"Amores e Hogsmeade"
O mês de Outubro já se ia, dando lugar ao mês de Novembro, que trazia consigo todo o frio e neve, naturais da época.
Hogwarts se encontrava, como sempre, lindamente majestosa, porém para Harry parecia ter um certo toque especial este ano, talvez porque este seria seu último ano na escola.
O primeiro passeio à Hogsmeade deste ano já estava chegando, seria no próximo fim de semana, e em toda a Hogwarts não se falava em outra coisa. Muitos convidavam garotas para um encontro no Madam`s Puddifoot, a casa de chás de Hogsmeade.
Era sexta-feira à tarde e Harry se encontrava encostado numa árvore do jardim, a mesma árvore que Gina costumava ficar quando ia escrever em seu diário, normalmente nas manhãs de sábado, o sol logo-logo iria se por e uma leve brisa brincava em seu peito, pois estava com a gravata apenas jogada por cima dos ombros e a camisa parcialmente aberta, o que lhe deixava com o peitoral à mostra.
E neste exato momento Harry vinha tendo uma árdua batalha interna com o monstro que rugia em seu peito. Ele queria muito convidar Gina para ir à casa de chás com ele no próximo passeio a Hogsmeade, porém não encontrava coragem suficiente para convidá-la. No entanto algo dentro dele, algo como receio ou até mesmo medo, lhe dizia que se não a convidasse logo algum outro garoto o faria, pois Gina era muito bonita e tinha muitos admiradores em Hogwarts.
Mas foi despertado de seus devaneios por uma certa garota de cabelos negros e jeito vulgar, ele nunca se esqueceria daquela garota insuportável, com certeza era Lizzie Depp. Ela lhe segurava firmemente o braço se aproximando cada vez mais de Harry, e lhe chacoalhando de leve para que saísse de seu transe.
- O que você...? – Tentava questionar Harry, porém a garota não parava de se aproximar dele.
- Estou fazendo aqui? – Disse ela agora o enlaçando pelo pescoço. – Simples meu querido. Gostaria de lhe fazer um convite. Você gostaria de ir comigo ao Madam`s Puddifoot no próximo passeio a Hogsmeade? – Finalizou ela agora quase roçando os lábios nos de Harry, que se mantinha imóvel e com um olhar de espanto, ao constatar o descaramento daquela garota, afinal como ela se atrevia a se aproximar tanto assim dele se nem ao menos se conheciam.
- Pelo que eu saiba quem faz esse tipo de convite são os garotos! – Disse Harry rapidamente, já se desvencilhando do abraço dela e se afastando o máximo que pode de Lizzie.
- Eu não me importo com esse tipo de coisa Harry, e além do mais eu sei que é isso que todos os garotos querem; que as garotas se declarem logo de uma vez e pulem toda essa parte inútil. – Disse ela tornando a se aproximar dele e agora lhe passando as mãos em seu peitoral, que estava à mostra devido a camisa aberta, e Harry fez questão de lhe afastar novamente.
- Sabe é?! – Disse um Harry incrédulo, franzindo o cenho.
- Mas é claro que sei, e sei também que você também gostaria de ir comigo à casa de chás, não é Harry? – Disse ela já começando a enlaçá-lo novamente, porém desta vez Harry a afastou segurando com firmeza os braços da garota.
- Terminou? – Questionou ele já começando a se enraivecer.
- Ainda não Harry, faltou eu lhe dizer que gostaria muito de ser sua namorada e finalizar esta conversa com um beijo muito ardente. – Disse ela com um olhar de puro desejo, tentando se aproximar dos lábios do garoto.
- Ótimo, vejo que agora já terminou. Então agora me ouça bem certo?
- Certo!
- EU NÃO QUERO IR À CASA DE CHÁS COM VOCÊ, OUVIU BEM? TAMBÉM NÃO QUERO ESSE SEU BEIJO ARDENTE. EU NÃO GOSTO DE GAROTAS OFERECIDAS COMO VOCÊ LIZZIE, E MUITO MENOS QUERO SER SEU NAMORADO! – Finalizou Harry furioso, a empurrando para um lado bem longe dele.
- Mas Harry o que foi que eu fiz? – Disse Lizzie com puro cinismo na voz.
- Escute aqui Lizzie, eu não quero mais que você se aproxime de mim ou da Gina novamente, entendeu? Eu não quero!
- Mas Harry, eu gosto muito de você e além do mais o que aquela ruiva sem sal tem haver com a nossa história? Ela é só sua AMIGA e nada mais, não é? Pelo menos foi o que ela disse àquele dia no campo de quadribol. – Disse Lizzie com um sorriso de cinismo brincado em seus lábios.
- O que ela disse ou deixou de dizer não importa agora, eu só sei que você fez muito mal à minha relação com a Gina, e foi uma grande sorte tudo ter voltado ao normal, portanto não preciso que ninguém venha até nós só para atrapalhar tudo.
“E o que você disse sobre o que ela ter haver com nossa história; eu realmente não sei do que você está falando, pois não existe nem nós e nem nossa história. E se você gosta tanto assim de mim quanto está me dizendo, por favor, não me procure mais, porque eu não quero que você faça isso, está bem!”
Harry finalizou aquela conversa de uma vez por todas e esperava que depois de tudo o que havia dito a Lizzie a garota nunca mais se aproximasse dele. Ele já estava na metade do caminho que o levaria até o castelo quando ouviu vozes ali perto, e uma das vozes, ele já sabia, era de Gina. Então Harry decidiu, escondido, ouvir aquela conversa.
- O que você quer me dizer Paul? Vamos, diga logo, porque estou com pressa. – Harry ouviu Gina dizer a um garoto da Corvinal alto, loiro e particularmente bonito.
- Bem, é que eu gostaria de convidá-la para ir comigo à Hogsmeade comigo no próximo fim de semana. – Harry ouviu o garoto dizer calmamente e sem vacilar em nenhum estante. E foi lhe dando um grande aperto em seu coração, com certeza Gina aceitaria o convite, afinal o garoto era razoavelmente bonito, e tivera coragem para convidá-la, coragem esta que ele não tivera e por isso agora se via perdendo a chance de acompanhá-la no passeio; esse pensamento fazia com que uma grande raiva aflorasse em seu peito, junto a vontade de socar aquele garoto, afinal quem ele pensava que era para convidar sua garota para ir à Hogsmeade.
- Ah... Era isso. Bem você é o quarto que me diz a mesma coisa só hoje... Bom, olha... Eu... Fico feliz que tenha pensado em me convidar, mas é que... Eu não posso aceitar seu convite. – Gina disse aquilo com certo aperto no peito, pois não queria magoar o rapaz e ao mesmo tempo certa dor lhe enchia o peito ao pensar que era Harry quem ela gostaria que estivesse lhe dizendo isso.
Por outro lado Harry dava “pulos” de alegria, pelo o que havia acabado de ouvir.
- Ah... Tudo bem, eu já esperava por isso, mas não custa nada tentar não é mesmo?! – Disse o garoto displicentemente.
- É... Acho que sim. Eu sinto muito. – Disse ela meio sem jeito.
Harry não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir; Gina já tinha recebido quatro convites e recusara mais um, só hoje, como ela mesma havia dito, então lhe ocorreu uma pergunta: “Por que ela recusara todos esses convites”? E a resposta lhe veio rapidamente, com certeza ela estava esperando que alguém especial a convidasse.
Um frio percorreu sua barriga só de imaginá-la com outro garoto, que não fosse ele, andando felizes pelo povoado; então uma tristeza lhe invadiu o peito, afinal ela esperava que certo garoto a convidasse, o que lhe tirava as esperanças de ir com ela à Hogsmeade. Porém o que Paul acabara de dizer a Gina lhe veio quase que imediatamente à cabeça “não custa nada tentar não é mesmo?”, e finalmente tomou sua decisão, ele iria convidá-la mesmo que fosse para ouvir um “não” como resposta, mas não ficaria com a eterna duvida de como seria se a tivesse convidado.
Decidiu então fazer isso depressa antes que outros garotos a convidassem e ela acabasse aceitando. E correu ao seu dormitório, onde pegou seu mapa do maroto, e voltou a correr pelos corredores em busca de certa Ruivinha.
________________________________________________________________
Gina sentiu-se perdida e sem rumo, percorreu durante muito tempo os jardins de Hogwarts, depois que recusara o convite de Paul, após algum tempo decidiu-se e saiu dos jardins, correu até seu dormitório para pegar seu diário, e foi direto para uma sala de aula afastada e silenciosa.
A sala estava escura, por isso Gina usou sua varinha para iluminá-la, havia uma pilha de carteiras amontoadas em um canto da sala, e sentando-se no chão do outro canto da sala Gina começou a escrever em seu diário.
Querido Diário,
Estou numa sala de aula vazia agora, precisava muito ficar sozinha para refletir e escrever em você.
Acabei de ser convidada, pelo quarto garoto, para ir à Hogsmeade no próximo fim de semana e esses quatro pedidos foram apenas hoje.
Eu queria muito que o Harry me convidasse para ir com ele, mas acho que isso nunca acontecerá afinal ele me vê apenas como uma boa amiga e nada mais.
Talvez Harry já tenha convidado outra para ir com ele, talvez tenha convidado a Lizzie (e nesse momento uma lágrima solitária caiu no pergaminho do diário fazendo uma pequena mancha, lágrima esta que Gina fez questão de limpar, pois já não queria mais chorar por Harry) é... Com certeza ele a convidou.
Já estou cansada disso; não vou mais ficar esperando o dia em que Harry perceberá que eu existo, não quero mais ficar esperando, e o principal... Não quero ir sozinha ao povoado.
E é exatamente por isso que quando eu sair daqui vou aceitar o convite do primeiro garoto que me convidar.
Virginia Weasley
Já estava tarde e o jantar com certeza seria servido dali pouco tempo, então se levantou do chão onde estivera escrevendo, Gina estava muito decidida em relação a aceitar o convite do primeiro que lhe convidasse para ir ao povoado.
E pegando na maçaneta e abrindo a porta para sair, Gina levou um grande susto, ninguém mais ninguém menos que Harry Potter estava parado do outro lado, encostado na parede, as mãos nos bolsos, a gravata mal colocada nos bolsos da calça, a camisa com os primeiros botões abertos, no rosto uma expressão que misturava preocupação com ansiedade e aparentava estar muito pensativo, tão pensativo que parecia até em transe.
- Harry... – Chamou Gina, assim que terminara de observá-lo e desejava quebrar aquele silêncio, pois percebera que ele estava em transe e sequer tinha percebido sua presença.
- Gina! Desculpe-me, eu não percebi que você já tinha saído. – Disse Harry saindo finalmente do transe em que estava.
- Você sabia que eu estava aqui? Estava me esperando? – Disse ela confusa.
- É... Eu estava te esperando sim. – Disse ele em meio a um suspiro que lhe enchia de toda a coragem que precisava naquele momento. – Precisava... Ou melhor, preciso... Falar com você. (Pausa)
- Então fale Harry, eu estou te ouvindo.
- Bem, será que nós podíamos ir andando enquanto isso? É que fica mais fácil para eu falar. – Disse ele se colocando ao lado dela e já iniciando a caminhada.
Harry estava nervoso e suas mãos transpiravam muito, não tinha prática quando o assunto eram garotas e mesmo em se tratando de Gina, sentia-se apavorado e constrangido, porém isso não iria mais atrapalhá-lo, estava decidido a dizer tudo a ela.
- Sabe Gina... É difícil para mim; falar sobre isso com você, mesmo se tratando de você, mas é que... – Harry gesticulava com as mãos tentando se explicar, porém estava deixando Gina cada vez mais confusa.
- Harry! Olhe para mim! – Disse Gina parando de caminhar, e fazendo-o parar também e encará-la nos olhos e prosseguiu com um belo sorriso enquanto encarava aquelas majestosas íris verdes. – Isso... Agora, respire fundo... Isso... Não precisa ficar tão nervoso assim Harry, sou apenas eu, a Gina, pode falar está tudo bem.
- É... Ta bom... – Disse Harry agora bem mais calmo, e vendo como deveria estar confundindo Gina. – É que eu estava nervoso, e eu não estou acostumado com esse tipo de coisa, sabe?! Mas o que eu queria mesmo era te fazer uma pergunta Gina. – Disse ele voltando a caminhar lado a lado com Gina.
- Pode perguntar. – Disse Gina, sentindo sua respiração falhar e seu coração acelerar, pois já pressentia sobre o que ele iria lhe perguntar e nem podia acreditar no que iria ouvir.
- Bom, eu não sei se você já tem com quem ir à Hogsmeade no próximo fim de semana, mas eu gostaria muito que fosse comigo. – Harry disse de uma vez só.
Ao ouvir aquilo que esperara por tanto tempo, Gina entrou num estado de choque, parando de chofre, o que fez com que Harry também estacasse, se tornando apreensivo quanto à resposta da garota, então fez-se uma longa pausa onde o silêncio era profundo e o ar tornara-se tão denso que era quase palpável.
Gina não podia acreditar no que estava ouvindo, “Ele” o garoto que ela esperara por toda vida, finalmente a estava convidando para um “encontro”?
Ela fechou fortemente seus olhos para guardar aquele momento perfeitamente em seu coração, pele e pensamento, pois era tão maravilhoso que parecia irreal.
Então finalmente após alguns segundos, que para Harry pareceram infinitas aulas de Poções, Gina abriu lenta e levemente seus olhos; fazendo isso ela se deparou com uma coisa totalmente nova para ela.
“Harry tinha uma expressão que Gina nunca vira antes, ele parecia tão tenso e ansioso que lhe deu a impressão de que tinha parado de respirar, pois estava branco como a neve que cobria os jardins de Hogwarts, além de estático,tremendo quase imperceptivelmente, de mãos transpirantes e o principal, e que lhe fez acordar e perceber o que ela estava fazendo, seus olhos estavam vidrados nela”
- Desculpe... – Disse Gina piscando os olhos e balançando a cabeça para despertar e espantar seus pensamentos. – Eu... Acho que não ouvi direito; o que foi que você disse mesmo?
- Bem, eu perguntei se... Você gostaria de ir comigo à Hogsmeade? – Disse ele encarando-a profundamente.
- Sim, eu gostaria, sim. – Disse Gina começando a esboçar um leve sorriso.
- Sério!! – Exclamou um Harry incrédulo e com um belo sorriso nos lábios.
- É. – Disse ela simplesmente.
E uma leve brisa gélida adentrou pelas grandes janelas, que cercavam todo o corredor, percorrendo delicadamente suas faces e fazendo com que seus cabelos esvoaçassem juntamente com seus cachecóis.
E tomado por uma alegria imensurável Harry a levantou do chão e rodopiou-a no ar, enquanto riam sem ao menos saber o porquê.
- Harry, eu estou ficando tonta! – Disse Gina rindo muito, enquanto tentava fazê-lo parar.
Depois disso foram ao salão principal para mais um jantar, onde se sentavam lado – a - lado.
________________________________________________________________
A semana se passava rapidamente já era quarta-feira e Gina estava recostada a sua árvore de costume, desenhando com seus lápis de colorir, num caderno, o por do sol que se fazia naquele momento, os jardins da escola, cobertos de neve, contribuíam muito para que o desenho ficasse maravilhosamente perfeito,e dando-lhe o leve toque que faltava ao momento.
Estava tão concentrada em captar todas as cores e detalhes do momento, que sequer percebeu a presença de certo moreno de íris verdes que lhe fitava pelas costas, enquanto ela riscava furiosamente o pergaminho com o lápis.
- Está muito bom Gina. – Disse Harry fazendo com ela estremecesse ao ouvir aquela voz, já tão conhecida a seus ouvidos.
- Harry; assim você me mata do coração! – Disse Gina indignada, enquanto Harry sentava-se a seu lado.
- Eu não sabia que você desenhava tão bem. – Ele prosseguiu como se não tivesse sido interrompido.
- Deve ser porque eu não desenho tão bem assim. – Disse ela sem jeito.
- Mas é claro que desenha bem! Se eu soubesse fazer a metade disso, já estaria feliz!
- Ah, não tão assim vai. – Disse ela deixando de encará-lo nos olhos para voltar ao desenho, o qual terminou de dar o último toque rapidamente.
- Pronto, acabei!
- Deixe-me ver. – Pediu Harry. – Está maravilhoso. – Disse ele após observar o desenho atentamente.
- Pode ficar com ele se quiser, eu tenho outros iguais a este. Não me canso de desenhar isso, é tão bonito, que não me canso. – Disse ela ao vislumbrar o Sol quase se pondo.
O Sol ia enchendo o ar com seus raios avermelhados, que destacavam ainda mais os lindos cabelos ruivos de Gina, o que enfeitiçava ainda mais Harry, que não conseguia mais tirar os olhos dela.
- Obrigado, pelo desenho, vou guardar para sempre. – Disse ele depois de um longo tempo, no qual apenas a observara.
- Não foi nada, quando quiser é só me pedir que eu faço o desenho que você quiser. – Disse ela enquanto virava-se para encará-lo nos olhos, e ao fazer esse movimento balançava também seus cabelos, fazendo-os cair numa linda cascata que inebriava Harry ainda mais.
- Promete?
- Prometo, oras!
- Pode esperar que eu vou cobrar.
Gina encarou-o com uma sobrancelha erguida, e um sorriso maroto brincando em seus lábios.
- Ah nem me olhe assim Gina! Eu não gosto nada quando você faz essa sua cara de travessa. – Disse ele na repressiva.
- Mas eu ainda não fiz nada, Potinho. – Disse ela brincalhona, pois sabia que ele “detestava” que ela lhe chama-se assim.
- Ah! Potinho é?! Você vai ver então Dona Gininha. – Disse ele ameaçadoramente.
- E o que pretende fazer Senhor Potinho? – Disse em tom de desafio.
- Bom, simplesmente... – Disse ele ondulando os dedos na frente dela.
- Ah não, Harry! Isso não! – Dizia ela a Harry, que agora a prendia em um abraço apertado para que não fugisse, enquanto gina se debatia inutilmente já que Harry era muito mais forte e a prendia firmemente com seus braços.
- Então... Diga que se rende...
- Não! – Protestou indignada.
- Então, não poço fazer mais nada por você, Ruivinha.
- Ahhhhhhhhh! – Gina gritou antes de tentar pela ultima vez soltar-se dele o que resultou em nada.
Tarde demais, Harry já tinha começado a atacá-la com cócegas furtivas, que a faziam rir descontroladamente, enquanto implorava para que ele parasse. A brincadeira durou até que caíram sem ao menos perceber no chão, rolando pela neve, pois após algum tempo Gina começou a defender-se e também a fazer cócegas em Harry, dando ainda mais trabalho ao garoto para mantê-la presa.
Lá estavam eles, Gina deitada de costas na neve e Harry sobre ela, lhe segurando as duas mãos ao lado de sua cabeça mantendo apenas uma pequena distância entre seus lábios, os quais ele fitava intensamente.
- Diga que se rende. – Disse ele aproximando ainda mais seus lábios dos dela, o que lhe provocou muitos calafrios.
- Harry, isso não vale... – Ela ia argumentar, mas não teve forças para fazê-lo, pois as palavras perderam-se no meio do caminho, ao sentir o perfume inebriante de Harry invadir-lhe os pulmões, e sua razão desaparecer instantaneamente, assim que percebera a proximidade de seus lábios, que agora era quase nula, tanto que já podia até sentir o gosto doce dos lábios dele.
- Hum, Hum. – Pigarreou. - Eu pensei que os encontraria no aconchego de seu salão comunal, mas vejo que me enganei, parece que preferem os jardins, mesmo estando em pleno inverno, assim como seus pais Harry.
- Professor Dumbledore! – Disseram os dois ao mesmo tempo levando um grande susto e se separando rapidamente, no que Harry, meio corado, desequilibrou-se caindo de lado e afundando um pouco mais na neve.
- Desculpe se os interrompi, mas eu gostaria de falar com vocês dois em particular no meu gabinete.
- Sim, claro! – Disse Harry levantando-se e ajudando Gina a se levantar também.
Caminharam pelos corredores sem pronunciar sequer uma palavra, Harry e Gina sequer se olhavam, ainda estavam constrangidos demais com o que acontecera entre eles apouco, além do mais não sabiam exatamente o que lhes aguardava na sala do diretor.
Assim que o diretor disse a senha e eles subiram pela escada giratória, um calafrio mutuo de ansiedade percorreu-lhes a espinha, mas assim que adentraram pela sala, sentiram um grande alívio, pois não havia nada além do normal ali.
- Por favor, sentem-se! – Disse Dumbledore apontando as duas cadeiras à sua frente, enquanto ele mesmo se sentava em sua própria cadeira.
- Imagino que vocês estejam se perguntando o porquê de eu tê-los chamado até aqui; não? – Os questionou assim que se sentaram.
- Na verdade é isso mesmo professor. – Disse Gina quebrando o silêncio que se instalara entre eles até então. – Por que nos trouxe até aqui?
- Bem; antes de chegarmos a esse ponto, gostaria de dizer que acho que já é hora de dizer tudo a ela, Harry. – Finalizou ele, olhando Harry por cima dos óculos de meia-lua.
Harry engoliu em seco, de tudo o que pensara que o diretor pudesse estar querendo lhes dizer, nada se igualava àquilo, não podia acreditar que o professor queria que ele contasse tudo sobre aquela maldita profecia que marcava seu destino com apenas duas saídas; a primeira: se tornar um assino e a segunda: ser morto pelas mãos de Voldemort, e na verdade nenhuma das duas lhe agradava.
- Como?! – Exclamou, espantado e confuso, olhando de Dumbledore para Gina, esta última o encarava tão confusa quanto ele e esperando por uma explicação, sem saber o que dizer.
- É isso mesmo que você ouviu Harry, já é hora de dizer toda a verdade para as pessoas que tanto te amam, mesmo que seja doloroso e difícil, porém se você irá contar sobre isso a mais alguém... É uma decisão só sua, no entanto... Para Gina você precisa contar Harry.
- Desculpe, mas do que é que vocês estão falando? – Disse Gina confusa, pois não entendia nada do que eles estavam falando.
- Estamos falando sobre... – Harry tentou iniciar, mas não conseguia, parecia que as palavras se perdiam no meu do caminho, ele não sabia como dizer a Gina todas aquelas coisas que estavam guardadas consigo há tanto tempo.
- Acho melhor deixar vocês a sós. Estarei lá em cima – Disse Dumbledore displicentemente, encaminhando-se para a escada que dava acesso ao andar de cima da sala.
Instalou-se então um clima tenso de silêncio incomodo, onde nenhum dos dois disse nada. Harry se perdia em meio a seus pensamentos sobre tentativas de dizer tudo o que tinha para contar a ela, enquanto Gina procurava entender o que se passava ali.
- Harry, o que você está escondendo de mim? – Ela fez uma pausa esperando a resposta dele, esta que não veio. – Diz logo Harry; o que de tão importante você não me contou ainda, aliás, não contou nem para Rony e Hermione pelo que eu entendi?
- Gina... – Ele começou sem saber ao certo o que dizer.
- Harry; eu poderia simplesmente pegar no seu braço e descobrir tudo, sabia? Mas eu não vou fazer isso, e sabe por quê? – Ao receber o aceno negativo dele, Gina prosseguiu. – Porque eu quero ouvir de você, e eu sei que você consegue me dizer.
Foi como se aquelas simples palavras lhe dessem a força de que tanto precisara para contar tudo a ela, então começou sentindo-se mais leve a cada palavra que pronunciava.
- Bom; acho que você ainda se lembra daquela profecia que nós encontramos naquele dia no mistério, e que tinha o meu nome e o de Voldemort.
- Claro que me lembro, mas me lembro também que ela se quebrou não foi? – Disse ela meio incerta.
- Foi, mas eu acabei sabendo o conteúdo dela assim mesmo.
- Mas como, Harry?! – Ela exclamou pasma.
- Através de uma lembrança do Professor Dumbledore; a Professora Trelawney fez uma previsão para ele antes mesmo de eu ter nascido, e essa previsão era aquela profecia. E ela dizia que...
“Aquele com o poder de vencer o Lord Negro se aproxima... Nascido daqueles que por três vezes o desafiaram, nascido ao fim do sétimo mês... E o Lorde Negro vai marcá-lo como seu igual mas ele terá um poder desconhecido pelo Lord Negro... E um deve morrer pelas mãos do outro porquanto nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver...”
Quando Harry finalmente terminou de contar sobre a profecia, novamente o silêncio se instalou entra eles.
- Harry... Eu, nem sei o que te dizer... Isso tudo é tão... Horrível. – Ela disse sem conseguir encará-lo nos olhos, de tudo o que lhe passara pela cabeça nada era tão terrível quanto aquilo.
- Eu sei Gina, foi por isso que não tive coragem de contar isso a ninguém, nem mesmo ao Rony ou a Hermione. – Ele disse brandamente enquanto encarava concentradamente um ponto qualquer da mesa à frente dos dois.
- Certo, mas... Não se preocupe com isso, pelo menos por enquanto, e... Eu não vou deixar acontecer o que o Draco me disse naquele dia! – Ela dizia enquanto segurava o ombro dele como que para lhe passar segurança.
- E o que foi que ele te disse afinal, Gina? – Disse Harry confuso.
- Não me lembro com muita clareza, mas sei que era algo como, “Não vejo a hora do ‘Lord das Trevas’ estar frente a frente com o Potter, para que ele faça o que eu gostaria de fazer com ele... Matá-lo de uma vez por todas”. – Harry permaneceu quieto, imóvel, totalmente sem reação, pois na verdade nem sabia o que dizer ou fazer diante de um comentário que... Ele sabia, poderia realmente acontecer.
- Agora Harry, eu quero que saiba que pode contar comigo para tudo ouviu bem? Para tudo; sem exceções. Vamos estar juntos em tudo daqui pra frente e vou estar com você quando a hora de cumprir esta profecia chegar. – Ela dizia enquanto segurava seu queixo para que lhe encarasse nos olhos.
- Obrigada, Gina. Com certeza você foi a melhor coisa que já me aconteceu. – Harry disse encarando-a com um olhar profundo e ao mesmo tempo muito significativo para aos dois, pois era como se estivessem selando um pacto silencioso entre eles, era algo tão grande que nem eles mesmos conseguiam descrever o que era.
Então o diretor desceu as escadas, voltando a se sentar diante deles em sua cadeira.
- Vejo que a conversa foi muito construtiva, o que irá facilitar muito para que eu possa finalmente dizer o porquê de tê-los chamado até aqui. – Disse ele olhando-os por cima dos óculos de meia-lua.
- Por favor, professor, diga o que de tão importante tem a nos dizer. – Disse Harry, se mostrando tão sério quanto Gina nunca havia visto antes.
- Bem Harry, acho melhor começar pelo início, o que inclui explicar a importância de Gina saber o conteúdo da profecia. Pois imagino que você queira saber isso, não?
- Bom, na verdade sim, e pra ser mais sincero até agora não entendi o porquê disso tudo.
- Bom então é melhor eu começar logo. Como vocês dois bem sabem você foi escolhida e por isso é talismânica, e tal qual uma talismânica, tem um talismã que é responsável por esse dom. – Disse Dumbledore olhando para Gina. - Porém como você ainda não tem a posse desse talismã, só pode exercer uma parte de seus poderes, sendo que a outra que é muito maior, será ativada apenas quando você tiver a posse do objeto.
- Mas professor; por que eu fui escolhida? E como eu vou fazer para obter esse talismã? – Disse Gina confusa.
- Bem, como você já deve ter presumido, isso não foi por acaso, assim como você ser a sétima filha de varias gerações só de garotos também não foi por acaso. Tudo isso já havia sido previsto por uma profecia feita pela descendente que lhe passou este dom, afinal antes de morrer ela tinha que passá-los a alguém.
- É... Eu vi quando Mirian fez esta profecia, ela me mostrou, foi quando ela estava morrendo nos braços de Henry, e eles iam se casar naquele mesmo dia...
- É! Isso mesmo! E... É exatamente por isso que, mesmo sem saber, vocês dois, antes mesmo de nascer, já estavam tão ligados um ao outro. E é por isso também que se sentiram algo tão diferente assim que se viram pela primeira vez na estação de King`s Cross.
- Como assim professor? Não consigo entender o que o fato de Gina ter se tornado talismânica enquanto Mirian morria, tem haver com tudo isso. – Disse Harry, que a cada minuto entendia menos, aonde o diretor pretendia chegar, além de estar, assim como Gina, muito constrangido com o comentário nada discreto do diretor.
- Sabe Harry, tem haver pelo simples fato de que, Lílian morrera para lhe salvar, e isso foi por amor, o que lhe marcou diretamente com esse sentimento; assim como Mirian também morrera por amor a Henry, marcando Gina, indiretamente, mas marcando-a com esse mesmo sentimento.
- E é por isso que vocês têm essa ligação. Afinal, existe uma magia, que é a mais poderosa de todas, e que rege o mundo, tanto o bruxo quanto o trouxa. Ela está dentro de cada um de nós, basta saber como e quando usá-la. É uma magia muito simples e ao mesmo tempo muito poderosa, porém em alguns casos raríssimos, como é no caso de vocês, ela é bem mais intensa e potencializada.
- De que magia o Senhor está falando? – Questionou Harry.
- A magia do amor, Harry. Ela é poderosíssima, se manifesta das mais diferentes formas, e basta saber como controlá-la para obter o resultado desejado. Como vocês dois tem essa magia potencializada, será bem mais fácil desenvolvê-la, sem contar que, com todo esse poder mais os poderes talismânicos de Gina, juntos e com um pouco de treino vocês serão os maiores bruxos que o mundo da magia já viu.
Tanto Harry quanto Gina não podiam acreditar em tudo o que o diretor lhes dizia.
- Então é por isso que Voldemort escolheu Gina para ficar com o diário dele daquela vez! Ele queria matá-la e assim se veria livre dela, além de que ele sabia que eu iria até lá, mas é claro! A intenção dele era matar nós dois e assim se livrar de uma vez por todas desse empecilho.
- Brilhante conclusão Harry! Voldemort sabe que depois de serem devidamente treinados acabarão se tornando os bruxos mais poderosos do mundo da magia, o que representa um grande risco aos planos dele de comandar o mundo.
- Desculpe interromper professor, mas... Como é que seremos treinados? – Disse Gina com uma expressão indecifrável.
- Bem, Gina eu mesmo pretendo lhes dar esse treinamento todos os dias depois das aulas na sala precisa, se não houver nenhum inconveniente para vocês é claro.
- Não tudo bem! – Disseram em uníssono.
- Ótimo, então começamos amanhã mesmo, afinal, quanto antes melhor. – Finalizou Dumbledore antes que eles saíssem da sala.
Seguiram direto para o salão comunal, onde encontraram Rony e Mione, jogando uma monótona partida de xadrez.
- Ainda bem que vocês chegaram, já estávamos preocupados! – Disse Mione, que parecia muito agradecida pela chegada dos dois, pois assim podia parar a partida nada interessante de xadrez.
- É mesmo! E onde vocês estavam hein? – Questionou Rony também aliviado por ter um motivo para parar a partida de xadrez.
- Estávamos na sala de Dumbledore. – Disse Gina se jogando no sofá ao lado de Harry e recostando-se confortavelmente nele.
Então contaram tudo aos amigos, desde a profecia até os treinamentos que começariam no dia seguinte, a cada palavra que era dita por Harry ou Gina, tanto Rony quanto Mione arregalavam mais os olhos e pareciam ainda mais espantados.
- Olha cara, você já sabe que pode contar comigo pro que der e vier, sempre vou estar do seu lado. – Disse Rony encarando Harry profundamente.
- Pode contar comigo também Harry; afinal você sabe que sempre estarei do seu lado. – Completou Hermione seriamente.
________________________________________________________________
O resto da semana passou voando, o treinamento de Harry e Gina ia cada dia melhor, eles aprendiam muitas coisas novas e se esforçavam muito para melhorar cada vez mais. E sem que percebessem o tão esperado fim de semana chegou, trazendo junto com ele o ainda mais esperado passeio à Hogsmeade.
Ainda era de manhã, os primeiros raios do Sol invadiam o ambiente do dormitório masculino do sétimo ano, onde certo moreno dono de magníficas íris verdes se encontrava acordado segurando com muito carinho certo porta-retrato que ganhara de presente de aniversário, porta-retrato esse que tinha o poder de lhe mostrar quase tudo o que quisesse.
Porta-retrato este que agora lhe mostrava certa Ruivinha que havia tirado seu sono e feito-o passar aquela noite em claro, só de imaginar que passaria o dia todo ao lago dela, num passeio que ele faria de tudo para que fosse perfeito.
A imagem que ele vislumbrava no porta-retrato era a mais linda de todas, Gina sorria para ele com o mais belo dos sorrisos, banhada pelo alaranjado de mais um lindo pôr-do-sol, onde uma leve brisa acariciava sua face fazendo com seus cabelos flamejantes ondulassem conforme o movimento da brisa.
As horas foram se passando e junto com elas vieram o nascer completo do dia, resolveu então se levantar logo de uma vez, pois sabia que não conseguiria voltar a dormir novamente. Até pensou em mudar a foto do objeto, porém a imagem de Gina estava perfeita, e decidiu-se por deixá-la do jeito que estava mesmo.
Depois de um longo tempo onde apenas a imagem de certa ruivinha sorrindo lhe invadia a mente, Harry resolveu finalmente descer ao salão comunal, que encontrava-se vazio àquela hora da manhã, sentou-se em uma poltrona de frente a lareira, onde podia ver através da janela que havia parado de nevar e que um sol preguiçoso começava a despontar no horizonte.
As horas passaram tão rapidamente que nem se dera conta de quando é que havia ido com Rony ao salão principal para tomarem café. Estava tão distraído que nem ouvia mais o que Rony lha dizia sobre os treinos de quadribol, só o que lhe importava no momento era ver o motivo pelo qual nem dormira a noite, Gina.
- Não é mesmo, Harry?... Harry? – Chamou Rony após finalmente perceber que estivera falando sozinho.
- Desculpe Rony, sobre o que você estava falando mesmo?
- Nada cara, esquece!
- Desculpe!
- Não, tudo bem. Mas sobre o que você estava pensando, para estar tão distraído?
- Ainda não vi a Gina, você a viu? – Disse Harry despreocupadamente após desviar o olhar da porta de entrada, sem ao menos notar que deixara o amigo falando sozinho novamente em menos de dez minutos.
- Ahh, então é por isso que você ta assim todo nervosinho e distraído! – Rony disse com um sorriso maroto brincando em seus lábios.
- Não por que esse sorrisinho aí Rony. – Disse ele dando uma de desentendido.
- Mione me contou que Gina disse à ela que você a tinha convidado para ir à Hogsmeade, mas não pensei que fosse tão sério assim.
- Do que está falando Rony? – Harry disse já sabendo o que viria a seguir.
- Você por um acaso não está pensando em levá-la ao Madam`s Puddifoot está? – Disse Rony preocupadamente.
- Qual o problema Rony?
- Nenhum é só que você levou a Cho lá, então... Não sei... Levar Gina lá...
- Não se preocupe Rony, eu não vou levá-la lá, e também não é nada disso que você está pensando, ta bom!
- E o que eu estou pensando? – Disse Rony maliciosamente.
- Não a convidei par um encontro romântico, se é isso que você está pensando.
- Ow, não é?! Então por que o nervosismo? – Disse Rony, e ao perceber que o pegara de surpresa, prosseguiu. – Olha cara, acredite, um cara num fica nervoso e desatento assim como você está agora, pelo simples fato de que vai sair com uma simples amiga, à menos que seja para algo mais.
- Oras Rony, não me amole com isso! – Disse Harry se praguejando por não ter uma desculpa melhor para desviar a conversa; ele sabia muito bem que Rony estava certo, porém não sabia se era realmente aquilo que ele queria.
“Talvez não fosse mesmo uma boa idéia misturar as coisas, ele e Gina se davam muito bem como amigos, e Harry não queria que as coisas mudassem entre eles por causa de ‘encontros românticos’ como o próprio Rony acabara de lhe dizer.”
- Você é quem sabe Harry, mas se quer saber minha opinião, eu não me importaria se namorasse a Gina, pelo menos seria você, o meu melhor amigo, e não outro idiota qualquer.
Harry não pode deixar de se sentir extremante feliz ao ouvir aquelas palavras do amigo. – Obrigada Rony! – Foi só o que ele conseguiu pronunciar, recebendo um sorriso vitorioso da parte de Rony, pois agora ele teria certeza de que ele realmente gostava de Gina.
- Desce quando isso começou Harry?
- Isso o que?! – Disse tentando disfarçar.
- Não se faça de desentendido Harry! Você sabe muito bem do que eu estou falando! Você e Gina... Desde quando você está tendo esses pensamentos sobre minha irmã?
- Oras Rony isso é coisa que se pergunte?! – Disse Harry incrédulo com o que ouvia de Rony, porém ao ver a expressão do amigo achou melhor abrir o jogo logo de uma vez.
- Eu não ao certo, Rony. Desde... Sei lá desde quando... Só sei que fiquei muito feliz quando recebi aquela carta, sua nas férias, dizendo que Gina tinha terminado com Dino. Ai depois ela foi me buscar, e teve as férias... E nos aproximamos mais e... Não sei, isso tão confuso cara...
Rony riu de puro divertimento ao constatar o estado de confusão em que Harry se encontrava. – Desculpe cara é que, é meio engraçado te ver assim, e saber que é por causa da irmã, da Gininha, que você nem enxergava.
- É eu sei, às vezes nem eu consigo acreditar nisso, mas eu sei lá o que ta acontecendo entre agente, é meio estranho sabe... Ás vezes eu acho que é só amizade mesmo, mas tem horas que parece que tudo vai tão além do que eu possa imaginar que eu chego a pensar, que talvez seja inimaginável.
- Cara você ta apaixonado! – Disse Rony agora sério e até mesmo um tanto que incrédulo. – Isso é sério mesmo? Você ta apaixonado pela minha irmã, de verdade?
- Eu ainda não tinha pensado nisso com essas palavras, mas agora que você as citou, eu... Não sei... Acho que sim.
- Bem eu nem sei o que te dizer Harry, se isso fosse a uns anos atrás eu até poderia te afirmar com toda certeza que ela sente a mesma coisa por você, mas agora depois de tudo que aconteceu e depois de tudo o que Mione nos contou sobre ela ter desistido de você, eu já não posso te afirmar nada com muita certeza.
- É eu sei... – Disse ele meio cabisbaixo.
- Ah, mas que isso cara não fica assim não! – Disse Rony dando um leve tapa no ombro dele, para confortá-lo. – Pode ser que ela ainda goste de você, afinal ela gostou por tanto tempo que acho até meio impossível ela ter te esquecido assim tão rápido.
- Obrigado pela força Rony de verdade, só não comente isso com ninguém, por favor, eu...
Mas o motivo de sua insônia havia acabado de entrar no salão principal acompanha de perto por Mione e Luna, fazendo com que as palavras se perdessem no meio do caminho.
Ela estava maravilhosamente linda, vestia uma saia roxa escura, esvoaçante, uma blusa manga longa roxa, um pouco mais clara que a saia, com um corpete que ressaltava ainda mais suas curvas bem torneadas, botas pretas cano longo e um lindo, sobretudo.
Seus cabelos estavam parcialmente presos, e esvoaçavam conforme o vento batia nele. Ela estava magnificamente perfeita na opinião de Harry.
- Olá! – Disseram as três em uníssono, Mione se sentando ao lado de Rony e lhe dando um selinho de bom dia, Gina ao lado de Harry que lhe sorriu gentilmente e Luna ao lado de Gina.
- Olá! Vocês demoraram o que ouve?
- Nada Rony, é que estávamos nos arrumando para o passeio.
- Se é por isso está explicado, pois estão todas muito bonitas!
- Obrigada! – Responderam em coro.
- Realmente, você está linda Gina. – Disse Harry próximo de seu ouvido, de uma forma que só ela pudesse ouvir, o que causou alguns arrepios involuntários na garota.
- Obrigada, Harry. – Respondeu discretamente.
- Vocês por acaso viram o Neville? – Perguntou Luna à eles.
- Na verdade, não Luna. – Disse Harry.
- Bom então eu vou indo, tenho que encontrá-lo antes de irmos. – Disse ela enquanto se levantava e saia correndo.
Assim que ela se foi, o correio chegou e a já tão conhecida chuva de pacotes trazida pelas corujas instalou-se no salão. A coruja da família Weasley, Errol, veio trazendo uma carta endereçada a Gina, que a abriu rapidamente para saber do que se tratava.
- Ahh! – Exclamou ela após terminar de lê-la.
- O que houve Gina? - Rony exclamou confuso e ao mesmo tempo ansioso.
- Mamãe... Está dizendo que o casamento de Gui e Fleur será agora nas férias de natal, elas está convidando Harry e Mione para virem passar as férias conosco, e disse que seremos padrinhos Rony!
- Padrinhos?!
- É, parece que Gui, escolheu você e Mione, e Eu e Harry, mas é claro que vocês tem que aceitar primeiro neh! – Disse ela se dirigindo à Harry e Mione, que a encararam com tanta surpresa quanto Rony.
- Bom; por mim tudo bem, eu vou adorar ser madrinha deles! – Disse Mione entusiasmada.
- Por mim também; será um prazer ser padrinho deles! – Disse Harry igualmente feliz.
- Que ótimo! Isso significa que teremos de comprar vestes para o casamento, mamãe nos mandou uma quantia para isso Rony, hoje mesmo podemos comprar tudo na Trapobelo Moda Mágica.
- Não se preocupe comigo Gina, eu ainda tenho as vestes que Fred e Jorge me deram, pode usar todo o dinheiro para comprar o vestido que quiser. – Disse Rony bondosamente.
- Obrigada Rony! – Disse ela alegremente, sem ao menos perceber como aquele sorriso entorpecia certo moreno de íris extremamente verdes, que se encontrava à seu lado.
Após terminarem o café foram todos entregar suas autorizações a Filch, que depois de inspecioná-las muito bem permitiu que eles passassem.
O povoado estava como sempre, com a diferença de que agora era encoberto por toda a neve trazida pelas nevascas. E assim que chegaram Rony arrumou logo uma desculpa qualquer para deixá-lo a sós com Gina.
Andavam lado a lado agora, por uma rua qualquer, na verdade nem saiba para onde os estava lendo, mas que diferença isso fazia se estava ao lado de Gina?
- Aonde nós vamos agora? – Ela questionou e Harry nem soube o que lhe dizer.
- Na verdade eu não sei, mas... Aonde você gostaria de ir?
- Eu não sei, talvez pudéssemos ir até a Trapobelo comprar nossas vestes, mas isso se você não se importar é claro! – Disse ela meio que cautelosamente, pois era realmente estranho estar ali ao lado de Harry e sozinha, está certo que isso sempre acontecia, mas agora era diferente, era como se eles estivessem tendo algum tipo de encontro, ou seja, lá o que for.
- Por mim tudo bem, eu adorei a idéia, afinal teríamos que compra-las mesmo não é? Mas por que você acha que eu me importaria? – Harry disse, sentindo-se aliviado por ela ter proposto algo, pois na verdade não sabia como agir com ela naquela situação, é claro que já estava acostumado a ficar a sós com Gina, mas agora era totalmente diferente, era como se eles estivessem assim pela primeira vez.
- Ahh, sei lá, geralmente garotos não gostam muito de fazer comprar com garotas, afinal tenho que admitir às vezes somos bem indecisas e demoramos uma eternidade para sair de uma loja de roupas. – Disse Gina rindo, pela primeira vez desde que tinham se separado de Rony e Mione.
- É, mas não se preocupe pode demorar uma “eternidade” se precisar, com tanto que compre o vestido que te deixe mais bonita, pois quero estar bem acompanhado no dia do casamento do seu irmão. – Disse ele também brincalhão, agora as coisas estavam se tornando mais fáceis, pois era como se nada tivesse mudado, era como se tivessem feito um pacto silencioso quanto a tudo aquilo.
Estavam tão distraídos que só foram se dar conta de que tinham chegado a loja, depois de algum tempo que estavam parados na porta.
- Parece que chegamos! – Disse Gina rindo, muito de uma piada qualquer que Harry acabara de lhe contar.
- É verdade, acho melhor entrarmos, assim a “eternidade” que você vai levar para achar seu vestido passara mais depressa. – Disse ele rindo divertido, e sendo acompanhado por Gina, enquanto entravam na loja.
- Poço ajudá-los em alguma coisa? – Disse a vendedora, gentilmente.
- Estamos procurando vestes para casamento, para mim e para ele. – Disse Gina apontando Harry que estava a seu lado.
- Ow! Ouço sinos de igreja num futuro não muito distante? Vocês vão se casar? – Disse a vendedora bondosamente, enquanto tanto Harry quanto Gina coravam intensamente.
- N... Na... Não... É o irmão dela que vai casar, nós somos apenas os padrinhos. – Disse Harry rapidamente enquanto atropelava as palavras. Na verdade assustara-se um pouco com o que a vendedora havia dito, afinal, sequer conseguia ter um encontro direito com a garota, me dirá casar-se com ela naquelas circunstancias.
- Ahh, sim claro! Por aqui, por favor. – Disse ela enquanto se esgueirava por um corredor que dava num cômodo maior mais ao fundo.- Aqui tem muitas roupas para padrinhos e madrinhas. – Disse ela saindo para atender um grupo de garotas que acabara de entrar na loja.
- Vou atendê-las, mas fecharei a porta para que não lhes perturbem com o barulho, fiquem à-vontade. – Disse a senhora gentilmente enquanto fechava a porta.
Harry e Gina se encararam por alguns instantes, antes de cada um se virar para um lado e começar a separar as vestes que mais lhes interessavam, depois de um tempo Harry já tinha escolhido uma veste preta muito bonita, mas Gina parecia muito indecisa pois tinha três vestidos diferentes nas mãos e os encarava com um olhar muito confuso.
- O que foi; problemas para se decidir? – Disse Harry divertido enquanto se aproxima para ajudá-la.
- É... – Disse ela vagamente ainda encarando os vestidos em suas mãos. – Não consigo me decidir.
- Deixe-me ver. – Disse Harry pegando os vestidos das mãos dela para analisá-los melhor. – Bom, está realmente difícil, devo admitir que você tem muito bom gosto. Mas vejamos, esses dois são mais bonitos que este branco, sem contar que a noiva já vai estar de branco, não é?
- É você tem razão é melhor já deixar este de lado. – Disse ela pegando o vestido das mãos de Harry e colocando de volta no lugar.
- Agora realmente não sei qual dos dois. Fica difícil de saber qual fica melhor em você sem te ver vestindo eles. – Disse Harry mais para si do que para Gina, mas a garota ouvira e levara a sério o que ele disse; tanto que pegara rapidamente os vestidos e entrara num provador, que ficava ali mesmo no cômodo.
Depois de algum tempo esperando, ela finalmente saiu do provador. Ela usava um vestido verde petróleo de cetim, de alças finas e sem decote, cheio de bordados de pedras em forma de flores, ele era colado no corpo até a cintura e abria-se numa saia frouxa desde então.
Ele estava parado de frente para ela e não conseguia dizer sequer uma palavra, pois a visão de Gina com aquele vestido maravilhoso o hipnotizava.
- Então, o que você achou? – Disse ela olhando-o apreensiva, como se esperasse uma resposta.
- Bom, ficou... – Ele queria dizer que ela estava maravilhosa com aquele vestido, que estava fazendo-o perder o ar, mas só conseguiu dizer uma única palavra. – Bonito!
- Hum, ta bom! Vou vestir o outro! – Disse ela, parecendo meio decepcionada com a resposta de Harry.
Depois de mais algum tempo Gina saiu do provador usando um vestido de cetim dourado, tomara que caia; de costas abertas e com um lindo trançado de tira dourada; também era justo até a cintura e se abria numa saia um pouco mais rodada a partir de então, ele não tinha tantos bordados quanto o outro, mas combinava perfeitamente com Gina, deixando-a muito mais bonita, pois a cor contrastava perfeitamente com suas madeixas ruivas.
- Pode me ajudar aqui, Harry? – Disse ela se virando de costas para ele e de frente para o espelho, enquanto levantava os cabelos, que agora estavam completamente soltos, deixando as costas alvas dela à mostra, o que o fez entrar numa espécie de transe.
- Cla... Claro. – Disse ele gaguejando e se aproximando um pouco mais dela.
- É só... Você... Sabe... Apertar as tiras e... Amarrar. – Disse Gina, ainda de costas, olhando-o de lado e meio que constrangida com a situação.
- Ah! Claro, tudo bem. – Disse ele com um pouco de dificuldade para soltar as palavras, enquanto se aproximava ainda mais dela e deslizava suas mãos, agora um tanto suas apesar do frio, às costas de Gina, para poder apertar as tiras do vestido.
Todos os pensamentos se esvaíram da cabeça de Harry que agora só conseguia sentir a suave textura da pele alva de Gina, que se arrepiava a cada leve toque dos dedos de Harry, o que mostrava que ele estava provocando arrepios nela, assim como a cada toque que dava nela sentia-se arrepiar também.
Ele cogitou a possibilidade de fechar seus olhos para gravar aquele momento, mas lembrou-se de que estavam de frente para um espelho, então ao levantar sua cabeça, que estivera abaixada até então, deparou-se com Gina de olhos fechados e inspirando profundamente, e permitiu que um leve sorriso brincasse em sua face antes de fazer o mesmo.
- Pronto. – Foi só o que ele conseguiu pronunciar quando terminara, após um longo tempo, de amarrar as tiras do vestido.
- O quê? – Disse ela meio aparvalhada, enquanto abria rapidamente seus lindos olhos castanhos claros.
- As... Tiras... Eu terminei... De amarrá-las. – Disse ele pausadamente, enquanto via-a soltar lentamente os cabelos, antes cuidadosamente presos em seus dedos, e virar-se de frente para ele.
- E então, o que achou desse? – Disse ela encarando-o profundamente, o que o fez mergulhar naqueles olhos maravilhosos.
- Como assim? – Disse ele confuso, depois de certo tempo.
- O vestido... O que achou?... Gosta desse? – Disse ela sem desviar o olhar, e Harry nem sabia como isso acontecera, mas eles estavam muito próximos agora.
- Magnificamente perfeito! – Foi só o que conseguiu dizer, pois depois disso parecia que o ar tinha se esvaído de seus pulmões, ao ver o belíssimo sorriso que brotou dos lábios dela, lábio esses que desejava intensamente beijar.
- Que bom que gostou desse Harry, então vou levar esse mesmo! – Disse ela e já ia se virar, porém Harry tinha ótimos reflexos devido ao quadribol e conseguiu capturar seu braço fazendo-a se virar novamente para ele, e por não pedir com precisão a força que usara para isso, fez com que seus corpos se colassem um no outro.
- Gina... Eu preciso te dizer uma coisa.
- Diga Harry. – Ela disse cortadamente por falta de ar, enquanto mantinha suas mãos no tórax de Harry, que agora a envolvia pela cintura.
Ele queria dizer muitas coisas, mas parecia que sua voz não iria lhe obedecer, pois se mantinha calado, então decidiu que era melhor agir do que dizer qualquer coisa.
E se aproximou mais, e mais, e mais; até que podia sentir o hálito quente de Gina em sua face e seus olhos já não conseguiam mais ficar abertos, implorando para que os fechassem, e foi isso que fizeram fecharam-nos simultaneamente, e enfim sentiu o roçar dos delicados lábios de Gina no seu, selando-os um contra o outro.
Porém não houve tempo para que aprofundassem aquele selinho, pois a maçaneta girou e a porta rangeu, e por ela passou uma ávida senhora vendedora; e isso bastou para que se separassem instantaneamente rápido, o suficiente para que ninguém os visse daquele jeito.
- Pronto queridos, as garotas já se foram! E então já escolheram as vestes? – Perguntou a vendedora ingenuamente.
- Já, já sim! Vou levar este vestido mesmo, só um minuto já volto! – Disse Gina tão rapidamente quanto entrara novamente no provador e saíra de lá. Ela ainda estava um tanto quanto corada quando saiu de lá de dentro, mas não menos que Harry, que permanecera parado no mesmo lugar como se estivesse em choque.
Eles pagaram tudo e saíram da loja sem conseguir se encarar, e sem dizer sequer uma palavra.
________________________________________________________________
Gina não sabia por que estava agindo daquela maneira, a vida toda esperara por aquele momento, o momento em que Harry finalmente a beijaria, porém quando isso finalmente acontece ela fica totalmente sem chão e sem ação.
Talvez fosse assim por que já gostava tanto de estar com ele e ser sua amiga, que temia que um ato como aquele que ocorrera a pouco na Trapobelo mudasse drasticamente tudo aquilo que haviam construído durante aquele ano.
- Aonde quer ir agora? – Disse Harry tirando forças sabe-se lá de onde e quebrando finalmente o silêncio que se instalara entre eles.
- Eu não sei. Eu tinha pensado em ir à Dedos de Mel comprar alguns doces, mas...
- Não; tudo bem vamos sim! – Disse ele puxando-a pela mão.
Em poucos minutos já estavam dentro da Dedos de Mel comprando numerosas quantidades dos mais diferentes tipos de doces, estes que Harry fazia questão de pagar, mesmo que contra a vontade de Gina.
- Harry isso não é justo! Você deve pelo menos me deixar pagar a metade dos doces! – Disse ela já começando a se irritar com aquela situação. “Tudo já tinha voltado ao normal entre eles, e era como se tivessem selado um pacto silencioso onde nenhum dos dois se atreveria a desobedecer e tocar em qualquer assunto relacionado com o que ocorrera entre eles mais cedo.”
- Não seja teimosa Gina! Já disse que vou pagar tudo, e não me contrarie mais a respeito disso, por favor. – Pediu Harry, na verdade parecia mais implorar aquilo a ela, que após aquilo não disse mais nada a respeito.
- Está bem, mas não venha reclamar depois! – Disse ela, agora brincalhona.
- Você sabe que eu não faria isso Ruivinha! – Disse ele também brincalhão.
Depois de irem a vários lugares eles resolveram ir até o Três Vassouras, onde com certeza Rony e Mione os estaria esperando, e estavam bem no caminho quando...
- Ai! Me lembrei de uma coisa agora! – Disse Gina, parando abruptamente, e fazendo com que Harry também parasse.
- O que foi? – Questionou ele muito confuso.
- Nós ainda não fomos ao Madam's Puddifoot; e eu preciso comprar uma caixa de chás, a minha já está quase acabando.
- Ah... Tudo bem, então... Vamos! – Disse ele meio que apreensivo, pois não gostava muito de se lembrar das recordações que aquele lugar lhe trazia, e por isso mesmo que não havia citado o lugar, porque não queria levá-la, como Rony mesmo dissera, “ao mesmo lugar que levara Cho”.
Eles entraram na casa de chás, onde havia vários casais de namorados sentados nas mesinhas. Rapidamente Gina se esgueirou até certa prateleira onde continha vários tipos diferentes de chás e apanhou um deles.
Não queria permanecer muito tempo naquele lugar, mesmo sem saber ao certo não estava se sentindo bem ali, e preferia não ter vindo com Harry até ali, parecia que estava prevendo o que iria acontecer dali a alguns segundos.
- Pronto! Vamos?! – Disse Gina, olhando um tanto que confusa ao reparar na expressão de surpresa nos os olhos de Harry, e se virou para a direção que ele encarava, e não se assustou quando viu uma certa chinesa vindo na direção dos dois com um sorriso cínico nos lábios.
- Cho?! – Disse Harry, muito surpreso por vê-la ali, na verdade estava mais é desapontado com aquela situação, pois era com certeza a pior hora para ela aparecer, o que pôde confirmar assim que se virou para o lado e viu Gina com a cara amarrada.
- Olá! Harry... Quanto tempo, não? – Disse ela sorrindo, no que pareceu a Harry, idiotamente.
- Pois é! – Disse ele a contragosto.
- Eu soube que vocês teriam este passeio e pensei; por que não dar uma passada por lá e rever algumas pessoas especiais, não é mesmo? – Disse ela se aproximando de Harry, que segurou firme a mão de Gina contra a sua, e a olhou de soslaio no que pode ver a expressão nada amigável da garota.
- Eu não sei do que você está falando Cho! – Disse Harry dando um paço para trás assim que ela tentou se aproximar.
- Ora Harry, não é obvio que eu vim até aqui para lhe ver?
Aquilo já era o bastante para Gina, ela já estava se controlando ao máximo para não lançar nela uma azaração e sabia exatamente que se continuasse ali não responderia mais por seus atos, pois uma onda de poder já conhecida lhe passava fervilhando pelas veias, e não se admiraria se logo, logo fizesse com Cho o mesmo que fizera a Malfoy.
Então sem sequer pestanejar soltou bruscamente sua mão das de Harry, que lutaram contra esse ato, porém já era tarde e ela já se dirigia até o caixa para pagar o chá e assim voltar de uma vez para o castelo.
- Cho, eu realmente não sei do que você está falando. Que eu saiba nós não temos nada para você ter vindo até aqui ver. – Disse ele já se exaltando, pela ousadia daquela garota, que pior, fizera Gina se afastar dele.
- Ah, Harry nós “ainda” não temos nada, mas podemos voltar a ter! Se você quiser é claro! – Ela completou como se aquilo fosse uma piada, pois para ela era obvio que Harry aceitaria sua proposta prontamente.
- Mas é claro que eu não quero! Esqueça essa maluquice! Ou melhor, esqueça que eu algum dia existi na sua vida! E agora se me der licença eu tenho mais o que fazer! – Disse Harry, saindo de perto de Cho muito rápido, deixando-a parada e sem acreditar no que acabara de ouvir.
Gina saiu apressadamente da loja, assim que pagou a maldita caixa de chá, e à passos firmes saiu pela rua em direção à saída do povoado, para assim voltar à Hogwarts. Já estava na metade da rua, quando de repente sentiu mãos firmes lhe puxarem, pela segunda vez naquele mesmo dia, na direção oposta a que estava indo.
- Aonde você pensa que está indo? – Questionou Harry autoritariamente.
- Como assim, “Aonde você pensa que está indo?” – Disse ela imitando furiosa a voz de Harry.
- É, é isso mesmo! Aonde você pensa que está indo? – Disse ele com o cenho franzido.
- Oras! Pra que você quer saber? – Disse ela rispidamente.
- Como assim, “Pra que você quer saber?”. Não é obvio? Você veio comigo então é normal que eu queira saber aonde vai assim tão apressada e raivosa! – Disse Harry como se aquilo fosse à coisa mais óbvia do mundo.
- EU NÃO ESTOU RAIVOSA! E SE QUER MESMO SABER EU ESTOU VOLTANDO PARA O CASTELO! – Ela esbravejou e voltou a caminhar decidida, porém foi interrompida novamente por Harry que segurara seu braço.
Desta vez ele não dissera nada, apenas a arrastava para longe daquela rua, para um lugar nada amigável diga-se de passagem, para a “Casa dos Gritos”, Gina não disse mais nada nem sequer contestou e assim que entraram na casa ele a guiou até o quarto que anos atrás fora o cenário de descobertas extremamente importantes para a vida de Harry.
- Pronto! – Disse ele jogando as sacolas que carregava no chão e tirando as que estavam nas mãos de Gina e juntando com as outras. – Agora você vai me explicar o que está acontecendo!
- Ah é?! E por que eu deveria lhe explicar alguma coisa? – Disse ela raivosamente. – Aliás, não sei pra que você me trouxe até aqui!
- Para que pudéssemos conversar sem sermos interrompidos. E você me deve uma explicação sim! – Disse ele olhando-a nos olhos enquanto segurava fortemente seus braços.
- Eu... Oras; solte-me Harry! Eu vou embora! – Disse ela fazendo menção de se soltar dos braços de Harry e voltar a caminhar.
- Não antes... – Disse ele voltando a segura-la, mas desta vez encurralando-a contra o canto da parede. – De me dizer o que ouve para você sair daquele jeito da casa de chás, afinal, estávamos ótimos até a Cho chegar.
Gina não disse nada apenas o encarou furtivamente, fazendo-o entender que era exatamente este o ponto, sem dizer sequer uma palavra.
- Não me diga que foi por causa da Cho!- Disse ele indignado. – Mas gina...
- O QUE?... ESCUTE AQUI! SE VOCÊ QUERIA TER ENCONTROS AMOROSOS COM ELA, ERA SÓ ME AVISAR QUE EU NÃO TERIA ME DADO AO TRABALHO DE RECUSAR OS PEDIDOS DE OUTROS GAROTOS PARA VIR ATÉ AQUI HOJE! – Disse Gina aos berros, o que demonstrava que estava no mínimo muito enraivecida.
- DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO GINA? – Disse Harry também aos berros.
- NÃO SE FAÇA DE DESENTENDIDO! – Disse ela apontando furtivamente o dedo indicador na cara de Harry.
- MAS GINA, EU NÃO FIZ NADA! FOI ELA QUE VEIO FALAR COMIGO; EU NÃO TIVE CULPA!
- OLHA HARRY, NÃO PRECISA MENTIR PRA MIM TA LEGAL! EU VI O JEITO QUE VOCÊ OLHOU PRA ELA, NINGUÉM ME CONTOU NÃO, FUI EU MESMA QUE VI!
- TÁ... TUDO BEM... EU ADMITO QUE FIQUEI SURPRESO EM VÊ-LA ALI, MAS FOI SÓ ISSO E NADA MAIS. E NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO!
- AH É?! E NO QUE EU ESTOU PENSANDO, HEIN? – Disse ela estreitando os olhos para ele.
- QUE EU JÁ TINHA COMBINADO TUDO COM A CHO! MAS ISSO NÃO É VERDADE!
- AH É, É?! E POR QUÊ?
-PORQUE VOCÊ SABE QUE EU NUNCA FARIA ISSO COM VOCÊ; E PORQUE SE ISSO FOSSE VERADDE EU NÃO ESTARIA AQUI DISCUTINDO COM VOCÊ; EU ESTARIA... ESTARIA ME AGARRANDO COM ELA!
As palavras de Harry mexeram com Gina, tanto que finalmente ela se acalmou, ao menos o suficiente para falar sem se exaltar.
- E... Por que não está? – Ela disse calmamente.
- Eu não sei; talvez porque eu prefira mil vezes estar com você do que com a Cho?! – Harry disse aquilo como se fosse óbvio demais para se dizer.
- Mas... Pó quê? – Disse ela aparvalhadamente.
- Por quê, o quê? – Disse Harry confuso.
- Por que prefere estar comigo do que com ela? Por que? Se você está apaixonado pó ela? – Disse Gina muito confusa e com os olhos marejados.
- Quem foi que te disse que eu estou apaixonado pela Cho?! – Harry disse aquilo como se fosse a coisa mais idiota do mundo.
- Ninguém me disse; eu ouvi sem querer a sua conversa com Rony nas férias, e foi isso que ele disse, que você estava apaixonado! E você concordou com ele, e o Rony disse que era a Cho!
- Oh, Merlim! E você acreditou mesmo nisso?! Oras Gina, até parece que você não conhece o Rony! E desde quando ele sabe o que se passa na minha cabeça?
As palavras de Harry soaram como verdadeiras bombas atômicas, para seus ouvidos, e agora ela podia ver claramente. Quase acabara com sua vida por algo totalmente sem fundamento! Quase morrera por algo que ela nem tinha certeza da veracidade.
- Droga, Harry! Me desculpe! De verdade; você não merecia estar ouvindo isso. Eu sinto muito mesmo, me desculpe. – Gina dizia com a cabeça baixa, pois só agora via o quão infantil estava sendo, com aquela sena idiota de ciúmes.
Harry poderia até estar muito bravo agora, mas não era assim que se sentia, na verdade estava sentindo uma grande alegria, afinal, só tinha uma coisa que justificava aquilo tudo que Gina fizera; e essa coisa tinha um nome “ciúme”. “Ela estava com ciúmes dele!” e isso só podia significar uma coisa. “Ela também sentia por ele mais que uma simples amizade!”, e isso já era suficiente para que ele esquecesse qualquer coisa que ela dissera e que o tivesse chateado.
- Hei; está tudo bem! – Disse ele pegando o queixo dela para que o olhasse nos olhos; e não pode reprimir um sorriso, de felicidade, antes de abraçá-la.
A sensação de ter os braços fortes de Harry envolta de seu corpo era maravilhosa e senti-lo assim tão perto de si era realmente bom, ela podia sentir cada músculo do tórax, bem definido devido aos anos de quadribol, dele contar seu corpo e a sensação era realmente ótima.
Gina sentia-se no céu, era como se todas as coisas ruins simplesmente desaparecessem quando estava assim, abraçada a Harry, era como se nada pudesse atingi-la, como se ele fosse seu e de ninguém mais, apenas o seu Harry.
- Acho melhor voltarmos para o castelo agora Gina, Rony e Mione devem estar preocupados com o nosso “sumiço”. – Disse Harry ao se separarem.
- Como é que nós vamos voltar? A essa hora as carruagens já devem ter partido. – Disse Gina enquanto constatava as horas em seu relógio de pulso.
- Não se preocupe com isso. – Harry disse com um sorriso travesso brincando em seus lábios, afinal, não era só para poderem conversar sem serem interrompidos que ele a levara até ali.
- Harry James Potter! Explique-se! – Disse Gina fingindo-se de brava, enquanto era arrastada por um Harry cheio de sacolas para fora do quarto em que estavam.
- Passagem secreta! – Bastaram duas palavras para que Gina compreendesse o que Harry estava falando, e antes mesmo do que imaginara já estava de volta à Hogwarts, mais precisamente debaixo do Salgueiro-Lutador.
Aquele com certeza fora o melhor passeio à Hogsmeade que tiveram desde que chegaram à Hogwarts, e este seria um dia do qual nunca se esqueceriam.
________________________________________________________________
A sala estava escura e com um cheiro horrível, e mais uma vez ele se encontrava ali, vendo uma sena indesejada, em um corpo cadavérico que não era seu.
Ele podia se ver sentado numa confortável poltrona, degustando um cálice de líquido viscoso e de sabor péssimo, enquanto assistia com um sorriso satisfeito nos lábios, um velho joalheiro ser torturado por um grande grupo de comensais.
Os gritos angustiados do velho lhe entravam pelos ouvidos de uma forma desesperada e ele daria tudo para não estar ali vendo aquilo tudo, e foi só então que ouviu sua própria voz, agora malignamente nefasta, curvar-se numa risada maquiavélica de contentamento e mandar que os comensais parassem e saíssem da sala.
- Parem! E agora saiam daqui! – Disse ele enquanto se levantava e ia até o local onde o velho se encontrava caído.
– E então, agora tem algo a me dizer sobre o fiasco que foi a produção desde talismã? – Dizia ele mostrando ao velho um pingente roxo em forma de coração.
- E... Eu... – O velho balbuciava com muita dificuldade.
- Vamos lá, diga! Por que não funcionou? Por que não obtive o resultado que queria? –Esbravejou ele com muita raiva.
- Porque é impossível forjar... Um talismã tão... Poderoso como esse... Que o Lord deseja...
- Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! – Urrou ele com muito ódio e frustração. – Tem que haver um jeito!
- E há!... É só conseguir... O original... E o resultado seria completamente certeiro... – Dizia o velho, ainda caído no chão, com muita dificuldade.
- Bem, eu já tinha pensado nisso, mas isso implicará a um trabalho muito maior, pois terei primeiro que descobrir onde ele está, para depois pensar em como pegá-lo; e se eu tivesse uma boa réplica idêntica e com os mesmos poderes da original, seria poupado de todo esse trabalho, mas já estou vendo que terei de ir pelo lado mais difícil.
- Eu sinto muito... – Disse o velho que agora tinha uma expressão de terror na face.
- Eu também sinto muito por você, pois agora já não me serve para mais nada. AVADA KEDAVRA!
E mais uma vez Harry viu o jorro de luz verde sair daquela mesma varinha, cortar o ar e tombar mais uma pessoa, que agora a passava de um corpo sem expressão alguma, a não ser a de extremo terror.
E mais uma vez sua cicatriz queimava como se houvesse brasas sobre ela e uma dor enlouquecedora invadiu-lhe o cérebro, sinal de aquilo tudo estava terminando; e como já esperava abriu rapidamente os olhos e levou instantaneamente a mão até sua cicatriz para que ao menos amenizasse a dor, porém, ele nem imaginava que desta vez não estava sozinho.
- Harry, você está bem? – Ele ouviu a voz já tão conhecida de Gina lhe questionar preocupadamente, enquanto sentia a mão suave dela chegar até seu rosto e acariciá-lo com carinho e preocupação.
- Gina?! – Questionou ele ainda confuso, pois não conseguia ver direito, tanto pela dor quanto pela falta dos óculos.
- É sou eu sim, mas não se preocupe com nada agora, eu estou aqui com você e vai ficar tudo bem. Agora me diga, com está se sentindo? – Disse ela colocando-o novamente recostado na cama.
- Estou com um pouco de dor na cicatriz, mas é apenas isso. – Disse ele controlando sua voz para não demonstrar o quanto estava doendo, para não preocupá-la ainda mais.
- Não minta pra mim Harry, eu sei que deve estar doendo bastante, mas tente relaxar, está bem? Você teve outro sonho com ele não teve? Agora me deixe ver isso! – Disse ela se aproximando da cicatriz dele, onde logo após alguns instantes sentiu o doce toque dos lábios de Gina, e por mais incrível que pareça a dor diminui praticamente para zero, passando de uma dor extrema para um incomodo formigamento.
- Obrigada Gina! Isso ajudou bastante, já não está mais doendo tanto! – Disse ele sinceramente.
- Que bom porque era essa a minha intenção mesmo! – Disse ela jovialmente. – Mas agora descanse um pouco mais.
Após passados algum tempo, onde Harry apenas descansou e recuperou-se, com Gina ao seu lado também sentada em sua cama, que lhe acariciava gentilmente os cabelos em forma de consolo; Harry finalmente conseguiu controlar sua falha respiração e voltar ao normal.
- Pronto, acho que já estou melhor, Gina. – Disse ele agora com os olhos abertos.
- Já se sente melhor? – Disse Gina preocupadamente enquanto lhe acariciava os cabelos e olhava com apreensão a cicatriz em sua testa. Em outras circunstancias, com certeza ele estaria muito chateado com aquela situação, porém para ser bem franco ele estava adorando receber toda aquela atenção de Gina, atenção esta que ele estava acostumado a receber quando tinha um pesadelo como aquele.
- Já, já me sinto melhor sim!
- Que bom! Agora você já pode me contar tudo.
Harry contou tudo a ela, sem poupar nenhum detalhe.
- Bem Harry, essas coisas estão ficando muito sérias, nós temos que falar com o professor Dumbledore, e ver o que ele tem a nos dizer sobre isso, além de que você precisa muito aprender oclumência.
- É você tem razão, mas eu nunca fui muito bom com oclumência, para dizer bem a verdade eu sou péssimo nisso. – Disse Harry parecendo derrotado.
- Não fique assim Harry, você vai conseguir aprender desta vez, afinal, não será o Snape que vai lhe ensinar, mas sim Dumbledore. – Disse Gina tentando animá-lo.
- É... – Harry disse vagamente. – Desculpe... Mas... O que é mesmo que você veio fazer aqui?
- Bom, é que... Eu estava te esperando no salão comunal para irmos ao treino com o professor Dumbledore, mas você demorou e... Como o Rony disse que ainda estava aqui... Resolvi vir te chamar. – Disse ela meio encabulada.
- Ah, sim... Claro! O treino! Estamos atrasados! – Disse ele levantando-se apressadamente.
Passaram correndo pelos corredores e logo chegaram em frente a sala precisa, onde um sereno Dumbledore os esperava.
- Vocês demoraram hoje. Creio que, pela pressa, nem tomaram café, estou enganado? – Disse Dumbledore olhando-os calmamente por cima dos óculos de meia-lua.
- Não professor, o senhor está certo, na verdade não tomamos café. – Disseram em uníssono.
- Ótimo, então creio que vocês queiram me dizer algo enquanto tomamos um chá e comemos alguns bolinhos. – Disse ele sentando-se numa poltrona e conjurando um bule de chá e uma travessa de bolinhos sobre a mesinha que estava, no centro da sala, entra três poltronas vermelhas.
- Bem, na verdade nós temos algo a lhe contar mesmo professor. – Disse Harry.
- É verdade! Professor hoje Harry teve mais um sonho com Voldemort. – Disse ela logo de uma vez.
Dumbledore os encarou sem nenhuma surpresa, como se já soubesse o que iriam dizer; e respondeu-lhes com a mesma calma com que lhe encarava.
- E o sonho foi exatamente com o que? – Disse serenamente. E então Harry começou a contar com detalhes tudo o que vira em seu sonho.
- Bem, parece que Voldemort está, como eu já havia previsto, com problemas para obter o seu talismã Gina.
- O que?! – Disse Gina surpresa com o que o professor lhe dizia.
- É isso mesmo; é o seu talismã que ele quer, e me parece que ele tentou forjá-lo, mas não deu muito certo, não é mesmo? – Disse ele com certo sarcasmo na voz. – Porém devo admitir que, agora teremos que nos preocupar mais com o caso, pois agora que o plano dele não deu certo, Voldemort com certeza vai tentar encontrar o talismã o mais rápido que conseguir.
- Mas ele não pode fazer isso! – Exclamou Gina revoltada.
- Eu sento em dizer que sim, ele pode. E é por isso que teremos de descobrir como chegar ao talismã primeiro que ele, mas por agora acho melhor voltarmos ao treinamento.
E assim eles iniciaram um treinamento muito intenso de oclumência, onde aprenderam perfeitamente como esvaziar a mente e deixa-la intransponível, o que lhes seria muito útil; não só para permitir que tivessem tranqüilas noites de sono como também para lhes ajudar quando estivessem no calor de uma batalha, afinal, seu adversário não teria a vantagem de saber quais seriam seus próximos feitiços ou ações.
Como o treinamento havia sido de extrema importância e intensidade, foram dispensados das aulas do dia, permanecendo por lá o dia todo, até mais tarde. Mesmo que o treinamento tivesse sido cansativo, o resultado havia sido muito satisfatório, pois tanto Harry quanto Gina conseguiram bloquear com perfeição suas mentes em todas as intensas investidas de Dumbledore, o que lhes rendeu alguns elogios da parte do professor.
Já era tarde da noite quando Harry e Gina vinham caminhando silenciosamente pelos corredores da escola, após terem estado comendo na cozinha, onde foram muito bem servidos por Dobby e os outros elfos domésticos, pois o jantar eventualmente já havia sido servido e retirado quando saíram do treino. Tanto um quanto o outro pereciam perdidos em meio à seus pensamentos, e seguiram assim por um longo tempo até que finalmente Harry quebrou o silêncio, até então existente.
- Eu não sei por que, mas tenho a impressão de que Dumbledore não nos disse tudo. – Disse Harry um tanto pensativo.
- Pois eu tive a mesma impressão. Parece que tem algo que ele não quer nos dizer; parece-me que é algo importante, mas que não quer falar... Talvez... Ele não queira nos pressionar. – Disse Gina também pensativa.
- O que quer dizer com isso de, “nos pressionar”? – Harry a questionou.
- Eu não tenho certeza, mas acho que... Tem alguma coisa que só agente pode fazer... É estranho eu sei, mas eu sinto isso... E acho que é alguma coisa que está relacionada com... Como encontrar o talismã. – Gina dizia aquilo com o cenho franzido, o que dava a impressão de que ele fazia um grande esforço para se concentrar nas deduções que dizia.
- Bom; acho que você pode estar certa Gina, afinal, você é a talismânica que tem direito de posse desse talismã, então nada mais natural do que ser você a encontrá-lo, e como estamos juntos nisso nada mais natural que eu a ajude. – Disse ele completando o raciocínio de Gina.
- É; foi exatamente isso que eu pensei. – Disse ela encarando-o pensativa. – Sabe de uma coisa, Harry? Dumbledore não disse nada, mas eu acho que aquele seu sonho deve estar certo quanto a morte daquele joalheiro, e lhe digo mais; acho até que não vai demorar muito para que o Profeta Diário publique alguma matéria falando sobre o aparecimento do corpo daquele homem.
- Também acho. – Concordou ele enfaticamente.
- E o pior é que agora Voldemort vai ir atrás do talismã e eu não faço a menor idéia de como fazer para encontrá-lo. – Disse ela parecendo derrotada.
- Não fique assim Gina, a culpa não é sua, e você também não tem obrigação nenhuma de saber como encontrar esse talismã. Mas não se preocupe; nós encontraremos um jeito de achá-lo, logo, logo. – Disse Harry demonstrando-se confiante, porém tanto ele quanto Gina sabiam que na verdade Harry não tinha tanta certeza do que estava dizendo.
- Temos que fazer alguma coisa; não podemos ficar aqui parados, esperando que Voldemort encontre o talismã! Eu não vou aquentar ficar parada. – Disse Gina, mais para si do que para Harry.
- Você tem razão; nós temos que fazer alguma coisa. Além de que eu também não vou conseguir ficar parado, sabendo que Voldemort está lá fora arrumando um jeito de pegar aquele talismã.
- Ficaram, então, em silêncio e logo chegaram ao retrato da Mulher Gorda, onde disseram a senha e seguiram para o salão comunal, que há essas horas já estava completamente vazio. Sentaram-se cada um em uma poltrona e permaneceram em silêncio, apenas pensando, até que Harry resolveu quebrá-lo novamente.
- Sabe do que me lembrei agora? – Disse ele encarando-a nos olhos.
- O quê? – Disse ela meio confusa.
- Firenze. Já era para nós termos ido falar com ele, mas aconteceu tanta coisa que nem me lembrei mais disso.
- Sabe que agora que você mencionou isso, eu estou me lembrando que Hagrid disse, acidentalmente, que ele tinha mesmo algo importante para te dizer. E você tem razão, aconteceu tanta coisa que eu também me esqueci disso. – Disse Gina.
- Já está tarde, não é? Mas... Eu não sei você, mas eu não estou com nem um pingo de sono. – Disse Harry olhando-a significativamente, o que Gina logo interpretou como sendo um convite silencioso para irem até a floresta proibida falar com o centauro.
- Vá buscar a capa... E o mapa! – Disse ela sorrido, no que Harry já sabia que era uma aceitação de sua idéia, e já saía para buscar sua capa e o mapa do maroto.
Não demorou muito e lá estavam eles, cobertos pela capa de invisibilidade de Harry, esgueirando-se silenciosamente pelos jardins até chegarem à floresta proibida.
A floresta estava, como sempre, muito sombria, o vento gelado soprava as copas das árvores dando-lhes um ar fantasmagórico, além de passar raspando por seus rostos.
- Fica perto de mim! – Advertiu Harry, já passando uma mão envolta da cintura da garota, pois dessa vez não deixaria brechas para que se perdesse de Gina, que não fez nenhuma objeção quanto a isso.
Após um tempo andando à esmo pela floresta, Harry resolveu parar e consultar o mapa do maroto, o que facilitou muito, pois logo encontraram o nome de Firenze a alguns metros à direita deles, assim que avistaram o local, viram que era uma caverna, provavelmente onde o centauro estava vivendo agora, não demorou muito e assim que chegaram mais perto Firenze saiu da caverna e veio na direção deles.
- Olá jovem Harry Potter e... Vejo que a trouxe consigo. – Disse Firenze olhando encantado para Gina. – Eu realmente iria lhe pedir para que a trouxesse com você quando viesse me ver.
- Olá! – Disseram em uníssono, Harry com o cenho franzido em incompreensão.
- Desculpe, mas o que está havendo? Como assim Firenze não entendo. – Disse Harry confuso.
- Bem Harry, eu estava mesmo muito ansioso para ver sua amiga Gina Weasley, afinal, ela é uma talismânica, e já faz muito tempo que não vejo um bruxo desses. – Disse Firenze olhando para Harry, e quebrando pela primeira vez desde então o contato com os olhos de Gina.
- Mas vejo que vocês tem muitas preocupações que os afligem neste momento, vejo também que a principal delas, e que é o motivo de estarem aqui, é que já sabem que Voldemort também está atrás de seu talismã, não é? – Disse ele agora virando-se para Gina, que assentiu com a cabeça.
- É; e soubemos hoje para ser mais exato. – Disse Harry preocupadamente. – Já fazia algum tempo que queríamos vir até aqui falar com você, mas aconteceram tantas coisas que só conseguimos vir hoje.
- Nós estávamos pensando se você não teria nenhuma informação a nos dar sobre onde está o talismã ou algo do tipo. – Disse Gina.
- Eu não posso dizer onde ele está. – Lamentou-se Firenze. – Mas... Eu posso dizer quem pode.
- Quem?! – Disseram em uníssono.
- Você minha jovem Gina Weasley!
- Eu?!- Disse Gina espantada. – Mas... Mas como?!
- Oras, o talismã é seu! Vocês têm uma ligação um com o outro!
- - Temos?! – Disse Gina ainda mais confusa.
- Claro que têm!! E mais sedo ou mais tarde ele irá se mostrar a você.
- Mas nós não temos tempo, precisamos achá-lo o mais rápido possível! – Disse Harry exasperado.
- Bem eu não devia lhes dizer isso, mas eu também não posso deixar que outra pessoa além de vocês o encontre. Venham, entrem! Aqui fora não é seguro para falarmos. – Disse Firenze abrindo passagem para eles entrarem na caverna.
O lugar não era muito grande, tinha uma fogueira no centro e duas pedras grandes em volta desta, onde Harry e Gina logo se sentaram. Logo Firenze posicionou-se em frente aos dois e começou a falar em voz baixa, calma e compassada.
- Existe um jeito mais rápido de obter o talismã, sem ter de esperar ele se mostrar a você, minha jovem, mas é arriscado e um tanto perigo também.
- Não importa, contanto que o encontremos. – Disse Gina.
- Ótimo; vocês terão de achar a passagem para a cidade de “Atwood”, onde terão de entrar na floresta negra, onde terão de encontrar a biblioteca sagrada, passar pelo guardião e pegar o livro “A MAGIA DO SABER”, pois só nele vocês encontrarão as respostas que tanto precisam para acharem o talismã. Isso é tudo o que eu posso dizer. - Finalizou Firenze.
Ficaram parados por uns minutos, enquanto processavam as informações que Firenze lhes passara. Até que finalmente Harry pronunciou-se:
- E o que exatamente é essa passagem? E como vamos achá-la?
- O que ela é eu não posso dizer; e quanto a como achá-la... Bem; isso vocês terão de descobrir; sozinhos. – Disse Firenze lançando-lhes um olhar, quase que maroto, o qual eles só iriam entender o porquê daqui algum tempo.
Após isso se despediram e saíram, novamente, sob a capa de invisibilidade pela floresta, rumo ao castelo, pois sabiam que o centauro não lhes diria mas nada, afinal, como ele mesmo dissera ele não podia.
________________________________________________________________
N/A: Ai, finalmente terminei!!ALELUIA NEH!!
´desculpa pela demora, mas tive semana de provas e estive sem muita inspiração, sem contar q jah tinha escrito metade du cap. e resolvi muda p/ ficar melhor, então tive q digita quase td denovo. Mas agora ele tá aí e espero q gostem!
*MarciaM: eu to lendu a sua fic viu, e ela tah muito boa msm!! muito obrigado por tds os comentários q vc jah deu p/ minha fic, eles são super importantes, por isso não deixe d comenta tah!! (eles me ajudam muito, me dão inspiração p/ continua a escreve) bjussssss. ate+*
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!