Disfarces, fugas e esconderijo

Disfarces, fugas e esconderijo



Por um momento Harry, assim como Rony, achou que a amiga estava dominada pela maldição Imperius, ou então tinha tomado alguma poção estranha, mas depois que viu lágrimas escorrendo pelo rosto da mesma, percebeu que se tratava de algo mais sério ainda.
- O que é que você quer dizer com isso? – perguntou Harry extremamente nervoso – eu o vi morrer.
- Não, Harry. Você viu ele fingir que tinha morrido. O Dumbledore na verdade fez uma transferência de corpo. Ele saiu do corpo e agora está habitando o quadro da sala dos diretores. – explicou a garota que parecia maravilhada com sua própria descoberta.
- O que? – perguntou Rony incrédulo
- É. Esse feitiço existe, mas só pode ser praticado por bruxos sênior, digo, que tenham mais de vinte anos de prática mágica. – respondeu Hermione com simplicidade mas ainda excitada.
- E como é que você sabe disso? – quis saber Rony desconfiado.
- Porque os quadros não são capazes de estarem a par das situações presentes nunca. Eles são apenas imagens interativas, e jamais seriam capazes de aconselhar qualquer pessoa sobre qualquer coisa. Dão palpites que sempre são imprestáveis. – respondeu Hermione sem dar atenção ao tom de desafio do namorado.
- Certo. Então quer dizer que enquanto eu achava que Dumbledore estava morrendo, ele estava apenas transferindo seu espírito para um quadro na sala que agora pertence
à McGonagall? – perguntou Harry sem acreditar muito.
- Exatamente! – disse Hermione.
- Mas Mione, ele estava muito fraco naquela noite... – falou o garoto ainda resistindo à hipótese de que o diretor pudesse estar vivo.
- Você não conhecia Dumbledore o suficiente pra saber se ele estava realmente fraco, Harry – disse a garota sabiamente.
- Mas então...será que a McGonagall sabe disso? – perguntou Rony
- Claro que deve saber – respondeu Hermione instantaneamente – senão ela não teria reaberto a escola, não é?
- É, faz sentido...- comentou o garoto.
- Então o conselho é mais sério do que pensei. Se ele não estivesse a par da situação não teria me dado conselho nenhum – concluiu Harry.
Nos dias que se seguiram à única coisa que Harry pensava era ao que se referia aquele conselho. Seria á retomada da AD? Seria à reconstrução do vilarejo de Godric’s Hollow? Seria a fuga de Slughorn? Ou talvez à fuga de Snape e Malfoy...
- Harry, vamos, você vai se atrasar para a reunião – disse Hermione à porta da Sala Comunal na qual ela e Rony esperavam, de mãos dadas, o amigo.
- Ah, claro – disse Harry levantando-se de uma das poltronas perto da lareira.
A reunião correu extremamente bem. Aliás, a cada encontro os membros da AD pareciam melhorar consideravelmente. Neville demonstrava o seu Patrono quase perfeito ao assumir a forma de um cordeiro. Luna, porém, era a única que parecia desanimada...mais distante do que jamais estivera...
- Luna...hum...você está...ok? – perguntou Gina cautelosamente.
A garota não respondeu. Na verdade parecia nem ter ouvido o que a amiga dissera.
- Luna, temos notado que você está um pouco...distante... mais distante do que o normal – acrescentou a garota apressadamente. De repente ela notou que o olhar de Luna estava indo na direção de Neville, e então, como conhecedora desses sintomas falou: - você não está...hum...apaixonada pelo Neville, está?
- Hum, quê? – disse a garota assustada parecendo despertar de um sonho – não...quer dizer...sim. - admitiu a garota tristemente.
- Luna, isso é ótimo. E vou te dizer o por que: o Neville também gosta de você. Ele me disse isso há uns três anos, no baile de inverno do Torneio Tribruxo. Acho que agente nem se conhecia direito...mas foi o que ele me disse.
- Sério? – falou Luna parecendo mais animada.
- Juro. – respondeu Gina. - se você quiser eu posso falar com ele depois da reunião...
- Ah, você faria isso, Gina? – a garota nem esperou que a amiga terminasse a frase.
- Claro, acho que ele ficará muito fel...
- Bom, por hoje é só – anunciou Harry, e foi logo guardando os materiais que tinham sido usados. – na próxima aula, por mais difícil que possa parecer, vamos treinar feitiços não – verbais.
Harry esperou todos os grupos de alunos saírem aos poucos até só ficarem ele, Rony e Hermione.
- Harry, você ainda não conseguiu executar um feitiço não – verbal. – lembrou-lhe Hermione em tom de advertência.
- Eu sei que não. Pra isso eu tenho você – respondeu o garoto com simplicidade.
- Eu não entendi – disse a amiga quando eles já estavam saindo da sala.
- Você vai ser a professora na próxima aula...
- Aula, que aula Potter? – perguntou Pansy Parkinson.
- Não é da sua conta. – respondeu Rony agressivamente.
- Não, pode até não ser da minha conta, mas aposto que a McGonagall vai adorar saber que a Granger está dando uma de professora. Quanto eles tem te pago, hein sangue-ruin?
- Parece que seu namoradinho te instruiu muito bem Parkinson. Onde é que aquele covarde se enfiou, hein? – perguntou Harry com os dentes serrados.
- O Draco não é nem um covarde! – respondeu a garota com raiva – ele fez o que tinha que ser feito. Nem morta eu direi pra onde ele foi!
E dizendo isso, ela se retirou chorando. Os três garotos ficaram ali parados sem entender nada. Então Pansy sabia onde estava Draco. Mas como o Harry faria para descobrir?
- Talvez uma dose de Veritaserum – sugeriu Rony na Sala Comunal da Grifinória, meia hora depois.
- Não Rony! – falou Hermione com impaciência. – é ilegal.
- Mas que importância tem isso? – protestou o garoto. – já fizemos muitas coisas ilegais antes. E tudo foi por justa causa.
- É. – falou Harry, e de repente seu rosto se iluminou – Hermione, você consegue preparar a poção?
- Harry... – começou a garota, mas não pode terminar, porque viu no rosto do amigo uma expressão que indicava que ele não ia desistir daquilo.
- Tudo bem. Se você não fizer, eu mesmo farei. – ameaçou o garoto.
- Está bem. – consentiu Hermione – mas de qualquer forma eu não garanto nada. A poção não é nada fácil de se preparar.
- Não se preocupe. Contaremos com a ajuda do livro do Príncipe. – respondeu o garoto displicentemente.
- Mas... – tentou a garota, porém Harry já havia se levantado e desejado boa noite a todos.
No dia seguinte, antes de descer para tomar café, Harry passou em frente à sala Precisa 3 vezes, pegou o livro, pôs dentro da mochila e foi encontrar-se com Rony e Hermione.
- E então? – quis saber Rony ansioso – pegou o livro?
- Consegui – respondeu Harry, e ao notar o olhar de desaprovação de Hermione completou – você mesma disse que não conseguiria fazer a poção sozinha. Considere isso como uma pequena ajudinha do seu antigo professor de Poções.
- É, só que o meu antigo professor de Poções revelou-se um traidor e pior ainda: um Comensal da Morte – disse a garota com severidade.
- E por falar em professores de Poções... – disse Rony apontando para a mesa dos professores.
De repente todos pareceram notar que faltava alguém na mesa. “Slughorn!” – exclamou Harry. Para onde teria ido o professor dessa vez? A resposta, porém, veio logo em seguida, assim que a diretora se levantou e pediu a atenção de todos.
- Em primeiro lugar, Bom dia – começou ela – em segundo devo comunicar-lhes de que o Prof. Slughorn encontra-se incapacitado de dar aula por motivos que não cabem salientar. As aulas de Poções serão também de estudo teórico assim como Defesa Contra as Artes das Trevas (um murmúrio de insatisfação percorreu o salão) até que o professor possa retomar ao seu posto. Agora dirijam-se as suas devidas aulas. – e dizendo isso a Profa. McGonagall retirou-se da mesa dos professores para ir dar a sua primeira aula do dia.
No meio do caminho para a biblioteca (pois era período de Defesa Contra as Artes das Trevas) Harry mudou de rumo e alcançou a Profa. McGonagall antes que o casal de namorados (Rony e Hermione) pudesse impedi – lo.
- Professora – começou Harry – pra onde foi o Prof. Slughorn dessa vez?
- Não é da sua conta, Potter. – respondeu a professora com rispidez.
- Eu sei que o Prof. Dumbledore não morreu – falou o garoto bem baixinho, de forma que só a professora pudesse ouvi-lo. Minerva McGonagall parou abruptamente de andar e empalideceu.
- Alguém mais sabe disso? – perguntou com um tom alarmante de preocupação na voz.
- Só Rony e Hermione. Na verdade foi a Hermione quem descobriu – respondeu o garoto rapidamente.
- Garota esperta, a Granger – falou a professora mais pra si do que pra o garoto, lançando à Rony e Hermione um olhar longínquo.
- Então, a senhora pode me contar agora? – implorou Harry.
- Ele fugiu Harry.

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