Mudanças de Planos

Mudanças de Planos



Harry e Gina não voltaram para ver o que tinha acontecido. Sabiam perfeitamente. Ao invés disso, os dois sentaram-se na frente da casa olhando para o céu estrelado. Andavam meio sem jeito um com o outro ultimamente. De repente o olhar dos dois se encontrou e eles foram se aproximando bem devagarzinho, assim como tinham feito Rony e Hermione. Pensamentos opostos perambulavam na cabeça de Harry: “não, você não deve fazer isso. Mas eu gosto tanto dela...eu quero tanto beija-la ao menos mais uma vez...mas você não a protegerá de Voldemort enquanto não esconder por completo esse sentimento” e foi este último pensamento que fez Harry desviar a direção do rosto deixando a garota desapontada.
- Desculpe. Eu realmente não posso...não devo – justificou o garoto parecendo falar contra a sua vontade.
- Ta. – disse a garota tentando parecer compreensiva mas na verdade não conseguindo esconder o tom de mágoa que soava em sua voz. – boa noite então.
Setembro se aproximava e trazia com ele um ar de dúvida: será que a escola seria realmente fechada?
- Eu já cansei de dizer que mesmo que reabra eu não retornarei. – insistia Harry.
- E nós já cansamos de ouvir você dizer isto. – respondia Hermione. – mas seria realmente importante e extraordinário concluir os estudos.
- Fale por você – defendia-se Rony enquanto a envolvia em um abraço por detrás e lhe dava um beijinho de bom dia.
- Falo por mim sim. – disse a garota, que só não parecia mal-humorada porque quem lhe disse aquilo foi seu namorado.
- Olha, eu não vou retornar. – teimava Harry. – não tenho esse tempo. Além do que, o que foi mesmo que eu perdi em Hogwarts?
- Seu diploma, talvez – ironizava Hermione.
- Isso realmente não me importa. Vocês vêm comigo ou não? – perguntou Harry colocando os dois amigos em uma situação difícil.
- É claro que vamos – apressou-se Rony a dizer com a boca cheia de ovos mexidos.
- Só acho que deveríamos esperar até nos formarmos. Até você passar no teste de aparatação, por exemplo. Isso facilitará muita coisa. – disse Hermione e instantaneamente Rony ficou de mal-humor. A garota esquecera-se completamente de que o namorado ainda não passara no teste. E tudo por uma sobrancelha. – desculpe amor – completou ela.
- Você acha que Hogwarts vai realmente reabrir? – perguntou o garoto tentando desconversar.
- Sinceramente não sei. – respondeu - lhe Hermione, que agora sentava entre Harry e o garoto. – eles até agora não mandaram as cartas e...
Ela parou de falar ao notar que quatro corujas vinham na direção dos três. Uma para Harry, uma para Rony e duas para Hermione, das quais uma trazia o Profeta Diário.
- Eu não posso acreditar – disse a garota expressando sua total incredulidade ao olhar no envelope o brasão de Hogwarts.
- Nem eu! – falaram Harry e Rony juntos.
- E então Harry?
- Eu...eu...
E muito a contragosto Harry embarcou no Expresso de Hogwarts no primeiro dia de setembro, às onze da manhã. Sentou – se inicialmente com Rony e Hermione, como de costume, mas logo teve que mudar de cabine: sentou-se com Gina, Neville e Luna, já que os outros amigos tinham que monitorar os corredores.
- Vocês viram no Profeta? Slughorn sumiu. Quem será que vai ensinar Poções? – perguntou Neville no meio da viagem.
- Espero que seja alguém melhor que ele ou Snape – disse Gina
- Papai diz que o Prf. Slughorn só foi dar um passeio para colher abacaxis cristalizados.
- Que? Mas...Luna, abacaxis cristalizados não se colhem, se compram. – falou Harry meio sem entender.
- Não. Papai diz que há uma única plantação na região. E fica no porão da Dedosdemel. Agora que a loja está fechada, torna muito difícil encontrar esses doces.
E Harry entendeu de onde saiam as maluquices de Luna. O pai dela usava de explicações muito infantis, como aquelas que se ouve quando se é criança.
Quando finalmente chegaram a Hogsmeade já era de noite. Talvez por isso a cidade estivesse toda fechada. Ou talvez porque todos tivessem se mudado para algum novo lugar, pensou Harry, e não era difícil imaginar que lugar era esse.
No banquete de abertura haviam pouquíssimas pessoas: Malfoy já não estava mais presente, as gêmeas Patil, Suzana Bones, Simas Finingan, Cátia Bell, que já tinha se formado. Até mesmo eram poucos os garotos que haviam para serem selecionados. Apenas doze. E foram três garotos exatos para cada casa. Por incrível que pudesse parecer, Harry notou que Slughorn estava presente, mas não havia ninguém para substituir Snape no cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- Antes de iniciarmos o banquete – falou a Profª. McGonagall, que agora encontrava-se no lugar que antes era ocupado por Dumbledore – gostaria de dizer algumas palavras – continuou ela – como muitos de vocês, senão todos, já sabem, eu sou a nova diretora de Hogwarts, devido a infortúnios acontecidos no ano passado (ela parecia ter um imenso nó na garganta). Portanto, gostaria de dar as boas vindas aos novos alunos e aos velhos um bom regresso. Ressalto que as medidas de segurança continuam rigorosas. Lerei uma lista para esclarece-las:
o Todos os alunos serão revistados sempre que entrarem ou saírem do castelo;
o Haverão professores monitorando os corredores e as áreas externas;
o As portas do castelo serão fechadas às sete horas da noite;
o Não haverão mais passeios para Hogsmeade
o Não serão permitidos artigos comprados em lojas de Logros e Brincadeiras;
o Todas as correspondências serão revistadas – tanto as que entrarem quanto as que saírem;
- Há ainda outros comunicados a serem feitos: devido à guerra que está acontecendo lá fora, não foi possível encontrar um professor para a matéria de Defesa Contra as Artes das Trevas, então os horários dessa matéria...
- Diga que ficarão vagos – falou Rony baixinho com os dedos cruzados
- ...serão destinados ao estudo teórico da mesma na biblioteca, e serão supervisados por Madame Pince; portanto, quem quiser realmente aprender alguma coisa que se dedique. E lembrem-se: não há no mundo lugar mais seguro que Hogwarts.

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