um ritmo alucinado e seus gemidos preenchiam o quarto. O prazer extremo não tardou a ser experimentado pelo casal, fazendo-os tremer e dar um último gemido mais alto. Draco deu um selinho em Gina e então saiu de cima dela para deitar-se ao lado. Os dois estavam ofegantes e não falaram nada enquanto seus corpos arrefeciam e suas respirações eram regularizadas. Malfoy então abraçou-a:
-No que está pensando, Kittie?
-Em você, em nós, querida doninha albina. –e riu ao ver a cara indignada do loiro –Ora, você me chama de Kittie. –ela acariciou o rosto dele.
-É porque você é minha gatinha.
Ela riu:
-Isso é loucura, Draco. Eu nunca imaginei que poderíamos ficar assim.
-Assim como?
-Juntos...na cama. Achei que nos odiaríamos para sempre. –falou, erguendo-se para olhar para ele, apoiada pelos cotovelos.
-Que bom que eu finalmente consegui te enxergar propriamente. –ele sorriu –Você é maravilhosa.
-Obrigada. –desviou o olhar do rosto dele e olhou para os braços fortes.
Draco ergueu o queixo dela:
-Está procurando o que acho que está? A Marca Negra? Ainda pensa que sou um Comensal da Morte?
Gina ruborizou. Era exatamente isso o que ela estava fazendo e como não encontrou nada na pele extremamente pálida do namorado, disse:
-Desculpa, Draco. Eu... –ele calou-a com um beijo.
Foi um beijo intenso e longo, o que os deixou sem fôlego.
-Eu não deveria desconfiar de você, mas a verdade é que conheço tão pouco da sua vida.
-Para ser sincero eu não gosto de falar sobre isso. –encarou-a.
-Por que não? –ela insistiu, encarando-o de volta.
-Olha, a minha vida não foi um belo romance ou passou perto de ser um conto de fadas. Lembrar disso me traz uma série de emoções negativas. –a expressão dele era ao mesmo tempo triste e séria –espero que você me entenda.
-Se isso não te faz bem, então não vamos falar disso. –deu um selinho nele.
O loiro sorriu:
-Vamos ter que continuar fingindo que nos odiamos na frente dos outros. Mas será apenas encenação. Estou te avisando antes para que não fique magoada comigo.
-É, não podem desconfiar de nós. Mas como faremos para nos encontrar?
-Bem, por enquanto você tem uma semana de detenção comigo, mas depois daremos um jeito. Não pense que se livrará dos meus beijos, Kittie.
-E quem disse que eu quero me livrar? –ela perguntou com um sorriso maroto, puxando-o para um beijo.
Após vários beijos ardentes, Gina pareceu preocupada ao perguntar:
-Draco, que horas são?
-Quase meia-noite. –respondeu ao olhar no relógio da cabeceira.
-Nossa, já é tarde! Eu preciso ir.
-Já vai me deixar? Eu queria tanto que você pudesse ficar a noite inteira comigo. Nós poderíamos fazer coisas muito interessantes...
Ela suspirou:
-Eu deveria saber que você é viciado em sexo...Nem sei quantas garotas entreouvi no banheiro dizendo que dormiram com você.
-Agora sou um bom garoto. –ele fez cara de santo –Resolvi ser monogâmico.
-Bom mesmo. –ela fez um bico, que Draco beijou.
Gina empurrou-o:
-É sério, Draco. Eu preciso ir ou as pessoas vão desconfiar.
-Tá bom, mas eu vou te acompanhar. Não quero que minha namorada ande sozinha de noite por corredores escuros.
-Nossa, que namorado zeloso eu fui arrumar. –ele comentou enquanto começava a se vestir.
Após amos estarem completamente vestidos, Gina perguntou:
-Draco, se você me acompanhar, alguém vai acabar nos vendo, não acha?
-Claro que não. Eu vou usar a capa da invisibilidade. –falou como se fosse óbvio.
-Você tem uma? –perguntou com surpresa.
-Sim. Digamos que depois que eu descobri que o Potter tinha uma, convenci meu pai a me comprar uma.
-Hum. –ela murmurou, enquanto ele pegava a capa no guarda-roupa.
O loiro cobriu-os e posicionou-se atrás da namorada, abraçando-a pela cintura. Gina começou a andar e Draco tinha que tomar cuidado para não pisar no pé dela. Demoraram um tempo considerável para chegar perto da Torre da Grifinória. Ele virou-a de frente para si e beijou-a longamente.
-Boa noite, Kittie. –sussurrou por fim ao ouvido dela.
-Boa noite, doninha. –ela sussurrou de volta e saiu de debaixo da capa antes que ele fizesse algum comentário sobre o “simpático” nome que ela o havia chamado.
-Senha? –a Mulher Gorda exigiu.
-Sangue de Dragão. –Gina respondeu.
Seguiu direto para seu dormitório e não teve dificuldade alguma para pegar no sono. No dia seguinte, Ginevra acordou com ótimo humor. Arrumou-se e desceu sorridente para o Salão Comunal:
-Bom dia. –falou rapidamente para o trio e continuou andando a passos largos.
-Gina! –Harry chamou quando ela estava passando pelo Retrato da Mulher Gorda.
A ruiva respirou aliviada. Não queria falar com Harry. Sabia que ele começaria com assuntos que ela não queria discutir. Para Gina estava acabado entre eles e não tinha volta. Faltava o moreno entender isso...
A grifinória deu um leve sorriso ao pensar em Draco. Duvidava que as pessoas desconfiassem deles já que eram um casal altamente improvável. Ela nunca imaginara que pudesse ter algo com o sonserino e no entanto agora estava com ele e não conseguia se arrepender disso. Apenas torcia para que não se apaixonasse. Já tinha sofrido demais por Harry Potter, não queria sofrer também por Draco Malfoy. Deu um suspiro antes de entrar no Salão Principal. Era cedo e por isso havia pouquíssimos alunos tomando café-da-manhã nas mesas das casas.
À mesa dos professores estavam apenas Draco, Flitwick e a Diretora. A ruiva lançou um breve olhar ao loiro, que a encarou de volta. A seguir, a Weasley sentou-se à mesa da Casa dos Leões e começou a servir-se de suco de abóbora com mel e algumas torradas com geléia. Evitou tirar os olhos de sua refeição, pois temia que eles se dirigissem ao Professor de Poções. Esperava que ele estivesse sendo discreto também e a pensar que ele era um sonserino e um Malfoy, julgava que ele sabia fazer isso muito bem.
Após alguns minutos o trio juntou-se a ela e Harry fez questão de sentar-se ao seu lado. O silêncio estabeleceu-se. Hermione resolveu tentar começar um assunto:
-O dia está lindo, não?
O céu estava nublado, algo um tanto incomum para um dia de verão:
-Mione, querida. Fala sério, hoje o dia não está dos melhores, olhe para este céu cinzento. –Rony disse e a morena fez cara de contrariada.
Ao ver que a Monitora Chefe iria responder e provavelmente começar uma longa briga, a ruiva interveio:
-Eu gosto de dias nublados. É uma questão de preferência e gosto não se discute. –ela ia dizendo ao casal, quando sentiu a mão quente de Harry sobre a sua –O que foi, Harry? –perguntou polidamente, tentando livrar sua mão da dele, mas o moreno a segurava firmemente.
-Não dá pra ficar assim, Gina. –ele falava baixo, para que só ela ouvisse, o que era facilitado, já que Hermione começara uma conversa melosa com Rony para garantir privacidade aos dois amigos.
-Assim como, Harry? –ela se fez de desentendida.
-Você está me evitando. Eu já entendi que você não quer que eu te proteja demais, Gi. Por que é que a gente não volta a namorar?
-Não dá, Harry. –respondeu calmamente –Será que dá pra você soltar minha mão? –pediu educadamente, mas seu rosto começava a ficar vermelho, visto que ele a estava irritando com aquela insistência.
-Me escuta, Gi. Você tem que entender que o que eu fiz foi o que julguei ser melhor para você. Mas já que isso te revolta tanto...Nós podemos...
Ela cortou-o:
-Não há “nós”. Você matou o “nós”, Harry Potter. Quem precisa entender algo por aqui parece ser você. –ela falou, séria, aumentando sem perceber o tom de voz.
De repente os olhos verde-esmeralda do moreno faiscaram ameaçadoramente e ele encarou-a duramente:
-Tem outro na jogada, não é mesmo, Ginevra? –perguntou e a ruiva arregalou os olhos tanto pela pergunta quanto por ele tê-la chamado pelo primeiro nome, coisa que nunca antes havia feito –Você sempre gostou de mim e agora vem com desculpas esfarrapadas para não voltarmos. Porra, eu já pedi desculpas! Só pode ter outro. Me diga quem é o desgraçado e eu... –falava cheio de raiva, quando foi cortado.
Gina não conhecia essa face de seu ex-príncipe encantado. Sim, porque ela costumava pensar isso dele enquanto seu amor era utópico e não correspondido. Claro que já o tinha visto com raiva, mas isso pensava que era apenas a forma dele lidar com a morte de entes queridos como Sirius e Dumbledore. Respirou fundo:
-Nós não temos mais nada, Harry. E eu não tenho que te dar satisfações da minha vida. –levantou-se, pronta para ir embora, mas o grifinório levantou-se também e segurou-a pelo braço.
A essa altura todos olhavam para os dois, mas Harry e Gina pareciam estar alheios a isso:
-Você tem outro. –sentenciou numa voz baixa, magoada e com raiva contida.
Gina suspirou:
-E se eu tiver outro? E se esse outro não me tratar como uma frágil bonequinha de porcelana e for um namorado melhor que você e não brincar comigo de ioiô? Porque foi isso o que você fez, Harry James Potter. –falou, descontando toda a frustração que sentia sobre o namoro deles.
-Mas eu te amo, Gina. Fomos feitos um para o outro. –ele disse e não deu tempo para que ela respondesse, puxou-a para um beijo.
***
Draco Malfoy não estava com o melhor de seus humores. Levantou-se da cama sorrindo ligeiramente ao lembrar-se da última noite com Gina. Porém, sua alegria durou pouco. Logo se lembrou da carta que tinha que escrever e da série de problemas que tinha, capazes de fazer sua cabeça girar. Bufando, o loiro trocou seus pijamas por uma calça preta que combinava com os sapatos do mais caro couro de dragão, camisa branca, um suéter cinza e por cima uma habitual capa preta.
Após fazer sua higiene matinal, foi com desânimo que sentou-se à mesa da sala de poções e escreveu a carta. Demorou cerca de meia-hora e em seguida dirigiu-se ao corujal. Escolheu uma coruja cinzenta, que lembrava seus olhos e despachou a carta.
Sabia que ainda era cedo, mas estava faminto. Então se dirigiu para o Salão Principal. Minerva McGonagall e Flitwick eram os únicos professores que ali estava. O loiro cumprimentou os dois com um bom dia sem emoção e sentou-se ao lado direito da Diretora. Minerva continuou a conversar com Flitwick, como se não tivesse havido qualquer interrupção e o loiro respirou fundo, começando a se servir.
Seus pensamentos estavam longe, mas ele percebeu quando alguém com uma longa cabeleira ruiva adentrou o Salão Principal. Não pôde evitar encará-la. Seus olhos cruzaram-se brevemente e ele reprimiu a repentina vontade de sorrir. Porém, Ginevra Weasley logo desviou o olhar e encaminhou-se para a mesa da Grifinória. O loiro agiu como se nada tivesse acontecido, voltando-se para sua refeição. Pouco tempo depois que Gina tinha chegado ao Salão Principal, o trio também chegou. Rony e Hermione abraçados e Harry mais atrás com uma expressão séria. Observou Potter sentar-se ao lado da ruiva e não gostou do que viu. Ainda assim manteve-se inexpressivo, mas seus gélidos olhos cinzentos, os quais se encontravam estreitados, demonstravam grande desagrado. Ficou observando o menino-que-sobreviveu e quando o viu pegar na mão da ruiva, cerrou os punhos involuntariamente. Desviou o olhar de tão aborrecida cena e continuou a comer, como se não estivesse acontecendo nada.
“A ruiva é minha, Potter. Nada do que você fizer mudará isso.” Pensou, confiante.
Por Gina estar sentada na parte da mesa da Grifinória que era um tanto próxima da mesa dos Professores, o loiro pôde ouvir, quando ela disse um tanto irritada:
-Não há “nós”. Você matou o “nós”, Harry Potter. Quem precisa entender algo por aqui parece ser você.
Draco teve que se controlar para não exibir um satisfeito sorriso pela resposta dela. A resposta de Harry, ele não conseguiu ouvir. Desviou os olhos novamente. E ao dar uma olhadela de esguela, viu-a levantar-se e Potter segurar seu braço para tentar impedi-la de ir embora.
“Como ele se atreve?!?” pensou com raiva.
Não ouviu o que o moreno tinha dito, mas fez a ruiva dizer um tanto alto:
-E se eu tiver outro? E se esse outro não me tratar como uma frágil bonequinha de porcelana e for um namorado melhor que você e não brincar comigo de ioiô? Porque foi isso o que você fez, Harry James Potter.
Dessa vez ele quase engasgou com suco e teve que fingir um acesso de tosse para não rir da cena. Mas a alegria de Draco Malfoy durou pouco, porque logo Harry puxou a grifinória e beijou-a com fervor. O loiro tinha vontade de fazer o moreno em pedacinhos. Os poucos alunos que ali haviam começaram a bater palmas.
“Maldito! O que ele pensa que está fazendo com a minha ruiva?!? E o que esses idiotas estão aplaudindo” Malfoy fervia de raiva e seu rosto começava a adquirir uma coloração rosada, tamanho o esforço que fazia para não parecer incomodado com aquilo.
-Eles estão tumultuando o Salão Principal, Diretora. –viu-se dizendo a Minerva antes que pudesse se refrear e como ela não disse nada, continuou –Eu darei um jeito nisso. –e sem esperar por resposta de Minerva, levantou-se e começou a andar em direção a Gina e Harry.
A ruiva empurrara Potter e deu-lhe um tapa na cara, o que fez com que as pessoas abrissem suas bocas em espanto e começassem um falatório interminável.
-Nunca mais faça isso! –ela exclamou, brava, tentando soltar seu braço da mão dele –Me solte!
-Fizeram uma lavagem cerebral em você, Ginevra ou o quê?
Nesse instante, Draco chegou por trás de Harry e com aparente calma comentou:
-E pelo visto não lavaram os seus ouvidos, Potter. É surdo ou o quê? A Srta. Weasley claramente pediu que a soltasse.
Harry soltou a ex-namorada e virou-se para encarar o loiro:
-Isso não te diz respeito, Malfoy. Vá cuidar da sua vidinha miserável.
Draco respirou profundamente:
-Menos 20 pontos para a grifinória e detenção para os dois por uma semana. Você vai cumprir detenção com Filch, Potter. E a Weasley vai rotular poções para entregar para Madame Pomfrey. E sim, isso me diz respeito, Potter. Será que não podem ter as briguinhas em algum local que não o Salão Comunal. Parece que tem pessoas que esqueceram de passar na fila do senso do ridículo.
-E tem pessoas que passaram várias seguidas na fila da cretinice, não é Malfoy? –Gina disse, olhando-o seriamente.
Draco estava surpreso pelo comentário dela, mas não demonstrou isso.
“É guerra que quer, Kittie? Pois guerra é o que terá.”
O Mestre de Poções sorriu desdenhosamente:
-Claro, Weasley. Assim, como a sua família na da procriação de coelhos.
A ruiva pareceu magoada, mas tudo o que ele fez foi dar as costas e retornar para a mesa dos Professores.
***
Gina estava atrasada para a aula de Advinhação, mas não se importava muito. No entanto, andava depressa. A única coisa boa naquela aula era que podia conversar com Luna e inventar previsões malucas, o que a corvinal fazia muito bem, arrancando várias risadas da ruiva. Tinha se demorado mais no dormitório, arrumando seu material escolar. Não gostava de chegar muito cedo às aulas da Trelawney, de fato preferia chegar quando todos já estavam entrando na sala.
Porém, se não andasse logo, chegaria atrasada nessa sua primeira aula do dia. Caminhava apressadamente, quando sentiu um par de mãos taparem sua boca e puxá-la para uma sala vazia. A ruiva tentou se soltar, mas ao sentir o perfume de Draco, relaxou um pouco. Quando o loiro tinha trancado a porta da sala vazia, ela olhou-o emburrada:
-Eu tenho aula agora, me deixa ir.
-Não sem antes você me dizer o que foi aquilo hoje cedo no Salão Principal. –ele cobrou.
Gina revirou os olhos:
-Será que não tem mais o que fazer, doninha? Vai deixar seus alunos te esperando?
Draco encarou-a seriamente:
-Eu tenho esse horário vago.
-Deixe de ser egocêntrico, não quer dizer que eu também tenha.
-Você não perde nada deixando de ir ver a morcega velha. Agora não me enrole, ruiva. Oh, Kittie, acha que pode brincar comigo? –ele passou uma mão pelo rosto dela –Não pode não, querida. –disse ironicamente, segurando-a pelo queixo.
-Me solta, Malfoy. Você ficou louco, foi? Me agarrou no meio de um corredor e agora está me ameaçando?
Ele respirou fundo e soltou o queixo dela:
-Eu só quero que você me explique que porra foi aquela do Potter te beijar.
-E eu quero que você me explique que porra você tinha que se intrometer. –disse, fazendo uma imitação do tom de Draco, o que o fez estreitar os olhos.
-Ah, que ótimo, não? –falou ironicamente –Agora eu tenho que ficar quieto assistindo a minha namorada beijar o ex dela na frente de quem quiser ver. Realmente é algo maravilhoso.
Ela bufou:
-Que droga, Draco! Você viu, ele me beijou a força. Eu não queria, eu bati nele. Não precisava você ter se intrometido. E se as pessoas desconfiarem?
-Ninguém vai desconfiar de nada, Kittie. Você me ofendeu e eu te ofendi. Mas precisava me chamar de cretino?
-E você precisava chamar a minha família de coelhos? –ela cruzou os braços e fez bico.
-Oh, você fica uma graça quando está brava. –ele zombou, enlaçando a cintura dela.
-Aqui não, Draco. –ela disse, desviando quando ele fez menção de beijá-la.
-O que você quer dizer com “Aqui não”? –perguntou um tanto confuso.
-Só estou dizendo que aqui não é lugar para... –ficou vermelha.
-Sua pervertida! –ele riu dela –Eu não estava pensando nisso. Hoje à noite teremos muito mais tempo... –murmurou sugestivamente no ouvido dela.
-Promete que não vai ficar se intrometendo na minha vida? –perguntou, encarando-o.
-Kittie... –ele murmurou em tom de quem vai protestar, mas ela beijou-o.
Quando o beijo ia ficar mais profundo, ela parou:
-Promete, Draco. É sério, as pessoas vão acabar desconfiando. –falou e beijou o pescoço dele.
-Ok. –ele se deu por vencido e olhou para seu relógio de pulso –Temos mais 45 minutos, os quais eu pretendo aproveitar muito bem. –prensou o corpo dela com o seu contra a parede.
Ela sorriu e fechou os olhos, sentindo segundos depois a boca de Draco sobre a sua. É, aqueles 45 minutos seriam realmente bem aproveitados.

N/A: Digam q vão comentar, sim? Façam uma autora feliz!

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