Casa dos Gritos



Capítulo 44: Casa dos Gritos


A escuridão do lugar que acabaram de desaparatar era total, que apenas as máscaras prateadas dos Comensais da Morte poderiam ser vistas. De repente, a lareira que jazia ali foi acesa com um aceno da varinha de um dos comensais e tudo se iluminou. Karen pôde ver a filha caída no chão perto dela, estava tremendo de medo e tudo que Karen pode fazer foi abraçá-la.
-Que lugar é esse? – perguntou ela trêmula.
Karen tentou aparatar, mas não conseguiu. Levantou então a mão direita, mirando-a em direção a um dos comensais próximo a ela, mas não conseguiu fazer nada. Olhou em volta, a sala era pequena, retangular, era suja, muito empoeirada, havia uma estante, uma mesa e um piano velho, à sua esquerda um sofá, pareciam quebrados. Tudo rangia e Karen teve a ilusão de que fosse a Casa dos Gritos.
-Esta sala foi feita especialmente pra você Karen. Não se pode usar magia, a não ser que você tenha uma varinha e alguma vez você já tentou aparatar sem usar uma varinha? – disse William caminhando calmamente em sua direção com um largo sorriso em seus lábios. Ele fez um sinal com a cabeça e os Comensais da Morte saíram, deixando apenas os três na sala.
-Pensei não vê-la tão cedo, Karen. – disse ele abaixando-se para vê-la melhor. Karen o encarava firmemente, ainda apertando a filha perto de si. Ele sorriu um sorriso de canto. – Sabe, achei que aqueles palermas não conseguiriam trazer a famosa... Como é mesmo? – fez cara de pensativo. - Karen Potter. Esse nome não combina com você.
-O que quer com a gente agora?
-O que mais? Não é óbvio?
-Nunca vou lhe dar o livro!
-Por ora. – disse calmamente. - Mas, não. Não é agora que lhe pedirei o livro, por que sei que não vai me dá-lo se pedir. Bom, primeiro, quero fazer uma coisa e preciso da sua presença para fazer isso. Não teria graça sem você – ele sorriu. – Susan!
Susan Green entrou na sala sorrindo satisfeita por ver Karen ali toda descabelada e suada ao lado de Carolyn.
-E aí, Karen? Quanto tempo! – Karen teve vontade de cuspir na cara dela, no momento em que ela se aproximou das duas.
-Cala a boca, sua...
-uuuh, isso não é nada gentil. – disse ela sorrindo de malícia.
-Chega de papo! Leva a garota.
-O que? Não! Ela não vai sair de perto de mim.
Susan agarrou o braço de Carolyn, que olhou desesperada para mãe, enquanto tentava se desvencilhar de Susan.
-LARGA ELA! – gritou Karen, fazendo menção de pegar uma cadeira ou qualquer coisa que pudesse deter Susan, sabia que era burrice, mas precisava tentar. William atingiu-a com um feitiço estuporante e tudo escureceu.


****


Alguém esmurrava a porta como se fosse pô-la a baixo.
-Calma aí! – gritou Andrew descendo as escadas correndo. Harry não esperou o convite e saiu entrando casa adentro todo suado e amarrotado.
-Onde estão seus pais, Andrew? – perguntou Harry sem fôlego.
-Harry! – exclamou Hermione surpresa. – O que aconteceu?
-Precisamos chamar a Ordem, avisar Dumbledore. Karen e Carolyn foram seqüestradas!
Hermione levou as mãos à boca, então Rony desceu as escadas surpreso com que ouvira de seu quarto.
-Será que eu ouvi direito?
Harry tentou tomar fôlego, estava nervoso, o que aconteceria com Karen e Carolyn se demorassem mais um pouco?
-Harry, calma! Senta aí e relaxa, Rony vai fazer isso pra você. – disse Hermione.
-Relaxar? Hermione, minha família está em perigo.
Hermione não conseguiu formular nada naquele momento que pudesse consolá-lo.
-Se algo acontecer a elas eu nunca vou me perdoar. Karen e eu...
Acreditava que Karen estivesse confusa, muitas vezes já se sentira confuso se realmente a amava e precisava dizer isso a ela, mas não era uma boa ocasião.
-Rony! Vai logo! – disse Hermione. Rony então aparatou na mesma hora.
A garota foi até ele nervosa, conjurou um copo de vidro e com a varinha despejou água nele.
-Beba, precisa se acalmar, talvez uma guerra venha pela frente.
Harry negou, não conseguia pensar em mais nada a não ser nas coisas horríveis que William poderia estar fazendo contra elas. Precisava agir.
-Vou atrás delas!
-O que? Você não sabe...
-Talvez Karen tenha anotado algum possível local nas coisas dela.
-Não, Harry. William não faria isso. Talvez tenham até mudado o esconderijo, por favor, Harry! Precisa... - e Harry aparatou.
-HARRY! – gritou indignada pro nada. Ela olhou para Andrew, que a olhava preocupado, Hermione sabia o quanto Andrew gostava de Carolyn e de Karen. - Vamos querido! – e aparatou com ele.


****


Harry ouviu diversos sons metálicos, como se uma porção de trancas estivessem abrindo. E a porta de entrada do Largo Grimmauld, número 12 se abriu. Ele correu para a porta mais próxima a tempo de ouvir:
-... Será difícil encontrá-las... Ele pode ter escondido elas em qualquer lugar. – dizia Lupin.
-E se fizermos uma busca? – perguntou Harry, encarando a todos que estavam presentes inclusive Dumbledore. – Todos os lugares. Hogsmeade, A Casa dos Gritos, Londres inteira.
-Harry, isso pode ser perda de tempo e se não estiverem em lugar algum? Se estiverem no exterior, por exemplo. – perguntou Gui.
-Em algum lugar elas poderão estar. Temos que procurar, se não...
-Se não o que, Harry? – perguntou Hermione entrando na sala. – Olha, acho que o Harry está certo, devemos procurar, ele não poderia levá-la muito longe daqui.
-Cadê o Andrew?
-Na casa da sua mãe.
Rony deu um aceno com a cabeça.
-Bom, vamos começar então. – disse Dumbledore.
Todos começaram a sair apressados da sala.


****


Karen abriu lentamente os olhos. Ainda estava no mesmo lugar, onde estivera antes de ser estuporada, apenas quando abriu totalmente, ela viu alguém encapuzado entrar sorrateiro na sala. Karen não sabia quem era. William e Susan não estavam presentes então pensou que fosse um Comensal mandado para vigiá-la. Observou o homem guardar a varinha na capa, tirando o capuz para revelar o seu rosto, era Carlos.
-Mandaram vir vigiá-la, vou ajudar você a sair daqui. –disse Carlos ajoelhando-se na frente dela.
-Onde colocaram Carolyn? - perguntou fracamente.
-No quarto do andar de cima, queriam que ela ficasse longe de você por um tempo. Querem matá-la e fazerem Carolyn pegar o livro pra eles.
-Isso é loucura, Carolyn não tem idade para abrir o livro ainda.
-Shiii, eu sei. Fale baixo. Mas... Depois que você morrer...
-Carolyn seria a próxima?
-Exatamente. Pensam que não haverá ninguém para impedi-lo de matá-la, estão atrás de Harry e os amigos dele. Assim que estiverem mortos, você será a próxima e bem... O resto você já sabe.
-Vamos sair logo daqui! – disse ela se levantando.
-Não tenho sua varinha e sua filha está bem vigiada. E tem mais... Lembra quando lhe contei do ministro?
Ela balançou a cabeça.
-Quando William terminar a poção e Voldemort retornar... O Ministério será dominado. É só uma questão de tempo.
-Mas... Como vou acabar com isso? Sabe, acho que o seu plano deu certo. Harry achou realmente que estava apaixonada por você e... Ele não me perdôo. Estamos separados. Não posso abrir o livro. Só que sem o livro não posso acabar com ele.
-É claro que pode. Está tudo dentro de você. Não precisa do livro agora, apenas de você e de...
-Meus poderes.
Ele pensou por um instante.
-Não exatamente. Pense, está tudo dentro de você e só assim vai acabar com tudo. Lord Voldemort não irá retornar se William...
-Sempre soube que não devíamos confiar em você. - Carlos e Karen se viraram lentamente para a voz conhecida. Era Susan.
-Acaba de cavar sua própria sepultura, Müller.
-Isso se você não morrer antes.
Susan sorriu debochada. Três comensais da Morte entraram na sala.
-Uh! –exclamou Karen. - Quatro comensais contra duas pessoas, sendo que uma está desarmada. Quanta coragem!
-Avada Kedavra! – Karen sentiu um empurrão, antes de ver um clarão verde acertar Carlos em cheio e cair no chão com os olhos vidrados.
-Não!
Susan gargalhou, enquanto Karen continuava no chão estática e então gritou:
-CADÊ A MINHA FILHA SUA VADIA?! Deixa-me vê-la! Por que está fazendo tudo isso?
William entrou no local, observou Karen e Susan se encararem com fúria e o corpo de Carlos que jazia ali no chão.
-O que ele fez? – perguntou friamente.
-Estava do lado dela o tempo todo.
William fez um sinal a Susan que saiu com um dos comensais da morte deixando Karen e William se encarando enquanto os outros dois comensais se postaram na porta.
-Quero que me diga onde está o livro, Karen, que dê ele pra mim e então vai ver sua filha e o seu marido retardado.
-Não sei onde ele está! – sua voz quis falhar, mas Karen continuou firme o encarando. – O livro aparece do nada no momento em que...
-PODE TRAZÊ-LO A HORA QUE QUISER E ESSA HORA É AGORA! – gritou ele. - Crucio!
Karen soltou um grito agudo enquanto se contorcia no chão sujo.
-EU NÃO POSSO! – gritou ela quando parou de se contorcer.
-E PORQUE VOCÊ NÃO PODE? – gritou ele jogando novamente a maldição sobre ela.
Ela gritava de dor. Quando a dor parou, ela não tinha forças para falar e a dor voltou novamente.


****


Harry, Rony e Hermione buscavam por pistas do paradeiro de Karen e Carolyn em Hogsmeade.
-O que William faria com Karen em Hogsmeade? – perguntou Rony.
-Sei lá, Rony! Mas... Tínhamos que olhar tudo, ás vezes nos lugares mais óbvios não seriam um bom esconderijos para...
Harry não prestava atenção na conversa dos dois, mas percebeu que Hermione parara de falar.
-HARRY!
-Droga! Eles nos descobriram. - E pulou empurrando Rony e Hermione a um beco próximo, para se protegerem dos feitiços, que os Comensais da Morte encapuzados jogavam contra eles. Tentavam jogar outros de volta. Foi então que Harry sentiu um aperto no peito, não era causado por um feitiço, mas sentira, do nada.
-Está tudo bem, Harry? – perguntou Rony, jogando mais outro feitiço.
Ele balançou cabeça e os três saíram para duelar com os Comensais da Morte. Hermione fez careta ao ver que mais alguns se juntavam aos demais.
-ELES SÃO MUITOS! - gritou ela.
Harry pôde reconhecer Susan lutando com Hermione. Sorria pateticamente. Houve mais clarões por todos os lados e os três puderam ver boa parte dos membros da Ordem da Fênix desaparatando e já travando uma luta com algum comensal. Tonks veio ao auxílio de Hermione e manteve Susan ocupada com muitos feitiços, enquanto Hermione travava outra luta com outro comensal. Harry estuporou o comensal da morte que Hermione lutava.
-Como vamos descobrir...?
-Assim. – Harry piscou pra ela.
-Encarcerus! – gritou ele, agitando a varinha para a direção de Susan, que caiu no chão amarrada com cordas que surgiram de repente.
-Me solta! – gritou ela para Harry, Hermione e Tonks que a observavam sorrindo.
-Se nos contar onde Karen e Carolyn estão à gente te solta, o que acha?
-Acha que eu sou otária? – gritou ela para Hermione.
-Quer mesmo que eu responda? – levantando uma sobrancelha.
-Olha, eu não sei de nada. – disse Susan.
-Claro que sabe sua mocréia, fala logo droga!
Susan continuou se contorcendo, mas não disse nada.
-Se não falar logo eu transfiguro essa espinha no seu nariz, em uma verruga que nunca vai sair da sua cara! – gritou Hermione sacando a varinha.
-Ta-ta bom. Eu digo. – disse tentando não parecer nervosa. - Elas estão na Casa dos Gritos.
-Tonks fica com ela. Hermione você fica também.
-Harry! – Rony veio correndo ao encontro deles. – e Então?
-Vamos! – disse Hermione. – Não temos tempo a perder.



N/A: COMENTEM! Beeeijão;**

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