Prólogo
30 de Junho de 2000.
Era louco, absurdo. Ninguém jamais acreditaria; nem se visse acontecendo diante dos próprios olhos. Severus Snape e Nymphadora Tonks... (e nesse ponto ele sempre parava, tomava fôlego e só então seguia em frente, porque era hora da palavra perigosa)... apaixonados. Mais que isso: admitindo. Se entendendo. Quando Snape parava para analisar tudo o que haviam passado até ali, parecia que haviam saído vencedores improváveis de uma longa corrida de obstáculos. Aquilo não deveria ter acontecido, jamais. E, no entanto...
... não podia ser mais real. Tão real quanto o sol já quente àquela altura da manhã acariciando seu corpo; tão real quanto os lençóis enroscados nas pernas e o calor do corpo dela bem próximo. Pensar sobre aquilo tudo o preenchia com alguma coisa nova que ele não sabia muito bem o que era; algo que se chocava com o que ele havia sido até então. E mesmo que esse algo incomodasse, não deixava de ser extremamente reconfortante, delicioso. Severus fechou os olhos e os cantos de sua boca se curvaram um tantinho para cima.
_ O que foi?
_ Nada.
_ Claro que foi alguma coisa. Você sorriu de repente. O que é?
_ Já lhe disse. Nada. Nada que você já não saiba.
Tonks, claro, jamais aceitaria aquela resposta. Atacou-o com uma enxurrada de beijos entremeados por “conta!”. Mas Snape nada disse; e muitos minutos depois ela por fim se deu por vencida, e aninhou-se em seus braços.
_ Algumas coisas não vão mudar nunca, não é mesmo? _ ela suspirou.
_ Você sabia que seria assim.
_ Me explica como é que _ ela sussurrou, muito próxima aos lábios dele _ todo esse mau humor e rabugice conseguem ser tão atraentes? _ e o beijou. Snape correspondeu ao beijo e então, varreu da mente pensamentos e preocupações.
Eram momentos assim que faziam valer a pena o romance secreto, o desconforto com aquele sentimento que ia ficando cada vez maior (mas, ao mesmo tempo, cada vez mais familiar e suportável) e um ou outro desentendimento. Ele ainda não conseguia acreditar completamente no fato dela não se importar com o quanto ele havia errado, ou com sua aparência. Mas nada disso tinha a menor importância quando ela o beijava daquela forma, cúmplice e cheia de preguiça, depois de uma noite toda...
*
_ ... juntos _ disse Harry, batendo com o dedo sobre dois pontinhos no Mapa do Maroto _ Ainda. Não se moveram um centímetro desde a última olhada que eu dei, antes de dormir.
_ Acho que isso confirma tudo, não é? _ perguntou Ron, franzindo a testa e desabando sobre o malão.
_ Sejam razoáveis, por favor. Por mais que vocês não gostem do Snape, eles são adultos. Sabem o que estão fazendo. E eu ainda acho que isso _ Hermione apontou o mapa com uma leve expressão de choque no rosto _ é invasão de privacidade. Ora, vamos... guarda isso, Harry. Não temos absolutamente nada a ver com a vida deles.
_ Hermione _ disse Gina, parecendo exasperada _ A Tonks simplesmente *odiava* o Snape até pouco mais de dois meses atrás. Carlinhos me disse; nunca viu ela agir assim com ninguém. E então, de repente... entram de mãos dadas no Salão. Aí tem coisa.
_ Mas eles pareciam tão... confortáveis um com o outro ontem... *Deve* haver alguma explicação racional.
_ Tomara que a explicação seja mesmo racional _ disse Harry, colocando o mapa no bolso _ Temos que pelo menos descobrir o que está acontecendo. Pela Tonks. Ela é nossa amiga, não podemos deixá-la na mão só porque é “adulta”. Vocês conhecem o Ranhoso...
_ E pelo Lupin, também _ acrescentou Ron, muito sério.
_ Temos que ir. O Expresso sai daqui a alguns minutos _ Hermione disse, olhando as horas no relógio; e satisfeita por ter encontrado uma forma de desviar, pelo menos por enquanto, a atenção daquele assunto. Mais tarde, quem sabe, conseguiria tirar aquelas idéias delirantes da cabeça dos três amigos _ Ainda não acredito. Hogwarts, nunca mais...
_ Que falta eu vou sentir do café da manha, do almoço, dos banquetes... _ respondeu Ron, passando a mão pela barriga.
Hermione apenas revirou os olhos e então, se voltou para o amigo, que ia alguns passos à frente, ao lado de Gina:
_ Você, então, Harry... imagino que vá sentir falta mais do que todos nós, não?
_ O quê? Ah, claro. Muita falta _ disse Harry vagamente, erguendo os olhos e dando uma boa olhada em volta.
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pronto, agora sim =)
*pega a pena sádica da Umbitch emprestada e escreve 50 vezes "não postarei mais antes da hora por pura ansiedade"*
Eu precisava reescrever; o antigo estava muito morno e sem ação ;) é isso. O primeiro capítulo tá quase =)
Obrigadíssima pelos comentários, povo! Espero não decepcioná-los.
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